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Meu Melhor Desejo (Parte 2)

Meu Melhor Desejo (Parte 2)

Lyly Min

5.0
Comentário(s)
4.2K
Leituras
31
Capítulo

Algumas surpresas do passado fizeram Mark tomar atitudes impensadas. Mesmo sendo consumido por um amor avassalador, suas escolhas lhe deram um futuro inesperado. A doce, ingênua e inocente Alison não existe mais. As marcas de um relacionamento assolado por mentiras e tragédia, a tornaram alguém que não mede mais esforços para conseguir o que quer. Mesmo que isso signifique esquecer para sempre, o que um dia já foi amor. Enfrentar os fantasmas do passado colocará Mark e Alison no caminho um do outro novamente. Será que esse amor sobreviverá a mais mentiras e manipulações?

Capítulo 1 Sombras Do Passado

Mark Fletcher

Se eu disser que não foi estranho o Daniel entrar na minha sala e me encher de perguntas sobre minhas consultas com o terapeuta, sobre como anda meu humor, se tenho tido sonhos ou pesadelos, se minha relação com a Melanie está bem encaminhada e se pretendo avançar com esse relacionamento, eu estaria mentindo. Me senti como um adolescente problemático que os pais precisam estar constantemente monitorando.

E pior de tudo, foi ele ter dito que não era nada de mais ele querer saber como está o "melhor amigo dele", quando perguntei o motivo de tantas perguntas.

Eu sei que tem alguma coisa acontecendo e ele não quer me falar. Sei que ele se preocupa comigo, em como está minha saúde física e mental nos últimos 8 anos, mas não é comum ele me abordar assim, de repente, no meio do expediente. Ainda mais quando temos um evento para comparecer mais tarde.

Cheguei em casa com tempo suficiente para tomar um drink, me esparramar no sofá e ouvir um pouco de jazz enquanto relaxava. Depois fui para o banho, me vesti e passei para pegar a Melanie na casa do Peter.

Peter e Wendy também vão ao evento, mas seria grosseiro da minha parte se não chegasse lá com ela. Sei que é isso que esperam de mim, então não me importo de fazer o mínimo.

Melanie e eu estamos juntos, mas não sei ainda como definir nossa relação. Há muito tempo isso deveria ser um namoro ou um compromisso firmado, mas não tenho cabeça para esses rótulos ainda, mesmo depois de tanto tempo.

Alison me deu tudo: afeto, carinho, paixão, confiança e esperança. Assim como um amor que nunca pensei que alguém pudesse sentir na vida. E quando ela se foi, tudo de mim partiu junto. A única coisa que sei ao certo de mim mesmo hoje, é que não estou mais vivendo, apenas existindo, dia após dia.

Melanie me deixa bastante confortável. Eu gosto da companhia dela. Gosto do fato dela não me cobrar nada, gosto de termos uma conexão estranha, de estarmos perto apenas tempo suficiente para não invadirmos o espaço pessoal um do outro. Ela é alguém que me entende muito bem. E eu aprecio isso verdadeiramente. Posso dizer que temos uma relação perfeita.

Porém, infelizmente, eu não a amo.

No dia em que meu coração puder ser entregue novamente a alguém, ela seria a primeira a saber. Eu queria lhe dar isso, queria lhe proporcionar mais do que temos. Queria poder lhe pedir em namoro, depois ficarmos noivos, planejar nosso futuro lar, tornarmos nossas vidas uma só. Queria poder sentar e conversar com ela sobre o momento certo de termos filhos, as férias que tiraríamos em família, decidir juntos e discordar várias vezes sobre o melhor momento de termos um segundo filho e a idade certa de colocarmos o primeiro deles na pré- escola. Queria lhe dar um futuro, uma vida, fazê-la realizada.

Mas não posso.

Não quando gostaria de fazer tudo isso com a Alison.

Já são 8 malditos anos, e eu ainda não penso em outra pessoa ao meu lado, desfrutando de tudo isso comigo que não seja ela. E eu sei que a Melanie sabe disso.

Apesar de nunca falarmos sobre o meu passado, sei que ela sabe que eu tive alguém. Sei que sabe que minhas feridas ainda não cicatrizaram completamente. Sei que ela quer mais do que posso lhe oferecer, no entanto, compreende que isso é tudo que posso lhe dar até então.

