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Bela Flor - BDSM

Bela Flor - BDSM

Evy Maze

4.9
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Leituras
112
Capítulo

Em mundos completamente diferentes, Park Hyun-Suk e Jeon Jaejun se encontram situados na mesma cidade da Coreia do Sul, Seul. No auge de seus trinta anos, Park, um empresário de sucesso e herdeiro de um grande legado, tem tudo o que quer aos seus pés. Seu grande orgulho é a sua elevada riqueza e o seu majestoso trabalho. Leva uma vida rica, porém, vazia de sentimentos e regada de grandes fetiches e desejos atendidos; Vida essa, completamente oposta da do garoto Jeon, de apenas dezenove anos, que não tem muito almejo ou prazer vivido, apenas inseguranças e medos, podendo somente desfrutar dos poucos e bons momentos que lhe é oferecido de maneira vaga pelo "universo" e também por seus melhores amigos. São duas pessoas com personalidades completamente diferentes, mas com destinos traçados e ligados a viver uma grande e intensa história de amor.

Capítulo 1 Aniversário

!! ATENÇÃO, ESSA É UMA HISTÓRIA COM CAPÍTULOS LONGOS, POR TANTO, ALGUNS PODEM SER MAIS CAROS QUE OUTROS!!

!! BOA LEITURA !!

POV: Jeon Jaejun

Hoje é primeiro de setembro, meu aniversário!

Sou Jeon Jaejun e hoje estou completando dezenove anos. O intuito de ter saído de casa junto aos meus melhores ㅡ ou piores ㅡ amigos hoje, foi de comemorar até não conseguirmos mais ficar de pé.

O negócio era beber álcool até não aguentar e um de nós sempre ficar responsável por todos os outros para levar-nos em segurança para casa.

Isso sempre deu certo? Não, uma vez, por exemplo, Jack me deixou dormindo no jardim da casa da Minah, e eu só acordei às oito da manhã com os regadores de grama me molhando todinho. Ok, eu ainda era menor de idade e não tinha como me levar até a pensão que naquele tempo eu morava, sequer me aguentava de pé e a dona reclamaria muito. Por isso ele me deixou lá com Yejun.

E você deve se perguntar: "mas e o Jack?", certo? Ele também dormiu no jardim, não conseguimos adentrar a casa e dormir em um dos diversos quartos que haviam lá, mas ele foi mais cuidadoso, dormiu numa espreguiçadeira e debaixo de um guarda-sol.

Depois disso, Jackson nunca mais foi o responsável pela galera.

Mas como hoje é meu aniversário, já havíamos passado o dia todinho na casa de Minah, ela era amiga que mais tinha dinheiro e seus pais geralmente não estavam em casa. E mesmo que Jack também fosse bastante rico, a casa dela era a mais próxima, nós sempre nos reuníamos em ocasiões boas.

Passamos a tarde toda na piscina, bebendo tudo o que tivesse álcool como mandava o nosso regramento e rindo deliberadamente de qualquer coisa.

Quando a noite chegou, decidimos que íamos à procura de boates boas e novas, que fosse conveniente o suficiente para que um grupo de jovens-adultos dançarem em paz e beber um pouco mais.

Mas o resultado disso? Passamos por quatro boates diferentes e nenhuma era legal o suficiente.

A primeira era quente demais e a segunda era escura e tinha muitas pessoas estranhas. E não que isso fosse ruim, mas um homem com a cabeça raspada e com um alargador no nariz ficou me encarando por dez minutos, aquilo me deixou tão assustado que fomos para a terceira, mas lá tinha tanta fumaça de cigarro, que tínhamos a certeza de que sairíamos com um câncer de pulmão!

A quarta foi a mais de boa, não tinha tanta coisa estranha, a música era legal, mas ainda assim, não nos agradou.

E quando já estávamos cansados e um pouco tontos devido às bebidas, propus que fossemos para casa dormir, mas é claro, um voto contra todos os outros, não fez que nenhum me ouvisse.

ㅡ Eu vi algumas pessoas falando de uma boate que está sendo bastante falada no momento.

ㅡ Twitter? Tô fora, nada que vem dali é bom!

ㅡ Deixa de bobagem, Jae, vamos nessa e ponto, será a última.

Olho para Jackson e reviro os olhos.

ㅡ Qual o nome? ㅡ pergunto.

ㅡ Space sirena. ㅡ Song responde, olhando a tela.

ㅡ Tem nome de cabaré. ㅡ Rini diz, abraçando Minah pela cintura. ㅡ o que você acha, amor? ㅡ a pergunta.

Minah apenas dá de ombros.

ㅡ Vamos nessa e ponto. ㅡ anuncio parado no meio fio. É tarde, mas ainda existem alguns jovens meio bêbados caminhando. ㅡ Space sirena.

ㅡ Não é boate hétero, é? ㅡ Yejun torce o nariz. ㅡ não gosto de ambiente com homem suado tirando a camisa e achando que isso é a coisa mais sensacional do mundo.

ㅡ Até parece. ㅡ Jackson negou vagamente, olhando-o de soslaio.

ㅡ O lugar se chama Space sirena, com certeza não é balada hétero. ㅡ Taeshin fala, aproximando-se de mim e circula seu braço direito em meu pescoço. ㅡ Jaejae não gosta de lugares com mulheres bonitas, ele da erro.

ㅡ Deixa de besteira, é claro que eu gosto de mulher! Até porque eu sou hétero. ㅡ falo.

ㅡ Você não engana ninguém, ruivinho. ㅡ Taeshin diz, puxando minha bochecha. ㅡ pode ser bi, pan, ou qualquer outra coisa, mas hétero? Não... você com certeza gosta de paus.

ㅡ Vai se foder, Taeshin, pelo amor de Deus!

ㅡ É uma boate LGBT ㅡ Jack volta a fala, mostrando-nos a tela de seu celular.

