Login to Lera
icon 0
icon Loja
rightIcon
icon Histórico
rightIcon
icon Sair
rightIcon
icon Baixar App
rightIcon
Você não tem permissão para pedir arrego

Você não tem permissão para pedir arrego

AlexaSAD

5.0
Comentário(s)
279
Leituras
5
Capítulo

"Por todos esses anos, eu fui uma boa esposa... Ou, ao menos acreditei ter sido." Quando tomada pela sensação constante de que nada é suficiente para fazer seu marido feliz, qual é o sentimento correto? Ao menos há um sentimento correto? Aos 26 anos, quem imaginaria que seu casamento seria um fracasso? Alexa definitivamente não imaginou e só se deu conta quando seu marido, deliberadamente, ignorou o aniversário de cinco anos de casamento deles. Alexa faria Derek se arrepender das decisões que tomou. E quando ele finalmente percebesse que nenhuma compensação seria capaz de fazer Alexa voltar a ser sua de verdade, ele ainda teria como correr atrás do tempo perdido? "Agora, é a sua vez de ser um bom marido. Boa sorte."

Capítulo 1 Esquecida.

Há cinco anos, a data de hoje foi - definitivamente - o dia mais feliz da vida de Alexa Ricci, o dia em que ela se tornou a Senhora Larsen. A memória desse dia era sempre vívida para ela, claro, ainda era recente, cinco anos era ainda metade da primeira década de muitas que ela esperava viver ao lado de seu esposo Derek Larsen.

Esse ano em especial, Alexa teria mais tempo de organizar algo agradável para comemorar o aniversário, visto que desde que percebeu que ela andava sobrecarregada demais com as demandas da empresa deles e mal conseguia cuidar de si mesma, de sua alimentação principalmente, Derek decidiu que daria conta sozinho das coisas da empresa enquanto ela se recuperaria em casa. Foi tão atencioso que merecia mesmo uma comemoração digna esse ano.

Desde o início da manhã, após a saída de Derek para o trabalho, Alexa se preocupou com os mínimos detalhes, organizou todo o ambiente para que estivesse cheiroso e muito romântico, mas é claro, não acaba por aí. Ela conseguiu a reserva no restaurante favorito dele, era um restaurante tão famoso e requisitado na cidade que nem mesmo status e riqueza eram capazes de comprar uma mesa se não fosse feita a reserva com muita antecedência. Após o jantar, eles poderiam desfrutar a vista maravilhosa das águas cristalinas, o céu estrelado e a brisa aproveitando uma hidromassagem em um iate luxuoso. É possível questionar o que ela prepararia após dez, quinze ou vinte anos de casados.

Tendo tudo preparado, Alexa se preparou, cuidando dos mínimos detalhes. Se já era de seu costume ser a esposa atenciosa, neste dia em especial, qualquer marido ficaria extremamente feliz com cada uma de suas surpresas. Principalmente porque todas elas eram de acordo com o agrado dele.

Se ao menos ele tivesse aparecido.

Alexa estava sentada na mesa que reservou para dois, por meia hora. O recado avisando para que ele a encontrasse lá, foi dado.

| Querido, você está vindo?

Enviada, mas sequer lida. Passado uma hora, ela decidiu que faria seu pedido, conferiu mais algumas vezes se havia resposta, mas nem sinal. Alexa comeu sozinha, em cada garfada engoliu também o sentimento de ter sido abandonada num aniversário que não era só dela. Antes de deixar o restaurante, a loira interrompeu seus passos e, para a primeira dupla que encontrou na fila para entrar, entregou de presente a possibilidade de desfrutar da noite no iate após o jantar. Talvez algum casal fosse feliz naquela noite, mas presumiu que ela não estava inclusa.

Alexa sempre foi compreensiva e, se esse fosse o primeiro vacilo de Derek, ela definitivamente entenderia, mas até quando ela teria que suportar isso? Colocando na ponta do lápis, Derek se tornou cada vez mais ausente e menos cuidadoso ao longo desses meses. Enquanto Alexa caminha em direção a casa deles a mensagem que chega em seu celular é uma mensagem rápida dele dizendo que ele chegará tarde e ela não precisa esperar por ele acordada.

