Por conta de um terrível acidente envolvendo seu pai e um homem desconhecido, Verônica foi forçada a se casar com Colin, um bilionário que ficou estado vegetativo devido a um acidente que foi causado pelo seu pai. Com a situação desesperadora, ela acaba sendo pressionada a engravidar dele por meios não tradicionais. Colin não era apenas o presidente de uma empresa influente, um bilionário em ascensão, mas também sofria de bipolaridade. Lutando contra a morte todos os dias, ele não esperava que, ao acordar, se depararia com uma esposa que nunca tinha visto e com as ideias absurdas que ela deveria engravidar. Entretanto, as coisas não saem como Verônica espera, ela se encontra em uma situação onde fugir grávida é a sua única opção, mas Colin não é o tipo que costuma deixar as coisas tão baratas, ele está determinado em buscar vingança por ter sido abandonado em uma situação tão caótica. mas ela se vê perdida quando por um acaso se encontra com Colin anos depois, seu retorno promete trazer revelações chocantes e confrontos inevitáveis, enquanto ambos tentam entender o que realmente aconteceu e como seguir em frente.
O homem tinha pressa para chegar à casa da sua filha. Ele havia descoberto há pouco que o marido de sua amada filha havia armado um golpe milionário em sua empresa. Ele era alguém que considerava como um filho; como seu genro poderia fazer algo assim? Era terrível ver como alguém que prezava tanto lhe dar um golpe. Ele pensou na pobre filha, como ela iria reagir ao saber disso? Era por isso que o velho homem corria por aquelas estradas. Ele acelerou mais um pouco, queria chegar o mais rápido possível. Mas quando a curva chegou, o carro parecia estranho.
Ele apertou o freio, mas o carro não diminuiu a velocidade. Novamente, ele afundou o pé no freio, mas não surtiu efeito. Era uma curva fechada; se ele não freasse, cairia na vala que havia ali à sua frente. Ele não podia entender o que estava acontecendo. Aquele carro havia acabado de ser comprado. Poderia ser um defeito de fábrica?
Uma sensação de desespero se apossou do seu peito. Por que o freio não estava funcionando? Ele pôde ver quando o carro surgiu em sua frente, saindo na outra faixa da curva. Ele virou o volante, tentando não perder o controle do carro, mas tudo o que ele viu à sua frente foi o forte farol. Ele não pôde frear, muito menos conseguiu virar o carro. Quando sentiu o choque em seu carro, o airbag abriu, e os carros capotaram pelo barranco abaixo. Quando o homem abriu os olhos novamente, podia sentir o corpo latejar sem parar. A dor se alastrava de forma rápida, e ele podia sentir algo quente molhar sua camisa. Ele não precisava ser o homem mais esperto do mundo para saber que aquilo era sangue, mas não podia olhar para confirmar. Em vez disso, ele olhou para o carro que estava perto do seu, vendo haver um homem lá dentro. Os dois estavam com os carros virados de cabeça para baixo. O farol do seu carro ainda iluminava fracamente, por isso ele podia ver os olhos azuis lhe encarando. A frieza daqueles olhos era realmente assustadora, mas não mais assustadora do que os pensamentos que passavam em sua cabeça agora. Como seria se não pudesse sobreviver? Como poderia proteger sua filha se morresse ali mesmo?
- Minha filha...
Sua voz saiu fraca e gaguejante. Era estranho como ele começava a sentir um frio e suor escorrer pela sua testa, mas ele tinha que falar aquilo para alguém. Todos na sua empresa haviam escondido o máximo que puderam dele, e eles nunca falariam nada para sua filha.
- Por favor... fale para ela... que o marido dela roubou a empresa, armou um esquema para pegar tudo o que tínhamos, uma amante...
A voz dele sumiu de repente. Ele já não conseguia falar nada, porque sua consciência se esvai lentamente. Ele não pôde ouvir quando a sirene se aproximou, nem mesmo a dor que antes o atormentava. Agora havia sumido, mas ele tinha esperança de que aquele homem pudesse falar a sua filha o que aconteceu, porque ele sentia que não poderia fazer isso. Sua filha e esposa ficariam desapontadas, mas ele sabia que as duas juntas poderiam sobreviver e encontrar novamente a felicidade. Ele queria poder no fim sobreviver para ajudar sua filha a se livrar daquele verme imundo que Verônica chamava de marido.
Aquele velho senil gritou coisas que ele não poderia entender: marido da mulher roubou a empresa? Enquanto sentia o sangue escorrer pela testa, ele pensou no porquê daquilo ter acontecido. Quem faria uma curva em alta velocidade? Ele olhou para a frente. O velho de repente estava quieto demais, mas mesmo que ele tentasse falar, a sua boca não mexia. O seu corpo começava a ficar estranhamente dormente. Mesmo que ele tenha visto o bombeiro descer o barranco, ele não conseguiu ver mais nada à sua frente quando o homem focou a lanterna em seu rosto. A vista escureceu e logo não pôde ver ou ouvir mais nada.
