Login to Lera
icon 0
icon Loja
rightIcon
icon Histórico
rightIcon
icon Sair
rightIcon
icon Baixar App
rightIcon
COMANDO DE FAVELA
5.0
Comentário(s)
5.5K
Leituras
9
Capítulo

Babi não nasceu em berço de ouro, m*l sabe onde nasceu. Foi criada pela tia e assim que a mesma adoece, seu tio sem condições para manter a tia e os primos, manda Babi morar com outra tia, só que na favela. Ao chegar Babi totalmente despreparada se encontra logo com JR, que comanda o morro.

Capítulo 1 01

Xxx: Ta olhando o que cadela? –Ele gritou bem alto e nervoso. Olhando pra mim com sangue nos olhos. Literalmente.

Meu coração disparava e eu não conseguia tirar o olhar do menino morto no chão, sim menino. Não deveria passar de 15 anos.

O homem com cara de marrento, ogro veio para cima de mim, enquanto dois homens que o acompanhava segurou nos meus braços.

Xxx: A cachorra tem nome? –Eu engoli em seco e não conseguia achar palavras pra poder respondê-lo. Ele passou com aquela arma quente na minha pele que suave e eu senti um nó se formar na minha garganta.

Yyy: Responde o chefe piranha. –Um dos caras me sacudiu com força.

Babi: Baab... Bárb... Bárbara. –Assim que consegui pronunciar meu nome eu comecei a implorar pela minha vida-. Me perdoa, eu me perdi, desculpa. Eu não vi nada, prometo.

Xxx: Eu quero saber por que tem piranha nova na área e eu não to sabendo nessa porra?

Zzz: Bárbara não me é estranha. –Ele pegou no meu rosto e me fez olhar nos olhos negros dele.

Xxx: Faz o seguinte, Dog leva a piranha lá pra boca. Piu-piu limpa tudo aqui que eu vou colar no meu barraco e já vou pra boca resolver com a puta. –Engoli em seco e fiquei calada, não queria arrumar problemas e acabar morta.

O tal de Dog me puxou com força pelo braço, mal deu tempo de agarrar minha mochila que tinha caído no chão, minhas duas malas eu não consegui pegar e nem dava. Que merda de lugar que eu fui me meter? Por que eu não fui cuidar da minha vida na cidade mesmo? No momento senti tanta falta da simplicidade do sítio onde eu morava.

Babi: Menino, por favor, eu não vi nada. Juro pra vocês, me deixa quieta. Ou me manda embora, eu juro que nunca mais piso aqui. –Implorei pela minha vida enquanto ele me arrastava morro acima, as pessoas na rua olhavam rapidamente e fingiam que eu era um fantasma ali.

Dog: Cala a boca porra e engole esse choro. –Ele entrou comigo dentro de um barraco cheio de noiado dentro e com um cheiro horrível. Ele me jogou dentro de uma salinha e tirou minha bolsa. O Dog saiu e bateu a porta.

Me encolhi no canto chorando muito e rezando para que eu saísse dessa viva.

O tempo ali era agoniante e inquietante. Nem tentei mexer na porta e fiquei encolhida em um canto chorando.

O tal chefe entrou na sala com a arma na mão e só pelo o olhar assassino dele meu coração gelou. O Dog veio logo atrás, fechou a porta e me levantou do chão com força me segurando.

Xxx: Eu quero saber e tu vai falar agora, se não eu estouro sua garganta. –O Dog me soltou e ele segurou com força-. Quem foi que te mandou subir? Foi o Playboy caralho? –Ele me sacudiu pela gargante e as lágrimas rolaram quentes pelo meu rosto.

Babi: Eu juro que não sei de nada, eu não vi nada. Eu nem conheço vocês. –Implorei.

Começou uma gritaria do lado de fora.

