5.0
Comentário(s)
151K
Leituras
128
Capítulo

Ele vivia para si mesmo. Ela, para agradar aos outros. Até que um abandono os uniu de forma inesperada. Simon Salvatore é um homem rico, bem-sucedido e categórico: sua nova governanta precisa ser eficiente, discreta e, principalmente, não se apaixonar por ele. Quando sua mãe contrata Paulina, ele acredita ter encontrado a pessoa certa para o cargo – embora a considere insuportavelmente recatada. Paulina Perez é a definição de "certa": organizada, confiável e sonha com um amor de conto de fadas. Mas seu mundo desaba quando o noivo que ela considerava perfeito, a abandona com a justificativa cruel de que ela "é boa demais para ele". Humilhada e destruída, Paulina se vê diante de uma dolorosa verdade: sua educação puritana e seu medo da intimidade a tornaram incapaz de segurar o homem amado. No fundo do poço emocional ela faz um pedido desesperado: - Simon, por favor, me ensine a ser uma mulher diferente, mais... se-sensual. Agora, o playboy que nunca se comprometeu com ninguém se vê no papel improvável de mentor sentimental. E a jovem rejeitada descobrirá que as lições mais perigosas - e prazerosas - acontecem quando deixamos de seguir as regras e começamos a escutar os desejos do coração. Ensina-me Aprender nunca foi tão prazeroso

Protagonista

: Simon Salvatore e Paulina Perez

Capítulo 1 Prólogo

Simon Salvatore corria em círculos pelo jardim, os bracinhos abertos, um sorriso largo enquanto o vento batia contra seu rosto e balançava seu cabelo. Era como voar. Adorava a sensação, mas, acima de tudo, amava ouvir a risada miúda de sua amiga de brincadeiras, Paulina Perez, filha da governanta e do motorista da mansão Salvatore.

A menina, dois anos mais nova, sentada no tapete de retalhos da varanda, com seus olhos de um suave âmbar observava fascinada o amigo rodopiar sem parar.

- Vamos, Lina! É divertido!

- Não. Da outra vez, fiquei tonta, caí, e mamãe brigou - lembrou, as bochechas coradas pelo calor primaveril de novembro.

Simon parou de rodopiar. Contrariado, subiu os três degraus que levavam à varanda e sentou-se ao lado dela.

- Não tem graça sem você - resmungou, fazendo bico, o que arrancou o riso cristalino da amiga. Encabulada, ela colocou a mão sobre a dele.

Simon admirou o pequeno sorriso, as bochechas coradas e a beleza dela. Parecia uma boneca de porcelana, como as que sua mãe guardava na prateleira mais alta do quarto de costura. Branquinha, lábios rosados, delicada, sempre de vestido de rendas florais. A diferença era que tinha permissão para brincar com Lina. Embora ela recusasse algumas brincadeiras, como subir em árvores, rodopiar pelo gramado ou jogar bolas de lama. Mesmo assim, gostava muito dela e a queria para sempre ao seu lado.

Sua atenção foi atraída por vozes na lateral da mansão. Viu sua mãe acompanhar o marido até o carro. Mantendo a porta traseira aberta para o patrão, estava o pai de Paulina. Simon sorriu quando sua mãe deu um beijo nos lábios do marido antes de deixá-lo partir para o trabalho. Toda manhã, eles repetiam aquele gesto, e Simon se perguntava se era isso que os mantinham juntos.

Voltou-se para a amiguinha, que também observava a cena, e, imitando sua mãe, depositou um beijo na boca dela.

Foi então que tudo mudou. Naquele breve instante, após o inocente beijo.

De repente, a mãe de Paulina apareceu gritando e puxou a filha para longe dele. Apavorado, ouviu a mulher, sempre tão gentil, repreendê-lo duramente.

Sua mãe se aproximou, confusa com a gritaria, e a mãe de Paulina contou sobre o beijo, dizendo que ele tinha tomado liberdades indevidas com a filha dela. As duas mulheres começaram uma discussão acalorada. Confuso, Simon chorou, com medo de que seu beijo tivesse ferido a amiga e por isso a mãe dela estivesse tão irritada.

Depois daquele dia, nunca mais teve permissão para brincar com Paulina, e a mãe dela não deixava que ficassem sozinhos.

Simon não entendia o que havia de tão errado em seu beijo, porém, não teve coragem de perguntar ou reclamar da distância crescente entre ele e Paulina.

