Login to Lera
icon 0
icon Loja
rightIcon
icon Histórico
rightIcon
icon Sair
rightIcon
icon Baixar App
rightIcon
Predestinada série destino. Onde monstros e lendas são reais.

Predestinada série destino. Onde monstros e lendas são reais.

Talita Ferreira

5.0
Comentário(s)
1.2K
Leituras
5
Capítulo

Rana é uma jovem determinada que luta para vencer a desigualdade social. A muito custo consegue uma bolsa de estudo em uma universidade no Alasca. Apesar dos protestos da mãe que a tinha como arrimo de família, ela parte para essa jornada. Tudo parecia um sonho até que o seu caminho cruza com um desconhecido e ela descobre que bruxas, vampiros e mortos vivos são reais. E por mais que ela queira se livrar das trevas, o estranho motoqueiro a reivindica como sua companheira predestinada. Será que Rana terá forças para lutar contra o destino e a teimosia de um lobo alfa?

Capítulo 1 O peso da desigualdade.

As lágrimas desciam pelo rosto da jovem que observavam as nuvens ao lado de fora da janela do avião.

Por mais que tentasse, não conseguia esconder o misto de alegria e tristeza que assolava o seu coração, já que realizava o tão sonhado sonho de estudar e ter uma carreira. Desde cedo aprendeu que tudo na vida tinha um preço e as escolhas feitas no passado que forjam o futuro.

Desde as mais tenra idade aprendeu que o preço a ser pago para romper com o ciclo de pobreza de sua família era o esforço e dedicação.Por isso passou a sua infância subindo e descendo os escadas do morro para vender os sanduíches feitos por sua mãe e avó na praia para pôr o pão na mesa.

Cresceu fugindo do assédio dos turistas e dos traficantes do morro que viam na jovem somente sua beleza exótica. Hana era dotada de uma beleza rara, era uma negra de olhos dourados e cabelos cor de mel cacheados que lhe caiam pelas costas, seu corpo era cheio de curvas delicadas, um convite para luxúria dizia os homens que eram repelidos por ela.

As memórias assolaram sua mente ao se lembrar do sofrimento para estudar e trazer o dinheiro das vendas para casa. Graças a Dona Neide podia estudar e guardar suas coisas no quiosque.

A velha professora aposentada ajudava a menina nos estudantes, lhe auxiliando na educação. Graças a ela, Hanna conseguiu uma bolsa de estudo em uma escola particular de elite no centro do Rio de Janeiro e era ela que bancava o transporte e material escolar da menina. Hanna não se fez de rogada, ganhando uma bolsa de estudo no exterior por seu desempenho nas olimpíadas de matemática.A jovem lembrou com carinho de Dona Nice que por muitos anos lhe fez a vez de mãe já que a sua própria era uma mulher egoísta e amargurada.

A jovem com tristeza se lembrou do último dia na casa materna.Arrumava a mala para viagem quando sua mãe rompeu a porta com o pastor e seu filho.

_ Minha filha, o pastor quer falar com você.Hanna olhou para o homem e com voz forte falou:

_ Não tenho tempo a perder contigo.O homem não se fez de rogado e falou:

_ Deixe eu ter uma palavra com a menina.Hanna olhou para aquele homem e sem se importar passou por ele, evitando ficar sozinha com ele já que sabia que o homem tinha fama de abusador.

_ Pare com essa loucura de ir embora. Meu filho muito lhe estima e eu também.Hanna estava preste a responder quando sua avó saiu de trás do pé de fruta e falou:

_ Vou lhe dar cinco minutos para sair daqui ou vou soltar o Bento em ti.Bento era um cão bravo da família e o homem não se fez de rogado sumiu quintal abaixo se despedindo da ovelha.

Hanna olhou o rosto amado da avó, que de todas as pessoas de seu meio familiar foi a única que lhe deu apoio, a incentivando a seguir o seu caminho.

_ Vá arrumar suas coisas e não se esqueça menina a vida é dura para quem é mole, não se deixa bater pelas dificuldades ou pelo bico de sua mãe e seus irmãos, já é hora de eles tomarem rumo na vida e você o seu, vá e traga esse diploma para esfregar na cara de todos que duvidaram de você minha querida.Disse a velha de cabelos brancos abraçando a neta amada dando a sua benção para aquela aventura.

Teresa, a mãe da jovem, observava pela porta com um olhar cheio de mágoa, sentindo-se traída com a decisão da filha de deixar o lar para cursar uma universidade no exterior.

_ Já falei para sua avó que isso é bobagem. Você poderia muito bem ficar aqui no Brasil e ajudar a criar os seus irmãos, ou melhor, se casar com o filho do pastor Netinho.

