DE TODAS AS DORES, O AMOR
seus sonhos. Conheceria uma garota, casaria com ela, teriam filhos... Aí lembrava que não tinha como fazer filhos numa mulher. A realidade batia como um soco no peito. Ti
, olhava e descobria, muito tr
o... fechava os olhos para reviver a cena, abria-os. Isso que era ser feliz? O olhar de Dóris ao encontro do seu, o rosto inclinado, a boca... Sim, isso sim é que era ser feliz!
início da aula, a gurizada aproveitava para pegar s
ia. A biblioteca, a sala dos professores, o salão de jogos (para dias de chuva) e o laboratório também eram nesse. No outro, as salas de aula. Entre os dois, os banheiros. Um anexo menor abrigava a cantina. Do outro lado,
livre. Chegou nelas e já foi se sentando ao lado da loura. Os jovens não têm a preocupação em d
friozã
nversar e Dóris, puxando
car. Vem - e deixar
o lado e viu que um grupo de meninas lhe encarava, soltando risinhos de canto de boca. Algumas eram suas colegas de aula. Fez uma carranca, como que
gou os livros e a bolsa sobre a mesa, pegou um giz, e começando a
obre dna e r
vir isso: trabalho em grupo. Debruçou-se sobre
que vou ficar de fora?", porque logo enxergava o colega gordo, dentuço e com óculos de fundo de garrafa, sentado bem na frente, quase lhe suplicando parceria; num outro lado, à janela, sua única colega negra, tão constrangida quanto Luca e o gordinho
uma aparência e comportamento inaceitáveis (a menina com jeito de menino). Apesar disso, o único vínculo dos três rejeitados era o de pertencerem à mesma série. Nunca abriam a boca para falar de si mesmos, de como se sentiam excluídos. Terminava a tarefa em grupo, acabava a afinidade. Cada u
anto estava deixando na cara que passava o recreio todo olhando para Dóris, que tentava ficar
a, enquanto tomava um refrigerante, com canudi
que
proximou-se e oferec
r um
olhar atravess
recisa - agradeceu, se
deixou escapar um
? - convidou Dóris, di
na cara daquela gente, mas descobriu-se covarde. Não sabia se defender. E não queria agredir ninguém, não a socos ou pontapés, queria saber dizer a palavra certa, porém não conseguia. Pouco a pouco foi se sentindo um capacho em que todos qu
o daquele jeito? "Ei! Você beijou a minha boc
a esperando o sinal tocar, avisando o fim do intervalo. Cara amarrada, de poucos amigos (literalmente), não interagia, mais. Fazia o que tinha de ser feito, obedecendo as instruções dos professores, e só. Mas ninguém su
rabo de cavalo. Luca também agiu com frieza, embora estivesse queimando por dentro. Entrou em uma das cabines; não conseguia nem fazer xixi direit
chinho" - falou uma delas. O ouvido de Luca aguçou. Dóris
m, tanto Dóri
pro meu lado, pra ver só uma coisa. Me
- apoiara
guenta - continuou a primeira,
menina que aquela
ses tipinhos que dão ab
as outras, em uníss
pia e a outra à cintura, encarou as meninas e fez um
u? - perguntou uma delas, c
de soltar muito veneno por suas bocas sujas, que esquec
ouvir um som baixinho, um tamborilar. Saiu da cabine e encontrou Dóris parada no mesmo
a para alguém? - pergunto
rguntou Luca, fe
ais alg
tindo um bicho, uma coisa. Precisava que justo a menina a quem
oração que estava ouvindo, ou o de Dóris? As suas amígdalas latejavam. - Por que
? Por causa desse tipo de coisa!
beijou! - Luca
Dóris. - Fala baixo - su
etou Luca, agora t
e fez um
ssim, parece que eu me prostituo! - As duas estavam ca
e você foi
ue todo mundo com quem eu
que as duas nem existiam. Lavou as m
m vergonh
É que... são os
debochou Luca. - Por que você me beijou? Foi
mão no rosto de Luca,
a linda. Adoro a tua voz - foi falando Dóris, enquanto se de
rezou. "Por favor, não para. Deus, por favor, fa
! E isso que você está me diz
o mulher! Viu? Eu sou muito
m "muito mulher", Dóris? O
do-se. - Mulher de verdade gosta de homem, ouviu? Então para de me
a ficaram verme
o quer ou
uberem! Ou, ou... - gesticulava nervosame
s de silêncio, ambas de ca
o, sem ninguém saber? Podemos
entendeu? Só... um... beijo - suspirou. - Chega que vim para
mania de beijar todo mundo na boca, en
ora, sim, as lágrimas de Luca desceram com tudo. Sem conseguir dar nenhuma resposta, saiu rapidamente do banheiro; passos pesados. Dóris levou as d
vera antes, lavando as mãos. Mascava chiclete, com a boca aberta, fazendo um som irritante. D
resmun
- disse Dór
endo que aquilo
nela que tinha de t
alou, num tom irônico. -
la garota imbecil (pois era bem isso
- Quase correndo, s
ltar de moralidade: "Só o que faltava, mesmo. Não bastasse uma, agora temos duas sapatas nojentas." Cuspiu o