Não importava realmente o local cujo iriamos, não, mas precisava ser, com certeza, um lugar que nos respeitasse como seres humanos e que respeitasse nossas sexualidades. Um lugar onde pudéssemos ser nós mesmos, sem ouvir as rotineiras piadinhas homofóbicas.

E já havíamos ouvido tanto daquilo que por isso era tão importante verificar o ambiente antes de apenas irmos. Tínhamos casal lésbico no grupo. Tínhamos amigos gays, e eu, que, mesmo um pouco confuso comigo mesmo às vezes, gosto de que mantenham o respeito. Não aceito que brinquem com esse tipo de coisa.

E se quer saber porque sou confuso, a culpa é todinha do Yejun. Um dia perdi uma aposta para ele e tive que ir até uma loja de produtos eróticos e comprar o pau de borracha mais bonitinho que eu visse. Eu não sabia que estava escolhendo aquilo para mim, sinceramente, escolhi porque achei que Yejun queria aquilo, mas hoje eu o guardo na minha gaveta de baixo em meu guarda-roupa, e vez ou outra, me pego observando-o e pensando: Como será?

Mas eu nunca usei! Nunquinha mesmo!

Tenho medo de me precipitar em algo e também tenho medo do que minha tia acharia caso soubesse que eu também gosto de paus... Digo, ela não deveria importar, mas seu ódio por mim já é tão grande, tudo só iria piorar.

ㅡ Parece ser uma boate legal ㅡ anuncio ㅡ mas só há um problema... ㅡ sorrio sem jeito, olhando-os.

ㅡ Qual? ㅡ Yejun pergunta.

ㅡ Eu já tô liso. ㅡ digo sem graça. ㅡ Meu salário ainda não caiu na conta, e o que eu tinha, acabou naquela última cervejinha...

ㅡ Oh, meu querido plebeu... ㅡ Jackson diz, se aproximando e também me abraça. ㅡ hoje é o seu dia, não se importe com isso.

ㅡ Mas assim eu fico mal... eu não gosto que gastem comigo.

ㅡ Pois deveria gostar. ㅡ Taeshin diz. ㅡ não há coisa melhor do que ser bancado por alguém.

ㅡ Você já foi? Porque pelo que eu me lembre, seu último namorado é professor.

ㅡ Pois é, mas estou a procura de um. Vai que acho um suggar daddy? ㅡ riu alto, fazendo-me negar.

ㅡ Não serei seu suggar daddy ㅡ Jack fala me largando e parando a minha frente. ㅡ até porque, eu não gosto de ruivos falsificados.

ㅡ Quer respeitar meu cabelo?

ㅡ Tudo bem, me desculpe, mas é que está desbotando, e...

ㅡ Jack! ㅡ faço biquinho, meu cabelo é tudo para mim. Fale de mim, mas não fale dele, poxa.

ㅡ Ok, me desculpe, amorzinho. ㅡ ele sorri, como quem não fez nada. ㅡ mas voltando... eu não vou ser seu "suggar daddy", mas eu vou pagar sua cervejinha, não se preocupe.

ㅡ Eu também pago, não se preocupe. ㅡ Minah diz, ainda presa na namorada.

ㅡ Mas eu não vou me sentir bem...

ㅡ Parou, Jae. ㅡ Rini fala, com seu tom autoritário. ㅡ agora vamos logo.

Faço bico porque eu realmente não gosto de depender de ninguém para nada, muito menos em uma data tão importante como a que estamos hoje, mas poxa, quando a Rini manda parar, não posso contrariar.

ㅡ Vamos logo então ㅡ Jackson grita.

Eu sorrio junto à Taeshin, animado. Rini e Yejun apenas reviram os olhos e concordam com o grito de Jackson e seguem junto a todos nós, vendo Jackson buscar o endereço do local, já que vamos a pé mesmo.

Não caminhamos muito até chegar ao lugar, e as ruas de Itaewon são sempre animadas, então sequer nos cansamos ou entediamos até chegar à boate.

Ao contrário, riamos mais e mais, a cada vez que alguém tropeçava ou falava alguma besteira.

ㅡ Calem a boca, caralho! - é Rini quem grita, mas ela ri de Minah, que está pendurada no pescoço de Yejun. ㅡ vamos ser presos por baderna.

ㅡ Ah... cala a boca, tem uma caralhada de gente na rua, ninguém liga para nós não. ㅡ Taeshin resmunga.

ㅡ Desde quando você fala assim comigo? ㅡ Ela olha-o com o cenho franzido, mas segurando o riso.

Eu apenas ria, e só parei quando encarei a fachada preta da boate. Não era nada extraordinário ou que fizesse o queixo cair, mas tinha um carro parado em frente e com certeza valia por minha vida inteirinha de trabalho na conveniência.

ㅡ Deve ter gente muito rica aí dentro. ㅡ falo, olhando para meus amigos. Todos encaram o carro.

ㅡ Tomara que seja o "sugar daddy" que eu tanto pedi ao universo. ㅡ Taeshin fala, e quem o vê, até acha realmente que isso é verdade.

Encarei os seguranças do tamanho da dignidade que eu não tenho parado na entrada e esperei por qualquer um dos meus amigos falar com eles primeiro.

ㅡ Onde pago para entrar? ㅡ Jackson parou de frente com o mais alto e mais forte dele. O homem apenas apontou em silêncio. ㅡ obrigado, amorzinho.

Minah seguiu com ele e eu apenas permaneci parado. O segurança me olhou e mesmo que ele estivesse com um óculos escuros a noite, eu conseguia ver que ele cerrava as pálpebras e tentava ler minha alma.

ㅡ Certo. Vou comprar as entradas. ㅡ Minah anuncia e já caminha ao local onde tem uma pequena janela e o nome bilheteria numa plaquinha.

ㅡ Soube que aquele amigo do seu pai frequenta aqui. ㅡ ouvi Minah falar, retornando com Jackson.

Os olhos do Song arregalaram-se, foi engraçado.

