Noiva por contrato - Bella mia(série: Destinos entrelaçados)
A proposta ousada do CEO
Minha querida, por favor, volte para mim
Um casamento arranjado
O retorno chocante da Madisyn
O caminho para seu coração
Um vínculo inquebrável de amor
Acabando com o sofrimento de amor
O Romance com Meu Ex-marido
A Segunda Chance com Meu Amor Bilionário
Anya Amstrong
"Eu vou ser demitida."
Foi só o que consegui pensar quando entrei na cafeteria e vi uma fila quilométrica para fazer o pedido. Isso porque eu estava exatamente dez minutos atrasada, dez minutos que virariam meia hora se eu tivesse que enfrentar aquela fila, não importa se meu pedido era para o dono daquele prédio, eu não tinha passe livre, mas eu tinha o Joe. O atendente que acenou pra mim com um sorriso, mostrando-me meu pedido já pronto no balcão de espera.
— Joe, você acaba de salvar a minha vida! — Disse entregando meu crachá a ele.
A cafeteria é conveniada da empresa, todos que frequentam aqui são funcionários da Archer e claro, convidados e estudantes que visitam todos os dias nossas dependências. Portanto, eu não precisava pagar em dinheiro, bastava que Joe encostasse meu crachá naquela maquininha, e os dois copos diários de café extra forte com dois quartos de leite cremoso adoçado com doce de leite e salpicado com canela, fosse descontado diretamente do meu salário. Ah eu disse dois, bem... isso porque o segundo era a porcaria de um café descafeinado.
Qual a lógica de beber cafeína... sem cafeína? Eu também não conseguia explicar.
Na minha cabeça é a mesma coisa que pedir água gaseificada... sem gás.
— Estão prontos desde às seis e quarenta e cinco em ponto. Esquentei quando vi você entrar correndo pelo saguão. — Brincou com um sorriso tímido de canto me devolvendo o crachá. — Sabe Anya, eu estava pensando se...
— Isso significa que tenho menos de cinco minutos pra chegar lá em cima. — Interrompi as pressas, pegando o combo de dois copos bem lacrados para aguentar a corrida. — Desculpe Joe, muito obrigado e até mais tarde.
Deixei o loiro de cabelos desgrenhados dentro da boina com logomarca marrom para trás. Agradeci pelo meu atraso, se não fosse isso eu teria que — Mais uma vez — explicar por quais motivos não posso me envolver com ninguém agora.
O motivo estava longe de ser algo relacionado a ele, pois admitia constantemente para Holly que Joe era um tremendo de um gatinho, mas seu estranho interesse em mim veio em uma época inoportuna. Estou no último ano da faculdade, minha vida está uma loucura com as penúltimas provas se aproximando e um TCC para começar a pensar, e esse dilema precisava ser resolvido nas minhas poucas horas vagas, pois, na maior parte do meu dia eu me encontrava aqui, dedicando minha disposição e tempo para organizar — e ser uma agenda viva. — , de Cohen Archer.
Ninguém menos, ninguém mais que a mente brilhante que move essa corporação iniciada pelo seu aposentado pai, que viu seu império multiplicar em incontáveis dezenas, talvez centenas de vezes depois que Cohen começou a administrar tudo. Não é um fato incomum saber disso, sua vida está estampada em todas as colunas e tabloides de fofoca, sejam elas com manchetes de "Bilionário solteiro mais cobiçado de Seattle" a "CEO implacável inova mais uma vez no mercado tecnológico."
Ele está em todas!
No começo foi estranho ver o rosto do meu chefe em todas as esquinas e páginas de fofoca que surgiam no meu feed. Era só abrir uma rede social e ele estava lá, ao lado de grandes empresários, modelos e até mesmo os donos das redes sociais, já que a corporação Archer atua na evolução desses aplicativos. Tudo bem que parte dessa exibição constante e exagerada tem a ver com os algoritmos devido as minhas pesquisas em todos os meios possíveis para estar por dentro dos planos de lançamento e expectativas de eventos que sim, eu precisava marcar presença.
São esses pequenos detalhes que garantem minha permanência irrevogável na vaga de secretária pessoal de Cohen Archer há quase dois anos, graças a um estágio da faculdade que me agenciou na empresa terceirizada que empregam os funcionários da corporação Archer. Uma vaga nada planejada e confesso, até um pouco movida pela sorte, já que de última hora, tiveram que mandar alguém para cobrir a última secretária demitida por ele e eu coincidentemente estava na sala do gestor preenchendo meus requisitos.
Sinceramente eu não sei o que Archer viu em mim, já que meu primeiro dia foi um completo desastre, afinal, o que uma estudante de publicidade sabia sobre algoritmos? Nada! Mas, eu tinha um copo de café extremamente doce na mão quando ele reclamou do seu que estava amargo, e consegui por suficientes quinze minutos melhorar seu humor até entender que minha única obrigação naquele dia, era não deixar ninguém entrar na sala dele, fato que eu impeço com meu próprio corpo e vida há quase dois anos, e minha principal ameaça a perder esse feito invicto estava bem ali, prestes a entrar na sua sala quando pisei meus pés no hall do andar presidencial.
Drizella Hummer, a modelo capa de todos os eventos de lançamento da Archer e claro, perseguidora nata de Cohen Archer.
