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Encontros e Desencontros Sob A Lua Vermelha

Encontros e Desencontros Sob A Lua Vermelha

Xuanguniang

5.0
Comentário(s)
25
Leituras
10
Capítulo

Meng Shan nunca se esqueceu do passado, seja das dores ou das alegrias de ter Gao Lian Fa ao seu lado. Mas ela lembrava-se com mais vigor de todas as vezes que deixou seu Gao Lian Fa morrer, sumir e afastar-se dela. Quando reencarnou, suas lembranças eram um jardim de flores que cresceram em meio ao sangue, carne, vísceras e ódio. Ela pensava que isso era o pior, mas que ela merecia após deixar-se sucumbir para a covardia e abandonar seu amado no abismo. No entanto, Gao Lian Fa reencarnou. Depois do banho de sangue, suas flores estavam sendo diariamente destroçadas por milhares de ramos de ciprestes. E sua alma estava firmemente atada ao remorso.

Capítulo 1 Flores Rosa que Revelam O Amor do Passado | Part. 1

Yan Fu Zhao estava de frente a Gao Lian Fa. Ela olhava o jovem parado na beira do penhasco e ela tinha medo que, se ela olhasse com um pouco mais de atenção, ela pudesse ser capaz de ver todas as espadas do medo, da dor, da perda e do arrependimento firmemente atravessando o peito do outro. Ela olhava para Gao Lian Fa como se fosse a primeira vez, mas aquela estava longe de ser a primeira vez.

Yan Fu Zhao ainda podia se lembrar do jovem alegre e sorridente que ela conheceu naquela noite, a noite caótica no Pavilhão do Primeiro Nível do Inferno, na qual ela conheceu o homem que nunca mais deixou o seu coração. Ela sentia o cipreste amargo deixando sua boca seca, mas a realização do luto ainda nem havia a alcançado. A-lian ainda estava ali, tão perto, mas tão distante quanto jamais havia estado.

No final, Yan Fu Zhao notou que sempre esteve olhando para ele, desde o primeiro dia onde ele sorria inocentemente, até este fatídico dia onde o sorriso dava lugar às lágrimas e as palavras "você violou quatro regras do clã Yan", ofertavam lugar às palavras "A-lian, volte".

Quando Gao Lian Fa caiu do penhasco, Yan Fu Zhao ainda olhava para ele. Mas ela sentiu, naquele momento, o cipreste envolvendo todo o seu ser e ela soube que não olharia mais para o homem.

- A-lian! - Meng Shan acordou inopinadamente, com aquele nome tão conhecido em sua boca. Sua cabeça doía e suas cicatrizes passadas ardiam em contato com suas vestes, ela colocou uma mão sobre seu rosto e chorou. Ela chorou pelas lembranças, ela chorou por não ter sido capaz de fazer nada, ela chorou por simplesmente amar aquele mesmo homem antes e agora, e ainda assim não saber onde ele estava. - A-lian, por quê eu continuo sonhando com isso depois de tudo? - Meng Shan tirou a mão de seu rosto e observou as lágrimas que ficaram nela, escorrerem e caírem desoladamente sobre sua coberta. Ela poderia estar triste por ainda chorar por aqueles temíveis acontecimentos, mas ela estava feliz por não ser Gao Lian Fa a chorar aquelas lágrimas.

Meng Shan tinha sonhos misteriosos com um garoto chamado Gao Lian Fa, ao qual ela chamava de A-lian, desde que era criança. Sua primeira palavra foi, coincidentemente, "patético", a palavra que mais aparecia em seus sonhos além do nome Gao Lian Fa. Seus pais, incrédulos com a situação, não sabiam se ficavam felizes com a filha ter dito sua primeira palavra apenas aos quatro meses de idade, ou se ficavam preocupados em descobrir onde ela havia escutado aquela palavra e como ela havia a aprendido tão facilmente. Meng Shan se desenvolveu rapidamente, e apesar de ser uma criança quieta e calma, seu vocabulário aos três anos era mais vasto que o de muitos adultos. No começo, ela tinha sonhos incompreensíveis onde ela apenas ouvia palavras como "Yan Fu Zhao"; "Clã Yan"; "FuFu-jiejie"; "Gao Lian Fa"; "A-lian" e "Artesão de Almas", e até seus quatro anos ela não conseguia entender nada do que acontecia nesses sonhos. Porém, quando Meng Shan completou cinco anos, os sonhos começaram a ter imagens e ela começou a entender um pouco do que os sonhos queriam transmitir.

