A Vinha Do Destino

A Vinha Do Destino

kan james

5.0
Comentário(s)
959
Leituras
24
Capítulo

Após anos de uma vida repleta de sucessos profissionais em Londres, Ji-Hye, uma renomada sommelier de 38 anos, vê-se obrigada a confrontar as ruínas de seu casamento desfeito. Deixando para trás a cidade que moldou sua carreira, ela retorna à serenidade da Borgonha, ao lar de sua infância. Lá, entre os vinhedos que sussurram segredos de um tempo mais simples, Ji-Hye encontra Ha-Jun, um jovem enólogo cuja paixão pelo vinho só é superada pelo encanto que sente por ela. A diferença de idade de onze anos entre eles tece uma barreira de dúvidas e medos em Ji-Hye, que hesita diante dos murmúrios julgadores da sociedade. Enquanto luta para aceitar a possibilidade de um novo amor, ela também enfrenta o desafio de revelar a verdade sobre seu divórcio ao pai, que ainda nutre grande admiração pelo ex-marido de Ji-Hye.

Capítulo 1 Capitulo 1

Ji-Hye caminhava pelas vinhas douradas da Borgonha, o aroma doce das uvas maduras misturando-se com a nostalgia do lar. Ela havia deixado para trás uma vida de glamour e sucesso, onde seu nome era sussurrado com reverência nos círculos de sommeliers. Mas agora, Ji-Hye estava de volta, não como a filha pródiga, mas como uma mulher em busca de refúgio.

Seu pai, um homem de poucas palavras e muitas expectativas, acreditava que a visita era apenas um interlúdio em sua vida agitada. Ele não sabia da separação, não sabia que o casamento de Ji-Hye com Marcel, um empresário que parecia ter saído diretamente de um conto de fadas moderno, havia desmoronado.

A cada dia que passava, Ji-Hye percorria os mesmos caminhos que seu bisavô havia trilhado décadas atrás. Ele havia sido um pioneiro, deixando a Coreia para plantar suas raízes na França, e agora ela se perguntava se também poderia fazer história, mas de uma forma diferente. Enquanto cortava cachos de uvas sob o sol de outono, Ji-Hye refletia sobre sua vida, sobre as escolhas que fizera e as que ainda estavam por vir.

Ela sabia que não poderia manter a verdade escondida para sempre. Cedo ou tarde, teria que enfrentar seu pai e contar-lhe sobre o fim de seu casamento. Mas até lá, Ji-Hye se permitiria ser apenas uma sommelier entre as videiras, encontrando paz na simplicidade da terra e na esperança de um novo começo.

Após o jantar, o aroma do charuto do pai de Ji-Hye se entrelaçava com o silêncio cômodo da sala. Ele, sentado em sua poltrona favorita, olhava para Ji-Hye com um olhar que misturava curiosidade e preocupação.

- E então, Ji-Hye, como estão os negócios do Marcel? - perguntou ele, a fumaça desenhando arabescos no ar.

Ji-Hye hesitou por um instante, mas sua resposta veio rápida e firme.

- Está tudo bem, Appa. Ele teve que viajar a negócios, e eu decidi aproveitar a oportunidade para descansar um pouco aqui com vocês - disse ela, esboçando um sorriso que esperava ser convincente.

O pai assentiu, mas o leve franzir de sua testa entregava sua desconfiança. Ele nunca fora homem de pressionar com perguntas; preferia observar e esperar. Ji-Hye sabia que ele tinha seus palpites, mas agradecia internamente por ele respeitar seu espaço.

- Bom, é sempre bom ter você aqui, minha filha. Os vinhedos parecem mais vivos com sua presença - ele comentou, voltando sua atenção para o charuto entre seus dedos.

Ji-Hye sentiu uma pontada de gratidão e tristeza. Ela queria contar tudo, mas ainda não era o momento. Por enquanto, ela se contentaria com a companhia silenciosa do pai e o conforto da casa que sempre seria seu porto seguro.

O quarto de Ji-Hye era um santuário de tranquilidade, com paredes pintadas em tons suaves de creme e azul pastel. A penteadeira de madeira escura, herança de sua avó, estava meticulosamente organizada com frascos de perfume e pincéis de maquiagem. O espelho antigo refletia a luz suave do abajur, criando um halo dourado ao redor de sua figura.

Sentada diante do espelho, Ji-Hye deslizava a escova pelos cabelos negros e sedosos, que caíam graciosamente até os ombros. Sua pele branca contrastava com a escuridão de suas madeixas, e seus olhos, normalmente cheios de determinação, agora pareciam distantes, perdidos em reflexões sombrias.

- Entre, Omma - disse Ji-Hye suavemente, ao ouvir a batida na porta.

A mãe entrou, uma presença reconfortante em meio à tempestade de emoções de Ji-Hye. Ela se posicionou atrás da filha, pousando as mãos sobre os ombros tensos de Ji-Hye, transmitindo-lhe um silêncio apoio.

- Ji-Hye-ya, talvez seja melhor esperar um pouco mais para contar ao seu pai sobre o divórcio - sussurrou a mãe, com uma voz que carregava tanto a sabedoria dos anos quanto o peso do amor materno. - Eu quero prepará-lo primeiro, para que ele possa receber a notícia da melhor maneira possível.

Ji-Hye encontrou o olhar da mãe no espelho e assentiu. Ela sabia que sua mãe tinha razão; a notícia precisava ser dada com cuidado, para não despedaçar o coração já frágil do pai.

