COMPRADA para casar. A redenção do bilionário.

Aurora Jordan. O leilão.

Do Vestiário, eu ouço a voz abafada do apresentador do leilão anunciando a penúltima garota da noite em algum lugar da boate. Foram seis garotas até agora.

E a última a ser leiloada será eu.

Philippe disse-me que eles sempre deixam o melhor para o final. Ele disse isso porque sou virgem. E segundo ele,garotas virgens são muito valiosas em eventos como esse. Nas palavras dele,como uma verdadeira e preciosa joia rara.

E também segundo Philippe,eu não saio desse lugar com menos de trezentos mil dólares na minha conta.

Se chegar a isso mesmo, se alguém pagar trezentos mil dólares pela minha virgindade, mesmo que o dono da boate fique com vinte por cento desse valor como combinado, e muito mais do que eu esperava conseguir quando decidi vender minha virgindade a um completo estranho para pagar pela cirurgia do coração da minha irmãzinha Sarah de oito anos. É por ela que vim parar neste lugar.

Depois que minha mãe ligou aos prantos para me contar que o banco tinha negado o pedido de empréstimo ao meu pai,

,fiquei tão desesperada que a primeira coisa em que pensei em fazer para o conseguir o dinheiro foi assaltar um banco,mas logo descartei a ideia porque as chances de eu conseguir dinheiro dessa forma era igual a de um camelo atravessar pelo buraco de uma agulha. Impossível.

Primeiro porque,eu não tinha nenhuma experiência com roubo,nenhum roubo em geral,na verdade.

Segundo, para roubar um banco era necessário ter dinheiro.

Sabe,para os equipamentos ,armas e mão de obra. Sim, mão de obra, porque ninguém pode roubar um banco sozinha. Então,a ideia de assaltar um banco foi descartada da minha cabeça tão logo foi criada e comecei a pensar em outros métodos de conseguir dinheiro que não precisasse de investimento . E foi então,que a ideia da venda da virgindade surgiu e comecei a fazer pesquisas.

É incrível e ao mesmo tempo absurdo e assustador o que você pode encontrar na internet hoje em dia. E foi então que encontrei a boate de Philippe.

Philippe ficou todo empolgado quando colocou os olhos em mim.

Disse que eu era linda e que não tinha dúvidas que eu faria muito sucesso na boate dele.Mas, quando disse que só estava lá para vender minha virgindade e queria cento e oitenta mil dólares por ela, que é o valor da cirurgia de Sarah, o interesse dele desapareceu. Em seguida, ele me disse que devido a alguns problemas que teve no passado, não fornecia mais esse tipo de entretenimento em sua boate.

Ao me jogar o balde de água fria ,ele me desejou boa sorte e apontou a porta de saída. Sem conseguir conter as lágrimas,eu contei a ele porque eu precisava tanto do dinheiro. E implorei no final para que ele abrisse uma exceção.

Apesar de ter visto uma pontada de compaixão e pena em seus olhos, ele não cedeu.

Depois disso ,foi só ladeira abaixo. Em todos os lugares parecidos que me enfiei com o mesmo propósito só estava servindo para me causar mais vergonha, humilhação, lágrimas e desespero.

Foi então que uma semana depois, no final de mais uma das minhas tentativas fracassadas, Philippe me ligou e disse que sabia de um lugar onde eu poderia conseguir o dinheiro.

Voltei à boate dele, mas antes que me falasse qualquer outra coisa sobre o assunto,me fez prometer que não contaria a ninguém sobre o lugar e que se aceitasse,teria que fazer algumas fotos para entrar no catálogo deles e dar ao dono da boate trinta por cento do que ganhasse. Era as normas da casa.

Eu não só prometi que não contaria a ninguém sobre o lugar,como jurei a ele que não faria ,e em seguida, concordei com todo o resto,como fazer

exames médicos que comprovaram que eu não tinha nenhuma doença sexualmente transmissível e a prova da minha virgindade que após realizados,foram enviados para cá junto com as minhas fotos tiradas por uma das garotas da boate de Philippe.

Enfim,aqui estou eu agora,prestes a subir num palco para ser vendida.