Ao chegar a casa, Alexa até pensou em abrir uma garrafa de vinho, mas não teria o efeito que ela precisava, a bebida adequada era o whisky. Enquanto olhava para a televisão desligada, passava das três e meia da manhã quando ouviu o barulho da porta. Ela realmente tentou entender todos os furos, tentou entender que ele estava ocupado, com a cabeça cheia, mas ela jamais imaginaria se tornar um hobby esquecido.

- Ainda acordada? Avisei que não era necessário me esperar, querida.

Quando ele finalmente entende a decoração em toda a casa tenta esconder de Alexa mas ela ainda é capaz de ouvir seu "ah, merda!"

- Alexa, me perdoa... Eu não, não foi minha intenção...

Alexa não se vira, sequer se move, ela se mantém inabalável por fora, enquanto se pergunta o que ele espera que ela diga? Que tudo bem esquecer, esquecer do aniversário de casamento, dela, cada vez mais? E que depois de deixá-la de lado, ele poderia usar palavras vazias para fazer um pedido de desculpas, ditas na força do hábito, não se se perturbando com seu próprio erro. Ela se pergunta, quando foi que se tornaram isso? Quando ela passou a aceitar isso e quando ele presumiu que era isso que ela merecia?

Algo em Alexa morreu naquela noite, quando ela cansou de esperar que ele chegasse, esperar que ele viesse até ela, esperar que ele voltasse ao que era antes._

- Não importa. O dia de ontem, não era importante. Eu terminei minha bebida, vou descansar. Boa noite.

- Alexa, não faz assim...

- Eu disse boa noite, Derek.

No dia seguinte, Derek estranhou o fato de Alexa ainda não estar de pé quando ele acordou. Era de costume que ela acordasse e fosse guiar a funcionária deles a respeito do café da manhã deles, que sentassem juntos a mesa antes dele sair. Junto a isto, notou que o terno e a gravata que ela costumava deixar passado e pendurado do lado de fora para que ele apenas vestisse, não estava ali.

Enquanto estranhamente tomava o café da manhã sozinho, solicitou que a funcionária passasse a roupa, se ele fosse fazer isso, sairia muito atrasado de casa.

O homem comeu e se vestiu claramente desconsertado e seguiu para a empresa, ele não estava atrasado, mas certamente não chegaria no horário que costumava chegar. Parece que desta vez, ele realmente deixou Alexa chateada, era a primeira vez em cinco anos que isso acontecia.

Alguns minutos após a saída dele, a loira desceu para tomar seu café, depois de comer ela se prepararia para sair.

- Bom dia, Lena! O que temos para o café?

- Bom dia, sra. Larsen! Como não tinha nenhuma orientação, fiz algumas panquecas.

- Perfeito, obrigada! Sairei em alguns minutos e voltarei tarde, não há necessidade de preparar o almoço ou o jantar. Após terminar os afazeres comuns, pode ir para casa.

Lena assentiu e foi arrumar a cozinha, começando mais cedo, poderia ir embora mais cedo também.

Minutos mais tarde, o carro de Alexa deixava a garagem. Enquanto dirigia, ligava para sua assistente, pedindo que ela voltasse a designar a Alexa tudo o que lhe cabia. A verdade é que a empresa cobria muitas áreas, todas as que englobavam a ideia de ter sua casa, por isso era a favorita do mercado. Entregando um serviço de excelência, desde a escolha do terreno, ao projeto e construção da casa, pintura e mobília eram serviços prestados pela empresa.

Não demorou muito até que a loira estacionasse o carro em sua vaga. Alguns funcionários podiam ouvir os barulhos dos enormes saltos contra o chão, o barulho era conhecido, na verdade, os passos de Alexa eram impossíveis de confundir quando se tratava do barulho dos saltos, o andar confiante da loira era inconfundível. Sua chegada, que deveria causar muita animação em sua equipe, na verdade causou tensão.

- Bom dia a todos!

- Bom dia, Sra. Larsen!

Caminhou para mais perto da sala de Derek e parou ao lado da mesa de sua secretária.

- É alguma reunião importante?

- Não, senhora. Vou anunciar sua chegada.

- Não é necessário. Obrigada.

O pânico da secretaria era exatamente Alexa chegar sem que Derek fosse avisado, o giro da maçaneta quando a loira abriu a porta fez com que todos prendessem sua respiração. Era sabido por todos, ou quase todos, que quando Estela estivesse na sala do Sr. Larsen, ninguém deveria interromper.