Passou a sentir raiva. Das Perez, de si mesmo e da péssima ideia de beijar Paulina para uni-los para sempre. O efeito foi o contrário: a cada dia, se afastavam, ignoravam e, com o tempo, tornaram-se dois estranhos na mesma casa.

~*~

Ao atravessar a porta dos fundos da mansão, Simon Salvatore lançou um olhar furtivo à Paulina Perez, que conversava com o jardineiro. A presença dela era um chamariz para sua curiosidade. Nos últimos dois anos, a viu poucas vezes, sempre de passagem. Agora, segundo a governanta da mansão, ela ficaria por ali por alguns dias ou mais.

Encostou-se a uma viga da varanda e a observou, aproveitando que não percebeu sua presença.

Baixinha, com pouco mais de um metro e cinquenta, parecia ainda menor com as roupas que usava: saia longa e blusa de manga comprida. Simon nunca entendeu o motivo de se cobrir tanto, mesmo em dias de calor extremo - como aquela tarde. O longo cabelo negro e a franja farta ocultavam parcialmente os olhos que lhe lembrava de mel derretido. Mesmo à distância, sabia que a pele clara estava corada pelo sol intenso.

Sorrindo de canto, aproximou-se devagar, presumindo que ficaria ainda mais ruborizada ao vê-lo.

Sentindo-se observada, ela interrompeu a conversa e, protegendo os olhos do sol com a mão, avaliou por um instante o homem que se aproximava dela e de Pedro, seu tio. Assim que reconheceu Simon, as mãos suaram e o coração acelerou, ecoando em seus ouvidos.

Retornando a atenção para o tio, podando os arbustos, apertou as mãos e mordiscou o lábio inferior. A tensão tomou conta de seu corpo ao prever o que aconteceria quando o caçula dos Salvatore chegasse perto.

Simon sempre foi arrogante, convencido e um egoísta, que passava pelas mulheres com indiferença devastadora.

Sua falecida mãe sempre a alertou sobre homens como ele, e exigiu que mantivesse distância respeitosa dos filhos dos patrões. Paulina cresceu seguindo esse conselho. O que não é difícil, já que Simon possui um perturbante prazer em afastá-la com provocações inconvenientes.

Simon cumprimentou ambos antes de se concentrar em Pedro, perguntando com educação sobre o trabalho no jardim e elogiando seu cuidado com as plantas. Apesar de tentar ignorar a conversa, Paulina o observou de relance e percebeu, não pela primeira vez, que, quando queria, ele podia ser agradável. Era em momentos como aquele, quando Simon sorria e se mostrava gentil, que entendia por que as mulheres se apaixonavam perdidamente por ele.

Sem dúvida, Simon tornou-se um homem bonito: cabelo preto e denso, olhos escuros e penetrantes, estatura imponente. Até Paulina, que sabia o quanto sua aparência escondia uma personalidade terrível, nutriu uma paixonite por ele na adolescência. Um sentimento que reprimiu, tanto por suas provocações constantes quanto pelos avisos dos pais , sempre lembrando-a de que não passava de uma empregada, mesmo sem trabalhar oficialmente na propriedade.

- Depois a gente se fala, tio. Até mais, senhor Simon! - despediu-se, incomodada por ter sido praticamente ignorada pelos dois.

Afastou-se apressada em direção à lateral da residência, onde sua família paterna morava e trabalhava há três gerações. Precisava escolher a roupa para a entrevista de emprego no dia seguinte.

Embora gostasse de dividir o mesmo teto com a irmã mais nova, a convivência com o pai estava cada dia mais difícil. Desde que perdeu o emprego anterior, ele insistia que ela trabalhasse na faxina ou em outro ocupação na mansão. Por anos, atendeu a todas as exigências dele - até os cursos que fez foram por imposição -, mas agora, formada em governança hoteleira, só aceitaria um cargo de governanta, a menos que ficasse completamente sem recursos.

- Voltou para a mansão em definitivo? - A voz grave de Simon atrás dela arrancou-a violentamente de seus pensamentos.

Perturbada por ele tê-la seguido, perguntou-se por que Simon cismava tanto com ela. Poderia ignorá-lo e seguir em frente, mas, se o pai descobrisse que tratou mal o filho dos patrões, a repreenderia sem piedade.

- Só até arrumar um novo emprego - respondeu baixinho, cabeça abaixada e olhos evitando-o.

