Noiva por contrato - Bella mia(série: Destinos entrelaçados)
A proposta ousada do CEO
Minha querida, por favor, volte para mim
Um casamento arranjado
Um vínculo inquebrável de amor
O caminho para seu coração
O retorno chocante da Madisyn
O Romance com Meu Ex-marido
A Segunda Chance com Meu Amor Bilionário
Lágrimas da Luna: Dançando com os príncipes licantropos
!! ATENÇÃO, ESSA É UMA HISTÓRIA COM CAPÍTULOS LONGOS, POR TANTO, ALGUNS PODEM SER MAIS CAROS QUE OUTROS!!
!! BOA LEITURA !!
POV: Jeon Jaejun
Hoje é primeiro de setembro, meu aniversário!
Sou Jeon Jaejun e hoje estou completando dezenove anos. O intuito de ter saído de casa junto aos meus melhores ㅡ ou piores ㅡ amigos hoje, foi de comemorar até não conseguirmos mais ficar de pé.
O negócio era beber álcool até não aguentar e um de nós sempre ficar responsável por todos os outros para levar-nos em segurança para casa.
Isso sempre deu certo? Não, uma vez, por exemplo, Jack me deixou dormindo no jardim da casa da Minah, e eu só acordei às oito da manhã com os regadores de grama me molhando todinho. Ok, eu ainda era menor de idade e não tinha como me levar até a pensão que naquele tempo eu morava, sequer me aguentava de pé e a dona reclamaria muito. Por isso ele me deixou lá com Yejun.
E você deve se perguntar: "mas e o Jack?", certo? Ele também dormiu no jardim, não conseguimos adentrar a casa e dormir em um dos diversos quartos que haviam lá, mas ele foi mais cuidadoso, dormiu numa espreguiçadeira e debaixo de um guarda-sol.
Depois disso, Jackson nunca mais foi o responsável pela galera.
Mas como hoje é meu aniversário, já havíamos passado o dia todinho na casa de Minah, ela era amiga que mais tinha dinheiro e seus pais geralmente não estavam em casa. E mesmo que Jack também fosse bastante rico, a casa dela era a mais próxima, nós sempre nos reuníamos em ocasiões boas.
Passamos a tarde toda na piscina, bebendo tudo o que tivesse álcool como mandava o nosso regramento e rindo deliberadamente de qualquer coisa.
Quando a noite chegou, decidimos que íamos à procura de boates boas e novas, que fosse conveniente o suficiente para que um grupo de jovens-adultos dançarem em paz e beber um pouco mais.
Mas o resultado disso? Passamos por quatro boates diferentes e nenhuma era legal o suficiente.
A primeira era quente demais e a segunda era escura e tinha muitas pessoas estranhas. E não que isso fosse ruim, mas um homem com a cabeça raspada e com um alargador no nariz ficou me encarando por dez minutos, aquilo me deixou tão assustado que fomos para a terceira, mas lá tinha tanta fumaça de cigarro, que tínhamos a certeza de que sairíamos com um câncer de pulmão!
A quarta foi a mais de boa, não tinha tanta coisa estranha, a música era legal, mas ainda assim, não nos agradou.
E quando já estávamos cansados e um pouco tontos devido às bebidas, propus que fossemos para casa dormir, mas é claro, um voto contra todos os outros, não fez que nenhum me ouvisse.
ㅡ Eu vi algumas pessoas falando de uma boate que está sendo bastante falada no momento.
ㅡ Twitter? Tô fora, nada que vem dali é bom!
ㅡ Deixa de bobagem, Jae, vamos nessa e ponto, será a última.
Olho para Jackson e reviro os olhos.
ㅡ Qual o nome? ㅡ pergunto.
ㅡ Space sirena. ㅡ Song responde, olhando a tela.
ㅡ Tem nome de cabaré. ㅡ Rini diz, abraçando Minah pela cintura. ㅡ o que você acha, amor? ㅡ a pergunta.
Minah apenas dá de ombros.