Estela era a estagiária que foi aceita na empresa assim que Alexa abandonou suas funções. A garota nem tinha terminado sua faculdade ainda, por isso, com muita boa vontade o senhor Derek a convidava constantemente a ir até sua sala aprender um pouco. Os funcionários sabiam que tipos de ensinamento ele oferecia lá dentro. Mas ninguém esperava que Alexa flagrasse isso assim que retornou a empresa.

Os dedos da loira apertaram a maçaneta observando a cena, algumas coisas passaram a fazer total sentido em sua cabeça ao ver a garota que definitivamente mal saiu das fraldas, sentada na cadeira de Derek, enquanto o corpo grande de seu marido se inclinava em direção a garota. Nenhum dos dois havia notado a porta aberta e Derek estava prestes a capturar os lábios da garota, soltando a maçaneta Alexa empurra a porta em direção à parede fazendo com que esta anuncie a porta aberta.

- Esses funcionários estão cada vez mais abusados. - murmura a garota.

- Já solicitei que ninguém interrompa minhas reuniões com Estela, porque a ordem foi desobedecida? - Derek esbraveja sem sequer se virar para o funcionário que atrapalhou o momento mais esperado por ele.

- Você quer mesmo uma resposta, Derek? - o corpo de Derek congela no segundo em que a voz de Alexa soa.

- Derek? - a garota pergunta crendo mesmo que os funcionários estavam mesmo abusados. - Não devia ser Sr. Larsen para você?

A verdade é que, Alexa precisou se segurar nesse momento. Ela jamais seria tosca ao ponto de arrumar confusão com uma garota daquela idade, considerando diversos fatores que ela não conhecia, mas a garotinha era abusada demais, sabendo que podia se aproveitar da proteção de seu chefe. O problema era que Derek não era chefe de Alexa.

- Para mim, ele é o que eu quiser chamar.

A voz firme de Alexa faz a garota estremecer por um momento, por que ela não estava com medo de Derek? Quem era ela?

- Estela, nos dê licença, por favor. - Derek pede com o tom mais brando possível.

- Não é necessário, eu vim apenas avisar que estou de volta. Não preciso prolongar, tenho trabalho a fazer.

- Alexa...

- Divirtam-se! Apesar de o ambiente não ser muito apropriado para o tipo de diversão que vocês querem, sugiro um motel.

A loira deixa a sala, os funcionários estão com um mix de emoções que não são capazes de decifrar. Estavam com medo do que podia acontecer, estavam com uma expectativa grande de presenciarem uma grande confusão, mas Alexa tinha muita classe mesmo, até quando, na concepção deles, não devia.

- Quem ela pensa que é? Entrar assim na sala dele, chamando pelo nome, dizendo que chamará do que quiser? - indignada Estela se queixa para uma amiga, também estagiária, entraram juntas.

Ao ver que a loira passou para o lado contrário a sala de Derek, Estela deixou sua amiga para trás para voltar lá e tirar satisfação com o mais velho, da situação ridícula que a expôs. No caminho, seu corpo se choca com o corpo grande de Derek, que parece exasperado, seguindo na mesma direção que a loira passou há pouco.

- Alexa! - ele chama pouco antes de segurar o corpo de Estela impedindo que ela caia após esbarrar nele. - Você está bem?

A mais nova assente e, assim que ela diz estar bem, ele se afasta e torna a chamar pelo nome da loira.

Alexa avisa a sua assistente que não quer ser interrompida em hipótese alguma e após entrar em sua sala tranca a porta. Antes de soltar a chave, seu corpo está tremendo. Ela não imaginava sentir tanta raiva a esse ponto, raiva dele, que passou meses a enganando, fingindo que se preocupava com seu bem estar e por isso manteria Alexa longe da empresa, mas na verdade ele estava apenas comendo garotinhas que ainda fediam a leite. Patético! Mas nada tão patético quando ela mesma. Se preocupando em dar o seu melhor em casa, cuidando de todos os mínimos detalhes, ignorando todas as vezes que foi deixada para trás, deixada sozinha, esperando por ele. Agora ela sabia o que ele estava fazendo que o fez esquecer uma data que deveria ser importante para os dois. Por isso, a raiva que ela estava sentindo dele, não se comparava a raiva que ela sentia dela mesma, por ser tão idiota.

A maçaneta gira, mas a porta não se abre. Derek bate na porta umas duas vezes, mas não tem resposta.

