Bodas de porcelana
ereira, professor de história em uma das tradicionais escolas da cidade, e Helena São José Pereira, sua mãe, uma distinta dona de casa que esco
filha, por quem tinha grande estima. Os divertimentos aos finais de semana eram na casa dos seus avós paternos, que residiam em uma cidade vizinha. O que Sônia mais gostava de fazer era de estar na companhia dos anciões da família, recebendo os seus doces conselhos e carinhos. Aos domingos, pela manhã, eles iam à missa agradecer a Deus pelas bênçãos recebidas. Uma família de vida
ntão ela sentiu que deveria ser o apoio da mãe, tendo que estar forte por ela. Em um ano, suas vidas tinham se transformado bruscamente, e levou um tempo até que Helena se recuperasse da dor que a falta do seu amado lhe causava. Tudo naquela cidade o lembrava, fazendo com que Helena sofresse, e foi então que decidiram que era a hora de
era pensando nela e em sua felicidade. Sabia que não importava o quanto ela crescia, sempre iria vê-la como a sua pequena princesa indefesa. Dois anos havia se passado, quando Helena abriu a primeira loja de doces finos em sociedade com a sua prima. Sônia foi para uma nova escola, onde conheceu Jonas. Ela nunca tinha acreditado em amor à primeira vista até conhecer o garoto por quem se apaixonou e que veio a se tornar o seu esposo, companheiro de grandes aventuras e descobertas. Nunca, nem mesmo em seus sonhos mais loucos, imaginou vivenciar experiências até então desconhecidas por ela. Tudo aconteceu inesperadamente. Sônia estava sentada na arquibancada da quadra de sua escola na companhia de sua mais nova amiga, Susan, que havia insistido que ela a acompanhasse para assistir a uma partida de futebol onde Isaías, um dos garotos que compunha o time e por quem Susan estava apaixonada, jogaria como titular naquele dia. Mas o que Sônia não imaginou era que naquele fatídico dia, quando ela quis apenas fazer uma gentileza a uma amiga, ela veria Jonas pela primeira vez. O garoto que mexeria com todos os seus sentidos, muito mais do que ela gostaria. O moreno com o corpo magro, ideal para a sua idade, olhos castanho-escuros e cabelo com grandes cachos levemente bagunçados prendeu totalmente a sua atenção, como se ela estivesse hipnotizada. Talvez ele tivesse o poder de hipnotizar quem atravessasse o seu caminho, já que era um garoto bonito, sensual e elegante, popular entre os seus amigos. Ninguém estava imune a Jonas, e Sônia também não estaria. Com os olhos cravados sobre o jovem rapaz, que conversava animadamente com alguns dos companheiros de time, Jonas estava alheio ao olhar de cobiça de uma jovem garota que sentia o seu coração bater acelerado, suas mãos transpirarem, e uma vez que estava muito ansiosa, o ar lhe faltou e um frio percorreu dentro de sua barriga. Uma sensação gostosa, como ela nunca tinha sentido, tomou conta de seu corpo. Sem que ela tivesse se dado conta, um pequeno sorriso de satisfação se formou em seus lábios, m
iu proferir, e naquele momento Sônia se deu conta de que Jonas não só tinha o poder de invadir os seus pensamentos, como também de roubar o seu ar, as palavras e qualquer sentido que pudesse comprovar a sua existência. - Eu preciso ir... - Atordoada, ela se virou para sair da frente do jovem que perturbava os seus pensamentos. - Não, está sangrando. Ela se vira e o encara de maneira inquiridora e, por alguma razão, percebe que ele estava mentindo. - Você está mentindo? - perguntou, incrédula, e ele só deu de ombr
o pedido de desculpas, eu quero te fazer um convite. Você aceita tomar um sorvete comigo? - Sonia o fitou, espantada. Ela nunca sequer sonhou passar por um momento como esse, mas após pensar por alguns minutos ela acabou recusando. - Você não precisa fazer iss