E isso me faz sentir como o pior homem do mundo.

O que eu estou fazendo com a Melanie? Por que estou prendendo-a ao meu lado, quando não posso lhe oferecer o mínimo de um relacionamento? Por que ela ainda está aqui, ao meu lado? Será que ela entende que está perecendo à espera de um sentimento que não posso lhe dar?

Toda vez que vou me encontrar com ela, me deparo com essas mesmas perguntas. Me sinto um canalha desalmado por tratá-la assim. Mas toda vez que ela entra no carro, quando estou em sua presença...

- Oi, Mark! - Melanie entra e fecha a porta. Antes de colocar o cinto de segurança, ela se inclina e me beija. - Como foi o seu dia hoje? - ela passa a mão pelo meu rosto, olhando em meus olhos.

- Tirando o momento em que o Dan me tratou como se eu fosse filho dele, tudo normal. - apertei de leve a mão dela em meu rosto, puxei para os lábios e deixei um beijo casto em seu dorso.

- Ele se preocupa com você. - ela puxa o cinto e afivela. - Não só ele, o Jungkook também. Talvez o evento de hoje não seja muito agradável pra você. Ele pareceu igualmente preocupado.

- Eu sabia que tinha alguma coisa errada. - liguei o carro e saí devagar. - E eles estão escondendo algo de mim.

- Bom, seria sensato você relaxar um pouco e tentar aproveitar o evento, ao invés de ficar inclinado a descobrir algo, que às vezes pode até não ser nada muito importante.

- Eu conheço o Daniel. Tem alguma coisa muito importante lá, e eu vou acabar descobrindo o que é.

#####

- Você está bem?

Melanie sabe que há algo diferente comigo, e eu não consigo disfarçar que alguma coisa naquele evento me deixou instável. Mas eu não quero falar sobre isso. Não quero falar sobre ela.

- Estou sim. Só um pouco cansado. - minto.

- Você parece mais agitado do que de costume.

- Só estou cansado. Não é comum eu passar tanto tempo assim em um evento depois de um dia de trabalho. - insisto.

- Tudo bem. - ela aceita minhas palavras, pouco convencida de que esse é o real motivo.

Eu não sei o que dizer para deixá-la menos preocupada. Não quero que pense demais sobre essa noite. Eu não quero pensar demais sobre ela. Não quero pensar nela. Preciso esquecê-la.

Alison agora é uma mulher casada, tem uma vida e parece feliz. Isso deveria ser suficiente para eu me abster de qualquer ilusão, mas é inevitável. Não consigo não pensar em como estava linda. Como seu sorriso e sua presença me atingem e fazem meu coração disparar.

Estou ciente de que não deveria estar monitorando a vida dela como um maldito stalker. Já passamos por isso e sei como ela detesta esse tipo de coisa. Mas, depois que nos separamos, eu criei um perfil fake em uma rede social e, vez ou outra, dava uma olhada em suas fotos. Era como se elas me acalmassem de alguma forma. Eu precisava fazer isso para não enlouquecer de vez, sentir ela próxima de mim de algum jeito.

Durante sua graduação, ela conheceu seu atual marido. Ele era um professor da faculdade. Não lecionava para a turma dela, ainda assim, ele abriu mão de seu emprego e carreira no magistrado para ficar com ela. Eu não posso julgá-lo por isso, também abriria mão de qualquer coisa para tê-la ao meu lado novamente. Mas as coisas não são tão simples.

Dois anos depois de conhecer Harold, que era mais velho e estava na casa dos 40 anos, ele a pediu em casamento. Minha maior derrota foi ver a foto dela toda sorridente ao lado dele, exibindo o anel de noivado. Foi um período bem complicado pra mim. Passei semanas sem conseguir sair de casa. Doía só de pensar nela se casando com ele.

Tentei levar a minha vida no mais prático possível. Claro, contei com a ajuda da Melanie para isso, o que foi inescrupuloso da minha parte, porém, eu não tive outra escolha.

As fotos do casamento surgiram poucos meses depois. Achei que foi um tanto rápido demais esse noivado, e sofri de ansiedade por pensar que ela poderia estar grávida, e por isso o casamento aconteceu tão rápido.

Era só paranóia minha.

