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As idas e vindas do destino

As idas e vindas do destino

Sonia Oliveira

5.0
Comentário(s)
71.8K
Leituras
29
Capítulo

.Este livro conta a estória de Anna. Meia idade com filhos. Ainda na esperança de encontrar um grande amor. Quando isso acontece as idas e vindas do destino é a ponta o iceberg. Sua vida começa a virar de cabeça para baixo. Por varias varias vezes precisou se reerguer e dar a volta por cima, mostrando que o destino é implacável. È uma estória caprichosa cheias de reviravoltas. Voces vão gostar. muitos irão até se identificar com nossa protagonista. Mas lembre-se esta é uma obra de ficção qualquer semelhança será mera coincidência💏

Capítulo 1 capitulo 1

Ela podia dizer que naqueles dias o

maior amor de sua vida era seus filhos já criados. Cada

um com a sua vida não dependiam mais dela. Resolveu

se separar quando viu que os filhos podiam cuidar de si

mesmos. Afinal tinha ficado casada apenas por eles. Não

queria ninguém criando seus filhos sem ser o seu pai.

Marcelo seu ex-marido era o homem que um dia ela

achou que era o homem da sua vida, se enganou

redondamente, apesar de terem vivido por quase 20

anos, foram anos sem emoção, em comum só tinham os

filhos e viviam como dois amigos... Nao, amigos

conversão, riem. Entre eles nao existia nada disso.

Apenas rancor. Mas durante o tempo que viveram...pelo

menos por parte dela sempre houve fidelidade e

companheirismo. Tanto é verdade que o ex-marido nunca

aceitou o fato da separação, ele nunca entendeu porque

ela o deixou. Mas voltando aos filhos. Pode se dizer que

sua responsabilidade de criar os filhos foi cumprida, para

ela pôr os filhos no mundo foi decisão dela e, no entanto,

cria-los até eles terem condições para viver sozinhos

era sua obrigação e isso ela cumpriu com louvor. Ela ja

se julgava dispensável, mas ainda se dava ao luxo de

sonhar. No alto dos seus 40 anos apesar de sonhadora,

sabia que as coisas já nao eram como nos tempos de sua

juventude.

Morava no Rio desde a infância, nao conhecia

outros estados muito menos outros países.

O dia começava como todos os dias, as 06 da manhã ela

levantava e se aprontava para ir trabalhar, tomava um

banho quente, vestia seu uniforme surrado. Já a muito

Anna trabalhava numa fábrica de temperos. Ia para a

cozinha, fazia seu café, ajeitava tudo e ia trabalhar.

Pegava o ônibus da empresa as 7:30 e chegava as 7:55,

batia o ponto e ia fazer suas obrigações. Era muito intima

da amiga Divina, uma colega alegre e muito direta.

Divina era uma mulher magra, alta de cabelos curtos,

também de meia idade, porem vivia a vida como se não

houvesse amanhã. Anna era quem a tirava das

encarrascadas em que ela se metia. Divina amava a

amiga como se ama uma irmã, sabia que em qualquer

situação podia contar com ela. - Bom dia amiga, como

você está hoje?

-Estou bem, só um pouco cansada. Respondeu Anna.

Como ela era uma pessoa muito otimista, sempre estava

com um sorriso no rosto. - E você como foi o encontro

com aquele rapaz? Miguel né?

- Foi muito bom, o cara e a pessoa mais gentil, educada e

carinhosa que eu já conheci. Nós vamos sair novamente.

Quer vir com a gente? Ele tem um amigo, a gente pode

chamar ele, o que acha?

- Ah, nao sei nao, você sabe como eu sou. E acho que

esse negócio de encontro, namoro, nao e para mim, o que

eu quero de um relacionamento não existe mais.

- Também... Você é muito exigente amiga, tem que parar

de procurar perfeição. Se resolver me fala, vou cuidar

dos meus afazeres, até mais tarde amiga.

- Até mais tarde.

A manhã correu como sempre, sem

nenhuma surpresa. O sinal da sirene avisa que o horário

de almoço começou. Anna vai se juntar à Divina no

refeitório elas conversam sobre o encontro da noite

passada. Divina conta tudo, até os detalhes mais

sortidos, o assunto vai longe, ela tenta convencer Anna

de se encontrar com "amigo" do amigo dela. Anna nao

achou muito interessante, mas promete pensar. Segundo

a amiga, o amigo tinha mais ou menos a mesma idade

que a dela. Ela nao o conhecia pessoalmente mais

segundo Miguel era um cara legal. A hora do almoço

passa rapidamente e elas voltam ao trabalho.