O problema é que em alguns meses os sonhos começaram a seguir a cronologia correta, e assim ela acabou entendendo que não eram apenas sonhos, eram as lembranças de quando ela viveu muitos anos atrás. Ela começou a reconhecer as pessoas e compreender sua própria história passada, e a trágica história de seu pai e sua mãe. Com isso, por ainda ser muito nova, ela acabava levando as questões do passado para sua vida atual e fazia perguntas aos seus pais e, aconteceu de uma vez ela chorar no colo de sua mãe com medo de perdê-la mais uma vez. Ela também perguntava ao seu pai onde Zhu Liu estava, mas seu pai não se lembrava de ter tido outra filha, a única que se lembrava da irmã era Meng Shan. Poucas semanas antes de completar seis anos, ela sonhou brevemente que estava passeando com seu tio, o céu estava cinza e neve caía por toda parte. Estava tão frio que ela precisava usar vários mantos e roupas externas o máximo possível, mas quando ela olhou para um beco sem saída daquele lugar, havia um pequeno garotinho com o cabelo totalmente bagunçado, brincando com alguns bonecos de palha. Entretanto, não foi o tipo de brinquedo que chamou a atenção dela, mas sim a maneira como o garoto estava vestido: ele usava apenas um manto do tipo externo, nada mais. "Ele não está com frio?", foi a pergunta que passou pela cabeça dela e, antes que seu tio pudesse impedí-la, Yan Fu Zhao correu até o garoto e ofertou-lhe o único brinquedo que ela tinha. Ela não costumava ter muitos brinquedos e pegou aquele depois de muita insistência de sua irmã. Ela queria muito dar roupas ao pequeno garoto, mas tudo que poderia oferecer naquele momento era o brinquedo e, para a sua felicidade, o garotinho estendeu a mão e pegou o brinquedo, depois daquilo o garoto sorriu e foi como se todo o coração dela se enchesse de alegria.

Meng Shan, naquela altura das lembranças que vinham em forma de sonho, já tinha conhecimento que seu nome era Yan Fu Zhao em sua vida passada. Depois do sonho com aquele menino, ela sonhou que havia voltado naquele mesmo beco e não havia mais ninguém lá. Deste modo, ela se virou para ir embora, mas, exatamente quando o vento bateu em seu corpo, ela viu o garoto no colo de Gao Xuan Zhen, o líder do clã Gao e um grande amigo de seu tio. Sem que ele percebesse, o garoto se virou no colo de Gao Xuan Zen e olhou para ela, logo após sorrindo e acenando para Fu Zhao com as mãozinhas pequenas onde a ponta dos dedos estavam mais escuras devido ao frio. Seu sonho terminou com o Senhor Gao dizendo "A-lian, não precisa ficar com medo de voltar para lá, eu vou cuidar de você agora".

Desde aquele dia, Meng Shan repetia e repetia que precisava, com urgência, encontrar Gao Lian Fa, ela dizia aos seus pais que precisava saber se o menino estava bem ou não. Houveram dias de inverno, onde Meng Shan fazia bonequinhos de papel e os nomeava de "Yan Fu Zhao" e "Gao Lian Fa", ela pegava pequenos pedaços de pano e fazia a boneca "Yan Fu Zhao" entregá-los ao boneco "Gao Lian Fa" como se ela mesmo estivesse oferecendo cobertas ao menino de seus sonhos. No final, não importava quantas vezes ela seguisse aquele ritual de dar as cobertas para o boneco, nunca foi o verdadeiro Lian Fa aquele que recebera tal atenção.

Ela começou a ir frequentemente ao hospital depois de completar seis anos, permanecendo internada durante dias e ficando em observação por todo esse tempo. O caso dela começou a ser estudado, porque por mais que procurassem algum Gao Lian Fa, era como se a história tivesse se perdido no tempo. Ela carregava marcas de sua vida passada, mas nenhuma delas a levou até quem ela queria.

