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AINDA EXISTE AMOR EM NÓS

AINDA EXISTE AMOR EM NÓS

thamiris.geo

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Capítulo

Theo acreditava que o amor era algo para a vida toda é que o casamento era algo sério, onde duas pessoas dividiam sua vida na alegria ou na tristeza, na saúde e na doença, até que a morte os separe. Porém, isso muda quando ele vê seu casamento desmoronar. Quando ele descobre mensagens comprometedoras entre seu marido e um colega de trabalho, resultando em uma briga dolorosa entre os dois. Balançado entre a decisão de pedir ou não o divórcio, ele tem uma conversa com sua irmã que lhe dá a solução para seus problemas conjugais.

Capítulo 1 O início

Juliano

Antes

Janeiro de 2008.

O início do ano letivo sempre me deixava nervoso, mas naquele ano o sentimento era diferente, pois eu estava em uma cidade nova e isso significava escola nova, pessoas novas e amigos novos.

― Juliano, se apresse. ― minha mãe gritou no andar de baixo. Um pouco mais rápido coloquei as coisas em minha mochila, peguei meu celular e desci. Na cozinha, ela preparava meu almoço, colocando em pequenas vasilhas plásticas que formavam uma bolsa recheada de coisas gostosas.

Depois de comer e reorganizar minha mochila eu pude finalmente ir para a nova escola. Meu nervosismo me fazia suar nas mãos, mas os movimentos rápidos e precisos da minha bicicleta me faziam relaxar ao ponto de eu levar pouquíssimo tempo para chegar ao meu destino.

Após passar na secretaria, busquei pela sala do primeiro ano e cheguei quando a professora iniciava a aula. Mesmo sendo novato, percebi pelo tom de voz que atrasos em sua aula não seriam tolerados, por isso tratei de me desculpar antes de me apresentar para a todos os outros alunos que me encaravam e me deixavam ainda mais nervoso com toda a atenção que recaia sobre mim.

― Olá, meu nome é Juliano e espero poder ser amigo de vocês no futuro. ― Todos responderam de forma positiva, menos um garoto que estava sentado próximo as grandes janelas. Ele olhava para frente, mas parecia estar imerso em pensamentos e tenho quase certeza que ele não ouviu nada do que eu disse.

― Muito bem Juliano, seja bem-vindo. Você pode sentar com o Theo. ― a professora disse enquanto apontava para o garoto que chamou minha atenção. Fiz uma breve reverência e caminhei em sua direção o vendo ficar rubro e um tanto nervoso. Fofo!

Sentei-me e logo voltei meu olhar para a professora, mas minha atenção era dele. Percebi que ele me olhava e suspirava baixinho, como se tivesse criando coragem para poder falar comigo. Aquilo me deixava agitado, nervoso, em êxtase, mas aquela sensação só se intensificou quando enfim ouvi sua voz.

― Oi ― foi o que ele disse e eu pensei que meu coração sairia pela boca. Eu nunca tinha me sentido assim em relação a outras pessoas. Abri um pequeno sorriso ainda sem coragem de falar nada, mas logo ele se apresentou. ― Me chamo Theo, seja bem-vindo.― Sua voz melodiosa e sua timidez fez meu sorriso aumentar.

― Obrigado Theo, perdi muita coisa com o atraso? ― perguntei ainda sorrindo em sua direção.

― Oh não, faz pouco tempo que a professora chegou. ― Theo respondeu me deixando mais curioso sobre si. Antes que pudéssemos voltar a falar, a professora nos chamou atenção.

Então pelo restante da aula alternei meu olhar entre a professora, os exercícios e ele, deixando meu coração aquecido com cada sorriso seu ao perceber que estava sendo observado.

Quando o sinal bateu, eu virei para encarar Theo que pareceu ainda mais tímido.

― O que foi? ― ele perguntou e eu quase me derreti todinho.

― Você quer almoçar comigo? ― eu o questionei vendo-o ficar um tanto nervoso. E antes que ele pudesse me responder um som de tosse me fez virar e me deparar com uma garota muito bonita e que parecia ser mais velha que nós dois. Ela olhava para nós com desconfiança e ciúmes. Só então eu me dei conta de que não poderia flertar com o garoto assim de cara, afinal será que ele gostava de meninos como eu? E se essa garota fosse sua namorada?

― Theo, vamos almoçar? ― a garota já o agarrou pelo braço.

― Mana, ― ele disse exasperado ― esse aqui é o Juliano e essa é minha irmã Bianca.

― Encantado ― eu disse meio desconcertado enquanto fazia uma pequena reverência para a mais velha.

― Maninha, não poderei almoçar com você hoje. Estarei fazendo companhia para o meu novo amigo.

Theo falou enquanto a garota ainda me analisava, mas antes que tudo se tornasse estranho ela assentiu e deixou um beijo na bochecha dele para depois sair.

― Desculpe por ela, minha família tem a mania de querer me proteger do mundo. ― o mais novo falou chamando minha atenção.

― Tudo bem Theo, eu entendo.

O garoto então paralisou e só então percebi que o chamei de forma muito íntima para o pouco tempo que nos conhecemos. Fiquei nervoso, mas precisava esclarecer que eu me sentia muito à vontade perto dele e também acabei decidindo guardar pra mim as sensações românticas que eu tinha em relação a ele, afinal eu não o conhecia tão bem e não gostaria de perder sua amizade que até então era a única que eu havia feito naquela escola.

― Eu posso te chamar de Theo, não é? ― perguntei.

― Claro que sim ― ele me respondeu.

Depois de uns segundos em silêncio, decidimos nos encaminhar para algum local onde poderíamos enfim almoçar. Theo então tomou a frente e eu apenas o segui. Andamos um pouco e subimos algumas escadas até chegar no terraço da escola, onde poderíamos ver os alunos espalhados em grupos por todo o gramado e jardim.

― Uau, aqui é lindo. ― eu disse não tirando meu olhar da visão vasta e bonita à minha frente.

― Eu sempre venho aqui quando quero ler ou estudar. Geralmente as pessoas não curtem ficar muito próximo de mim, então eu prefiro me isolar também. ― ele disse me fazendo estranhar aquela história, afinal qual motivo as pessoas têm para não gostar do Theo? E mesmo com minha curiosidade aflorada, eu apenas mudei de assunto, deixando-o confortável para almoçarmos e nos conhecer um pouco mais.

Em meio a tantas palavras ditas eu sabia que Theo era alguém que eu levaria para a vida como amigo ou como um amor, pois a maré de sentimentos que se agitavam em meu interior me fazia querer transbordar de tanta alegria, de tanta felicidade. Era como se eu tivesse ganhado na loteria e ficado muito rico ou como se eu tivesse realizado o maior sonho da minha vida. Era um sentimento novo, mas ao mesmo tempo de reconhecimento, como se nossas almas se reconhecem de outras vidas, outras aventuras. Eu não podia negar que gostava muito do que estava sentindo, mas ainda sim tinha medo de criar um mundo que existisse apenas na minha cabeça, criar sentimentos que não seriam recíprocos, mas naquele dia decidi viver e me afogar naquelas sensações, nadar e nadar em uma maré de sentimentos bons.

Naquele dia, eu e Theo matamos aula durante a tarde e eu deveria não me orgulhar disso, mas eu não poderia me arrepender. Foi assim que o conheci melhor, que me encantei com as constelações que viviam em seu olhar, foi sorrindo junto consigo que me apaixonei pelo Theo. Foi assim que nossa história de amor teve início e eu pedia sempre em minhas orações para que essa história que começava de um jeito tão bobo, nunca chegasse ao fim.

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