ㅡ Aqui? ㅡ ele perguntou. Me entregou uma entrada e agradeci.

ㅡ Sim, na verdade, eu vi que ele marcou na rede social dele. ㅡ mostrou-o seu celular. Aproximei-me para ver.

O tal Kim Hanguk ㅡ amigo do pai de Jackson ㅡ havia postado e com ele estava mais duas pessoas. Um moreno de sorriso bonito e bastante alegre, e o outro era um loiro, que não dava para ver muito bem o rosto, pois estava de perfil.

ㅡ Quem é esse? ㅡ Taeshin apontou. Olhei-o e vi que estava sobre o ombro de Jackson.

ㅡ Não está marcado na foto. ㅡ Minah falou, entrando nos comentários da foto. ㅡ Nada... Nem legenda tem, que estranho.

ㅡ Ele marca que está aqui, mas não marca os amigos gostosinhos que estão com ele?

ㅡ Vai ver eles não têm rede social. ㅡ falo. ㅡ ou não querem que saibam que estão aqui. Sei lá.

ㅡ Pessoas sem redes sociais são estranhas. ㅡ Yejun fala e eu percebo que não se aproxima apenas porque ver Jackson encarando a foto do Kim lhe incomoda.

Nunca entendi o que ambos tinham juntos, mas sempre demonstraram ciúmes um do outro.

Não conheci Yejun antes de sua transição, mas ele sempre dizia que não tinha o que Jackson gostava e isso sempre deixava Jack muito bravo. Ele dizia que Yejun não sabia o que falava. E se ele gostava de homem, porque não gostaria dele em específico? Isso fez Yejun ficar com bochechas vermelhas, me lembro bem, e naquele dia, ambos ficaram estranhos, até que dormiram juntos e o que aconteceu depois eu já não sei.

ㅡ agora vamos entrar logo, são quase meia-noite, o dia do Jaejae já está acabando. ㅡ ele fala rumando para a entrada.

Seguimos até lá, mas eu vejo Jackson ainda olhando a foto, e quando para ao meu lado, rio do modo em como ele amplia o zoom na cara do Kim.

ㅡ Minha santa Beyoncé, se eu pego esse homem...

ㅡ Pode pegar hoje, seu bobo. ㅡ Taeshin diz, logo atrás. ㅡ eu quero saber quem é o amigo dele.

ㅡ Você não tinha voltado com o JiHo? ㅡ olho-o.

ㅡ Não, a gente só transou mesmo. ㅡ fala simples.

Nego e nem pergunto mais nada. Meus amigos são confusos. Viro-me vendo algumas poucas pessoas na fila para adentrar o lugar.

ㅡ Será que está lotado lá dentro? - pergunto.

ㅡ Jae, você tem camisinha? ㅡ ouço Rini me perguntar e franzo o cenho ao olhá-la, não entendendo a súbita pergunta. ㅡ não se meta a transar num banheiro de bar e sem camisinha, entendeu?

ㅡ Rini! ㅡ arregalo meus olhos, sentindo-me envergonhar. ㅡ tudo bem... ㅡ afirmo, virando-me ao ouvir a risada dela.

ㅡ Eu entendo o Jae ficar vermelho assim, vocês falam de sexo como se fosse a coisa mais normal do mundo! ㅡ Yejun resmunga.

ㅡ E porque não seria, amorzinho? ㅡ Jackson toca-o na cintura, mas ri, quando Yejun se afasta.

ㅡ Sexo é normal, Yejun, assim como não querer fazer. Não é um Tabu. ㅡ Taeshin diz.

ㅡ Sei, sei...

Jackson revira os olhos para o resmungo do outro, mas segue quando enfim a fila anda.

O segurança busca o bilhete da Minah que está logo a frente e pede para que a garota erga os braços.

ㅡ Você está louco? ㅡ ela pergunta, olhando-o debaixo devido sua pouca altura enquanto põe as mãos na cintura ㅡ Eu não vou ser revistada por você com essas suas mãos de homem. Sou uma mulher e exijo outra para fazer isso, ora essa...

O Homem a olha com tédio e até penso que seremos expulsos antes mesmo de entrar, mas ele bufa e se vira para chama por alguém, e só depois, uma moça aparece.

ㅡ Nos desculpe o inconveniente ㅡ ela pede quando Minah enfim abre os braços para que o trabalho seja feito.

É rápido e discreto quando a mulher libera a Kim e Rini vai em seguida.

Caminho em direção ao segurança que Minah dispensou e sou revistado. Um a um foi adentrando a boate. E como de costume, esperamos até que todos estivéssemos juntos já do lado de dentro para só então, perambular.

O local era totalmente escuro na entrada, mas bastante iluminado por luzes coloridas por dentro. O som estava bastante alto e muitas pessoas já dançavam no centro da pista.

Jackson já entrou sorrindo junto à Taeshin, pareciam crianças em um parque de diversões. Rini e Minah estavam logo atrás e também sorriam, mas percebi quando Rini apontou para o bar e Minah assentiu, caminhando até lá com ela.

Procurei por uma mesa e vi uma mais no canto. Puxei Yejun para ir até lá comigo e ouvi o riso dele, quando parei.

ㅡ Não tem cadeiras. ㅡ riu ao constatar o óbvio.

ㅡ Não é para sentar, é para curtir o ambiente mais reservado. ㅡ Jackson brotou ao lado. ㅡ Mas se quiser sentar, estou aqui. ㅡ piscou.

Yejun, ao contrário do que achei que faria, não xingou, mas sorriu, negando.

ㅡ Tudo em você se resume a sexo, não é? ㅡ negou, olhando-o.

ㅡ Bem... talvez. Sentar é sempre bom, nós dois sabemos disso, e eu estou apenas me pondo a sua disposição. ㅡ falou rindo.

ㅡ Preciso beber. ㅡ Yejun disse, desviando da conversa, nos fazendo rir.

ㅡ Vou buscar algo ㅡ Jack falou.

