O Aniversário da Traição

O Aniversário da Traição

Gavin

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Capítulo

No nosso aniversário de casamento, recebi uma mensagem do meu marido, Pedro: "Estou no hospital." O meu mundo desabou. Corri para lá, temendo o pior, mas ele não era o paciente. Finalmente, encontrei-o no quarto 302, a segurar a mão de Lúcia, a ex-namorada que ele jurou nunca mais ver. Ele estava a afagar o cabelo dela, a defendê-la de mim, e disse que eu devia ter "empatia" por ela. Senti-me uma estranha no meu próprio casamento, enquanto Lúcia sorria vitoriosa, uma ferida antiga reaberta com veneno fresco. A minha sogra tentou justificar as ações dele, dizendo que ele tinha "um coração de ouro" e que "homens são estúpidos às vezes". Mas como podia eu aceitar desculpas, quando ele repetidamente a escolhia a ela, a mulher que publicava fotos dele no hospital chamando-o de "anjo da guarda", como se fosse dele? Não havia desculpa para a mentira e a traição. O meu coração, já partido pela dor, endureceu em aço. Agarrei na minha mala, com a mão sobre a barriga, onde guardava um segredo que ele não merecia saber. Eu disse-lhe: "Divórcio. É tarde demais para consertar isto." Agora, a única luta que me importava era por uma nova vida, longe das suas mentiras e do fantasma do seu passado.

Introdução

No nosso aniversário de casamento, recebi uma mensagem do meu marido, Pedro: "Estou no hospital."

O meu mundo desabou. Corri para lá, temendo o pior, mas ele não era o paciente.

Finalmente, encontrei-o no quarto 302, a segurar a mão de Lúcia, a ex-namorada que ele jurou nunca mais ver. Ele estava a afagar o cabelo dela, a defendê-la de mim, e disse que eu devia ter "empatia" por ela. Senti-me uma estranha no meu próprio casamento, enquanto Lúcia sorria vitoriosa, uma ferida antiga reaberta com veneno fresco.

A minha sogra tentou justificar as ações dele, dizendo que ele tinha "um coração de ouro" e que "homens são estúpidos às vezes". Mas como podia eu aceitar desculpas, quando ele repetidamente a escolhia a ela, a mulher que publicava fotos dele no hospital chamando-o de "anjo da guarda", como se fosse dele?

Não havia desculpa para a mentira e a traição. O meu coração, já partido pela dor, endureceu em aço.

Agarrei na minha mala, com a mão sobre a barriga, onde guardava um segredo que ele não merecia saber. Eu disse-lhe: "Divórcio. É tarde demais para consertar isto."

Agora, a única luta que me importava era por uma nova vida, longe das suas mentiras e do fantasma do seu passado.

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No dia do terceiro aniversário do meu filho, Lucas, o meu marido, Pedro, simplesmente não voltou para casa. Preparei o seu bolo favorito e enchi a sala com balões azuis, enquanto Lucas esperava, adormecendo no sofá com o seu pequeno carro de corrida. Liguei para o Pedro dezenas de vezes, mas só encontrei o silêncio do telemóvel desligado. O meu coração afundava a cada tentativa falhada, até que a campainha tocou, já perto da meia-noite. Corri para a porta, com a esperança a reacender-se, mas não era ele. Eram dois polícias, com expressões sérias, que trouxeram a notícia: Pedro sofrera um acidente de carro, estado crítico. O mundo parou, as palavras ecoavam na minha cabeça: "crítico", "acidente". Mas a próxima frase atingiu-me como um raio: "Havia outra pessoa no carro... uma mulher. Infelizmente, ela não sobreviveu." O nome dela? Clara Bastos. A ex-namorada de Pedro, aquela que ele jurou ter ficado no passado. Antes que eu pudesse processar a traição, a minha sogra, Dona Alice, subiu as escadas, o seu medo transformado em raiva pura. "A culpa é tua! Tu nunca o fizeste feliz! A Clara era o verdadeiro amor da vida dele! Se ele morrer, a culpa é tua!" As palavras dela, o facto de que toda a minha vida tinha sido uma farsa, atingiram-me mais do que qualquer golpe físico. O nosso casamento, o nosso filho... Seríamos apenas um obstáculo? Uma mentira? Senti o meu telemóvel vibrar no bolso: uma notificação de transferência bancária. Pedro tinha transferido quase todo o nosso dinheiro da conta conjunta para a sua conta pessoal, horas antes do acidente. Ele não me estava apenas a deixar; estava a deixar-me sem nada. Num piscar de olhos, a minha vida desmoronou-se. Mas eu não me ajoelharia. Enquanto a minha sogra me amaldiçoava, senti uma raiva fria a crescer. Não olhei para trás. A batalha pela minha vida e pela do meu filho tinha acabado de começar.

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