A tarde passa normalmente e logo chega a hora de ir

para casa, o dia seguinte era sábado e elas nao

trabalhavam, ou pelo menos nao estavam escaladas.

Combinaram de ir se falando. Na manhã de sábado é

como as outras manhas de sábado, se levanta cedo, faz

seu café, cuida de suas plantas, dá uma geral na casa e

faz seu almoço. A tarde vai descansar.

O aplicativo chama. Sua amiga Divina chamando-a para

sair logo mais, Anna se esquiva de todas as maneiras,

mas nao houve jeito. Divina estava decidida a leva-la

junto. Anna já havia saído outras vezes com ela e seus

amigos. Eram passeios sem graça, com homens que não

tinham assunto, só queriam mesmo leva-la para a cama.

E ela sempre esperou algo mais, sabia que não ia

encontrar com os amigos da amiga. - Vamos comigo

amiga, você quase nao sai, e eu gostaria de ti apresentar

o Miguel, ele vai levar o seu amigo Paulo pra você

conhecer.

- Amiga você sabe que eu nao quero mais perder tempo

com coisas que nao vão dar em nada.

- Se você nao quiser, nao vai rolar nada, só fazer

amigos...vamoooos!

- Ta bom, onde encontro voces?

- Te pego as 20:00 horas... ai, ai!!! Ele tem carro. Kkkk

- Ok. Anna continua seu descanso de depois do almoço.

Logo pegou no sono. Acordou já passava das 18:00 horas,

ela se levantou, assistiu um pouco mais de tevê e foi se

arrumar, faltava pouco para sua amiga passar. Por mais

que ela soubesse que era outra saída sem graça, não

teve como escapar, ela gostava de agradar e naquele

momento não foi diferente.

Anna vestiu um vestido azul que destacava seu corpo

mostrando que ela ainda era uma mulher bonita e

atraente, calçava um sapato de salto alto o que a deixava

mais desejável ainda. A maquiagem era bem sutil, ela

nao gostava muito, mas queria ficar apresentável

então...O cabelo solto. Era um cabelo bem cuidado, mas

na altura do pescoço, curto por assim dizer. Apenas

batido nada de escova. Ela se olhou no espelho e

aprovou. Estava como queria estar...O mais simples e

elegante possível. Ela era dessas que menos é mais. Nao

demorou muito e sua amiga Divina chegou.

Anna entra no carro e cumprimenta Miguel. O rapaz era

um homem bem-apessoado de dentes claros e um

sorriso largo, meia idade muito educado. - Boa noite,

como voces estão?

- Muito bem e você? A Divina fala muito de você.

- E essa louca fala bem ou mal?

- Amiga, você e a melhor.

- Ela fala muito bem, diz que você e como uma irmã para

ela.

- Que bom, também gosto muito dela. Gentilmente ele diz

que irá passar na casa de Paulo para pega-lo.

- Se nao se importar vou pegar o Paulo. É aqui perto.

- Sem problemas. Estou por conta de voces.

- Vamos nos diverti muito hoje amiga.

- Hum, hum.... Quando eles chegam, Paulo já estava na

porta esperando, ele entrou e era um homem bem

cuidado e lindo, tinha os seus 45 anos. Tinha o físico

escultural chamava muito a atenção, grisalho. Deixava

transparecer que era muito fechado, mas sem deixar de

ser amigável. Parecia ser experiente. Era de poucas

palavras. E porque Anna nao conseguia ver nele os

amigos irresponsáveis e fúteis de sua amiga? Anna se

gabava de saber exatamente como era as pessoas. E era

justamente por isso que nao se envolvia com facilidade. -

Boa noite a todos.

- Boa noite, respondeu Anna não demonstrando muito

interesse,

- Boa noite. Divina como sempre respondeu muito

animada.

- Boa noite meu irmão, está e a Divina minha namorada e

a Anna sua melhor amiga. Onde vamos hoje?

- Que tal aquela casa de dança lá na Tijuca.

- E mesmo né? La e muito bom. Voces vão gostar.

No caminho apenas o silencio reinava. Ela olhava de vez

em quando para Paulo, imaginando o quanto aquele

homem lhe chamava a atenção. Ja havia vários anos que

nenhum homem lhe causava tamanho interesse. E

pensava será que ele também ficará interessado? Ela era

uma mulher recatada e se dependesse dela o primeiro

passo. Aí estava lascado. Ela nao tinha atitude para isso.