Ao findar, ela continuou tendo sonhos sequenciais até compreender toda a história, seus sonhos só foram completados no seu vigésimo segundo aniversário. De fato, ela ainda teve tempo de aproveitar o resto de sua vida ao lado de Lian Fa e, apesar de ambos tomarem aquela derradeira decisão aos seus sessenta e poucos anos, Meng Shan como Yan Fu Zhao em sua outra vida, nunca havia deixado de se sentir culpada pelas outras coisas que a levaram a perder Gao Lian Fa para a queda do penhasco.

Agora, depois de vinte e dois anos sonhando todas as noites com sua vida passada, ela não poderia se sentir mais solitária. Há alguns meses, ela havia chegado ao final de suas lembranças e agora alguns trechos de sua vida passada repetiam todas as noites, como lâminas grossas cortando sua pele. Infelizmente, para seu azar, as únicas cenas que se repetiam eram as vezes em que ele amou, amou e perdeu seu "FaFa".

Não importava quanto tempo passasse, ela sempre amava, amava e perdia Gao Lian Fa.

- Não importa quantas vezes eu diga "me desculpe" ou "obrigada", no final, você não vai voltar... - Meng Shan, naquela manhã, se sentia mais triste e deprimida do que em todos esses vinte e dois anos. Seu coração gritava que ela deveria levantar-se da cama, mas sua cabeça prejudicada pelas lembranças indesejáveis dizia que ela deveria permanecer naquela cama hoje, amanhã e depois de amanhã, continuar lá apenas como um cadáver até que o divino tivesse piedade dela e acabasse com esse sofrimento que parecia ser eterno. Afinal, do que adiantava recordar-se de tantas infinitas coisas, se ela já não tinha mais Gao Lian Fa ao seu lado?

No final, com as cicatrizes que insistiam de lembrar-lhe do que era impossível de esquecer ardendo como brasas em seu corpo, Meng Shan finalmente levantou-se da cama. Faziam dois anos que Meng Shan morava sozinha, ela havia saído da casa de seus pais no momento em que as lembranças começaram a ficar escuras e ela sentia muito que as lembranças alegres, tivessem passado tão rápido como se durassem apenas alguns minutos. Mas, para falar a verdade, ela não tinha certeza de quanto tempo feliz ele viveu com Lian Fa até aquele dia... O dia em que Yan Xian Sun, Yan Qian Hui, Wu Xie Yao e Zhou Lai Gong seguraram as mãos dela e de Gao Lian Fa enquanto eles faziam a travessia. Ela só sabia que o único momento em que ela fora verdadeiramente feliz, foram os momentos em que ela compartilhou com Lian Fa.

Meng Shan era uma música e dançarina, atualmente ela passa a maior parte de seu tempo tocando a guqin branca que possuía. A guqin também era uma herança distante de suas memórias. Ela se lembrava de tocar uma guqin desde que era pequena, ainda como Yan Fu Zhao, e mais do que isso, ela passava dias se lembrando que compôs uma música para ela e Gao Lian Fa. Sem esconder nem um pouco de sua alegria, ela ainda sorria abertamente quando lembrava-se que havia sido essa música que a fez reconhecer o outro quando esse gloriosamente retornou da morte. Nesta vida, Meng Shan ainda não havia sido capaz de esquecer como era a música e, deste modo, o que sua guqin mais tocava era "Lua Vermelha". A verdade era que sempre que ela tocava aquela música, era como se o calor do corpo de Lian Fa voltasse a envolver seu corpo, mas não importava quantas vezes ela tocasse aquela música, era sempre a sensação e nunca o homem.

Agora, Meng Shan não estava tendo nenhum trabalho como dançarina ou artista, a maioria das pessoas da cidade estava de férias assim como ela, se ela não estava enganada, o único lugar onde ainda haviam pessoas trabalhando era na companhia de teatro One & Only, mas ela nunca havia se interessado por atuação, então ela não tinha certeza. Durante os dias de descanso, Meng Shan passeava pela cidade e geralmente parava do lado oposto do lago Linghun, onde havia uma grande árvore de flores rosas. O lago Linghun era famoso por ser composto de flores de lótus, e ter a árvore mestre que era uma das mais bonitas da cidade inteira. Quando ela sentava-se debaixo daquela árvore, ela sempre tocava "Lua Vermelha", e em nenhuma das vezes ela teve uma resposta da flauta de Gao Lian Fa.