A voz do apresentador se silencia,o que significa que a garota já foi vendida. Segundos depois, ouço passos no corredor e uma batida na porta do vestiário.

É a minha hora.

As minhas mãos começam a suar frio,minhas pernas a tremer e o meu coração a disparar feito louco.

Okay. Respire,Aurora. É só por uma noite. É só por uma noite.

- Aurora Jordan? É a sua vez. -Reconheci a voz do homem que foi me buscar no ponto de ônibus num sedan preto com vidros escuros para me trazer até boate.

Antes de seguir rumo ao meu destino desconhecido e um tanto assustador ,dou uma última olhada no espelho a minha frente, esperando conseguir encontrar em meus olhos,a segurança que tanto lutei para conseguir nos últimos quarenta e três minutos que se passaram desde que entrei neste vestiário.

Mas o que vejo refletida no espelho me faz gemer baixinho e o frio em meu estômago, que não me deu uma trégua,se intensifica ainda mais.

Mas dessa vez, não é só por medo do que vou encontrar quando colocar os pés no palco no palco, mas sim,por esse medo estar estampado no meu rosto de novo quando eu não deveria deixar que isso acontecesse. Philippe disse que se eu demonstrar medo ou insegurança,os clientes não vão querer me comprar. Eles querem ter o prazer de desfrutar de uma virgem e não a sensação de estar forçando a situação.

O problema é que eu pareço apavorada antes mesmo de estar no palco.

Eu pareço um pobre gatinho de rua perdido e assustado quando deveria parecer sensual, determinada e sedutora.

Os meus olhos azuis, que já ouvi dizerem que são expressivos,estão dando todos os sinais de que estou com medo, prestes a desistir de tudo,e sair correndo e não olhar para trás.

Eu quero desistir de tudo e sair correndo e não para trás.

Mas eu não posso. Não vou encontrar outra oportunidade como essa de novo.

Sou a única chance de Sarah.

Então,preciso começar a aderir a arte de fingir. E muito bem.

-Vamos lá, Aurora. Mexa-se! Você consegue.

Sim,eu consigo. Eu tenho que conseguir.

-Aurora ? -O homem me chamou novamente com mais uma batida na porta. -Temos que ir.

- Eu estou indo- Eu disse em resposta e abri a porta, estremecendo quando o ar gelado do corredor bateu no meu corpo seminu. Sim, seminu. Tudo que estou usando agora é uma calcinha de renda com um pequeno babado nas laterais e sutiã combinando que comprei em uma liquidação de banca

O homem está apoiado na parede há alguns passos longe da porta e está falando ao telefone. Está tão focado na conversa que não me notou ainda. Espero que ele termine a conversa para anunciar minha presença.

-Sim,Sr. Reynordes. Eu entendi perfeitamente. Claro que eu não farei isso,Sr- disse ele,e após alguns segundos de silêncio ouvindo o que o homem chamado Sr. Reynolds dizia,ele olhou para o alto da parede e suas bochechas ficaram vermelhas como fogo. Em seguida,ele afrouxou o nó da gravata e engoliu em seco. Acompanhei o olhar dele e vi que se tratava de uma câmera. Estávamos sendo observados e,pelo nervosismo dele,só podia ser seu chefe

- Obviamente,que sim,Sr. Muito na verdade. E por isso que os manterei bem longe da razão de sua ameaça. - O homem disse e a ligação chegou ao fim. E em seguida, ele guardou o celular no bolso do paletó e tirou do outro bolso um lenço que passou no rosto que brilhava de suor. Nossa,pelo jeito a bronca que recebeu foi bem séria.

- Estou pronta. -Eu digo e, imediatamente,ao ouvir minha voz,o homem baixou a cabeça e disse:

- Você não vai mais a leilão. Já foi vendida.Agora,por favor,entre e vista-se para que eu possa levá-la para o homem que comprou você.

- Como assim, já fui vendida sem ao menos pisar no palco do leilão? -Pergunto, tentando, inutilmente, controlar a energia nervosa que está me fazendo tremer um pouco mais agora que recebi essa notícia inusitada que fui vendida. Ser vendida sem ter que ficar exposta num palco,deveria trazer algum alívio, mas, é ao contrário,sinto um pressentimento que isso não é nada bom.