GriGo

Havia um temor dentro de mim, um frio que entrava pela janela e invadia a minha alma, sinto-me como a vítima da vez, a Isaura e o Leôncio na porta da casa me esperando arrumar minhas malas, me odeio por aceitar uma coisa dessa, me odeio por deixar que os meus pais me usem como remédio para o fim da dor de cabeça de ambos, eu só penso na falta de liberdade que muitas mulheres teve ao ter que se casar com o homem que seus pais escolhesse para elas, isso me dá saco, daqui posso vê o sorriso convincente daquele rico retardado que acha que está fazendo um ótimo negócio, apenas pelo o fato de uma re

vista arrogante me elegeu como uma das mulheres mais belas da cidade, como esses reportes e jornalistas adoram levantar uma mulher abaixando a outra.

Alice: Antes que vá, prometa-me que será mais tolerável e não faça o seu marido enlouquecer com o seu gênio e seu humor ácido e desnecessário.

Bianca: Você provocou tudo... Hã, se olha no espelho e se aconselha primeiro, depois conversamos... acho que a acidez é coisa de família.

Caleb: Aí está a minha princesa.

Bianca: Estranho... um rei não venderia a sua filha.

Daniel: Então está lendo as histórias erradas.

Bianca: Pedir a sua opinião? É, achei que não.

A viagem foi tão longa, era como se estivéssemos saindo da cidade, penso ser conveniente para o Daniel, assim eu não vou conseguir voltar para casa sozinha - como se eu fosse tentar.

Os meus olhos ficam focados para o vidro, quero evitar de olhar nos olhos do homem que não é homem para conquistar uma mulher e precisa me comprar para ter alguém para chamar de esposa, isso me faz rir por dentro, na cama, essa coisa deve ser ainda pior que vestido, peço a Deus que me dê estômago, pois só de dividir um banco em ele, me causa asco.

Sempre fui uma mulher forte, corajosa, daquelas que se garante em uma briga no pátio da escola, me vê assim agora, não me traz bons sentimentos, ainda bem que tenho a escrita para me distrair e me salvar de me destruir de uma vez nessa nova fase.

Falando em escrita, estou bastante estagnada nesse assunto, espero que Daniel e sua falta de masculinidade me inspire um pouco. Não posso ficar à toa nessa casa, assim Daniel me vencerá e me conquistará como se fossemos um romance barato, daqueles que você se apaixona só porque convive com aquele homem (eca!)

Me pego deixando o vidro e me virando para observar um pouco aquele homem, seu cabelo esnobe, seu perfume caro e de um cheiro insuportável e seu ar de arrogância que até agora não me provou está errado e me convencer a me aventurar nessa "aventura".

Poucos palavras me impediram de conhecer mais desse personagem, mas espero que meu jeito seco e frio, o tire da casinha e mostre suas garras.

Ele me pega espiando.

- Sorriso arrogante, Daniel: Já estamos chegando.

- Reviro os olhos. Bianca: Estou pulando de ansiedade.

Daniel: É sempre debochada assim?

Ignoro sua pergunta colocando meus fones de ouvido.