ㅡ Vou com você. ㅡ Taeshin seguiu-o.

Vi quando vi meus amigos andando e dançando. Tocava Stupid Love e até mesmo Yejun dançava.

Eu permaneço no mesmo lugar, paradinho. Jackson retorna e para ao meu lado, entregando-me uma cerveja enquanto volta a balançar o corpo, olhando ao redor.

ㅡ Vai dançar! ㅡ ele grita para mim. ㅡ já passou da meia-noite, mas ainda é teu dia!

ㅡ Vou já, já. ㅡ Digo rindo e vejo meu casal de amigas finalmente voltando.

Minah segura mais cervejas, enquanto Rini traz três copos com alguma bebida colorida que eu não faço a mínima ideia do que seja.

Eu sorrio agradecido quando ela me entrega mais uma cerveja e deixou-a junto das outras, finalizando a que ainda bebo.

ㅡ Não sei como você gosta disso. ㅡ Yejun diz, olhando-me beber. ㅡ tem sabor de fruta, não é cerveja de verdade.

ㅡ Claro que é!

ㅡ Não é não. ㅡ ele rebate. ㅡ cerveja mesmo é aquela amarelinha, com um gostinho bom de-

ㅡ xixi. ㅡ eu o interrompo-o, rindo.

ㅡ Não tem gosto de xixi, só não é doce como isso daí. Essa é cerveja de fresco.

ㅡ Ah, me deixa ser feliz com a minha cervejinha de fresco, por favor.

Rio, finalizando a primeira cerveja e busco a que Minah me deu, abrindo-a e bebendo-a com muito prazer.

ㅡ Minha santa purpurina, é ele! ㅡ Jackson anuncia, fazendo todos nós olhar adiante.

ㅡ O Kim? ㅡ Minah pergunta, fazendo-o assentir.

ㅡ Ele está o maior gostoso!

Olho para o outro lado da boate, e então vejo o tal Kim. Na verdade, vejo os três homens que vi na foto. O moreno alto, que sei ser Hanguk, o do sorriso bonito e o loiro.

ㅡ Você sempre teve uma quedinha no Kim, né? ㅡ pergunto ao Jack, sorrindo.

ㅡ Quedinha é o que você tem por aquele pau rosa de borracha. Eu tenho é um penhasco por ele!

ㅡ Sabe que ele e seu pai são amigos, não é? ㅡ Minah o lembra. ㅡ ele te mataria se vocês se envolvessem.

ㅡ O papi não precisaria saber. ㅡ riu.

Yejun afastou-se da mesa, fazendo-nos olhá-lo. Caminhou em direção ao banheiro, e quando retornei a olhar Jackson, vi-o com um bico.

ㅡ Viu como ele é? ㅡ reclamou. ㅡ não me dá uma chancezinha e fica com esse ciúme besta...

ㅡ Ele gosta mesmo de você.

ㅡ Gosta nada... Faz muito tempo desde a última vez que ficamos, Yejun não quer nada comigo, ele fica criando barreiras porque é um homem transexual e acha que isso é um problema para mim.

- Mas é?

- Claro que não! Ele é homem e eu gosto de homem, o que ele tem entre as pernas pouco me importa, já que eu sei bem como a gente sabe se divertir junto. Mas ele fica nessa e me afasta... Por isso às vezes penso em abrir mão de vez disso tudo, é tão cansativo.

ㅡ Pensa mesmo?

ㅡ Penso, mas... é só olhar para ele que desisto. ㅡ ele riu da própria situação. ㅡ sou o famoso trouxa.

ㅡ Você não é trouxa. ㅡ falo, encarando-o.

ㅡ E não faz tanto tempo assim, Jackson. Eu vi vocês se pegando naquela festa que fomos a duas semanas ㅡ Rini diz, olhando-o.

ㅡ Ah, mas ali estávamos bêbados... Talvez ele só tenha ficado comigo porque não tinha mais ninguém para ficar.

ㅡ Pare já de se desmerecer assim! ㅡ falo. ㅡ e ele nunca te usaria assim, ele gosta mesmo de você.

Jackson apenas dá de ombros, não continuando o assunto enquanto bebe seu drink azul. Eu vejo Yejun retornando, mas ele não vem diretamente até a mesa. Ele para no bar e compra algo. Sei que se trata de balas, Yejun sempre compra balas quando estamos em boates.

ㅡ Querem? ㅡ ele enfim volta para a mesa, oferecendo. ㅡ é de melancia.

Busco uma e agradeço, deixando a cerveja de lado para mascá-la.

[...]

Quando os minutos passam e todos já parecem voltar ao seu normal, vejo-os irem até à pista de dança enquanto eu prefiro continuar paradinho onde estou. É estranho porque eu sinto um leve arrepio quando bebo o último gole da minha cerveja e sinto todos os meus pelinhos eriçarem.

Tenho a sensação de que estou sendo observado, e ela não é nova. É um saco porque é sempre assim, até mesmo quando estou na rua. Me sinto estranho de andar sozinho porque sempre parece que as pessoas ao redor estão com o indicador apontado para o meu rosto, ditando todos os meus erros e imperfeições, mas sei que tudo é fruto da minha mente e isso me deixa de saco cheio. Só queria que parasse.

Às vezes sinto vontade de me libertar, me soltar um pouco como vejo meus amigos se soltarem em ambientes públicos, mas daí essa sensação sempre aparece, e tudo fica retraído dentro de mim.

Porém, com essa sensação tão forte em mim, decido olhar ao redor, e é então que percebo uma mulher de cabelos loiros me olhando, e quando nossos olhares se esbarram, ela dá uma piscadinha e eu me sinto tremer.

Automaticamente fico nervoso. E por dois pontos.

O primeiro é que eu não sei flertar. Na minha vida todinha, flertei com o total de zero pessoas, e até quando fui perder a virgindade com minha prima ㅡ num jantar de natal que tivemos na casa de uma tia em Busan ㅡ eu não consegui falar nadinha.