- Alexa! Alexa!!! Me deixe entrar.

Ele queria esclarecer as coisas? Mas definitivamente não era a hora e nem o lugar para fazer isso. Enquanto ele esmurrava a porta, Alexa tentou se recompor. Se levantou e abriu a porta para solicitar que sua assistente lhe fizesse um resumo, para que ela pudesse entender a situação atual da empresa. Nesse momento sentiu o toque dos dedos de Derek, ele estava segurando seu braço com certa delicadeza, mas se prenderam com mais força quando ela fez menção a se desvencilhar de seu toque. Alexa olhou para a mão dele e soltou um suspiro.

- Se você não tirar essa mão de mim, eu juro por Deus que vou fazer um escândalo diferente de qualquer coisa que você tenha visto na sua vida.

- Alexa, por favor...

- Tira.

Derek solta mas ainda a impede de sair, colocando seu corpo na frente do dela.

- Precisamos conversar.

- Se você ainda souber o que é ir para casa assim que o expediente termina, nós poderemos conversar. Ou você acha que a minha empresa é lugar de lavar sua roupa suja?

Ela não espera pela resposta, nem se dá a esse luxo, ela tinha muito o que fazer. Precisava pegar o ritmo novamente, entender os números, saber em que avançaram, em que regrediram. Isso fez com que o dia passasse mais rápido que ela queria. Quando notou, sequer tinha almoçado, mas de fato, já estava a par de quase 70% do que precisava saber. Ao meio da tarde, Alexa saiu um pouco para tomar um café, na cafeteria próxima a empresa.

- Senhora Larsen, quanto tempo!

- Boa tarde! - Alexa respondeu com um sorriso, tentando disfarçar o amargor de ouvir o sobrenome que adotou.

Há cinco anos, na data de ontem, ela mal podia esperar para ser chamada assim senhora Larsen, com o nome de seu marido. Agora, isso lhe revira o estômago.

- O de sempre?

- Sim, por favor!

Após efetuar o pagamento, a loira se senta para esperar seu café ser servido, nesse meio tempo, ela ainda está trabalhando, observando alguns dados estatísticos pelo celular. Seu pedido chegou, ela degustou enquanto trabalhava, manter a cabeça ocupada era realmente a melhor coisa a se fazer naquele momento, ao menos evitar dar brechas a certos pensamentos.

Ao finalizar o expediente, Alexa deixou a empresa e foi comer alguma comida em lugar duvidoso, uma comida bem gordurosa e apimentada era exatamente o que ela precisava naquele momento. Mais cedo Lena confirmou se realmente não era necessário fazer o jantar, então, provavelmente já estava descansando em sua casa agora, ela não se preocupou em retornar tão cedo.

Assim que tomou conhecimento de que sua esposa bateu o ponto e deixou a empresa, Derek se apressou em tomar o caminho de casa também, isso deixou Estela bastante surpresa, visto que o horário pós expediente era reservado a ela e ele sequer deu uma explicação. Apenas saiu.

Porém, ao chegar a casa, a encontrou vazia. Nem mesmo Lena estava na casa, como normalmente estaria naquele horário. Estava tudo apagado, um silêncio ensurdecedor.

Nada será mais atencioso que um homem desesperadamente culpado.

Derek se apressou a preparar o jantar, lembrando milagrosamente dos costumes tradicionais de sua esposa de comer junto. Nem mesmo ele sabia ao certo qual fora a última vez que ele cozinhou para Alexa desde que se casaram.

Quando ela chegou, o jantar estava servio e eles se colocava de pé desde que ouviu o barulho das chaves na porta, estava visivelmente ansioso. Talvez ele soubesse agora o que é esperar por alguém que não tem vontade de voltar para casa.

- Bem vinda de volta, querida! Eu fiz o jantar. Está com fome? Deixe-me te ajudar.

Alexa foi capaz de soltar uma risada sincera, com todo esse cuidado que não recebia há meses. Agora? Um pouco tarde.

- Eu acabei de retornar de um jantar. Você pode aproveitar sozinho, é o que faço todas as noites.

A loira retirou o casaco e pendurou próximo a entrada, ela precisava de um banho, ela podia sentir a gordura do que comeu em lugares que talvez ela não pudesse alcançar. Ela adoraria adiar a conversa e deixar que Derek fosse corroído, mas ele certamente não estava se sentindo pior que ela, torturá-lo seria menos doloroso para ele do que para ela enquanto o torturasse.

