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Todos os Encontros Levam a Você

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Jonathanzatella

5.0
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3
Capítulo

### Sinopse: Após um divórcio doloroso, Eduardo Lopes, um jovem carpinteiro, busca reconstruir sua vida longe do caos emocional. Ele se dedica ao trabalho na serralheria da família nas montanhas, encontrando conforto na simplicidade do campo. No entanto, um encontro inesperado com Anielle Ramos, uma talentosa artesã e gerente de uma loja rural, desperta algo dentro dele. Enquanto Anielle luta com a inquietação de seus próprios sonhos, uma conexão profunda surge entre os dois. Eduardo e Anielle descobrem que recomeços podem florescer onde menos se espera.

Capítulo 1 Novos Recomeços

Era uma manhã fria nas montanhas que cercavam a cidade A. O ar era denso e fresco, típico da altitude, enquanto as primeiras luzes do dia tingiam o céu com tons de laranja e rosa. Eduardo Lopes, um jovem de 25 anos, robusto, com mãos calejadas e uma determinação nos olhos, saía do fórum da cidade. Seus ombros carregavam o peso de um processo longo e emocional. Ele finalmente estava livre. O divórcio com Carol Lima, sua ex-esposa, tinha terminado, e a justiça estava do seu lado.

Carol, uma famosa estilista, havia sido condenada por traição e agora teria que pagar 20 mil reais por danos morais, além de ficar com apenas um apartamento do centro, enquanto Eduardo permanecia com o restante dos bens.

Eduardo caminhou até seu caminhão antigo, o motor roncando forte enquanto ele ligava o veículo. A serralheria do seu pai, Lopes e Filhos, ficava a alguns quilômetros da cidade, em uma área montanhosa, onde ele trabalhava como carpinteiro. Embora tivesse começado a construir seu próprio negócio, a serralheria sempre seria seu porto seguro. Era onde ele encontrava paz e propósito, longe do caos da cidade e da agitação emocional que Carol havia deixado.

Dirigindo pelas estradas sinuosas, ele sentiu o alívio crescer em seu peito. Seu celular vibrou no bolso, e ele viu que era sua irmã, Ana.

- E aí, como foi? - perguntou ela, sem rodeios.

- Terminou, finalmente. - Eduardo suspirou, sentindo a exaustão nos ossos. - O juiz decidiu a meu favor. Ela fica com o apartamento, mas isso é o de menos. O importante é que acabou.

- Graças a Deus! - Ana respondeu com alívio. - Agora você pode seguir em frente, Edu. A Carol já te sugou por tempo demais.

- É... agora é olhar para frente - ele disse, mas havia uma incerteza na sua voz. O futuro ainda parecia um território desconhecido.

- Quando você vem nos visitar? Os sobrinhos estão morrendo de saudades - insistiu Ana.

- Em breve, prometo. Só preciso colocar algumas coisas em ordem na serralheria. O pai está me pressionando com alguns projetos - disse ele, tentando desviar a conversa.

Depois de mais alguns minutos de conversa, ele desligou, deixando a estrada e o som do motor ocuparem seus pensamentos. Apesar de tudo, havia algo reconfortante naquela rotina, no trabalho manual que exigia foco e o afastava das preocupações.

---

Do outro lado da cidade, no sul da área rural, Anielle Ramos estava nos campos de sua fazenda familiar. Aos 28 anos, ela gerenciava a loja de produtos rurais da família com paixão e cuidado. Anielle amava a vida simples do campo, mas também sonhava com algo mais. Sua loja vendia de tudo: frutas frescas, vegetais e produtos artesanais feitos com o trabalho duro dos seus pais e dos funcionários da fazenda. Mas o que Anielle realmente amava era pintar e cantar. Essas eram suas verdadeiras paixões, que ela nutria entre uma tarefa e outra.

Naquele dia, Anielle estava no celeiro, organizando algumas encomendas quando sua mãe, Marta, apareceu.

