Login to Lera
icon 0
icon Loja
rightIcon
icon Histórico
rightIcon
icon Sair
rightIcon
icon Baixar App
rightIcon
Coração de Gelo

Coração de Gelo

Bibooks

5.0
Comentário(s)
141
Leituras
8
Capítulo

A vingança e o sofrimento são os únicos sentimentos destruidores, transformando o coração quente, num coração frio como gelo, apenas a chama do amor pode derrete-lo. Mas será que exista um interior quente o suficiente para derrete-lo? Ou ele estará perdido? Uma história; Uma vingança; Uma garota; Uma paixão.

Capítulo 1 Você acredita em maldições

A perda dói

Mas

A vingança

Destrói!

Ano de 1810...

- PAI! - Gritou numa noite chuvosa um jovem alto, loiro e de forte estatura.

- Não encontrei nada ainda - avisou um homem de cabelos negros que correu até o jovem com uma velocidade sobrenatural - William e se ele estiver...

- Não, Joseph! - Sibilou William com uma expressão insondável - ele não pode estar morto! Ele não!

- Tudo bem! O acharemos com vida! - Confirmou Joseph - Espere! O que é aquilo? - Disse ele apontando para algo que enxergou na escuridão a quilômetros de distância.

- Deve ser meu pai! - O jovem com velocidade sobrenatural correu até o corpo de seu pai desacordado.

Se ajoelhou e gritou ao ver seu pai com o corpo duro e tão branco que veias tão vermelhas de sangue consumido recentemente se destacaram em sua pele desfalecida.

- NÃAAAAAAO! - Gritou continuamente - Pai acorda! Por favor acorda! - Chorava inconsolável com a cabeça no peito de seu pai.

- Will... Ele não vai acordar... sinto muito.

- Não! Ele precisa acordar! Meu pai não pode estar morto Joseph!

- Will, temos que ir, logo os humanos virão aqui atrás de nós. Estão nos caçando, os vampiros não são bem-vindos.

- Eu não posso deixar meu pai aqui! - Gritou Will ainda ajoelhado.

- William não podemos fazer mais nada...

- Vingança! Eu quero vingança! - A caricatura do jovem era implacável e fria.

- Bem, seu pai era meu melhor amigo, então considere meu total apoio. O que você planeja fazer?

- Olho por olho! - Falou com uma voz totalmente seca e áspera com seus olhos num vermelho vivo.

- Não. - A boca do vampiro mais velho se entortou em um sorriso simples, porém macabro - Isso é simples demais. - Não precisou pensar muito para ter uma ideia - Vamos deixar o assassino viver, deixe-o levar seu nome adiante como uma marca, uma maldição. Nós mataremos todos quem ele ama, por fim quando ele tiver tão paranoico, tão doente, seremos misericordiosos e o mataremos - Will que escutava franziu a sobrancelha, porque sabia que não havia acabado, conhecia muito bem Joseph a décadas - Mas, vamos deixar o filho homem carregar seu nome, sua maldição a diante e faremos a mesma coisa, mais uma vez e mais uma vez. De geração em geração. Sem fim. E para sempre essa será nossa vingança.

Nos dias atuais...

Você acredita em maldições?

Tem uma história, a minha história.

Eu vivi por muito tempo na minha infância me mudando de três em três meses para cidades e estados diferentes em toda América, não, não vim de uma família de militares que sempre tinham que se mudar, na verdade não tinha certeza porque fazíamos isso, nunca me diziam, mas eu tinha minhas suspeitas, porém, bem perigosas.

Quando fiz sete anos, meus pais morreram em nossa casa em chamas no Texas, então as mudanças acabaram.

E ainda hoje não sei se realmente vi minha mãe morrer na minha frente ou se foi um pesadelo que minha mente de criança a 10 anos atrás inventou.

Eu perdi muita gente nos meus primeiros anos de vida. Avôs, alguns tios (porém muitos irmãos do meu pai haviam morrido antes dos meus avós) depois meus pais.

Eram acidentes de carro, afogamentos por nadar em um lago, acidentes de trabalho por escorregar e cair a andares abaixo.... Não sei de muito mais que isso, não é um assunto leve para se contar a uma criança, mas de lá para cá eu ouvia as pessoas dizerem enquanto achavam que eu dormia.

Acidentes para todos.

Para mim estava mais como uma maldição. E eu acreditava nisso. Meu pai foi esperto o bastante para deixar pistas. Um diário. Agora sumido.