Daí você deve estar pensando: Mas como esse doido conseguiu chegar até a parte que foi transar, certo?

Foi simples. Minha prima chegou até mim, enquanto eu estava tomando um tantinho de vinho escondido do meu pai, e falou: Quer fazer sexo?

E eu apenas assenti, mesmo sem ter certeza se queria mesmo.

Mas se ela estava querendo transar comigo era porque gostava de mim, certo?

Ao menos foi o que eu pensei naquela hora.

E não foi tão complicado, na verdade. No começo ela me beijou e meu pau até subiu maneiro.

O problema foi somente minha inexperiência completa. Eu não sabia onde pôr a mão ou sequer falar sacanagens para criar um clima. Eu apenas fiquei lá, paradão e deixei minha prima fazer o que quisesse.

E para meu nervosismo não me atrapalhar mais, eu tentei não olhar para o rosto dela. Foi estranho. Talvez esse tenha sido realmente o maior dos problemas. Eu não conseguia focar no rosto dela, e nem nos seios ou nos gemidos. Tudo me deixa nervoso e com vontade de fugir dali.

O que rolou no fim foi que ela fingiu que tinha chegado ao seu ápice e foi embora. Eu sabia que era fingimento porque ela sequer me deu um beijinho depois ou me deu tchau. Sequer se importou com o meu pau sem reações.

E até hoje ela nunca mais falou comigo.

Mas foi a partir desse dia que comecei a me perguntar se gostava de mulheres, porque eu nunca senti aquilo que dizem que sentimos quando nos atraímos por alguém, mas então eu penso: meu pau ficou duro, deve significar algo, não é? E então eu me perco nos meus pensamentos de um homem praticamente virgem, sem experiências e certezas.

E talvez eu realmente seja gay. Nunca fiquei com nenhum homem, ou sequer introduzi o pau rosa que tenho na gaveta onde você deveria, mas também nunca me senti na obrigação de fazer essa descoberta. Pelo menos não ainda.

Eu vejo como apenas uma coisa relativa, um detalhe no qual minha vida parada e sem emoção eu não tenho pressa de descobrir ainda.

Mas ok, vamos voltar a garota loira que não para de me encarar.

O primeiro ponto já foi dado. Eu não sei flertar. O segundo é um pouco mais complicado. Eu não tenho vontade de flertar com ela.

Eu somente fiquei nervoso porque eu percebo que com o sorrisinho que ela deu ao perceber meu olhar, ela vai se aproximando mais e mais de mim, e o meu desespero aumenta tanto, que, sem pensar, eu puxo a mão da primeira pessoa que está perto, e corro dali.

A vítima da vez? Rini, por sorte. Imagina se é um desconhecido?

Ela caminha comigo sem perguntar nadinha, mas seu olhar claramente indaga o que caralhos estou fazendo.

Quando paro, enfim respirando fundo, ela continua me encarando.

ㅡ vai me explicar o que aconteceu agora, ou antes, quer um socão por me puxar justamente na hora em que eu estava flertando com a minha namorada que está como uma deusa dançando naquela pista de dança?

ㅡ Desculpa. ㅡ coço minha nuca, me sentindo um tanto constrangido, mas olho adiante. ㅡ eu só estava desesperado.

A garota ainda está me olhando, mas parece desistir ao me ver com Rini, então retorna para onde estava.

Ufa.

ㅡ Desesperado? ㅡ ouço Rini perguntar.

ㅡ Tinha uma garota flertando comigo e ela estava andando na minha direção. Eu fiquei desnorteado!

Rini semicerrou os olhos, como se estivesse me analisando.

ㅡ Vamos ao bar, quero comprar cigarros. ㅡ diz, já me puxando.

ㅡ Isso mata! ㅡ falo. ㅡ você vai morrer se continuar fumando!

ㅡ Ah, Jaejun, todo mundo vai morrer um dia. ㅡ revira os olhos. ㅡ mas me diz, porque você fugiu da garota, não gostou dela?

ㅡ Não sei. ㅡ sou verdadeiro. ㅡ só senti vontade de correr. ㅡ sorrio.

ㅡ Você vai continuar virgem se continuar fugindo assim.

Neguei, vendo-a pedir a carteira de seu cigarro favorito. Se eu pudesse, eu pegava aquilo e jogava no chão, pisava e estragava todinho.

Mas Rini tem um soco muito forte, já senti e não quero senti-lo outra vez.

Eu já a avisei que faz mal, na embalagem daquilo tem tudo de ruim que ele causa, mas se ela continua, é porque sabe o que faz com a própria saúde, não posso proibi-la.

Ela pergunta se eu quero beber e assinto, pedindo mais uma cerveja gostosinha, e óbvio, ela quem paga.

Quando retornamos à mesa, eu bufo, notando como é complicado ser como todos os outros. Digo, eles flertam, se beijam e eu fujo...

Mantenho-me pensativo, enquanto degusto a cerveja. Mas vejo Jackson se aproximar e ouço sua voz quando diz:

ㅡ Tem um belo pau te observando.

Franzo o cenho de imediato.

ㅡ O quê? Pau?

Ele ri negando enquanto me encara, mas aponta disfarçadamente para o outro lado da boate.

Novamente vejo Kim Hanguk, mas ele encara o redor com certa impaciência em sua feição. Olho para o moreno ao seu lado e ele está olhando em nossa direção, mas analisando bem, fito Taeshin e vejo-o morder o canudo que tem entre os lábios, notoriamente flertando com ele.

ㅡ É pro Taeshin. ㅡ aviso.

ㅡ Não estou falando do Jung. Estou falando do Park. Park Hyun-Suk.

Outra vez olho naquela direção e engulo em seco quando noto o modo em como o tal Park me encara, sem sequer piscar.

Minha nossa senhora.

ㅡ Minha nossa... ㅡ sussurro realmente desacreditado. Desacreditado ainda mais por estar me sentindo... Estranho?