Meng Shan contemplou o dia de sua janela por alguns minutos, ela não tinha certeza se queria sair de casa tanto assim. Afinal, o que ela ganharia sabendo que ele jamais encontraria seu amado?

De repente, como o som da brisa suave da manhã, ela ouviu "Lua Vermelha" ser tocada no som de uma flauta. Seu coração tremeu com o som e sua boca ficou seca, mas foi apenas uma fração de segundos e a música desapareceu no ar como se nunca tivesse existido.

Era como se nada além de suas lembranças tristes existissem neste mundo.

Os olhos de Meng Shan lacrimejaram e dessa vez ela que se sentiu patética, por ainda depois de anos acreditar que o homem retornaria para sua vida. De qualquer forma, ela decidiu que sairia de casa naquele dia, ela queria poder tocar "Lua Vermelha" sob aquela árvore mais uma vez. Ela então preparou os cabos de sustentação da guqin e prendeu-a em suas costas, já trocada de roupa e alimentada. Quando ela estava na porta de casa, ela olhou de relance para uma caixa pequena e marrom, ela não era aberta há anos e já estava até mesmo empoeirada, mas Meng Shan decidiu que era hora de abrir aquele tesouro antigo. Ela abriu a caixa e tirou a longa pulseira branca de tecido, totalmente imaculada e usada apenas uma única vez, quando ela tinha seis anos. Ela passou a mão em sua testa, sentindo a marca daquilo que a havia feito usar a pulseira de uma forma estranha, e passou-a por sua testa e logo após amarrou-a, deixando seus cabelos caírem por cima da mesma. E então, ela deixou sua casa solitária sem sequer olhar para trás.

Enquanto andava em direção ao lago Linghun, Meng Shan não conseguia parar de pensar no motivo de estar há dois anos, sempre que pode, indo ao lago para tocar "Lua Vermelha". Quando ela chegou na cidade, não demorou muito para que ela soubesse da lenda do lago Linghun: para começar, o nome do lago traduz-se literalmente como "alma", e existe um motivo extremamente especial para esse nome. As pessoas da cidade, que estavam ali desde a fundação da cidade-piloto, diziam que o fundador da cidade havia entrado dentro do lago numa noite completamente iluminada pela lua, ele estava com algo feito de tecido nas mãos e cantava uma música de uma maneira completamente esquisita. De repente, uma espada longa surgiu em sua mão e ele a atravessou por seu peito e, exatamente no mesmo momento, um talismã amarelo surgiu em suas costas e ele queimou imediatamente depois de surgir. No final, nem o corpo do fundador e nem o objeto que estava em suas mãos foi encontrado, muito mesmo a espada. Depois daquilo, as pessoas começaram a dizer que o fundador morreu naquele lugar, para que ele encontrasse seu grande amor do passado. Daquele modo, foi criada a lenda que, quando você estivesse naquele lago ou próximo a ele, encontraria o seu amor de outra vida. Aquele incidente ocorreu trinta e cinco anos antes de Meng Shan nascer, ela nunca soube quem era o fundador da cidade por simplesmente não haver nenhum registro de imagem do mesmo. Em contrapartida, algo em Meng Shan dizia que ela deveria dar uma chance ao lago Linghun, mesmo que fosse apenas uma esperança tola que nasceu em seu coração ao ouvir a história insana dos moradores de lá, ela ainda queria tentar de tudo para encontrar aquele por quem ela foi tão apaixonada na outra vida e que, mesmo sem conhecê-lo nesta, ainda permanecia apaixonada por ele do mesmo jeito que antes.

Meng Shan chegou ao lago Linghun em apenas quinze minutos, e ela não era capaz de acreditar que havia chegado tão rapidamente em um lugar que era quarenta minutos distante de sua casa. Em seus pensamentos, ela acreditou que aquela rapidez se deu por conta de seus pensamentos caóticos, que cada vez mais a levavam às profundezas do sofrimento. Mesmo em momentos simples de caminhada, Meng Shan não conseguia esquecer o rosto de Gao Lian Fa e muito mesmo esquecer a dor que ela carregava desde sempre. No fim, ela preferiu não pensar muito sobre questões do passado e decidiu sentar-se embaixo daquela árvore encantadora.

