CIDADE CINZA
solidão podia doer, digo, doer dentro
te a boca, observando o fim da madrugada ainda escura por sob a imensidão de floresta que me rodeava começava a perder
am morrido ainda na minha infância, os pais do meu pai que também não possuía irmãos tinham falecido enquanto ele ainda era adolescente. Há quatro anos
portava. Uma pena era ter sido criada religiosa demais. O medo de ser condenada ao i
no mapa como uma cidade de verdade me fazia sentir angustia e ódio. Mas o pequeno povo
quer que fosse o plantio. Nisso, o pequeno vilarejo se formou e ganhou fama aos arredores, ousando dizer que muitas pessoas vinham até da capital
tizado pelo nome de Alvorada. Mas um tempo depois o
Sênior, e ele ainda era lembrad
tomou para si todas e quaisquer terras (que não eram poucas) de toda a região, e fez tudo a base da violênc
que chegara ali, mudou-se assim o nome para Alvorada das A
s aqueles anos, todas as pessoas na cidade ainda dependiam del
eto de Sênior, mas Joaquim Rodrigues era c
conhecidos nacionalmente como realeza do gado, milhares de pessoas viajavam até ali para os l
mem que agora eu d
r os estudos, e como em Alvorada só oferecia até médio completo para fazer uma faculdade teria que sair dali coisa que poucos co
das não poderíamos pagar com Joaquim, tínhamos nos mudado para a cidade vizinha chamada Vil
uma quantidade maior de turistas que se aventuravam pelo Pantanal, mas o número não era tão grande quanto papai pensava. A pensão não tinha g
que o futuro nos guardava, tinha o pego chorando uma porção de vezes e em todas ele me pedia perdão por ter nos coloca
até chegar à casa do vizinho mais próximo precisava da ajuda de alguém, já que éramos tão pobres que não poderíamos pagar
urou a cova no fundo do casebre para que enterrássemos, pertinho do riacho, onde ele gostava de
ntrei na casa iluminada apenas por uma lamparina em cima da mesa perto do fogão a lenha, abri a pequena gaveta do armário velho pegando o revólver antigo do meu pai. Eu tinh
e soou na entrada e log
çando com medo. Ele subiu meu rosto segur
ndo acalmar as coisas, me perdoe por n
le vai me ma
ele travou a mandíbula e sussurrou. - Pare
a pior que e
entender, Joaquim quer que
e meu estômago se embrulhar. - Me mate! Por favor, Vicente, faç
nto me encarava. - Você sabe muito bem o motivo pelo qual eu tr
a, eu sei. -
conseguir a confiança daquele verme para conseguir matá-lo e ficar com tudo que é dele
ocê Vicente. Não suportaria ter que m
iro e único homem, nem sequer quero imaginar você sendo tocada por aquele maldito, nunca deixa
entindo o arrepio de me
odo o meu plano cai por terra, eu não suportaria v
tenho onde ir, não tenho
il reais aqui, é o suficiente para que você consiga ir para longe, e se instale por um tempo, você é in
ir? Como você
i, Joaquim mandará te procurar nas cidades próximas, por isso nem des
Ok
e as Almas ser conhecida, e quando o fizer você vai sabe
ou co
Vila do Sol para o primeiro ônibus que sai às seis para Campo Grande, de lá você decide onde
não via desco
que só voltarei hoje no início da manhã, armei isso pa
o ouvi o ba
por isso devemos nos apressar, Joaquim precisa p
colocando meus três melhores pares de roupas, algumas blusas de frio e a única foto da minha família.
oisas com uma mão e com a outra entrelaçou com a minha enquanto sa
ficara lá, com a porta de madeira escancarada, a lamparina acesa sobre a mesa, a lenha ainda aquecendo o fogão com o bule e minha caneca de café inacab
im, era autorizado a andar em uma 4x4 de última geração, o que nos permitiu uma fuga rápida. Assim que chegamos a cidade vizinha o céu estava clareando, e o ônibus que i
do bolso e dessa vez me deu orientando a tomar cuidado. Depois que tirei uma nota de cinq
ez não cair no choro quando ele acariciou minha bo
men
- Agradeci o abraçand
curvou abrindo a porta da caminhonete. - Não
violão nas mãos. - Espero que consiga se vingar. - Mordi os lábios. - Adeu
vezes, mas apesar de estar com fome eu me recusei a descer me lembrando das p
lanchonete, fechei os olhos e meus pensamentos voltaram para o dia
meu aniversário de dezenove anos, es
rio que o rondava, sua aura pesada e suas palavras sempre ca
om um sorriso encantador, mas esse quase nunca aparecia, sua f
ada para justamente trabalhar para Joaquim. Só entendi o motivo depois, em uma das muitas tard
ha e ordenado que não chorasse, segurasse a respiração para evitar barulho e só saísse dali quando os homens maus fossem embor
m todos que não podiam lhes pagar, cobraram levando a vida. Após ver o assassinato dos pais tão de perto, jurou a si me
a cidade Miranda, onde tinha passado toda a vida arquitetando a hora certa para voltar, e agora com seus vinte e cinco an
s juntos, nadando e sendo confidentes um do outro, eu contando sonhos que provavelmente nunca se re
r liberdade com ele que me olhava com admiração e não se fazia de rogado em me elogiar aumentando cada vez mais minha autoestima.
oso. E todos os outros também. Duas semanas depois eu tinha e
r diminuir nossos encontros a tarde no rio e transferindo-os para uma ou duas vezes durante a semana quando ele pulava a baixa janel
dele que me amava em palavras, mesmo ele gostando quando eu o dizia, o que ele tinha feito por mim nessa manhã provava que independente de palavras ele me amava. Estava arris
de, desci e esperei pacientemente para que meu violão a
não podia correr o risco de ser roubada. Fora do banheiro andei pela rodoviária e me sentei numa lanchonete antes de me decidir para onde finalmente seria me
na parede analisando possíveis lugares quando um
undo, Nando. Você vai de
mãe repetia o desejo de um dia conhecer. Sem mais dúvidas, sabendo que era longe e grande o bastante, indo r
menina? Ele perguntou aje
e com fé. Assim como o tal Nando, eu rezei