- Eu confio em você, Omma - respondeu Ji-Hye, permitindo-se, por um momento, ser a filha que precisava do consolo da mãe, e não a sommelier renomada que o mundo conhecia.

A luz da manhã banhava os vinhedos com uma suavidade que só a região de Borgonha poderia ostentar. Ji-Hye, com passos leves, percorria a propriedade que se estendia diante dela como um tapete verdejante e meticulosamente cuidado. Ela não pôde deixar de sentir um orgulho imenso pelo trabalho de seu pai, que mantinha a tradição e a excelência dos vinhedos da família.

Ao meio-dia, o aroma de comida caseira preenchia o ar e chamava Ji-Hye para a mesa de almoço. Foi então que seus olhos capturaram a presença de um jovem à mesa. Ele era a personificação da juventude e do vigor, com cabelos tão negros quanto os dela e uma pele que lembrava a porcelana. Seu rosto tinha uma inocência quase celestial, mas seu corpo revelava a força de alguém acostumado ao trabalho árduo.

Por um momento, Ji-Hye se permitiu observá-lo, mas quando seus olhares se cruzaram, ela desviou rapidamente, uma onda de calor subindo por seu rosto.

- Ji-Hye, deixe-me apresentar Sang Ha-Jun - disse seu pai, interrompendo o silêncio. - Ele é o enólogo da nossa propriedade. Graças a ele, nossos vinhos têm florescido.

Ha-Jun se levantou e estendeu a mão, um sorriso gentil em seus lábios.

- É um prazer conhecê-la, Ji-Hye-ssi - disse ele, com uma voz que carregava a confiança de alguém que conhecia bem seu ofício.

Quando Ji-Hye tocou sua mão, sentiu uma corrente elétrica percorrer seu corpo, um choque de realidade que a fez questionar o que realmente estava buscando nesse retorno às origens. Seria apenas o conforto da família ou a chance de redescobrir a si mesma?

A mesa de almoço estava posta com a mesma meticulosidade e carinho que marcavam a vinícola. Toalhas de linho branco cobriam a longa mesa de madeira, e sobre elas, pratos de porcelana fina exibiam uma variedade de iguarias locais. Taças de cristal cintilavam à luz do dia, refletindo o verde dos vinhedos que se vislumbravam pela janela aberta.

Ji-Hye observava a cena com um misto de alegria e melancolia. Seu pai, ao lado do jovem enólogo, parecia revigorado, seus olhos brilhando com um entusiasmo que ela não via há anos. A conversa entre eles era leve e cheia de risadas, pontuada pelo tilintar das taças e o som suave da música clássica ao fundo.

- Ha-Jun, você tem feito um trabalho excepcional - disse o pai, servindo-lhe uma taça do vinho que era o orgulho da propriedade. - É um talento raro, e estamos honrados em tê-lo conosco.

- Muito obrigado, senhor. É uma honra aprender com o melhor - respondeu Ha-Jun, com um respeito genuíno na voz.

Ji-Hye sentia-se como uma espectadora, testemunhando a relação quase paternal que se formava diante de seus olhos. Talvez seu pai realmente visse em Ha-Jun o filho que nunca teve, alguém para continuar seu legado. Ela sorriu discretamente, reconhecendo que, apesar de tudo, aquele jovem trazia uma nova esperança para a família e para os vinhedos que contavam a história de várias gerações.

Continuar lendo

Você deve gostar

SEU AMOR, SUA CONDENAÇÃO (Um Romance Erótico com um Bilionário)

SEU AMOR, SUA CONDENAÇÃO (Um Romance Erótico com um Bilionário)

Viviene
5.0

Aviso de conteúdo/sensibilidade: Esta história contém temas maduros e conteúdo explícito destinado a audiências adultas (18+), com elementos como dinâmicas BDSM, conteúdo sexual explícito, relações familiares tóxicas, violência ocasional e linguagem grosseira. Aconselha-se discrição por parte do leitor. Não é um romance leve - é intenso, cru e complicado, explorando o lado mais sombrio do desejo. ***** "Por favor, tire o vestido, Meadow." "Por quê?" "Porque seu ex está olhando", ele disse, recostando-se na cadeira. "E quero que ele perceba o que perdeu." ••••*••••*••••* Meadow Russell deveria se casar com o amor de sua vida em Las Vegas, mas, em vez disso, flagrou sua irmã gêmea com seu noivo. Um drink no bar virou dez, e um erro cometido sob efeito do álcool tornou-se realidade. A oferta de um estranho transformou-se em um contrato que ela assinou com mãos trêmulas e um anel de diamante. Alaric Ashford é o diabo em um terno Tom Ford, símbolo de elegância e poder. Um homem nascido em um império de poder e riqueza, um CEO bilionário, brutal e possessivo. Ele sofria de uma condição neurológica - não conseguia sentir nada, nem objetos, nem dor, nem mesmo o toque humano. Até que Meadow o tocou, e ele sentiu tudo. E agora ele a possuía, no papel e na cama. Ela desejava que ele a arruinasse, tomando o que ninguém mais poderia ter. E ele queria controle, obediência... vingança. Mas o que começou como um acordo lentamente se transformou em algo que Meadow nunca imaginou. Uma obsessão avassaladora, segredos que nunca deveriam vir à tona, uma ferida do passado que ameaçava destruir tudo... Alaric não compartilhava o que era dele. Nem sua empresa. Nem sua esposa. E definitivamente nem sua vingança.

Capítulo
Ler agora
Baixar livro