ㅡ Vamos nessa e ponto. ㅡ anuncio parado no meio fio. É tarde, mas ainda existem alguns jovens meio bêbados caminhando. ㅡ Space sirena.
ㅡ Não é boate hétero, é? ㅡ Yejun torce o nariz. ㅡ não gosto de ambiente com homem suado tirando a camisa e achando que isso é a coisa mais sensacional do mundo.
ㅡ Até parece. ㅡ Jackson negou vagamente, olhando-o de soslaio.
ㅡ O lugar se chama Space sirena, com certeza não é balada hétero. ㅡ Taeshin fala, aproximando-se de mim e circula seu braço direito em meu pescoço. ㅡ Jaejae não gosta de lugares com mulheres bonitas, ele da erro.
ㅡ Deixa de besteira, é claro que eu gosto de mulher! Até porque eu sou hétero. ㅡ falo.
ㅡ Você não engana ninguém, ruivinho. ㅡ Taeshin diz, puxando minha bochecha. ㅡ pode ser bi, pan, ou qualquer outra coisa, mas hétero? Não... você com certeza gosta de paus.
ㅡ Vai se foder, Taeshin, pelo amor de Deus!
ㅡ É uma boate LGBT ㅡ Jack volta a fala, mostrando-nos a tela de seu celular.
Não importava realmente o local cujo iriamos, não, mas precisava ser, com certeza, um lugar que nos respeitasse como seres humanos e que respeitasse nossas sexualidades. Um lugar onde pudéssemos ser nós mesmos, sem ouvir as rotineiras piadinhas homofóbicas.
E já havíamos ouvido tanto daquilo que por isso era tão importante verificar o ambiente antes de apenas irmos. Tínhamos casal lésbico no grupo. Tínhamos amigos gays, e eu, que, mesmo um pouco confuso comigo mesmo às vezes, gosto de que mantenham o respeito. Não aceito que brinquem com esse tipo de coisa.
E se quer saber porque sou confuso, a culpa é todinha do Yejun. Um dia perdi uma aposta para ele e tive que ir até uma loja de produtos eróticos e comprar o pau de borracha mais bonitinho que eu visse. Eu não sabia que estava escolhendo aquilo para mim, sinceramente, escolhi porque achei que Yejun queria aquilo, mas hoje eu o guardo na minha gaveta de baixo em meu guarda-roupa, e vez ou outra, me pego observando-o e pensando: Como será?
Mas eu nunca usei! Nunquinha mesmo!
Tenho medo de me precipitar em algo e também tenho medo do que minha tia acharia caso soubesse que eu também gosto de paus... Digo, ela não deveria importar, mas seu ódio por mim já é tão grande, tudo só iria piorar.
ㅡ Parece ser uma boate legal ㅡ anuncio ㅡ mas só há um problema... ㅡ sorrio sem jeito, olhando-os.
ㅡ Qual? ㅡ Yejun pergunta.
ㅡ Eu já tô liso. ㅡ digo sem graça. ㅡ Meu salário ainda não caiu na conta, e o que eu tinha, acabou naquela última cervejinha...
ㅡ Oh, meu querido plebeu... ㅡ Jackson diz, se aproximando e também me abraça. ㅡ hoje é o seu dia, não se importe com isso.
ㅡ Mas assim eu fico mal... eu não gosto que gastem comigo.
ㅡ Pois deveria gostar. ㅡ Taeshin diz. ㅡ não há coisa melhor do que ser bancado por alguém.
ㅡ Você já foi? Porque pelo que eu me lembre, seu último namorado é professor.
ㅡ Pois é, mas estou a procura de um. Vai que acho um suggar daddy? ㅡ riu alto, fazendo-me negar.
ㅡ Não serei seu suggar daddy ㅡ Jack fala me largando e parando a minha frente. ㅡ até porque, eu não gosto de ruivos falsificados.
ㅡ Quer respeitar meu cabelo?
ㅡ Tudo bem, me desculpe, mas é que está desbotando, e...