Ele posicionou-se à sua frente, as mãos nos bolsos, e, pelo movimento da sombra no chão, percebeu que se inclinava sobre ela.

- Vai fritar nessa sauna que chama de roupa - escarneceu. - Vestida assim, presumo que concorrerá à vaga de freira. É esse o trabalho que procura?

Paulina puxou as mangas da blusa, apertando os dedos nas bordas, escondendo os poucos centímetros de pele exposta. Odiava quando Simon zombava de suas roupas. Ainda assim, apertou os lábios, reprimindo a vontade de revidar, de dizer que, ao contrário das mulheres com quem ele saía, foi criada valorizando a decência e discrição.

- Perdeu a língua, Perez? Posso achá-la pra você - sussurrou perto de seu ouvido.

Ela inspirou fundo, tremendo de vontade de jogar no lixo todas as regras de bom comportamento, implantadas pelos pais em sua mente, e mandar Simon pastar.

- Vou trabalhar como governanta em um hotel - respondeu trêmula.

Falou como se a contratação estivesse garantida, quando na verdade dependia de uma última entrevista. Preferia nadar com jacarés a dar a Simon mais munição para humilhá-la.

Simon endireitou-se, analisando-a friamente. Seus olhos escuros detiveram-se nas mãos que se apertavam, notando as dobras esbranquiçadas, quase como se não houvesse sangue circulando. A face dela estava pálida, os lábios tensos e trêmulos, sinais de que estava à beira de um colapso.

- Não sei para quem desejo sorte: para você ou para o infeliz que a contratar - disse, recuando um passo. - Tente agir menos como uma ostra.

Com esse conselho sem sentido aos ouvidos de Paulina, saiu de sua frente. Agarrando-se à oportunidade como um náufrago a um pedaço de madeira no mar, Paulina seguiu a passos largos para a ala que dividia com o pai e a irmã.

Se olhasse para trás, surpreenderia Simon com um risinho divertido nos lábios.

Continuar lendo

Você deve gostar

O filho de um segredo

O filho de um segredo

Bencannan
5.0

Amber nunca pensou que fosse voltar a ver aqueles olhos negros . Sua mente volta para exatos oito anos atrás quando deixou sua pequena cidade sozinha e com medo, na pequena mochila somente algumas mudas de roupas e dentro de seu coração uma mágoa impossível de esquecer . Naquela noite haveria a formatura mas Amber não estaria nela, a noite anterior lhe mostrou que não adiantava sonhar, naquela cidade ela seria sempre a menina mais feia da escola, aquela que caçoavam, ao pensar nisso seus olhos queimam com lágrimas não derramadas ao lembrar a cena da noite anterior, todas aquelas líderes de torcida e os garotos do time rindo enquanto Amber tentava em vão cobrir seu corpo nu. E ele, Peter Calahan parecendo constrangido e fingindo-se assustado ao mesmo tempo, como se a "brincadeira" fosse engraçada e ser pego ali de propósito lhe fizesse lembrar que ela era a menina mais horrorosa e que ele teve que fazer o sacrifício pro divertimento dos colegas . Mas tudo isso parecia ter ficado pra trás, até aquele dia , até Amber olhar aqueles olhos negros vasculhando se ali havia algum reconhecimento, afinal de contas Amber a menina feia desengonçada filha do bêbado agora é uma pessoa completamente diferente.... Será que o seu segredo está protegido ? Será que Peter ainda se lembra dela ? Será que ele consegue imaginar as consequências que aquela brincadeira deixou em sua vida ? Será que o rico e poderoso Peter agora se sente tão poderoso sem poder mais andar ? Amber respira fundo decidida a enfrentar seja lá o que for pelo cheque mensal que vai salvar sua vida, Porém ela precisa proteger a todo custo seu segredo , Peter Calahan não pode jamais imaginar que eles têm um filho e que Amber é a mesma garota que ele humilhou e pisou no passado