Xxx: Mas que buceta é essa aqui? Dog vai ver o que ta pegando lá fora! –O Dog abriu a porta e um cara entrou juntamente a uma menina. Era o meu primo Pedro e a Fabi, graças a Deus.

Pedro: Larga ela JR. –Ele peitou o que me segurava e o empurrou pra longe de mim-. Ta louco mermão? Ela é minha prima.

JR: Tua prima? E por que ela estava andando perto do microondas? –Ele me encarou ainda com olhar assassino e eu gelei encostada na parede. A Fabi me olhou e me abraçou forte.

Fabi: Graças a Deus, prima, desculpa. –Eu abracei sentindo meu coração ir na boca e voltar.

Pedro: Eu mandei a Fabi descer pra buscar ela, avisei para os manos deixarem a Babi subir. –O Pedro soltou o JR que se acalmou.

JR: Sabe muito bem que o morro não é bagunça, eu quero que tudo passe por mim antes. Quem sobe e quem desce. Quem entra e quem sai. –Ele falou circulando pela sala e parou o olhar em mim-. Ta suave mano, tira a mina daqui. To estressado.

Pedro: Ficou loucão de se meter com a filha do Lula? –O JR arregalou os olhos para o Pedro.

JR: Só tira essa mina da minha frente. –Ele falou sério me fitando. Eu nem sabia o que dizer.

Fabi; Vacilo com a mina JR. –A Fabi me pegou pelo braço e me tirou dali. Assim que saímos do que imaginei ser a boca, uma fumaça penetrou minhas narinas. E quando olhei pra fogueira no meio da rua vi que era minhas malas.

Babi: São... São as minhas coisas? –Disse desesperada-. Fabi! Minhas coisas. –A Fabi me segurou. Uma garota loira me encarou rindo.

Fabi: Precisava disso Raelly? –Ela gritou pra menina.

Raelly: Ordens do meu chefe. –Ela sorriu.

Pedro: Rata que porra é essa? –O Pedro apareceu e empurrou a Raelly.

Raelly: Ta me tirando porra? –Ela olhou puta pra ele.

JR: Já chega nessa porra! Meu morro não é bagunça. –Ele apareceu e separou o Pedro da Raelly.

Babi: Minhas coisas. –Soltei-me da Fabi e tentei puxar minhas coisas do fogo, mas era impossível. Perdi tudo.

Pedro: Fabi leva a Babi daqui agora porra!

Fabi: Pode deixar. Vem prima, isso é briga de cachorro grande. –Ela me segurou forte pelo braço e me carregou descendo o morro até uma casa de 3 andares-. A gente mora no segundo andar, bora! –Ela subiu na frente, olhei pra trás e ainda dava pra ver a fumaça vindo da boca. Subi as escadas atrás da Fabi e entramos na casa dela.

Fabi: Mãe! Trouxe a Babi.

Patrícia. Graças a Deus minha filha. –Ela me abraçou forte-. Ainda bem que nada te aconteceu, desculpa por esse susto. As coisas vão melhorar.

Fazia muito tempo que eu não via essa minha tia, na verdade eu até tinha esquecido da existência dela. Mas o abraço dela foi tão reconfortante, me senti no abraço de uma mãe.

Babi: O pior já passou. –A Fabi veio com um copo de água e me entregou.

Fabi: Olha prima, só tinha no táxi aquela caixa com suas coisas. O restante foi tudo!

Patrícia: Como assim?

Fabi: A cachorra da Raelly mãe!

Patrícia: Fabiana!

Fabi: Fabiana nada! Aquela vagabunda vai me pagar. Queimou as malas da Babi só porque o otário do JR mandou.

Babi: Eu dou meu jeito.

Fabi: O caralho, o JR vai pagar tudo mano! Ah se vai.

Babi: Não pelo amor de Deus. –Pedi. Não queria mais encrenca.