- Filha, o Sr. Gonçalves pediu aquelas cestas artesanais para amanhã. Precisamos caprichar.

- Vou separar tudo agora mesmo, mãe - disse Anielle, pegando as fitas decoradas e começando a preparar as cestas.

Ela gostava daquele tipo de trabalho, mas, ultimamente, sentia uma inquietação dentro de si. Havia algo na rotina da fazenda que já não a preenchia totalmente. Enquanto olhava pela janela, observando os campos sob o sol da tarde, Anielle sussurrou para si mesma:

- Talvez seja hora de ver o que mais existe além dessas colinas.

---

Dias depois, Eduardo estava na cidade para comprar novas ferramentas para a serralheria quando seus olhos caíram sobre uma pequena loja que nunca tinha notado antes. A vitrine exibia cestas artesanais e produtos frescos, e ele, curioso, decidiu entrar.

Ao abrir a porta, foi recebido pelo cheiro agradável de ervas e frutas frescas. Atrás do balcão, Anielle organizava alguns itens e sorriu ao vê-lo entrar.

- Bem-vindo! Posso te ajudar em algo? - disse ela, com um sorriso acolhedor.

Eduardo retribuiu o sorriso, sentindo-se inesperadamente à vontade.

- Estava só dando uma olhada... Essas cestas são bonitas - ele respondeu, apontando para as cestas decoradas ao lado do balcão.

- Obrigada! - respondeu Anielle, ajeitando uma das cestas. - Nós fazemos tudo aqui mesmo na fazenda. Se precisar de algo personalizado, é só avisar.

Eduardo se aproximou, examinando os detalhes nas fitas e decorações.

- Você faz tudo isso sozinha? - perguntou ele, admirado.

- Sim, com a ajuda da minha família, claro. Mas essas decorações são meu toque pessoal - Anielle riu suavemente, enquanto ajeitava mais uma fita.

Eduardo ficou impressionado com o talento dela, mas algo nos olhos de Anielle chamou ainda mais sua atenção. Havia uma leve tristeza ali, algo que ele reconhecia em si mesmo. Aquela melancolia de quem sentia que algo estava faltando.

- Deve ser tranquilo viver no campo. Você parece gostar daqui - comentou ele, tentando puxar conversa.

- Gosto, sim. Mas às vezes parece que falta alguma coisa, sabe? - disse Anielle, surpreendendo-se com o quanto tinha se aberto para um estranho.

Eduardo assentiu, compreendendo perfeitamente o sentimento. Ele também sentia esse vazio, essa sensação de que algo em sua vida ainda não estava no lugar certo.

- Eu sei como é. - Ele suspirou. - Também estou tentando me reencontrar... Acabei de sair de um divórcio complicado.

Anielle olhou para ele com simpatia.

- Sinto muito por isso... Mas, às vezes, a vida tem uma maneira estranha de nos guiar para onde realmente devemos estar.

Eduardo sorriu, surpreso com a sabedoria simples nas palavras dela.

- Talvez seja verdade. Vamos ver o que o futuro guarda, então.

Eles trocaram olhares, e o silêncio que se seguiu foi confortável, como se ambos estivessem compartilhando algo além de palavras.

Eduardo comprou uma das cestas e se despediu, sentindo-se estranhamente leve após a conversa. Enquanto caminhava de volta para o seu caminhão, refletia sobre o breve encontro. Havia algo em Anielle, naquela simplicidade e na honestidade do olhar dela, que o tocou de uma maneira inesperada. Ele sorriu para si mesmo, sentindo que a conversa tinha sido boa, um pequeno respiro de algo diferente em sua vida turbulenta.

Mas, apesar da impressão positiva, Eduardo não voltou mais àquela loja. A vida na serralheria, os projetos em andamento e o desejo de seguir em frente com seus próprios planos o mantiveram ocupado.

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