Alison se formou e em menos de um ano depois, ela lançou o primeiro livro. Com a ajuda de seu marido, que além de professor, era um renomado escritor de física (coisa que nunca entrou bem na minha cabeça. Como um escritor de física leciona escrita criativa na faculdade?), e não demorou nada para o livro dela emplacar nas plataformas digitais, atraindo a atenção de grandes editoras.

Eu queria poder dizer que deixei a sorte e o talento dela serem descobertos por leitores ansiosos por uma nova escrita e história cativante. Todavia, não foi o que aconteceu. Antes mesmo que eu me desse conta, já tinha comprado um lote inteiro da primeira edição de seu livro "Todas As Partes De Mim".

Em uma das livrarias em um shopping popular, forneci a distribuição gratuita dos exemplares adquiridos. Claro, sem deixar que meu nome fosse vinculado ao feito, assim garantiria que sua obra tivesse um alcance maior de leitores. Era óbvio que ela ficaria furiosa se soubesse que eu havia feito aquilo, então mantive sigilo acerca do meu envolvimento. Eu só queria ajudá-la a se destacar naquilo que tanto se dedicou, pois conhecendo ela como conheço, sei que ela se esforçou muito para chegar onde chegou, e seria lamentável ver sua obra parada nas prateleiras de uma livraria. E mesmo que tenha tido o apoio e ajuda de seu esposo, os esforços dela não foram mínimos. Tenho certeza absoluta.

Quando alguns exemplares chegaram ao meu escritório, eu não tinha interesse algum em ler aquelas páginas. Não queria invadir sua intimidade ou xeretar seu trabalho. Porém, não foi fácil conter minha curiosidade. Li algumas poucas páginas aleatórias e nelas fui pego de surpresa por alguns traços do nosso passado.

Ela havia colocado partes de nossa história em um enredo fictício. Talvez tenha sido na percepção dela, mas eu era um vilão detestável. Não posso negar que fiquei desgostoso com aquele personagem. Foi aí que me dei conta de como ela realmente me via em toda a nossa história. Percebi como fui um mentiroso egoísta e manipulador. Aquelas páginas me deram uma noção de como ela me via através de seus olhos. De como se sentiu em meio a tudo o que aconteceu entre nós.

Jamais quero ser aquela pessoa para ela outra vez.

Durante os anos seguintes, eu apenas me apaixonava cada vez mais por ela, pelos sorrisos, pela espontaneidade e seu jeito cativante em cada vídeo. Era como se eu me mantivesse recluso em caos sentimentais o tempo todo, e ao vê-la, meu peito se abrisse para sensações inéditas e desconhecidas.

Quando o livro dela virou sucesso de vendas ao contar a história de uma estudante universitária confundida com uma garota de programa que se apaixona pelo arrogante e egocêntrico líder de uma máfia, o rosto dela estava por todos os cantos da cidade. Em outdoors, pontos de ônibus, na internet e em enormes telas nos edifícios da cidade. Eu sentia como se fosse morrer sufocado pela presença da Alison em todos os lugares. Era terrível vê-la e não tê-la. Minha vida estava por um fio de desmoronar de vez, sempre que os olhos dela encaravam os meus.

Como poderia me livrar e superar meu passado, quando a pessoa que eu deveria esquecer estava por todos os lados?

- Mark, no que tanto você pensa que está assim, tão longe desde que chegamos? - Melanie me abraça pelas costas, beijando meu ombro.

- Só estou com a cabeça cheia. Muita coisa para fazer amanhã no trabalho. - deixo o copo vazio sobre o aparador.

- Acho que você deveria parar de beber e vir para a cama. Vai acabar acordando com uma ressaca terrível amanhã. - ela envolve os braços pela minha cintura e beija minha nuca. - Tenho uma ideia melhor de como você pode relaxar. - ela desliza a mão pelo meu abdômen e sobrepõe meu pau. - O que acha?

Isso costuma dar certo. Melanie sabe como me atrair para o quarto sempre que preciso, mas hoje, isso não é suficiente para me fazer esquecer ela.

- Desculpe, Mel, eu realmente não estou com cabeça pra isso hoje.

Ela solta um longo suspiro desanimado e segue para o quarto.

- Tudo bem, te espero na cama.

Eu volto a colocar mais uma dose de conhaque no copo e sento na poltrona em frente à janela. Hoje sei que não terei sonhos nem pesadelos.

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