Noiva por contrato - Bella mia(série: Destinos entrelaçados)
A proposta ousada do CEO
Minha querida, por favor, volte para mim
Um casamento arranjado
Um vínculo inquebrável de amor
O caminho para seu coração
O retorno chocante da Madisyn
O Romance com Meu Ex-marido
A Segunda Chance com Meu Amor Bilionário
Lágrimas da Luna: Dançando com os príncipes licantropos
PONTO DE VISTA DA SERENA:
"Ei, você, Serena! Venha aqui agora e limpe isso!" Uma das lobas gritou comigo. Ela e outras lobas estavam fazendo juntas um piquenique no gramado do jardim. Elas estavam jogando todo o tipo de lixo no gramado, próximo ao local que estavam, de embalagens a restos de comida.
Mesmo vendo que a lata de lixo não estava nem tão longe delas. Para ser sincera, bastavam poucos passos para alcançá-la. Elas poderiam perfeitamente ter jogado todo aquele lixo diretamente na lata de lixo. Mas claro que não fariam, pois sabiam que tinham uma serva humilde aqui para fazer no lugar delas. Sendo assim, aos olhos delas, jogar o lixo na lixeira era algo que elas não precisavam fazer.
Tinha acabado de passar uma hora inteira para conseguir desgrudar um chiclete, que estava colado na escada do salão de reuniões. Por causa da mesma posição que fiquei durante uma hora, as minhas costas e a minha cintura estavam muito doloridas. Mesmo assim, com um suspiro profundo, peguei uma vassoura e fui juntar o lixo que elas jogaram. Porém, vi que a maior parte do lixo estava sobre a grama, e percebi que não poderia varrê-lo simplesmente com uma vassoura.
"Ei, você pode pelo menos parar de cuspir as cascas na grama? É impossível varrê-las!" Cerrei os meus dentes, tentando segurar a raiva que estava sentindo.
"Simples, não varra, então. Basta pegá-las uma por uma com as mãos." A loba cruzou as pernas com indiferença e cuspiu outra casca de pistache na grama, bem na minha frente, que veio parar praticamente nos meus pés.
Outra loba encheu o prato com pistache e olhou para mim com um sorriso debochado no rosto. "Oh, não dê importância! Ignore as reclamações dela. Ela sabe muito bem que não pode desobedecer às nossas ordens."
"Se é assim, então, eu desisto." Larguei a minha vassoura e dei as costas para elas para ir embora.
"Como você se atreve a falar assim conosco? Quem você pensa que é?" Uma das lobas se levantou e parou na minha frente, bloqueando o meu caminho, jogando a bebida que tinha nas mãos no meu rosto. O líquido ensopou as minhas roupas, fiquei pingando como uma roupa no varal para secar.
"Faça o seu trabalho, recolha o lixo! Caso contrário, vou denunciá-la para o Alfa, vou dizer para ele que você está agindo de maneira impertinente."
Precisei usar toda a minha paciência e controle para não enfiar aquela vassoura na boca de uma delas. O pior é que elas tinham razão. Quem eu pensava que era? Eu era apenas uma órfã, adotada pela Matilha da Lua Negra. Além de escrava, não tinha nenhum outro status dentro da matilha. Todos os outros lobos estavam acima de mim na ordem de posição de classe. O que significa que qualquer um deles poderia me dar ordens, repreender, bater, e ninguém iria piscar ou sair em minha defesa.
~~~~~~
Meu pai era um vampiro e minha mãe era uma loba. Por isso sou uma mestiça. A união deles foi uma abominação tanto para os lobos quanto para os vampiros, fazendo com que a minha existência por si só fosse uma desgraça. Os mestiços eram criaturas poderosas, o que os tornava uma ameaça tanto para os lobos quanto para os vampiros. Quando eles descobriram um mestiço vivo, todos os lobos e vampiros eram obrigados a matá-los assim que os avistassem.
Por isso, os meus pais sabiam que teriam que esconder a minha identidade para o mundo, se quisessem me manter viva, então, eles pediram para um amigo de confiança que eles tinham, que era um mago, para lançar um feitiço sobre mim que camuflasse o fato de que sou uma mestiça. Para uma criatura comum, eu só pareceria um Omega.