Após o banho, Alexa desceu. Ela podia sentir a tensão dele do topo da escada. Se dirigiu a poltrona mais distante dele e se sentou.

- Você queria conversar? Vamos conversar.

- Alexa, eu não sei como começar, eu sinto muito! Eu não sei o que deu em mim, como tudo isso aconteceu, eu só não queria...

- Que eu ficasse sabendo. Enquanto eu não soubesse estaria tudo bem, certo? Você continuaria me deixando mofar dentro de casa, esperando por você, enquanto você estaria generosamente ajudando sua estagiária a subir e se tornar conhecida através de conexões com superiores, a começar por você...

- Alexa, não é bem assim. Eu tive um momento de fraqueza, um deslize...

- Escuta, Derek! Eu sou uma idiota, hoje eu tenho total ciência disso, mas você não acha que até para a idiotice há um limite? Você está comendo essa garota há meses! Na verdade, se organizar bem os fatos, você já estava rondando essa garota quando sugeriu que eu cuidasse da minha saúde. Olha só, um marido tão atencioso e cuidadoso, não é? Quem diria que ele só queria realizar um fetiche de escritório, enquanto me traía.

- Alexa, por favor, me perdoa!

- Você quer perdão? Você merece perdão, Derek?

- Eu gostaria de uma chance, apenas! Você poderia ao menos tentar, tentar fazer isso dar certo, Alexa?

O homem não entende quando a gargalhada de Alexa ecoa pela sala. Por que ela estava rindo num momento como esse?

- Eu estou tentando sozinha há meses.

Derek precisava fazer suas coisas, Alexa entendeu. Derek precisava de tempo para as suas tarefas, para atender as necessidades de quem estava ao seu redor. Derek precisava de espaço, Alexa pôde entender. Derek tinha compromissos, eventos, amigos, e ela nunca quis que ele deixasse isso. Você só não precisou da Alexa, em momento algum, só não precisou reservar um tempo pra mim, Derek. Você me deixou passar sozinha a maioria das noites desde que parei de trabalhar. Você esqueceu todos os meses em que celebramos o dia do nosso casamento. Você me deixou realizar todas as refeições sozinha. E eu cansei de esperar você conseguir me encaixar na sua vida mesmo que eu estivesse exatamente debaixo do seu nariz. Agora eu descubro que isso tem motivo, esse motivo tem um nome e FEDE A LEITE! Meu Deus eu não poderia me sentir mais enojada, porque além de ser um maldito infiel, além de me trair dentro da empresa construída com o MEU SUOR, o MEU SANGUE, você faz isso com uma garota dez anos mais nova que você.

- Tudo bem, Alexa. Eu sou um maldito infiel, sou um desgraçado falho! Eu falhei com você, falhei com o nosso casamento, com a nossa luta. Eu desonrei o nosso patrimônio. Eu afastei você, eu fiz você sentir todas essas coisas ruins, mas você vai mesmo jogar fora tudo o que vivemos?

Alexa assentiu com a cabeça freneticamente até começar a aplaudir o discurso. Até depois de confessar ser o culpado, ele ainda colocaria Alexa como vilã.

- Sim, Derek, eu vou! Mas eu não estou jogando tudo o que vivemos e construímos fora, pelo menos não estou fazendo isso agora. Eu joguei fora todas as vezes que passei a noite em claro te esperando voltar para casa, joguei fora todas as vezes que não aguentei e acabei pegando no sono. Eu joguei fora junto com todas as garrafas e taças de vinho que tomei sozinha para comemorar SOZINHA os meses do casamento que mantive sozinha. Também joguei fora em todas as noites que precisei de você para qualquer coisa que fosse, um abraço, um aconchego, abrigo. Em todas as vezes que te vi sair por essa porta, joguei fora a cada discussão que você me virava as costas e decidia que lidar comigo deveria ser deixado para depois, e tão deixado para depois que foi deixado para nunca. Joguei fora todas as vezes que entendi, porque você estava cansado, porque para não me sobrecarregar você estava se sobrecarregando, trabalhando horas extras para fazer o que eu deveria estar fazendo. Todas as que te esperei para resolver na conversa e só te encontrava no dia seguinte. Eu provavelmente estou errada em jogar tudo isso fora sem motivo algum, não é? Estar casada com um fantasma do que você costumava ser não é motivo para jogar fora o que vivemos, ser traída deliberadamente, mais de 100 funcionários provavelmente fazendo chacota do quão burra a corna da sua esposa deve ser, isso não é motivo para acabar com o nosso casamento, é? Nem mesmo o fato de você não me informar sobre eventos sociais para levá-la como sua acompanhante diante dos olhos dos meus sócios.