Não importava quanto ela admirasse a árvore, toda vez que ela retornava ela parecia estar mais bonita. Naquele dia, as flores que nela nasciam estavam mais rosas do que de costume e o sol que batia nas pétalas das flores faziam uma luz rosada refletir no rosto de porcelana de Meng Shan, em pouco tempo o vento também começou a bater na árvore e algumas pétalas caíram sobre o corpo dela. Meng Shan não começou a tocar a guqin imediatamente, ela delicadamente retirou-a de suas costas e colocou-a sobre suas pernas, ela colocou as mãos sobre as cordas da guqin e respirou profundamente enquanto olhava para o céu através da árvore. Qualquer um que olhasse para ela naquele momento, poderia ver a dor em seus olhos e o pesar abundante afundando suas costas, se uma foto fosse tirada a beleza e a tristeza que estariam eternizadas na fotografia seriam demais para que alguém a visse sem derramar sequer uma lágrima. Aquela cena, ao olhar de qualquer pessoa, seria o suficiente para explicar a frase "o pesar é o mais bonito dos poemas".

Meng Shan começou a tocar "Lua Vermelha" após dez minutos de contemplação ao céu, ela sentia seu corpo todo tremer conforme as notas saíam da guqin. Ela havia tocado e escutado aquela mesma música tantas vezes, ela temia que apenas de colocar a mão sobre a guqin seus dedos se movessem por conta própria. Meng Shan começou a apreciar as notas graciosas, enquanto lembrava-se de seu antigo amor, distante amor, triste amor e esperançoso amor. Quando mais ela tocava, mais vezes ela se lembrava do sorriso de Lian Fa, mais ela ouvia a voz dele sussurrando "Zhao-jiejie" em seus ouvidos, mais ela lembrava do quanto Gao Lian Fa se importou com ela. Mas, claro, quanto mais ela tocava, mais ela lembrava das lágrimas do homem, mais ela ouvia a voz dele dizendo "Yan Fu Zhao" de uma forma agressiva, mais ela se lembrava de quantas vezes seu amado pediu para ela "dar o fora". Meng Shan já estava à beira das lágrimas quando um estalo em sua espinha a fez parar abruptamente com a música, seu coração acelerou e seu primeiro impulso foi virar-se para trás e olhar para o outro lado do lago Linghun.

Ao fazer isso, ela o viu. Parado na ponta divergente da qual ela estava, Gao Lian Fa estava bem ali do outro lado. Meng Shan fez menção de levantar, mas em uma distorção de imagem, não era mais a silhueta de roupas pretas esvoaçantes que ela via, era apenas um homem comum.

Meng Shan não conseguia entender a peça pregada por sua mente, quando ela olhou era claramente Gao Lian Fa do outro lado: as roupas pretas voando com o vento, o cabelo e a fita vermelha que o prendia flutuando como antes, a mesma altura e o mesmo sorriso que fez Meng Shan se apaixonar da primeira vez. Mas, quando ela piscou os olhos, no lugar de Lian Fa estava um homem com cabelos curtos, roupas pretas da atualidade, nenhuma fita vermelha, mas... O sorriso ainda era o mesmo que o de Lian Fa, e ele fazia o coração de Meng Shan saltar em seu peito. Para completar, o homem parecia estar olhando para ela também.

A única reação de Meng Shan foi fechar o punho e virar-se séria para a frente, sem sequer dar uma última olhada no homem que lembrava tanto seu amor de outra vida. A verdade era que ela nem mesmo tinha certeza se o homem lembrava ele, ambos estavam em extremos totalmente opostos e não havia como ela ter certeza. Mas, Meng Shan sentia suas pernas fraquejarem cada vez que ela pensava em olhar para trás novamente, era como se seu corpo mostrasse-lhe que ela deveria conferir a situação do outro lado do lago.

Entretanto, Meng Shan estava com medo.

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