A Escrava Mais Odiada Do Rei

A Escrava Mais Odiada Do Rei

Kiss Leilani.
4.9

Há muito tempo, dois reinos conviviam em paz. O reino de Salem e o reino de Mombana... Tudo correu bem até o dia em que faleceu o rei de Mombana e um novo monarca assumiu, o príncipe Cone, que estava sempre sedento por mais e mais poder. Depois da sua coroação, ele atacou Salem. O ataque foi tão inesperado que Salem nunca se preparou para isso. Foram apanhados desprevenidos. O rei e a rainha foram assassinados, o príncipe foi levado para a escravidão. As pessoas de Salem que sobreviveram à guerra foram escravizadas, suas terras foram saqueadas, e suas esposas foram transformadas em escravas sexuais. Tudo foi perdido. O mal caiu sobre a terra de Salem na forma do príncipe Cone, e o príncipe de Salem, Lucien, na sua escravidão, estava cheio de tanta raiva que jurou vingança. *** *** Dez anos depois, Lucien, de 30 anos, e seu povo lançaram um golpe e escaparam da escravidão. Eles se esconderam e se recuperaram. Treinaram dia e noite sob a liderança do intrépido e frio Lucien, que foi impulsionado com tudo o que havia nele para recuperar sua terra e tomar a terra de Mombana também. Levou cinco anos até que eles armassem uma emboscada e atacassem Mombana. Mataram o príncipe Cone e reivindicaram tudo. Enquanto gritavam sua vitória, os homens de Lucien encontraram e imobilizaram a orgulhosa princesa de Mombana, Danika, filha do príncipe Cone. Enquanto Lucien olhava para ela com os olhos mais frios que alguém poderia possuir, sentiu a vitória pela primeira vez. Ele caminhou em direção à princesa com o colar de escravo que tinha sido forçado a usar por dez anos e com um movimento rápido, o amarrou ao pescoço dela. Então, ele inclinou o queixo dela para cima, olhando para os olhos mais azuis e o rosto mais bonito já criado, lhe deu um sorriso frio. "Você é minha aquisição. Minha escrava. Minha escrava sexual. Minha propriedade. Eu lhe pagarei por tudo o que você e seu pai fizeram comigo e com meu povo", disse ele secamente. O puro ódio, a frieza e a vitória era a única emoção no seu rosto.

Capítulo
Ler agora
Baixar livro
Ensina-me
1

Capítulo 1 Prólogo

06/11/2025

2

Capítulo 2 Preciso de uma governanta

06/11/2025

3

Capítulo 3 Alguém em mente

06/11/2025

4

Capítulo 4 Ninguém em especial

06/11/2025

5

Capítulo 5 Troféu

06/11/2025

6

Capítulo 6 Regras

06/11/2025

7

Capítulo 7 Batalhão

06/11/2025

8

Capítulo 8 Contrato !

06/11/2025

9

Capítulo 9 Uma dança

06/11/2025

10

Capítulo 10 Boa garota

06/11/2025

11

Capítulo 11 A zona de conforto

07/11/2025

12

Capítulo 12 Almoço de noivado

07/11/2025

13

Capítulo 13 Desculpinha esfarrapada

08/11/2025

14

Capítulo 14 O que você quer

08/11/2025

15

Capítulo 15 Surpresinha

08/11/2025

16

Capítulo 16 Antecipando

08/11/2025

17

Capítulo 17 Top-model-atrevida-e-de-gosto-duvidoso

09/11/2025

18

Capítulo 18 Ele não quer

09/11/2025

19

Capítulo 19 Outro Lado

09/11/2025

20

Capítulo 20 Mariposa e Lamparina

09/11/2025

21

Capítulo 21 Vestido de noiva

09/11/2025

22

Capítulo 22 Chá e comprimido

09/11/2025

23

Capítulo 23 Atestado de insanidade

09/11/2025

24

Capítulo 24 Happy hour

09/11/2025

25

Capítulo 25 Decadente

09/11/2025

26

Capítulo 26 Procure seu noivo

09/11/2025

27

Capítulo 27 Amizade

09/11/2025

28

Capítulo 28 Traduzindo

09/11/2025

29

Capítulo 29 Dia de folga

09/11/2025

30

Capítulo 30 Conselho

09/11/2025

31

Capítulo 31 Cinco

09/11/2025

32

Capítulo 32 Lista

10/11/2025

33

Capítulo 33 Ele entendia

10/11/2025

34

Capítulo 34 O Salvador

10/11/2025

35

Capítulo 35 Tratamento de choque

10/11/2025

36

Capítulo 36 Por Nathaniel

10/11/2025

37

Capítulo 37 Prove

10/11/2025

38

Capítulo 38 Dê uma chance

10/11/2025

39

Capítulo 39 Exposição

10/11/2025

40

Capítulo 40 Não me encaixo

10/11/2025