Beth McLaren recostou-se no travesseiro de penas e sorriu. - Não acredito que estamos na cama conversando sobre nossa visita ao século XV. ...Estou muito feliz por estarmos juntos aqui. No lugar ao qual pertencemos. ...Quero dizer, a quando pertencemos. - A felicidade inundou Beth, que sorriu quando Silas, seu companheiro, se aproximou. - Sim, exatamente. Mas se você pretende viajar novamente, partiremos juntos na próxima vez. Eu não quero passar por isso de novo, Beth. Só peço que não seja tão cedo, por favor. Eu ainda estou superando a experiência. - Ela olhou para Silas, que balançava a cabeça lentamente. - Às vezes me pergunto se não foi tudo um sonho. Isso realmente aconteceu? Ou foi uma alucinação? - Aconteceu, porque, do contrário, nós dois compartilhamos o mesmo sonho. - Beth se aconchegou em seu calor. - Aconteceu mesmo - disse ele baixinho. - Já havia me acostumado com as viagens para os anos setenta com Davy, mas desta vez... voltar mais de quinhentos anos. Uau! Isso me deu uma perspectiva totalmente nova do tempo. Ainda não consigo assimilar que passado, presente e futuro são todos paralelos. - Somos dois! E sim, estou de acordo. Se... quando... viajarmos de novo, vai ser daqui a algum tempo. Quero terminar de ler os diários de Alice e, da próxima vez, quero me preparar para a visita. A roupa certa, algo para tomar nota. A pesquisa histórica que eu poderia fazer seria incrível se você levasse uma câmera que funcionasse quando estivéssemos lá. - Beth, a gente tem que tomar cuidado...
talvez Branton voltou com Alice algum dia. - Depois do tempo em que estivemos lá? - Sim, ele estava genuinamente aflito com a partida dela, então não pode ter sido antes disso. Eu me pergunto se mamãe sabe de alguma coisa. - Beth olhou para a parede, enquanto se lembrava das palavras de Alice. - Havia uma criança. Acho que ela pode ter abortado. - Jesus. Esse é o tipo de coisa que pode mudar o futuro. Vamos ler os diários, ligue para sua mãe e depois conversamos com Davy também, certo? - Certo. - Beth se aninhou em seu peito nu e fechou os olhos.
- Às vezes me questiono se o que mamãe sabe vem dos diários, ou se existe algo mais. Viajar no tempo deve ser uma coisa de família. Lembro de algumas coisas que mamãe disse, e como tentou me impedir de ler os diários de Alice, e isso me faz pensar. - Quer dizer que você acha que ela viajou pelas pedras? - Sim, mas honestamente não consigo imaginar mamãe fazendo isso. - Por que diz isso? - Apenas não parece algo que mamãe faria. Ela não é muito aventureira ou romântica. É rígida e muito... não sei a palavra certa. Entende o que quero dizer? Ela está sempre inquieta e muitas vezes zangada. - Beth fez uma careta. - O único jeito dela viajar como nós seria se afastando do meu pai. E eu entendo isso perfeitamente! Você entenderá o que quero dizer quando a conhecer. - Então eu vou conhecer sua mãe? E quanto ao seu pai? - Acho que sim, se você voltar para a Austrália comigo quando eu finalmente for para casa. - Aonde quer que você vá, estarei ao seu lado - Silas disse e a puxou para um beijo. - E você com certeza provou isso. - Beth riu enquanto seu estômago roncava. - Acho que não jantamos ontem à noite, não é? - Não, fui seduzido e arrastado para a cama. Eu estou quase desmaiando de fome. E aí, moça, vai preparar meu café da manhã? - Achei que poderia preparar o meu - disse Beth, passando os dedos pelo peito dele. - Prepare-se para meus famosos ovos mexidos, meu amor. - Silas saiu da cama e os olhos de Beth se demoraram no homem que amava; o homem que a entendia e a apoiava. O homem que a tinha seguido através do tempo. Quantos homens atravessariam os séculos para te encontrar? Silas ficou de pé ao lado da cama, e o olhar dela se arrastou sobre o peito musculoso, até o abdômen sexy... Uma batida forte na porta abaixo interrompeu sua contemplação e Beth sentou-se ereta. - Quem será a essa hora? Silas pegou sua calça jeans e vestiu-a antes de ir destravar e empurrar a janela. - A porta está destrancada, cara. Desceremos em um minuto. - Ele se virou para Beth enquanto vestia uma camiseta preta sobre o peito nu. - Parece que teremos companhia para o café da manhã. Davy e Megan acabaram de sair de seu Land Rover e há um táxi estacionado atrás. Não conheço a mulher que acabou de descer dele. Beth pulou da cama e correu para o banheiro. - Mantenha-os