ㅡ Jack! ㅡ faço biquinho, meu cabelo é tudo para mim. Fale de mim, mas não fale dele, poxa.
ㅡ Ok, me desculpe, amorzinho. ㅡ ele sorri, como quem não fez nada. ㅡ mas voltando... eu não vou ser seu “suggar daddy”, mas eu vou pagar sua cervejinha, não se preocupe.
ㅡ Eu também pago, não se preocupe. ㅡ Minah diz, ainda presa na namorada.
ㅡ Mas eu não vou me sentir bem...
ㅡ Parou, Jae. ㅡ Rini fala, com seu tom autoritário. ㅡ agora vamos logo.
Faço bico porque eu realmente não gosto de depender de ninguém para nada, muito menos em uma data tão importante como a que estamos hoje, mas poxa, quando a Rini manda parar, não posso contrariar.
ㅡ Vamos logo então ㅡ Jackson grita.
Eu sorrio junto à Taeshin, animado. Rini e Yejun apenas reviram os olhos e concordam com o grito de Jackson e seguem junto a todos nós, vendo Jackson buscar o endereço do local, já que vamos a pé mesmo.
Não caminhamos muito até chegar ao lugar, e as ruas de Itaewon são sempre animadas, então sequer nos cansamos ou entediamos até chegar à boate.
Ao contrário, riamos mais e mais, a cada vez que alguém tropeçava ou falava alguma besteira.
ㅡ Calem a boca, caralho! — é Rini quem grita, mas ela ri de Minah, que está pendurada no pescoço de Yejun. ㅡ vamos ser presos por baderna.
ㅡ Ah... cala a boca, tem uma caralhada de gente na rua, ninguém liga para nós não. ㅡ Taeshin resmunga.
ㅡ Desde quando você fala assim comigo? ㅡ Ela olha-o com o cenho franzido, mas segurando o riso.
Eu apenas ria, e só parei quando encarei a fachada preta da boate. Não era nada extraordinário ou que fizesse o queixo cair, mas tinha um carro parado em frente e com certeza valia por minha vida inteirinha de trabalho na conveniência.
ㅡ Deve ter gente muito rica aí dentro. ㅡ falo, olhando para meus amigos. Todos encaram o carro.
ㅡ Tomara que seja o “sugar daddy” que eu tanto pedi ao universo. ㅡ Taeshin fala, e quem o vê, até acha realmente que isso é verdade.
Encarei os seguranças do tamanho da dignidade que eu não tenho parado na entrada e esperei por qualquer um dos meus amigos falar com eles primeiro.
ㅡ Onde pago para entrar? ㅡ Jackson parou de frente com o mais alto e mais forte dele. O homem apenas apontou em silêncio. ㅡ obrigado, amorzinho.
Minah seguiu com ele e eu apenas permaneci parado. O segurança me olhou e mesmo que ele estivesse com um óculos escuros a noite, eu conseguia ver que ele cerrava as pálpebras e tentava ler minha alma.
ㅡ Certo. Vou comprar as entradas. ㅡ Minah anuncia e já caminha ao local onde tem uma pequena janela e o nome bilheteria numa plaquinha.
ㅡ Soube que aquele amigo do seu pai frequenta aqui. ㅡ ouvi Minah falar, retornando com Jackson.
Os olhos do Song arregalaram-se, foi engraçado.
ㅡ Aqui? ㅡ ele perguntou. Me entregou uma entrada e agradeci.
ㅡ Sim, na verdade, eu vi que ele marcou na rede social dele. ㅡ mostrou-o seu celular. Aproximei-me para ver.
O tal Kim Hanguk ㅡ amigo do pai de Jackson ㅡ havia postado e com ele estava mais duas pessoas. Um moreno de sorriso bonito e bastante alegre, e o outro era um loiro, que não dava para ver muito bem o rosto, pois estava de perfil.
ㅡ Quem é esse? ㅡ Taeshin apontou. Olhei-o e vi que estava sobre o ombro de Jackson.