Digo, meu corpo não está travado. Ao contrário, eu viro-me de frente, incapaz de parar de olhá-lo.

ㅡ Gostou né? ㅡ é Yejun quem pergunta.

Ouço meus outros amigos rirem baixo, mas minha nossa senhora, eu realmente não consigo nem desviar o olhar para pedir que parem.

ㅡ Eu vou pegar o moreno ㅡ Taeshin anunciou ao lado. ㅡ vou me acabar de foder com ele.

ㅡ Você deveria ser só mais um pouquinho menos transparente. ㅡ Yejun olhou-o, fazendo-o rir.

ㅡ Me desculpa, é que ele é muito gostoso e está me dando mole.

ㅡ O Jung é bonitinho, mas não é tudo isso, Taeshin. ㅡ Jack diz. ㅡ o Kim é mais gostoso.

ㅡ Ah pronto. ㅡ Yejun revira os olhos.

ㅡ Seu gosto é como o seu cu, pertence apenas a você. ㅡ Taeshin rebate Jack e eu até rio, desviando, enfim, o olhar. ㅡ Eu gostei dele.

Tento não ser óbvio e até bebo um pouco mais de cerveja, mas vago meu olhar ㅡ como quem não quer nada ㅡ, e volto a fitar o loiro. Ele é intimidador, mas continua me olhando e dessa vez até sorri.

Pergunto-me outra vez: porque não quero fugir?

Meus amigos continuam com suas bobagens, e até vejo-os fazerem uma competição boba sobre quem consegue beber mais rápido uma dose pura de vodca.

Vejo Rini abraçar Minah pela cintura e seguir para a pista de dança com Jackson e Taeshin.

Yejun continua comigo e está bebendo sua cervejinha amarga e muito ruim, e é só depois de um gole longo, que ouço-o suspirar alto.

Eu o olho e vejo que ele observa Jackson dançar.

ㅡ Porque não o chama para dançar? ㅡ atrevo-me a perguntar. Não é bom ver que ambos se querem e ficam somente aos suspiros, se observando ao longe.

Ele desvia a atenção para mim, e depois de alguns segundos, volta a olhar para Jackson de novo.

ㅡ Eu preciso parar de gostar dele. ㅡ fala. ㅡ Jackson claramente não gosta de mim assim, mas veja só, eu sou patético... Fico observando ele de longe, e fico com ciúmes porque ele está dando mole pro ricaço.

ㅡ Yejun, o Jack é caidinho por você.

ㅡ Claro que não, Jae. Ele nem me olha direito, eu acho que... você sabe, não somos compatíveis.

ㅡ Você nem ouse dizer que é porque não tem um pau que eu bato em você! ㅡ ameaço, parando de frente com ele. ㅡ você sabe muito bem que ele não se importa com isso.

ㅡ É o que ele diz, mas você acha mesmo que ele iria querer ficar comigo?

ㅡ Claro que sim, e se for sobre sexo, há formas de você ser ativo também, todo mundo sai feliz no fim.

Yejun ri alto, enquanto eu franzo o cenho mais uma vez.

ㅡ Você fala muito palavrão quando está bebendo, sabia?

ㅡ Não desvia o foco da conversa. ㅡ faço bico, cerrando os olhos. ㅡ se você continuar assim, só se lamentando, ele vai acabar ficando com o ricaço lá mesmo. Mas ele não gosta do ricaço. ㅡ arqueio a sobrancelha, cruzando os braços.

ㅡ Desculpa só me lamentar assim. ㅡ fala, abaixando a cabeça.

Desfaço a marra e suspiro.

ㅡ Ele gosta mesmo de você, e oh, estou falando com certeza, viu. ㅡ sorrio

ㅡ Sei... talvez eu fale com ele mais tarde, mas só se ele não for para outro lugar com o altão, né?

Eu apenas nego e volto a beber minha cervejinha. Não tem como incentivar quem é teimoso assim. Ao menos eu tentei.

No momento está tocando uma música na qual sequer sei o nome, mas meus amigos estão bastante animados no centro.

Vejo o tal Jung se aproximar, e sem palavras, apenas sorri e se encaixa a Taeshin. Ambos se encaram, tocando sorrisos que dizem muito. Taeshin umedece os lábios antes de simplesmente cair aos beijos com o outro.

Arregalo meus olhos. Como assim é tão fácil? Ao menos é como fizeram parecer.

E eles continuam no amasso e os outros sequer parecem se importar, porque somente continuam a dançar.

ㅡ Taeshin é prático, eu gosto disso. ㅡ é o que Yejun diz. ㅡ queria ser assim também...

ㅡ É só ser, Yejun. ㅡ eu tento encorajá-lo outra vez, mas nem adianta de nada, porque Yejun apenas maneia com a cabeça e permanece no mesmo lugar.

ㅡ Estou com medo. ㅡ ouço-o admitir.

ㅡ Medo do quê?

ㅡ De levar um não na cara e ainda o ver agarrando com o tal Kim.

Eu rio sem querer. O jeito que Yejun fala, totalmente emburrado e caidinho pelo Jack é uma graça.

A noite ainda segue sem uma ordem correta. Eu, por fim, sou vencido por meus amigos que me puxam até o centro da pista, e talvez beber minha cervejinha tenha me ajudado a me soltar também.

Eu danço e sorrio ao som de Thief, uma das minhas músicas favoritas. Meus amigos estão ao redor, mas o clima que a música deixa no ar é tão intenso, que apenas fecho meus olhos e sinto a música, erguendo meus braços devagar no ritmo das batidas, envolvendo-me e vencendo a timidez, libertando a vontade incessante de me sentir eu mesmo, ao menos um pouco enquanto estou cercado dos que posso confiar.

Quando volto a abrir os olhos, suspirando com o quão bom é a sensação, percebo meus amigos em seus grupos. Taeshin ainda está dançando e beijando o Jung. Yejun sorri contido e abraça sutilmente Jackson pela cintura quando ambos se beijam apaixonadamente. Rini e Minah também dançam juntas, e é só então eu percebo que sou o único sem um par, que está sozinho no meio de todos.