entretidos. Tô indo tomar um banho. - Seja rápida. Eu não sei por que eles apareceram tão cedo. - Silas a agarrou para um beijo no caminho do banheiro. - Tenho a sensação de que exigirão mais explicações do que entretenimento. Nós temos que decidir o quanto vamos compartilhar sobre nossa experiência. Beth tomou um banho e se secou rapidamente antes de procurar algo mais decente para vestir. Não tinha havido muita necessidade de roupas nos últimos dias, e na maioria das noites ela e Silas se aconchegavam em frente ao fogo debaixo de um cobertor, lendo os diários de Alice e se conhecendo melhor. Até agora, haviam aprendido pouco que já não soubessem sobre viagens no tempo, mas Beth não desistiria, na esperança de que Alice tivesse de alguma forma voltado para Branton. Mais diários os esperavam. Ela vestiu uma legging preta e pegou o suéter verde no encosto da cadeira. Passou uma escova rápida em seu cabelo, antes de prendê-lo com um grampo, e em seguida passou um pouco de brilho labial. Fechando a porta com cuidado, Beth desceu lentamente as escadas. O aroma de café fresco a atingiu e ela sorriu ao entrar na sala. Davi e Silas estavam junto ao fogo; não havia sinal de Megan, mas ela podia ouvir vozes baixas vindo da cozinha. Ele se aproximou e beijou a bochecha de David. - Que surpresa agradável. O que fazem aqui? Onde está Megan? Está tudo bem? David a puxou para um abraço apertado. - Fizemos uma longa viagem durante a noite. É tão bom vê-la. Megan está fazendo torradas. - O que aconteceu com seus famosos ovos mexidos? - perguntou a Silas, sentindo uma súbita preocupação. A testa de Silas se contraiu com uma carranca. - Davy queria falar comigo. Ah. Megan está na cozinha com... - Com quem? - respondeu com um olhar intrigado para Silas, que olhava para David. Beth foi até a cozinha, imaginando quem mais estaria lá, mas parou e levou a mão à boca quando a porta se abriu. Megan estava trazendo uma bandeja com café e torradas com manteiga, mas foi a mulher ao seu lado que fez Beth gritar. - Meu Deus, mamãe! O que você está fazendo aqui? Ele estava agora mesmo falando sobre a senhora para Silas! - Oi, querida. É ótimo vê-la também. - O sorriso de sua mãe parecia forçado. - Achei que você estivesse na Escócia. - Ah, mamãe. É ótimo vê-la. - Beth caminhou para os braços abertos de sua mãe e a abraçou. - Eu apenas fiquei perplexa ao vê-la. Você deveria ter me avisado que viria. Ainda não consigo acreditar. O que você está fazendo aqui? - Acho que seria difícil mandar uma mensagem para onde eu estava. - A voz dela estava tensa. - Estou muito feliz em vê-la aqui. Os olhos de Beth se arregalaram ao olhar de sua mãe para Megan, imaginando o quanto sua mãe sabia. - Olá, Beth - Megan disse calmamente, estendendo sua mão e apertando a da mulher. - O que está acontecendo? - Beth olhou em volta, sentindo como se tivesse sido deixada de fora novamente. - Mãe, a senhora conheceu Silas? - Conheci. Preciso tomar um café antes de conversarmos - sua mãe disse. - Foi uma longa viagem de Londres para cá em um pequeno táxi preto. Eu pretendia pegar o trem, mas quando falei com Megan, resolvi chegar o mais rápido que pude. Chegamos ao mesmo tempo. - Entendo - disse Beth. Visivelmente sentindo pena de Beth, Silas se aproximou e pegou sua mão. - Seja boazinha e sirva um café para Beth e Lucy, Meg. - Ele conduziu Beth até o sofá, sentou-se ao seu lado e colocou o braço em volta de seus ombros. Ele havia exposto seu relacionamento, mas ninguém parecia terrivelmente surpreso. - Lucy? - Beth franziu a testa e olhou em volta. - Quem é Lucy? - Sou eu, amor. - A mãe de Beth se aproximou e se sentou ao seu lado. - É meu segundo nome. Desde que seu pai e eu nos separamos, decidi voltar a usar meu nome do meio. Sempre fui Lucy antes de nos casarmos. Ele sempre preferiu meu primeiro nome, Laura; achava que Lucy era infantil. - Eu não sabia disso. - Ela soltou a mão de Silas e abriu os braços para dar outro abraço na mãe. - É tão bom ver você, mãe. Está tudo bem? Parece um pouco... não posso dizer. Parece diferente. Naquela época, o café já servido, Beth estava confusa; sentia como se tivesse caído na toca do coelho. - Quero dizer uma coisa antes de ficarmos sérios e começarmos a falar sobre viagens, - disse Megan. - Eu não contei no casament
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