ㅡ Não está marcado na foto. ㅡ Minah falou, entrando nos comentários da foto. ㅡ Nada... Nem legenda tem, que estranho.
ㅡ Ele marca que está aqui, mas não marca os amigos gostosinhos que estão com ele?
ㅡ Vai ver eles não têm rede social. ㅡ falo. ㅡ ou não querem que saibam que estão aqui. Sei lá.
ㅡ Pessoas sem redes sociais são estranhas. ㅡ Yejun fala e eu percebo que não se aproxima apenas porque ver Jackson encarando a foto do Kim lhe incomoda.
Nunca entendi o que ambos tinham juntos, mas sempre demonstraram ciúmes um do outro.
Não conheci Yejun antes de sua transição, mas ele sempre dizia que não tinha o que Jackson gostava e isso sempre deixava Jack muito bravo. Ele dizia que Yejun não sabia o que falava. E se ele gostava de homem, porque não gostaria dele em específico? Isso fez Yejun ficar com bochechas vermelhas, me lembro bem, e naquele dia, ambos ficaram estranhos, até que dormiram juntos e o que aconteceu depois eu já não sei.
ㅡ agora vamos entrar logo, são quase meia-noite, o dia do Jaejae já está acabando. ㅡ ele fala rumando para a entrada.
Seguimos até lá, mas eu vejo Jackson ainda olhando a foto, e quando para ao meu lado, rio do modo em como ele amplia o zoom na cara do Kim.
ㅡ Minha santa Beyoncé, se eu pego esse homem...
ㅡ Pode pegar hoje, seu bobo. ㅡ Taeshin diz, logo atrás. ㅡ eu quero saber quem é o amigo dele.
ㅡ Você não tinha voltado com o JiHo? ㅡ olho-o.
ㅡ Não, a gente só transou mesmo. ㅡ fala simples.
Nego e nem pergunto mais nada. Meus amigos são confusos. Viro-me vendo algumas poucas pessoas na fila para adentrar o lugar.
ㅡ Será que está lotado lá dentro? — pergunto.
ㅡ Jae, você tem camisinha? ㅡ ouço Rini me perguntar e franzo o cenho ao olhá-la, não entendendo a súbita pergunta. ㅡ não se meta a transar num banheiro de bar e sem camisinha, entendeu?
ㅡ Rini! ㅡ arregalo meus olhos, sentindo-me envergonhar. ㅡ tudo bem... ㅡ afirmo, virando-me ao ouvir a risada dela.
ㅡ Eu entendo o Jae ficar vermelho assim, vocês falam de sexo como se fosse a coisa mais normal do mundo! ㅡ Yejun resmunga.
ㅡ E porque não seria, amorzinho? ㅡ Jackson toca-o na cintura, mas ri, quando Yejun se afasta.
ㅡ Sexo é normal, Yejun, assim como não querer fazer. Não é um Tabu. ㅡ Taeshin diz.
ㅡ Sei, sei...
Jackson revira os olhos para o resmungo do outro, mas segue quando enfim a fila anda.
O segurança busca o bilhete da Minah que está logo a frente e pede para que a garota erga os braços.
ㅡ Você está louco? ㅡ ela pergunta, olhando-o debaixo devido sua pouca altura enquanto põe as mãos na cintura ㅡ Eu não vou ser revistada por você com essas suas mãos de homem. Sou uma mulher e exijo outra para fazer isso, ora essa...
O Homem a olha com tédio e até penso que seremos expulsos antes mesmo de entrar, mas ele bufa e se vira para chama por alguém, e só depois, uma moça aparece.
ㅡ Nos desculpe o inconveniente ㅡ ela pede quando Minah enfim abre os braços para que o trabalho seja feito.
É rápido e discreto quando a mulher libera a Kim e Rini vai em seguida.
Caminho em direção ao segurança que Minah dispensou e sou revistado. Um a um foi adentrando a boate. E como de costume, esperamos até que todos estivéssemos juntos já do lado de dentro para só então, perambular.