Ela faz uma pausa, um pensamento surge, várias coisas rondam sua mente numa fração de segundos. Se esse maldito casamento acabar, a pirralha a levaria a melhor. Ele teria grande parte do patrimônio de Alexa após o divórcio e isso favoreceria a garota a tomar o lugar dela como vinha fazendo. É quando vira a chave na cabeça dela.

- Realmente, querido, não é motivo. Está tudo bem. Será mesmo apenas uma tempestade e nós passaremos por ela juntos. A partir de hoje, você também não tem permissão para pedir arrego, você vai aguentar comigo, todas as tempestades. Espere aqui.

A loira caminhou até seu escritório, ligou seu computador para redigir um contrato.

|Na data de hoje, em comum acordo, as partes A e B concordam que não será permitido a parte B solicitar o divórcio.

Após o flagrante de traição, a parte A concederá a parte B o perdão desde que a parte B concorde com os seguintes termos:

• Se houver traições da parte B, a parte A estará permitida a retaliar e a parte B terá que pegar uma multa;

• Não importa o que vier a acontecer, a parte B não tem permissão para pedir o divórcio;

• O descumprimento de qualquer uma das cláusulas tornará obrigatório à parte B, abrir mão da comunhão dos bens que divide com a parte A.

Em comum acordo as partes

A: Alexa Ricci

B: Derek Larsen

Oficializam o contrato.

Após imprimir duas vias iguais, Alexa as assina e desce para entregar nas mãos de Derek. O homem parece desesperado, lê mas não entende tão bem o que isso significa, assina as duas vias e Alexa pega somente uma, que digitaliza e manda para seu advogado com a seguinte mensagem.

"Hoje flagrei Derek me traindo com uma estagiária, dentro do nosso patrimônio. Parece que isso está acontecendo há alguns meses. Isso definitivamente seria motivo para expulsá-lo da minha casa, mas daria a esta amante e qualquer outra, muito benefício às minhas custas. Por isso redigi o contrato, as coisas ficarão bastante divertidas."

Enviada a mensagem, Alexa volta sua atenção ao seu marido e abre um pequeno sorriso.

- Por todos esses anos, eu fui uma boa esposa... Ou, ao menos acreditei ter sido. Agora, é a sua vez de ser um bom marido. Boa sorte.

Continuar lendo

Você deve gostar

A babá do CEO - A filha perdida

A babá do CEO - A filha perdida

Romance

5.0

"O rigoroso e frio CEO Gabriel Welsch não se importava com mais nada além da sua filha; entretanto, tudo em sua vida mudou quando o destino colocou uma mulher desesperada em seu caminho. — Onde você pensa que vai? — Gabriel a indagou. A porta do elevador privativo se abriu em um espaço com cores brancas, decoradas com quadros e espelhos que deixavam o amplo escritório mais sofisticado. Naquele instante, as bochechas de Vivian arderam, sua pele enrubesceu ao ver o homem que sentava atrás da enorme mesa. — Me desculpe! — Ela continuou parada, tentando lidar com a vergonha. — Como eu saio daqui? — Com isso! — Gabriel exibiu o cartão de acesso e jogou na mesa. — O que faz na minha empresa? —Eu vim para a entrevista de babá, mas... — depois desse fiasco, ela parou de falar. Não era só o fato de estar na sala do dono da empresa, ela estava sem graça por lembrar da forma que tratou Gabriel poucos minutos antes da entrevista. — Qual o seu nome? — A expressão impassível do CEO a esquadrinhou. — Viviane! — respondeu em voz baixa. Gabriel rabiscou numa folha e a fuzilou com o olhar. Naquele momento, ela viu que a sua chance de encontrar a filha estava perdida". Vivian só queria entrar na empresa onde o seu ex-marido trabalhava como advogado. Tudo o que ela desejava era encontrar o ex que levou a bebê enquanto ela estava em coma. Apesar do sofrimento, Viviane estava disposta a fazer de tudo para encontrar a filha.

Capítulo
Ler agora
Baixar livro