O coração de Hanna se encheu de raiva pelo egoísmo da mãe, que acreditava ser responsabilidade dela prover pela família ou ser obrigada a se casar com um homem 20 anos mais velho do que ela.

_ Para de bobagem Teresa, a menina tem o direito de seguir a sua vida e você está mais do que na hora de sair daquela igreja e começar a batalhar pelo pão. Os meninos já estão vendendo sanduíches na praia e alguns já conseguiram um trabalho no quiosque somente você que fica dia e noite naquela igreja em vigílias infernais que nunca acabam. Pare com esse drama, a menina já está decidida, ela vai cursar a universidade e ter um diploma.

Disse vó Maria irritada indo até a filha puxando pelo braço a levando para longe, continuando a sua reprimenda.

Tonico observava a irmã com os olhos assustados pela primeira vez, sentia medo pela falta da irmã.

_ Vai embora?

Perguntou o rapaz com 16 anos sentindo a angústia de ser um novo líder da família.

Hanna foi até ele segurando as suas mãos o puxando para perto de sua cama, sentando sobre o colchão surrado e falou:

_ Meu irmão, eu vou por vocês para que todos possam ter uma oportunidade de vida. Vovó sabe que faço isso por todos nós e que mamãe não entende, eu lhe peço meu irmão, siga meu exemplo, estude tenha uma profissão para que você possa também ter um futuro diferente da pobreza que nos cerca.

Tônico enxugou as lágrimas e olhou para a irmã que sempre foi seu exemplo e o braço forte daquela casa e tocou no rosto dela abraçando em seguida.

_ Consegui a vaga de pequeno aprendiz lá no Plaza hotel, mas mamãe não quer que eu vá, porque diz que é coisa do demônio.

Irritada, olhou para o menino e segurou suas mãos:

_ Deixa as bobeiras de mamãe para lá, faça as suas escolhas longe das crenças perturbadas dela, escute meu irmão é uma chance ótima, você tem um inglês fluente e não deve jogar fora essa oportunidade pelas asneiras de nossa mãe.

_ Não sei, mas eu tenho medo da reação dela.

Teresa transtornada olhou para o filho como se estivesse sendo traída e falou:

_ Fale estrupício!

A mulher nervosa as costas do rapaz que tremia com a descoberta que ela tinha ouvido parte da conversa.

Vó Mariazinha irritada, segurando um cesto de roupas secas cheio que havia tirado do varal. Marchou para junto do neto.

_ Tonico conseguiu um bom emprego e está com medo de aceitar devido à loucura de minha mãe.

Falou Hanna, sem se importar com o rosto transtornado de Teresa a sua frente.

_ Fale meu filho, o que você conseguiu?

Perguntou a idosa ao neto que tremia de medo.

_ Lá no quiosque vó o dono do hotel Plaza me viu conversando com um dos gringos e me ofereceu um emprego de pequeno aprendiz na portaria, já que graças ao meu estudo da língua inglesa consegui ter fluência.

Avó abraçou o menino feliz e sorrindo falou:

_ Tenho tanto orgulho de vocês meus netos queridos o que está esperando aceite este emprego.

_ Essa língua é coisa do diabo.

Gritou Teresa sendo repreendida duramente pela mãe:

_ Pare de loucura, sua maluca diabo é viver dia e noite enfiada em uma igreja e esquecer das suas obrigações com a sua família.

_ Vá, menino, aceite esse emprego com a minha benção.

Teresa saiu transtornada para o quintal e Tonico olhou para avó abraçando com carinho.

_ Escute meu filho, a vida é dura para quem é mole e não tem atalho não menino, é só com trabalho e muito estudo que vencemos na vida. Aceite que o fruto do teu estudo já abriu portas, então vá e aceite esse emprego hoje mesmo.

Disse a velha batendo nas costas do menino o colocando para a rua, Tonico saiu como uma bala descendo os, escadas em busca do orelhão no pé do morro.

Hanna observava feliz o irmão descer as escadas e com tristeza via a mãe a murmurar no quintal. Doía o seu coração em deixar a mãe naquela situação, era por ela que estava indo, era por todos eles. Pensava Hanna observando os irmãos nos beliches que calados observavam a cena com os corações apertados.

_Escute menina, pare com isso, vá sem medo, enquanto houver força nesses velhos braços e vida nesse corpo essas crianças estarão encaminhadas, tenha certeza que estou olhando por todos até pela maluca da tua mãe entendeu.

Falou a idosa determinada.Ela era rocha da família, nada abalava aquele coração e a sua fé inabalável em Deus era a que movia na direção correta.

Continuar lendo

Você deve gostar

Outros livros de Talita Ferreira

Ver Mais
Capítulo
Ler agora
Baixar livro