O local era totalmente escuro na entrada, mas bastante iluminado por luzes coloridas por dentro. O som estava bastante alto e muitas pessoas já dançavam no centro da pista.
Jackson já entrou sorrindo junto à Taeshin, pareciam crianças em um parque de diversões. Rini e Minah estavam logo atrás e também sorriam, mas percebi quando Rini apontou para o bar e Minah assentiu, caminhando até lá com ela.
Procurei por uma mesa e vi uma mais no canto. Puxei Yejun para ir até lá comigo e ouvi o riso dele, quando parei.
ㅡ Não tem cadeiras. ㅡ riu ao constatar o óbvio.
ㅡ Não é para sentar, é para curtir o ambiente mais reservado. ㅡ Jackson brotou ao lado. ㅡ Mas se quiser sentar, estou aqui. ㅡ piscou.
Yejun, ao contrário do que achei que faria, não xingou, mas sorriu, negando.
ㅡ Tudo em você se resume a sexo, não é? ㅡ negou, olhando-o.
ㅡ Bem... talvez. Sentar é sempre bom, nós dois sabemos disso, e eu estou apenas me pondo a sua disposição. ㅡ falou rindo.
ㅡ Preciso beber. ㅡ Yejun disse, desviando da conversa, nos fazendo rir.
ㅡ Vou buscar algo ㅡ Jack falou.
ㅡ Vou com você. ㅡ Taeshin seguiu-o.
Vi quando vi meus amigos andando e dançando. Tocava Stupid Love e até mesmo Yejun dançava.
Eu permaneço no mesmo lugar, paradinho. Jackson retorna e para ao meu lado, entregando-me uma cerveja enquanto volta a balançar o corpo, olhando ao redor.
ㅡ Vai dançar! ㅡ ele grita para mim. ㅡ já passou da meia-noite, mas ainda é teu dia!
ㅡ Vou já, já. ㅡ Digo rindo e vejo meu casal de amigas finalmente voltando.
Minah segura mais cervejas, enquanto Rini traz três copos com alguma bebida colorida que eu não faço a mínima ideia do que seja.
Eu sorrio agradecido quando ela me entrega mais uma cerveja e deixou-a junto das outras, finalizando a que ainda bebo.
ㅡ Não sei como você gosta disso. ㅡ Yejun diz, olhando-me beber. ㅡ tem sabor de fruta, não é cerveja de verdade.
ㅡ Claro que é!
ㅡ Não é não. ㅡ ele rebate. ㅡ cerveja mesmo é aquela amarelinha, com um gostinho bom de-
ㅡ xixi. ㅡ eu o interrompo-o, rindo.
ㅡ Não tem gosto de xixi, só não é doce como isso daí. Essa é cerveja de fresco.
ㅡ Ah, me deixa ser feliz com a minha cervejinha de fresco, por favor.
Rio, finalizando a primeira cerveja e busco a que Minah me deu, abrindo-a e bebendo-a com muito prazer.
ㅡ Minha santa purpurina, é ele! ㅡ Jackson anuncia, fazendo todos nós olhar adiante.
ㅡ O Kim? ㅡ Minah pergunta, fazendo-o assentir.
ㅡ Ele está o maior gostoso!
Olho para o outro lado da boate, e então vejo o tal Kim. Na verdade, vejo os três homens que vi na foto. O moreno alto, que sei ser Hanguk, o do sorriso bonito e o loiro.
ㅡ Você sempre teve uma quedinha no Kim, né? ㅡ pergunto ao Jack, sorrindo.
ㅡ Quedinha é o que você tem por aquele pau rosa de borracha. Eu tenho é um penhasco por ele!
ㅡ Sabe que ele e seu pai são amigos, não é? ㅡ Minah o lembra. ㅡ ele te mataria se vocês se envolvessem.
ㅡ O papi não precisaria saber. ㅡ riu.
Yejun afastou-se da mesa, fazendo-nos olhá-lo. Caminhou em direção ao banheiro, e quando retornei a olhar Jackson, vi-o com um bico.