Isso me faz ficar um pouco triste.

E não, isso não é um problema verdadeiro, ok? Já estou meio que acostumado a não ter meu par, mas poxa, bem que o universo poderia me mandar uma boquinha para eu beijar hoje, não acham?

E uma que eu não corresse ou entrasse em pânico... porque estou farto.

Quando vejo Taeshin sorrir para o tal homem que fala algo em seu ouvido, sei que se trata de alguma putaria. Ele segura a mão do Jung e passa por mim, indo em direção a saída que dá para o estacionamento.

E eu continuo aqui, sozinho...

Olho ao redor ainda com a sensação de ser observado. Eu sei quem me olha, não sou bobo. Levo meu olhar para o tal Park e percebo que sim, é ele quem me olha, apenas bebericando alguma bebida.

Mas seu olhar não dura muito. Ele desvia para um grupo de pessoas e se ergue para falar com um homem que talvez tenha a minha idade e que acaba de entrar.

Suspiro. Ele foi só mais um que se cansou de mim antes mesmo que eu pudesse fazê-lo se cansar.

Tudo normal.

E não que eu tivesse criando algum interesse nele, não é nada disso. Eu apenas queria que ele realmente me olhasse...

Ser observado por alguém com um olhar de desejo como era o dele, faz bem para a autoestima às vezes, sabe?

Eu caminho de volta à mesa, agora sozinho, e percebo que preciso de mais uma cerveja. Busco alguns trocados que encontro no fundo do bolso da calça que visto e conto. Percebo o nível do meu fracasso quando no dia do meu próprio aniversário, eu não tenho nem sequer o dinheiro da minha própria cerveja.

Olho ao redor e vejo Minah se aproximar junto a namorada. Sou rápido em guardar as moedinhas que tenho e sorrio, quando ambas pararam ao meu lado.

ㅡ Já cansou? ㅡ Minah pergunta.

ㅡ Um pouquinho... ㅡ minto.

ㅡ Vou buscar outra bebida ㅡ Rini fala ㅡ vão querer alguma coisa? ㅡ pergunta a nós dois.

Minah diz que irá querer um novo drink, mas eu digo que não precisam se importar. Mas acho que elas me conhecem tão bem, que sabem que a resposta é dada apenas porque estou sem dinheiro.

ㅡ Vou trazer da sua cerveja de fresco também. ㅡ ela avisa, antes de ir.

Eu rio envergonhado, mas não a proíbo de o fazer.

ㅡ Está se divertindo no seu dia? ㅡ Minah pergunta.

Eu assinto.

ㅡ Jackson disse que o Park estava te olhando, é verdade?

Olhou-a ainda sem graça, e dou de ombros.

ㅡ Não sei de quem está falando... ㅡ me faço de sonso, é claro.

ㅡ Park Hyun-Suk, o amigo do Kim e do Jung. ㅡ fala tranquila ㅡ O loiro ali, sabe? ㅡ e então ela aponta.

Minha visão vai novamente para o outro lado da boate e então fixa no homem. Como antes, ele ainda não me olha porque está conversando com outro.

ㅡ Ah... se ele me olhou, eu não percebi.

ㅡ Ele é um partidão, mas nunca vi ele em relacionamentos. Sabe, ele é um dos investidores do meu pai, e é herdeiro de uma baita fortuna. Nem sei o que faz aqui nesse lugar.

Eu tento parecer desinteressado no assunto, mas é quase impossível.

ㅡ Ele nunca namora? ㅡ pergunto.

ㅡ Só focou nessa parte? ㅡ ela rir. ㅡ geralmente, herdeiro não namoram. Mas acho que vi algo dele com uma mulher, algum tipo de noivado? Não me lembro, faz realmente muito tempo.

ㅡ Ah... ㅡ assinto, olhando-o de soslaio, vendo que o homem cujo ele conversava, vira as costas e sai. Espero vê-lo ir atrás também, mas ele não vai.

ㅡ O que será que ele faz num lugar como esse? ㅡ Minah volta a indagar. ㅡ não consigo fazer ideia.

ㅡ Mas eu sim! ㅡ Taeshin, que apareceu do nada ao nosso lado diz, sorrindo enquanto chupa um pirulito. ㅡ Soube que ele veio caçar.

Franzo meu cenho.

ㅡ Onde você tava?

ㅡ Recebendo um boquete lá no estacionamento. ㅡ diz calmo.

ㅡ Como assim, caçando? ㅡ Minah pergunta, fazendo o fato da palavra "boquete", parecer uma informação qualquer.

ㅡ Ele está caçando uma alma nova satisfazer suas vontades e desejos. ㅡ Taeshin ri, girando o doce sobre os lábios.

ㅡ Você disse boquete? ㅡ indago, arregalando os olhos.

ㅡ É, ele me chupou.

ㅡ Como assim, Taeshin? Você nem conhece esse cara!

ㅡ Relaxa, eu usei camisinha.

ㅡ Camisinha num boquete? ㅡ deixei minhas mãos sobre a cintura.

ㅡ É, Jae, serve também, sabia? Como você disse, eu não conheço ele, e é sempre bom evitar qualquer tipo de doença assim. Mas eu só não ia negar uma mamada daquele gostoso.

ㅡ Ah...entendi. E, hm, como é que é?

ㅡ Você está querendo saber como o Hajun mama?

ㅡ Não, pela santa! Quero saber como é que faz o... boquete, hm, assim...

ㅡ Ah, é só pôr o preservativo normalmente. ㅡ deu de ombros. ㅡ A sensação muda um pouquinho, mas não deixa de ser boa. ㅡ piscou.

ㅡ Vamos falar sobre o que interessa. ㅡ Minah chama nossa atenção. ㅡ explica esse assunto de caçar direito, Tae!