Quando puxo pelas memórias da minha infância, do que consigo lembrar, a nossa família sempre viveu nas profundezas da floresta. Porém, tivemos um dia horrível, quando nós fomos descobertos, e toda a nossa paz se acabou. Um grupo de Alfas cercou nossa casa junto com outros lobos. Enquanto meu pai tentava lutar contra eles no corredor, a minha mãe me chamou, ela queria que eu usasse uma passagem secreta que tínhamos na casa para fugir. Chorei e implorei para que os meus pais fugissem comigo, então, minha mãe teve que segurar os meus ombros com força. Seus olhos estavam tomados de preocupação e medo. Ela me apertava com tanta força, que suas unhas quase cravaram na minha pele.
"Serena, sinto muito! Você tem que escutar com muita atenção e se lembrar de tudo o que vou falar agora. Seu pai previu o seu futuro. Sua vida será muito difícil por causa de quem você é, mais do que você possa imaginar, mas você tem que aguentar. Porque um dia, você se tornará uma mestiça muito poderosa, com um poder que talvez possa mudar o mundo. Mas, você deve ter muito cuidado. Pois, você vai encontrar um inimigo terrível, que tentará roubar o seu poder. Ele vai tentar capturar você, custe o que custar. E então..."
A voz da minha mãe foi sumindo, enquanto escutamos os passos se aproximando de nós. Ela balançou a cabeça e não conseguiu falar mais nada. Com lágrimas nos olhos, ela me abraçou pela última vez, me segurou nos seus braços o máximo que pôde. Até que finalmente, ela me empurrou para a saída secreta.
"Querida, você tem que ir agora! Vamos tentar alcançá-la! Vá! Corra!"
Fiz o que ela mandou, corri, mas não para muito longe. Encontrei um esconderijo naquela saída secreta de onde poderia observar o que estava acontecendo na minha casa. De lá, observei os Alfas dominarem os meus pais, e em seguida, eles os empurraram para o meio do corredor. Todos os Alfas estavam usando máscaras. Alguns olhavam com desconfiança para os meus pais, como se estivessem discutindo sobre alguma coisa. Até que, um dos Alfas se aproximou dos meus pais, apesar do que os outros disseram. Suas garras brilharam com uma luz fria e assassina.
Cobri a minha boca com as duas mãos para sufocar um grito de desespero. Meus pais caíram abatidos no chão, o sangue deles manchando o tapete com um vermelho vibrante.
Em seguida, vários Alfas saíram da casa e começaram a procurar nas proximidades. Eles estavam procurando por mim, tinha certeza. Eu não podia me dar ao luxo de fazer o menor ruído, e precisava ir agora. Com as lágrimas ainda escorrendo pelo meu rosto, lentamente recuei até estar longe o suficiente para correr para a escuridão sem que eles notassem a minha presença.
As nuvens cinzentas choraram comigo e uma chuva torrencial começou a cair. Gotas de chuva e lágrimas se encontraram no meu rosto. Era difícil de ver o caminho sob os meus pés. Inúmeras vezes, tropecei em pedras por causa da lama e acabei com vários hematomas. Mas toda vez que caí, cerrei os meus dentes e me levantei na mesma hora. Apesar da dor física e emocional que me torturava, tinha que continuar correndo. Não sei dizer por quanto tempo continuei correndo, porém estava me sentindo muito exausta. Não conseguia mais sentir as minhas pernas e meu ritmo estava diminuindo pelo cansaço. Estava muito escuro, a cada hora que passava ficava mais difícil enxergar o que tinha pela frente.
Então, mais uma vez, tropecei e caí no chão. Mas desta vez, perdi a consciência, desmaiei.
Quando acordei, estava na Matilha da Lua Negra.
~~~~~~
Um dos poderes do meu pai era a capacidade de prever o futuro. Ainda me lembrava das palavras da minha mãe e acreditava que um dia se tornariam realidade. No entanto, tinham se passado seis anos desde que ela me contou sobre a previsão do meu pai para mim, e eu continuava no mesmo lugar de antes. Como poderia mudar o mundo a partir daqui?
De repente, me lembrei daqueles Alfas que foram atacar a minha família, especialmente daquele Alfa que matou os meus pais. Eu odiava todos eles. Mas, como todos eles estavam usando máscaras, não poderia reconhecê-los. Queria vingança pelo o que eles fizeram com os meus pais, porém, não sabia como conseguiria. Ainda não era maior de idade. E ainda estava fraca e impotente, tanto que não tinha escolha, tinha que ficar aqui apenas para sobreviver.
Desde aquele dia, quando acordei na Matilha da Lua Negra, a minha vida se tornou um inferno. Com o passar do tempo, descobri que a pessoa que tinha me acolhido, era o verdadeiro assassino dos meus pais e, pior ainda, eu tinha me apaixonado pelo filho dele.