ㅡ Viu como ele é? ㅡ reclamou. ㅡ não me dá uma chancezinha e fica com esse ciúme besta...
ㅡ Ele gosta mesmo de você.
ㅡ Gosta nada... Faz muito tempo desde a última vez que ficamos, Yejun não quer nada comigo, ele fica criando barreiras porque é um homem transexual e acha que isso é um problema para mim.
— Mas é?
— Claro que não! Ele é homem e eu gosto de homem, o que ele tem entre as pernas pouco me importa, já que eu sei bem como a gente sabe se divertir junto. Mas ele fica nessa e me afasta… Por isso às vezes penso em abrir mão de vez disso tudo, é tão cansativo.
ㅡ Pensa mesmo?
ㅡ Penso, mas... é só olhar para ele que desisto. ㅡ ele riu da própria situação. ㅡ sou o famoso trouxa.
ㅡ Você não é trouxa. ㅡ falo, encarando-o.
ㅡ E não faz tanto tempo assim, Jackson. Eu vi vocês se pegando naquela festa que fomos a duas semanas ㅡ Rini diz, olhando-o.
ㅡ Ah, mas ali estávamos bêbados... Talvez ele só tenha ficado comigo porque não tinha mais ninguém para ficar.
ㅡ Pare já de se desmerecer assim! ㅡ falo. ㅡ e ele nunca te usaria assim, ele gosta mesmo de você.
Jackson apenas dá de ombros, não continuando o assunto enquanto bebe seu drink azul. Eu vejo Yejun retornando, mas ele não vem diretamente até a mesa. Ele para no bar e compra algo. Sei que se trata de balas, Yejun sempre compra balas quando estamos em boates.
ㅡ Querem? ㅡ ele enfim volta para a mesa, oferecendo. ㅡ é de melancia.
Busco uma e agradeço, deixando a cerveja de lado para mascá-la.
[...]
Quando os minutos passam e todos já parecem voltar ao seu normal, vejo-os irem até à pista de dança enquanto eu prefiro continuar paradinho onde estou. É estranho porque eu sinto um leve arrepio quando bebo o último gole da minha cerveja e sinto todos os meus pelinhos eriçarem.
Tenho a sensação de que estou sendo observado, e ela não é nova. É um saco porque é sempre assim, até mesmo quando estou na rua. Me sinto estranho de andar sozinho porque sempre parece que as pessoas ao redor estão com o indicador apontado para o meu rosto, ditando todos os meus erros e imperfeições, mas sei que tudo é fruto da minha mente e isso me deixa de saco cheio. Só queria que parasse.
Às vezes sinto vontade de me libertar, me soltar um pouco como vejo meus amigos se soltarem em ambientes públicos, mas daí essa sensação sempre aparece, e tudo fica retraído dentro de mim.
Porém, com essa sensação tão forte em mim, decido olhar ao redor, e é então que percebo uma mulher de cabelos loiros me olhando, e quando nossos olhares se esbarram, ela dá uma piscadinha e eu me sinto tremer.
Automaticamente fico nervoso. E por dois pontos.
O primeiro é que eu não sei flertar. Na minha vida todinha, flertei com o total de zero pessoas, e até quando fui perder a virgindade com minha prima ㅡ num jantar de natal que tivemos na casa de uma tia em Busan ㅡ eu não consegui falar nadinha.
Daí você deve estar pensando: Mas como esse doido conseguiu chegar até a parte que foi transar, certo?
Foi simples. Minha prima chegou até mim, enquanto eu estava tomando um tantinho de vinho escondido do meu pai, e falou: Quer fazer sexo?
E eu apenas assenti, mesmo sem ter certeza se queria mesmo.
Mas se ela estava querendo transar comigo era porque gostava de mim, certo?
Ao menos foi o que eu pensei naquela hora.
E não foi tão complicado, na verdade. No começo ela me beijou e meu pau até subiu maneiro.