O homem foi encaminhado para atendimento de emergência. Embora ele tenha passado por várias cirurgias, não houve nenhuma melhora em seu estado. Na verdade, várias vezes o rapaz foi notificado como estando em condição crítica. Com o passar de uma semana, o seu estado não teve mudança. Mas no oitavo dia, a sua família teve a desagradável notícia de que ele foi diagnosticado como estando em estado vegetativo.
A avó do homem queria descobrir quem era o responsável por deixar o seu neto daquela forma. Alguém que tinha toda uma vida pela frente ficava vegetando em uma cama para sempre. Todo o sonho de ver o seu neto casar e ter filhos foi arruinado, por isso, ela queria encontrar o responsável por aquilo. A investigação sobre o homem que havia feito aquilo com o seu neto logo estaria pronta. Ela faria todos eles pagarem por isso. Mas Madeline não teve que se preocupar com muita coisa, já que no décimo dia um homem surgiu no quarto do seu neto. Ele alegou ser ex-marido da filha do homem que deixou Colin, o seu neto, daquela forma.
O interesse dele era fazer um acordo com a família Brenner. Ele havia feito uma pesquisa minuciosa da família que havia sido lesada naquele acidente. Ele tinha medo que as coisas saíssem de controle, mas não podia acreditar que aqueles eram uma família que tinha um império bilionário em suas mãos. Aquele homem ganancioso sabia que aquela família era uma das mais influentes do país. Sabia também que a matriarca da família ansiava por uma esposa para seu neto. Por isso, ele montou um esquema para que pudesse lucrar ainda mais com a agora ex-esposa. Depois que havia tomado o que lhe pertencia e ter praticamente expulsado Verônica da casa onde havia morado por toda a sua vida, ele fez questão de mantê-la presa em um minúsculo apartamento, sendo vigiada 24 horas. Por mais que ela tenha tentado fugir inúmeras vezes das suas garras, ele sempre a capturava de novo, ainda mais quando a pobre mãe da sua ex-esposa estava sob a sua posse.
William havia conhecido sua ex-esposa durante a faculdade. Verônica Ambrose era filha única de uma família rica. Ele era um homem ambicioso, queria poder, dinheiro e fama. Depois que a faculdade terminou, William e Verônica se casaram, mas ele de fato não se apaixonou por ela. Sua ex-esposa era apenas a peça de um jogo. Agora que a família Brenner, a família do homem que havia ficado em estado vegetativo, pedia a reparação e o culpava por isso, William tinha mais uma forma de usar sua ex-esposa para seus fins lucrativos. Então, ele fez com que Verônica assumisse toda a culpa pelo acidente. Em troca disso, ele jamais machucaria sua mãe. Mas o que ela não sabia era que seu ex-marido a mandou para a casa de um completo desconhecido como sua noiva.
Agora ele só tinha que prepará-la para assumir o seu novo posto. Foi por isso que ele mandou buscá-la no minúsculo apartamento.
Verônica não podia entender o que estava acontecendo. Desde que o seu pai havia falecido, era como se a sua vida tivesse virado de ponta-cabeça. O homem que amava se mostrou um canalha de merda. Agora mesmo ela teria que assumir a culpa pelo acidente de carro que o seu pai havia causado, mas ela não sabia o que isso significava. Um acidente e apenas isso, ou tinha algo mais que William tinha medo que descobrissem? Naquela manhã, ela sabia que William procuraria a família do homem que o carro do pai havia atingido, mas ela não sabia como aquele homem estava. Ela sentia muito por tudo o que havia acontecido com ele, mas nunca pôde visitá-lo. Mas ela não pôde nem sequer ver sua mãe direito. Desde que ficou presa ali, ela não teve contato com ninguém além de William.
Naquela mesma manhã, William mandou que buscassem Verônica. Ele queria dar a ela as boas novas, além de deixar claro que ele mandava ali. Quando ela chegou na casa em que havia crescido, ficou em completo estado de choque. Sua mãe estava totalmente bêbada. Ela nunca vira sua mãe a tomar uma gota de álcool, nem mesmo champanhe. Agora Verônica sentiu o seu mundo se quebrar.
Ela podia ver que sua mãe estava profundamente desapontada, com os olhos inchados, vermelhos e sem vida. Não precisava de muito para ver que a sua mãe queria morrer. Aquilo era culpa sua. Se tivesse ficado ao seu lado, talvez o seu sofrimento tivesse sido amenizado. Agora, vendo sua mãe agindo como uma morta-viva, ela sentiu ter sido abandonada pelo mundo.
Ela se perguntava se aquilo era sua culpa. Tudo o que havia feito de alguma forma voltou pior do que ela havia feito. Agora o seu mundo estava completamente destruído, sua alma estava partida em pedaços. Diariamente, enquanto chorava, ela se perguntava por que aquilo estava acontecendo com ela. Mas o seu sofrimento nem sequer começou de verdade.
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