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Essa noite, você dorme comigo!

Essa noite, você dorme comigo!

Laila Neves

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Capítulo

Com uma paixão platônica desde a adolescência, Karina tatua o vulgo de polegar, afim de aplacar seu amor não correspondido. Mas depois de um ano de ausência, Barbieri, mais conhecido como polegar, finalmente volta à comunidade onde ele foi criado. Agora Karina já é uma jovem de 19 anos, que imaginou não ter mais aquele amor todo por um pessoa que nunca foi correspondida, mas ela se engana quando vê ele novamente, acontece que polegar agora finalmente enxerga Karina, e é em uma noite quente entre eles que tudo vira de cabeça para baixo. Polegar faz parte da família da máfia italiana, e volta para o Brasil quando seu pai é preso no contrabando de arma, mas tem que tirar rapidamente Karina de sua vida, quando descobre de quem ela é realmente filha.

Capítulo 1 O retorno

Barbieri | Polegar

Estreito meus olhos observando a favela, 5 da matina. Muita coisa mudou desde o dia em que saí daqui. Mas eu fui forçado a voltar, já que meu pai me fez o favor de ser preso e eu ter que assumir o comando de algo que eu nunca quis.

Hierarquia do crime, irmão. Ela existe, e eu sou a prova vida disso.

De longe avisto um parceiro meu, desde quando éramos adolescentes se pá.

— E aí, irmão! — Tuca se aproxima fazendo o toque — firmeza? Bom demais ver você de volta na comunidade.

— Não é como se eu quisesse.

— iiih ala, tá metido a mafioso? E esse traje aí! — ele sorri, e eu retribuo jogando a fumaça do cigarro para o alto — cheio de tatuagem, todo rabiscado, menor!

— Como andam as coisas aqui? — pergunto — meu pai deu um vacilo dos grandes, podendo tá com a vida ganha lá fora, não sei como quis atravessar com uma carga tão grande de droga e armas assim.

— Armaram pra ele, esse é o papo, tá ligado? Tô com seu pai tem um tempão, ele não ia dar um mole desse ainda mais pra verme. — estreito meus olhos, olhando a baixinha rabuda que desce o morro essa hora da manhã, com os fones no ouvido, muito concentrada no que lê no celular — a carga atrasou 10 minutos, tempo suficiente pros canas agirem.

— Quem é ela? — perguntei inclinando a cabeça na direção da mulher, com roupa de academia e o cabelo preso em um rabo de cavalo.

— Karina! — Tuca responde a contragosto — Ralf tem as coordenadas, sabe direitinho que estava no dia.

Não consigo prestar atenção em uma só palavra que sai da boca do Tuca, pois estou vidrado na morena que desce concertada demais que mal consigo ver meu rosto, só sei que ela é gostosa. Me pergunto pra onde ela vai essa hora da manhã.

— Que Karina? — pergunto novamente.

— Papo reto mesmo? — ele pergunta e eu afirmo com a cabeça — mano, essa mina vivia na tua cola. Até inventar que já namorou contigo ela inventou, lembra não?

— Não!

— Qual foi! Ainda criança, ela andava pra cima e pra baixo dizendo que namorava tu. Até depois que você se formou, a menina ainda falava abessa do seu nome.

— Lembro dela não. — Estalo a língua no céu da boca, quando vejo ela sumir lá embaixo e quebrar a esquina — quantos anos ela tem?

— Novinha, deve ter nem 20.

— Sou bem mais velho que ela, não é possível que essa menina foi apaixonada por mim quando eu ainda estudava, ela era só uma criança! — afirmo.

— Mas era. Tu que nunca deu bola porque vivia rodeado de mulher, po. Era putão!

Sorrio negando com a cabeça, enquanto Tuca comenta de tudo que perdi desde que saí do Brasil.

Meu pai nunca entrou para o crime pela necessidade de dinheiro, ele é herdeiro de uma grana preta na Itália, acontece que o filho da mãe gosta da vida de adrenalina, mas minha mãe não é muito fã em viver a vida como num filme de ação, então por isso se separou dele, mais rápido que do que imaginei, quando se deu conta do tipo de homem que ele é.

Papo dele adorar pegar umas novinhas, e eu sei que várias rende pra ele só por ser o chefe. Estive na Itália por um ano e pouco, e queria permanecer lá, mas eu tenho algo aqui para fazer aqui, ou ao menos tentar e consertar a cagada que meu pai fez.

O que eu fazia lá fora era algo totalmente diferente do que irei fazer aqui, mas tô ligado que isso vai dar certo pra caralho.

— Vai ficar na casa do paizão? — Tuca pergunta.

— Vou. Trouxe uns manos meu lá de fora, e eles já estão lá. Desci pra dar uma olhada na comunidade, acabei de chegar. — Tuca murmurou um hum, e trocou a bandoleira do fuzil de ombro — e tu, tá fazendo o que na hora essa hora?

— Plantão, começa às 6. Sai mais cedo pra fumar um fininho.

— Tô ligado. — olho mais uma vez para o céu que vai clareando aos poucos, e tiro a chave do carro do bolso, girando ela nos dedos — vou dar um chego ali embaixo, mais tarde a gente troca uma ideia. Tranquilo?

— Suave!

Desço o morro em direção a padaria, sei que os italianos nunca provaram uma boa comida brasileira.

Olho o relógio marcando 6 da manhã, em ponto. Até meus olhos baterem na academia que não existia, quando eu saí daqui.

Lá dentro tem poucas pessoas, ainda é muito cedo, mas paralisei ao ver a morena que encontrei descendo o morro, deslumbrante se alongando, enquanto caminha para a esteira.

Desço do carro e me encosto nela, observando a morena correr com os olhos fechados.

Muito concentrada no que faz, ela passa a língua nos lábios quando seu corpo começa a soar. Ela abaixa a cabeça desligando a esteira, e então olho para fora, onde estou parada. Seu semblante muda na hora, e ela quase tropeça no próprio pé.

Muito meu número você, Karina.

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