O problema foi somente minha inexperiência completa. Eu não sabia onde pôr a mão ou sequer falar sacanagens para criar um clima. Eu apenas fiquei lá, paradão e deixei minha prima fazer o que quisesse.
E para meu nervosismo não me atrapalhar mais, eu tentei não olhar para o rosto dela. Foi estranho. Talvez esse tenha sido realmente o maior dos problemas. Eu não conseguia focar no rosto dela, e nem nos seios ou nos gemidos. Tudo me deixa nervoso e com vontade de fugir dali.
O que rolou no fim foi que ela fingiu que tinha chegado ao seu ápice e foi embora. Eu sabia que era fingimento porque ela sequer me deu um beijinho depois ou me deu tchau. Sequer se importou com o meu pau sem reações.
E até hoje ela nunca mais falou comigo.
Mas foi a partir desse dia que comecei a me perguntar se gostava de mulheres, porque eu nunca senti aquilo que dizem que sentimos quando nos atraímos por alguém, mas então eu penso: meu pau ficou duro, deve significar algo, não é? E então eu me perco nos meus pensamentos de um homem praticamente virgem, sem experiências e certezas.
E talvez eu realmente seja gay. Nunca fiquei com nenhum homem, ou sequer introduzi o pau rosa que tenho na gaveta onde você deveria, mas também nunca me senti na obrigação de fazer essa descoberta. Pelo menos não ainda.
Eu vejo como apenas uma coisa relativa, um detalhe no qual minha vida parada e sem emoção eu não tenho pressa de descobrir ainda.
Mas ok, vamos voltar a garota loira que não para de me encarar.
O primeiro ponto já foi dado. Eu não sei flertar. O segundo é um pouco mais complicado. Eu não tenho vontade de flertar com ela.
Eu somente fiquei nervoso porque eu percebo que com o sorrisinho que ela deu ao perceber meu olhar, ela vai se aproximando mais e mais de mim, e o meu desespero aumenta tanto, que, sem pensar, eu puxo a mão da primeira pessoa que está perto, e corro dali.
A vítima da vez? Rini, por sorte. Imagina se é um desconhecido?
Ela caminha comigo sem perguntar nadinha, mas seu olhar claramente indaga o que caralhos estou fazendo.
Quando paro, enfim respirando fundo, ela continua me encarando.
ㅡ vai me explicar o que aconteceu agora, ou antes, quer um socão por me puxar justamente na hora em que eu estava flertando com a minha namorada que está como uma deusa dançando naquela pista de dança?
ㅡ Desculpa. ㅡ coço minha nuca, me sentindo um tanto constrangido, mas olho adiante. ㅡ eu só estava desesperado.
A garota ainda está me olhando, mas parece desistir ao me ver com Rini, então retorna para onde estava.
Ufa.
ㅡ Desesperado? ㅡ ouço Rini perguntar.
ㅡ Tinha uma garota flertando comigo e ela estava andando na minha direção. Eu fiquei desnorteado!
Rini semicerrou os olhos, como se estivesse me analisando.
ㅡ Vamos ao bar, quero comprar cigarros. ㅡ diz, já me puxando.
ㅡ Isso mata! ㅡ falo. ㅡ você vai morrer se continuar fumando!
ㅡ Ah, Jaejun, todo mundo vai morrer um dia. ㅡ revira os olhos. ㅡ mas me diz, porque você fugiu da garota, não gostou dela?
ㅡ Não sei. ㅡ sou verdadeiro. ㅡ só senti vontade de correr. ㅡ sorrio.
ㅡ Você vai continuar virgem se continuar fugindo assim.
Neguei, vendo-a pedir a carteira de seu cigarro favorito. Se eu pudesse, eu pegava aquilo e jogava no chão, pisava e estragava todinho.
Mas Rini tem um soco muito forte, já senti e não quero senti-lo outra vez.
Eu já a avisei que faz mal, na embalagem daquilo tem tudo de ruim que ele causa, mas se ela continua, é porque sabe o que faz com a própria saúde, não posso proibi-la.