Corri equilibrando os copos de café como se minha vida dependesse daquilo, e barrei a loira antes que ela conseguisse colocar seus dedos cumpridos e finos na maçaneta lustrada.
— Mas... de onde você saiu, porteira? — Perguntou com a voz estridente evidentemente irritada.
— Da vagina da minha mãe há vinte e três anos atrás. — Respondi afiada. Drizella fez uma careta. — Agora dá meia volta que nem eu entrei nessa sala ainda.
— Não até falar com o Cowl. — Contorci meu rosto com o apelido. — O Evento de lançamento da Archer está chegando e ele ainda não decidiu a paleta de cores, sabe o que isso significa? Que meu vestido ainda não está sendo confeccionado, e se por um acaso eu não estiver na paleta de cores da festa, a culpa vai ser sua.
— Nossa... — dramatizei minha entonação, encenando importância ao seu dilema. — Isso é um problemão, mas se nem eu sei qual é, então te garanto que o senhor Cohen sabe menos ainda.
— Para de ser cínica garota, e sai da minha frente. — Ordenou entredentes.
— Não, ninguém chega no Cohen se não passar por mim, já barrei muitos marmanjos, não vai ser seus um e setenta e seis de altura que vão conseguir. Volta mais tarde Drizella, o café dele está esfriando e se eu não estiver dentro da sala em cinquenta segundos, garanto que a paleta de cores vai ser bem fúnebre. Você não vai querer ir de pretinho básico vai?
Como se aquilo realmente fosse a maior preocupação da sua vida, a loira bufou e deu as costas, mas antes de entrar no elevador se virou de volta pra mim.
— Você é muito especifica com números e isso é assustador! — Reclamou, irritada não pelo fato, mas por talvez surgir efeito esperado.
— Sabe o que é mais especifico? Os centavos no boleto da minha faculdade, e acredite, eu gosto de ver os zeros no saldo devedor do mês depois que eu pago, faz os dezenove segundos que faltam para eu estar dentro da sala valerem a pena.
Drizella bufou mais uma vez e finalmente sumiu do meu alcance de vista. Suspirei recuperando a postura e finalmente me vi de frente para a porta exageradamente grande e assustadoramente preta e cinza espacial em um único detalhe de recorte da curva de Hipérbole em que brilhava tanto quando lustrado, que mais parecia um espelho. Esse mesmo design estava nos logotipos espalhados pelo prédio inteiro e qualquer coisa que tinha como criador e desenvolvedor, o nome Archer.
— É o seu recorde de quase atraso. — Despejou Cohen assim que entrei na sala. Ele estava digitando algo em seu notebook e os olhos nem se deram ao trabalho de me fitar. Agradeci, pois eu ainda estava acelerada pela corrida nada comum para uma sedentária assumida.
— Não seria se não tivesse que barrar a entrada da senhorita pavor por cálculos. — Respondi caminhando diretamente para o bar-café da sua gigantesca sala, onde abri seu copo térmico e despejei o pobre do café descafeínado em uma xícara, agradecendo por ainda estar quente. Em seguida, abri o meu e com a ajuda de uma colher descartável, misturei uma única colher no seu e caminhei com uma habilidade aprimorada de caminhar enquanto equilibrava uma xícara cheia até a boca.
— Eu ouvi. Isso me lembra de pedir para colocar acústico na porta, odeio aquele apelido! — Murmurou pegando o café da minha mão e bebericando, para então praticamente gemer aprovando o gosto da bebida. Cohen olhou por cima dos cílios e piscou, sorrindo ainda que seus lábios estivessem novamente encobertos pela porcelana branca.
Não preciso dizer que já tive sonhos bem quentes com esse mesmo sorriso prazeroso, mas encoberto por outra coisa.
Sacudi meus pensamentos começando a recolher os papéis espalhados pela sua mesa e enfileirado do seu lado, separando o que era lixo do que eu precisaria para ser lançado, dado baixa e agendado.
O fato é que a fama de Cohen não dependia somente do seu império e nome, ainda que ele não tivesse esses bônus, continuaria sendo um gostoso. Lembro da primeira vez que dei de cara com ele, vergonhoso é pouco para resumir esse encontro, pois pela primeira vez na vida eu esqueci como falava, eu esqueci meu nome, esqueci como andava. Tudo o que eu via eram incríveis íris negras que me fitavam debaixo de linhas endurecidas. Eu só não sabia que aquele era o Cohen CEO, propositalmente intimidador. Com a convivência, conheci aos poucos um homem ainda jovem que precisava usar suas artimanhas a seu favor, e para somente alguns, mostrava sua veia de humor presente atrás desse sorriso que poucos tinham acesso.
É claro que também não me lembro de como o conquistei, mas creio que foi quando admiti para mim mesma, que Cohen Archer era meu chefe, e uma linha invisível que limitava meus interesses foi estabelecida. Bem, pelo menos era nisso que eu acreditava, me comparando com as mulheres dando em cima dele, e o tratamento que elas recebiam. Cohen é maleável, e como disse, até sarcástico quando quer, mas é preciso saber que quando seu modo CEO estava ativo, seu fodido profissionalismo era quem respondia por ele.
— Não é tão ruim, se não fosse pelo fato de que seu nome é curto suficiente para não ser apelidado.