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Lirisfe

O livro de Lirisfe(1)

De novo Eu

De novo Eu

História
5.0
Quando comecei minha caminhada Cristã eu estava como a ovelha perdida à espera de seu pastor, lembro-me daquele domingo, era um domingo de frio um pouco de garoa, acordei e primeira coisa que fiz foi checar minhas redes sociais, elas eram meus Deuses, quando abro os Story me deparo com uma igreja alegre, uma sala Kids. “UAU”, logo entrei no perfil dessa igreja e no final daquela tarde teria um novo culto, e eu precisava participar, conhecer aquilo. Ao chegar na igreja deixei as crianças no Kids, e entrei no salão, todo escuro, nenhum rosto era familiar, teria que ser eu e Deus, sentei-me em um fileira em que não tinha ninguém e assim se fez durante todo o culto, eu nem entendia direito o que o pastor estava falando, eu carregava no meu peito a culpa e uma dor, a depressão estava tomando conta de mim, naquele dia tocou um louvor que dizia “ eu vi restauração mental, me diz o que ele não pode?”. Faziam um pouco mais de ano do falecimento da mãe, minha vida estava de cabeça para baixo, minhas dívidas de despesas básica não tinham fim, eu não tinha dinheiro para o básico, água, luz, aluguel, como eu poderia cultar estando nesse vale, aquele dia eu chorei como uma criança que pede pelo pai, que anseia pelo colo do pai. Retornei para casa com a cabeça doendo de tanto que chorei, me sentia perdida, a cada semana eu ansiava pelos domingos, eram os dias mais felizes, então começaram os desafios, eu não tinha dinheiro para ir, ou as vezes não tinha para voltar, e sempre nos últimos instantes eu conseguia estar lá. Em setembro daquele eu me batizei nas águas, e tinha a convicção de que pronto, agora seria mais fácil, afinal eu me fiz nova não é mesmo? Engano meu, a caminhada ficou mais difícil, e por que eu deveria continuar se ao invés de melhorar as coisas só pioravam? Como eu poderia? A cada dia eu me perdia, e eu não entendia, eu estava na presença do senhor, porque meus fantasmas me apavoraram tanto, porque aquelas coisas estavam acontecendo, meus pensamentos eram ruins, e a cada mal que me faziam eu queria devolver, quem me fizesse sofrer, eu queria que sofresse um pouco mais, a cada desprezo que eu sofria, eu desprezava ainda mais, aquele círculo de sofrimento foi aumentando, pessoas entraram em minha vida e potencializaram a pessoa mal em que eu me tornava, mesmo dentro da igreja ? mesmo batizada ? porque não largar esse Deus? Não fazia sentindo permanecer, e eu ainda pequena em fé não entendi os sinais, o Espírito Santo tentava me constranger e eu fingia não escutar, e não queria dar ouvidos, as maldições, as palavras ruins, essas sim eu escutava. E tomei como meta me punir, então me destruir passou a ser meu objetivo, e fui deixando tudo se afundar ainda mais, eu vivia por viver, ia para igreja pois entendia que era o certo, mas na real, eu não me sentia digna de estar viva.