Ela pergunta se eu quero beber e assinto, pedindo mais uma cerveja gostosinha, e óbvio, ela quem paga.
Quando retornamos à mesa, eu bufo, notando como é complicado ser como todos os outros. Digo, eles flertam, se beijam e eu fujo...
Mantenho-me pensativo, enquanto degusto a cerveja. Mas vejo Jackson se aproximar e ouço sua voz quando diz:
ㅡ Tem um belo pau te observando.
Franzo o cenho de imediato.
ㅡ O quê? Pau?
Ele ri negando enquanto me encara, mas aponta disfarçadamente para o outro lado da boate.
Novamente vejo Kim Hanguk, mas ele encara o redor com certa impaciência em sua feição. Olho para o moreno ao seu lado e ele está olhando em nossa direção, mas analisando bem, fito Taeshin e vejo-o morder o canudo que tem entre os lábios, notoriamente flertando com ele.
ㅡ É pro Taeshin. ㅡ aviso.
ㅡ Não estou falando do Jung. Estou falando do Park. Park Hyun-Suk.
Outra vez olho naquela direção e engulo em seco quando noto o modo em como o tal Park me encara, sem sequer piscar.
Minha nossa senhora.
ㅡ Minha nossa... ㅡ sussurro realmente desacreditado. Desacreditado ainda mais por estar me sentindo... Estranho?
Digo, meu corpo não está travado. Ao contrário, eu viro-me de frente, incapaz de parar de olhá-lo.
ㅡ Gostou né? ㅡ é Yejun quem pergunta.
Ouço meus outros amigos rirem baixo, mas minha nossa senhora, eu realmente não consigo nem desviar o olhar para pedir que parem.
ㅡ Eu vou pegar o moreno ㅡ Taeshin anunciou ao lado. ㅡ vou me acabar de foder com ele.
ㅡ Você deveria ser só mais um pouquinho menos transparente. ㅡ Yejun olhou-o, fazendo-o rir.
ㅡ Me desculpa, é que ele é muito gostoso e está me dando mole.
ㅡ O Jung é bonitinho, mas não é tudo isso, Taeshin. ㅡ Jack diz. ㅡ o Kim é mais gostoso.
ㅡ Ah pronto. ㅡ Yejun revira os olhos.
ㅡ Seu gosto é como o seu cu, pertence apenas a você. ㅡ Taeshin rebate Jack e eu até rio, desviando, enfim, o olhar. ㅡ Eu gostei dele.
Tento não ser óbvio e até bebo um pouco mais de cerveja, mas vago meu olhar ㅡ como quem não quer nada ㅡ, e volto a fitar o loiro. Ele é intimidador, mas continua me olhando e dessa vez até sorri.
Pergunto-me outra vez: porque não quero fugir?
Meus amigos continuam com suas bobagens, e até vejo-os fazerem uma competição boba sobre quem consegue beber mais rápido uma dose pura de vodca.
Vejo Rini abraçar Minah pela cintura e seguir para a pista de dança com Jackson e Taeshin.
Yejun continua comigo e está bebendo sua cervejinha amarga e muito ruim, e é só depois de um gole longo, que ouço-o suspirar alto.
Eu o olho e vejo que ele observa Jackson dançar.
ㅡ Porque não o chama para dançar? ㅡ atrevo-me a perguntar. Não é bom ver que ambos se querem e ficam somente aos suspiros, se observando ao longe.
Ele desvia a atenção para mim, e depois de alguns segundos, volta a olhar para Jackson de novo.
ㅡ Eu preciso parar de gostar dele. ㅡ fala. ㅡ Jackson claramente não gosta de mim assim, mas veja só, eu sou patético... Fico observando ele de longe, e fico com ciúmes porque ele está dando mole pro ricaço.
ㅡ Yejun, o Jack é caidinho por você.
ㅡ Claro que não, Jae. Ele nem me olha direito, eu acho que... você sabe, não somos compatíveis.