Poeira das Vidas
oaçava entre suas pernas magras e claras. A mão direita segurava com bastante força o pequeno urso de pelúcia fazendo com que os nós de seus dedos c
sol ainda é noite" ela pensou, e quis voltar a dormir. Rolou em sua cama, mas outro grito invadiu seu amplo quarto recheado de bonecas, tapetes e a presença de um piano de médio porte. Já assustada levantou-se com o urso na
. Viu o vulto de cartola cinza e casaco bege se virar para ver a mulher no chão. Eles estavam um do lado do outro então ele apenas precisou se virar para olhá-la. Era o s
mo ao casal. Tomando coragem, apertando seu urso que ganhara no último natal, correu do quarto e desceu os lances da escada de madei
u a porta que estava
. Ela então gritou pela mãe. Silêncio. Chamou pelo pai. Silêncio. Então ela gritou com toda
tiu o choro vindo, mesmo que não quisesse chorar. O sol chegou e co
guns dias ela brincava com as primas após o almoço de natal e caíra feio. Esfolara e cortara o joelho no cascalho e saíra muito sangue. O cheiro era forte e ela perguntara a mãe o
esfolado alguma coisa? Colocou Pedrinho, seu urso, no chão e meio vacilante foi até mais perto, qu
horríveis. Os olhos dela eram sempre cheios de brilho e calor e agora pareciam frios e distantes. Nem quando ela se aproximou bastante
usar no jantar da última noite, sangue brotando de um pequeno furo. Mas ali não era onde ficava o coração? Ao menos
itado ali, com o rosto apoiado na barriga da mãe. Ele parecia dormir já que seus olhos estavam fechados. O cutucou com carinho no ombro, sabia que ele adorava os momentos
dissessem logo o que estava acontecendo, mas eles não diziam nada. Começou a chorar
as não era a mãe ou o pai, então ela
parecia vir de longe, ma
Sofia,
quase sempre assim quando aquela data se aproximava. Há
ldade na cama de dossel e cortinado branco, e
tava com o vestido azul escuro e penteado de coque habitual nos cabe
o que houve depois, eu.. bem... eu poderia parar de ter pesadelos.. – Mas Sofia sabi
chorosa. Ouvira você os chamar e estranhei a hora, por isso corri para ver o que estava acontecendo. Bem, ninguém estava preparado
Albertina estava tremendo e se
e depois? L
tir?! Luciano não encontrou nada nem ninguém
a sempre terminava da mesma forma. Quando mais nova chegou até a suspeitar que sua preceptora pudesse saber de algo além do que contava, afinal, por que fazia
Castro? Quem os matara friamente enfiando um punhal em seus corações? Por que todo mundo evitava conversar com ela sobre o que ela vira e passa
ança, eram só borrões e gritos. Com o passar dos anos eles foram tomando forma e nitidez, sendo que agora eles eram muito claros para ela que enxergava tudo como se estivesse de fora daquela realidade. Se via pequena, acordando, correndo, indo para perto dos pais, vivendo aquilo tudo como se fosse uma espectadora de uma grande tragédia teatral, apesar de ser capaz de sentir todas as emoções. Já algum par de anos o sonho ficara comple
a hoje terei que terminar minha maleta e ir pa
enquanto não houve troca de alianças nada está perd
então veremos. Vamos, me ajude com tudo não quero deix
lá que os responsáveis pela fortuna que herdara acharam melhor levá-la. Desde os cinco anos, passara a viver na capital do Brasil, país que ela nunca gostou e pouco admirava. Outra coisa que ela sempre questiona
pressiva. Odiava quase tudo em sua vida, o calor, os vestidos, as anáguas, o cheiro dos cavalos, os
Mas ela também, por mais que tivesse sozinha, era capaz de sentir uma presença perto de si, principalmente nestes instantes. Era como se quando ficasse mais triste, alguém se aproximava, e ela,
lado da vida. O jovem que orbitava seus passos era o grande amor de passados, que rico em imperfeições não quisera voltar a carne e tentar os acertos, assim sendo, preso ao sentimento profundo que os ligava, a cercava a cada instante, principa
amento em seu noivo, Paulo Henrique Bueno, jovem, rico, lindo, mas um tanto mal caráter. Ela sabia disso