Divina vendo aquele silencio se pronunciou: - Então

Paulo, faz o que para viver?

- Sou Advogado.

- Que bom. Já tem sua própria empresa?

- Já sim.

- Que bom, você nao perguntou, mas somos operarias na

fábrica de tempero. Trabalhamos lá há muitos anos.

- Acredito ser um trabalho bastante cansativo.

- E muito cansativo mesmo.

- E você Anna nao fala nada?

- Ah, sim, claro que sim. É um trabalho cansativo e tudo

mais...mas paga as contas. Não é amiga?

- E sim minha irmã.

- Todo trabalho paga as contas.

Paulo foi ríspido. Anna já achou que entre eles nao iria

ser fácil. Ela continuou calada e ele também se calou e

nao deu mais conversa.

A chegada na casa de dança foi cheia de tumulto, as

pessoas empurravam daqui e empurravam dali, mas no

fim conseguiram entrar, arrumaram uma mesa de fundo

onde dava para ver toda a pista de dança. Muita gente

bonita no salão, e dançarinos de toda qualidade.

Dançarinos experientes, iniciantes e medianos. Anna se

classificava como mediana, mal sabia ela que poderia se

considerar experiente. Divina gostava mesmo era de

beber, dava uns passinhos, mas logo se cansava.

Pediram alguns aperitivos enquanto Anna pedira agua.

Paulo logo a questionou: - Você nao bebe?

- Nao, bebida me faz muito mal. Miguel e Divina nao se

largavam deixando Paulo e Anna desconcertados. Paulo

a chamou para dançar, era um tango. Ela toda tímida

aceitou. No salão, eles deslizavam na pista, Paulo ficou

encantado com a leveza da parceira. Quando a chamou

para dançar não imaginava se tratar de uma dançarina

experiente. Ele pergunta: - Nossa como você dança bem.

- Nem tanto, dou meus pulos. O engraçado e que Anna

sentia uma certa intimidade com Paulo, ela nao sabia de

onde vinha, mas a impressão e que o conhecia desde de

sempre. Os dois pareciam parceiros de dança a muito

tempo. Logo começa a tocar um bolero e os corpos deles

ficaram mais juntos. Anna estava toda arrepiada, um

sentimento que a muito tempo ela nao tinha. Aquele

homem definitivamente mexia com ela. Ao mesmo tempo

que sentia essa intimidade, ficava irada por se sentir

assim e, queria repeli-lo, fazer com ele ficasse longe

dela.

- É incrível como nos damos bem dançando. Você e

leve como uma pluma.

- Impressão sua, você deve dançar assim com todas,

afinal nao deve sair dessas casas de dança.

- Você nao sabe nada sobre mim...

- Sei o suficiente.

- Você e uma mulher muito dura, diz ele puxando-a mais

ainda para perto dele.

O coração de Anna estava acelerado e o seu corpo todo

tremulo. O que aquele homem tinha que a deixava tão

excitada? Anna logo o deixou no meio da pista, nao podia

deixar que ele sentisse as reações do seu corpo que

queimava como se estivesse com febre. Essas reações

se bem se lembra era coisa dos seus 18 anos. Ele veio

atrás dela questionando porque ela o deixara no salão. -

Que é isso? Ficou louca por acaso?

- Nao. Só me cansei e vim descansar

- Nunca mais faça isso. Anna deu de ombros e começou

e conversar com a amiga. - Então? Se divertindo?

- Muito. O que achou do Miguel? Ele nao e ótimo?

- Muito legal, educado. Bom e até onde vi está muito

interessado em você. Nao vai estragar tudo mais uma

vez Divina.

Ela era uma mulher muito festeira e

costumava por seus relacionamentos a perder por ser

assim. Paulo e Miguel cochichavam. E Anna era capaz de

dar uma unha para saber sobre o que falavam. Divina

interveio. - Vamos dançar Miguel?

Esse a atendeu prontamente. Paulo se virou e começou a

questiona-la. - Você tem alguém?

- Nao. Se tivesse nao estaria aqui.

- Nao sei, conheci muitas mulheres que levavam vida

dupla.

- Nao e o meu caso. A noite passou e eles retornam para

casa. Anna ainda se sentia intimidada por aquele homem.

O que ele tinha que a deixou perturbada. No caminho se

perguntava se o veria de novo. E foi nesse momento que

teve certeza que sim. - Então? Pode me dar o seu

número?

- Porque nao? 21 9.... Anna desceu do carro, deu boa noite

a todos e entrou.

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