Enfim, tudo isso me fez crescer solitária e sem amigos, melhor assim do que ver meus amigos morreram por ficarem perto de uma criança amaldiçoada. Talvez estava sendo paranoica como todos achavam do meu pai, talvez não fosse uma maldição. Mas não arriscaria. Não podia fazer isso com pessoas que não tem nada a ver com minha má sorte, ou... maldição.

Após a morte dos meus pais, sem avós fui morar com minha madrinha que a propósito, gosto muito. Ela não é como minha segunda mãe, mas talvez como a única pessoa que tenho mais perto de uma melhor amiga ou irmã. Do Texas onde morava, me mudei para Miami que era onde minha madrinha esteve morando todo esse tempo. E lá cresci.

Aos meus 17 anos minha madrinha ficou noiva de um bonitão que conheceu a dois anos atrás na praia, um policial de Seattle que veio passar as férias em Miami, namoraram a distância e nas férias ele vinha até ela. E se casaram recentemente.

Fomos imediatamente morar com ele, e tem sido difícil para mim e para minha madrinha nos acostumar com a temperatura e umidade bem diferentes.

Achei ter escutado a porta bater. Tirei os fones de ouvido.

- Oi? - Perguntei.

- Melanie, estou te chamando a uma hora. - Minha madrinha consegue ser dramática quando quer - Posso entrar?

- Desculpa, estava escutando música, pode entrar. - Falei.

- Amanhã você vai para a escola. - Falou entrando.

- Madri...

- Nada de madrinha. - Fui interrompida - Eu te dei uma semana para você se acostumar com Seattle, mas agora você precisa estudar, você é minha responsabilidade e não vai ficar em casa sem estudar, também já marquei uma consulta com uma ótima psicóloga, você irá amanhã no consultório depois da aula.

- Me dá mais uma semana, juro que na próxima semana eu vou para a escola! - Tentava convence-la.

- Não Melanie! Não adianta ficar adiando isso, vai acontecer uma hora ou outra. E amanhã já começo a trabalhar em um hospital na cidade, não quero que fique aqui sozinha por muito tempo.

- Mas estudar já é um saco por si só, mas em uma nova escola no meio do segundo período pode ser ainda pior! - Suspirei.

- Estudar é bom e você não pode ficar burra, Harry disse que pode te dar uma carona. Faça novas amizades.

- Novas amizades? Eu nem tenho velhos amigos!

- Então será uma ótima oportunidade para fazer amigos!

- Não posso... - preferi não terminar o que tinha em mente.

- E você continua com a mesma coisa na cabeça? - Ela suspirou pesarosa - Mell, você não vai perder mais ninguém.

- Todos se foram, sempre foi assim - levantei da cama me sentindo incomodada com o assunto - E você sabe!

- Melanie, sua família não tem nada de uma maldição que você tanto pensa.

- Meus avós morreram ainda jovens, assim como os irmãos mais novos do meu pai. Ele se casou e me teve e morreram ele e a minha mãe e toda família da minha mãe. Se não é maldição, então o que é?

- É paranoia sua e uma trágica coincidência.

- Coincidência? - Ri da ideia ridícula.

- Uma grande coincidência!

- Estava tudo nas páginas amassadas do diário do meu pai.

- Seu pai era muito paranoico, sempre vivia preocupado com sei lá o quê. Não acontecerá nada com você, eu não vou deixar.

- Arg.! - Sibilei nervosa - não adianta eu explicar para você, porque você não acredita em nada do que eu falo.

- Porque tudo isso não tem o menor cabimento! - Ela se levantou - Amanhã você acorda às seis e meia, e Harry te leva a escola.

Já estava imaginando, Harry com seu carro chamativo de policial me dando carona, com todos virando os rostos para nós. Talvez de primeira achariam que eu fosse uma delinquente até ver que era só uma carona do meu mais novo padrinho.

- Tudo bem, eu vou então. - Disse sem entusiasmo - Já que não adianta mesmo adiar o inevitável. - Melhor assim do que continuar com o outro assunto.

- Exatamente! - Ela sorriu com seu trabalho bem feito - Tenha uma ótima noite!

E ela logo saiu quase saltitante demais.

E eu não demorei muito para pegar no sono.

Continuar lendo

Você deve gostar

Capítulo
Ler agora
Baixar livro