Fabi: Babi aprende uma coisa, aqui é uma selva. Se você ficar ai com essa cara de sofrida nego vai te devorar. Sofrimento pra mim é câncer e eu to indo lá atrás do JR. –Ela saiu da casa batendo a porta atrás de si.

Patrícia: Olha Babi, vamos fingir que esse dia morreu.

Babi: Tudo bem.

Minha tia me amostrou meu quarto que era o antigo quarto do Pedro, era pequeno e simples, mas dava para o gasto. Eu não tinha muita coisa mesmo, na verdade eu não tinha nada mais.

Deitei na cama e fiquei pensando em como minha vida se tornou nessa loucura de uma hora pra outra. Minha tia Deise sempre teve problemas no coração, de um tempo para o outro piorou. Como ela e meu tio não tinham muito para se manter, mais ainda as despesas da casa, eles resolveram me mandar pra cá. É chato você ter que depender de alguém. Mas eu vou fazer minha faculdade, trabalhar e sai daqui quanto antes. Essa loucura não combina comigo. Meu coração não aguenta mais um dia como esse. Traficantes, favela...

Hoje era sexta-feira e que sexta viu! Levantei da cama, abri minha caixa e comecei a retirar o conteúdo. Eram coisas simples: apenas fotos e alguns objetos decorativos de grande valor pra mim. Infelizmente nessa de queimar minhas coisas, meu celular foi junto. Então perdi meu contato com as pessoas da minha cidade anterior. Ainda bem que tinha minhas redes sociais né.

Estava toda suada, cansada e com a cabeça latejando. Sai do quarto e procurei minha tia pela casa. Assim que a encontrei, pedi um remédio pra dor de cabeça e ela me deu uma roupa da Fabi pra mim tomar um banho e me trocar. Tomei um banho rapidinho, a casa não era minha né, coloquei a roupa da Fabi que coube certinho e era um pouco curta rs

Narração por JR.

Eu estava estressado e essa mina Babi acabou entrando na minha mira. Por pouco ela iria para o saco junto com o informante que o Playboy colocou no meu morro. Essa porra é minha! E filho da puta nenhum toma.

A Raelly e o Pezão estavam se bicando, não gosto dos meus fiéis nessa treta sem pé nem cabeça.

Pezão: Te orienta em Rata, que quando eu te pegar não vou ter dó.

Rata: Te orienta Pezão, passa reto por mim no morro. –Ela subiu na moto e saiu puta.

JR: A loira é bolada sabe como é.

Pezão: Pau mandado seu.

JR; Eu mando e vocês obedecem.

Pezão; Você é o chefe, mas tem que pensar mais. A Babi tem cara de mina de favela?

JR: Babi quem?

Pezão: A mina porra! –Eu ri e descemos para o barzinho juntos.

JR: Foi mal mano, não vai acontecer de novo.

Pezão: Espero caralho. –Estava na primeira gelada com o meu parceiro quando a Fabi chegou. E tomou a atenção para ela de todos os homens que ali estavam.

Fabi: Qual é a tua em JR? –A donazinha colocou a mão na cintura e parou entre mim e o Pezão.

Pezão: Nem me meto.

JR: Qual foi Fabi?

Fabi: Eu quero saber o que você vai fazer pra repor as coisas da Bárbara.

JR; Nada é muito pra você? –Debochei.

Fabi: Não me tira não porra!

JR: Fabi abaixa comigo.

Fabi: Com você não dá.

Pezão; A gente ajeita isso em casa, Fabi.

Fabi: O JR errou, ele vai pagar pelas coisas dela.

JR: Já é, cadê a mina. Eu resolvo com ela e não contigo.

Fabi: Bárbara não é Rafaelly que vai lamber na sua mão, ela muito menos já se meteu com gente que nem a gente.

JR: O que tu quer que eu faça porra? Ela chegou na hora errada e no lugar errado.

Continuar lendo

Você deve gostar

Outros livros de Anny Karollayne

Ver Mais
Capítulo
Ler agora
Baixar livro