Taeshin riu, mas debruçou-se sobre a mesa.

ㅡ Eu não entendi ao certo, mas Hajun disse que o Park veio encontrar "um novo garoto". Ele usou essas palavras.

ㅡ Deve ser o mesmo que eu vi ele conversando. ㅡ comento.

ㅡ Então você estava observando ele, é? Hm...

Reviro os olhos para Taeshin e instintivamente olho para onde o Park está.

Ele agora conversa com o Jung, que sorri mais do que antes.

Quando Rini retorna com as novas bebidas, eu agradeço quando me entrega a latinha de cerveja.

Eles voltam para a pista de dança e me puxam consigo. Nessa altura, não sei onde Jackson e Yejun estão, mas nem me dou ao trabalho de me preocupar em procurá-los para saber se estão bem, porque com certeza estão se pegando num cantinho escuro desse lugar.

Don't Start Now está tocando num volume estrondoso. Eu sorrio quando chega o refrão e como de praxe, tento fazer a coreografia vergonhosa que aprendi assistindo a vídeos na internet junto a todos os meus amigos que adoram passar vergonha.

Meus olhos sempre se fecham em momentos em que me sinto leve. Eu sempre sinto tudo muito intensamente quando estou com eles, e não é diferente quando volto a abrir meus olhos e enxergo todos ao redor, pulando, cantando e se divertindo.

Canto junto a Taeshin e rio animadamente. Entretanto, meus olhos traidores, voltam a fitar ao redor, e ainda sorrindo, eu busco por ele e acho-o outra vez. Mas desta vez, ele está me olhando.

Não consigo desviar o olhar. Não sei por que, mas simplesmente não consigo desviar.

Ele deixa um sorriso no ar, talvez para mim, e eu sinto uma leve estranheza percorrer por todo o meu corpo, junto a uma sensação que embrulha o meu estômago.

ㅡ Você está com as bochechas rosadas. ㅡ Taeshin fala. Toco minha pele e sinto-a quente.

Desvio os olhos, talvez para Taeshin não notar o que acontece, mas outra vez eu acabo olhando para ele e seu sorriso ainda se mantém.

Será que ele está rindo para mim ou rindo de mim?

Ele muda um pouco a forma em como está sentado, parecendo um pouco mais descontraído. Suas pernas levemente se abrem e eu engulo em seco naquele momento.

Ele busca seu copo, bebendo-o por inteiro todo o líquido e talvez eu já esteja parado no meio da pista de dança, pois enquanto todos dançam e se divertem, eu apenas o observo com todos os seus detalhes.

O Park repousa o copo seco sobre a mesa, e em seguida se ergue, começando a caminhar em minha direção.

E eu não tento fugir!

Estou em pânico porque eu não tenho pânico!

O que está acontecendo?

Sei que talvez eu esteja com os olhos arregalados, ele é tão bonito.

Seu olhar tão sério e bastante intenso.

Ele anda em minha direção como se fosse um predador, mirando sua presa que deseja devorar, e quando seu corpo já está a poucos passos de distância do meu, eu o vejo umedecer os lábios cheinhos, fazendo-me fazer o mesmo, sentindo, enfim, meu coração acelerar.

Minhas pernas dão uma leve tremida, talvez mandando uma mensagem para meu cérebro de que agora é a hora de fugir, mas eu nem tento. O homem agora está bem à minha frente, e me olha dentro dos olhos.

Ele me analisa por alguns segundos, e após isso, sorri.

ㅡ Oi? ㅡ Diz, com o jeito que me deixa sem jeito.

ㅡ O-o-oi. ㅡ gaguejo vergonhosamente. Ele sorri outra vez, mostrando-me seu belo sorriso branquinho de perto e se aproxima mais, erguendo-me sua mão.

ㅡ Sou Park Hyun-Suk.

ㅡ Lindo...

ㅡ O que disse?

Meus olhos se arregalam.

Porque eu sou assim?!

ㅡ Quis dizer... é um prazer. ㅡ seguro a mão dele, apertando-a de leve.

Ele parece ser um homem forte, muito forte. Mas também parece ser fofo. Seu nariz é como um botão, isso o deixa adorável.

ㅡ Não vai me dizer o seu nome? ㅡ ouço-o perguntar.

Outra vez vejo que me perdi nos sentidos e estava literalmente segurando a mão dele, enquanto o encarava como um doido em silêncio.

Coço a garganta e rio, sem graça.

ㅡ Me desculpe... Sou Jeon Jaejun. ㅡ digo, por fim.

ㅡ Jaejun... ㅡ ele repete meu nome em um sussurro, e eu posso estar louco, mas ele parece cada vez mais perto de mim. ㅡ Você está com alguém?

Olho ao redor e percebo: cadê meus amigos? Não tem sequer um por perto!

ㅡ Estou com alguns amigos, mas eles devem estar na mesa...

ㅡ Certo, mas acho que não entendeu minha pergunta. ㅡ e lá vem ele chegando mais perto. Céus ele não conhece a regra do espaço pessoal?

Ps: Não estou reclamando não.

ㅡ Como assim?

ㅡ Quis perguntar se você está acompanhado, você sabe como.

Arregalei meus olhos, entendendo.

ㅡ Ah, não... não estou...

Ele sorri pequeno. Algumas pessoas ao redor ainda dançam, não sei como ainda não fomos xingados por estarmos parados aqui.

ㅡ Gostaria de tomar algo comigo? ㅡ pergunta.

Não sei se ele está flertando ou apenas querendo sair do meio da pista de dança. Mas novamente me pergunto: porque eu não quero fugir?

Será que eu sou gay?

Talvez Bi? Céus, quanta confusão...

ㅡ Já estou tomando cerveja. ㅡ ergo minha latinha, numa tentativa de fugir. ㅡ mas, valeu...

Ele apenas assente, continuando muito perto de mim, e céus, eu ainda não quero me afastar.

O Park não fala mais nada, mas continua a me olhar. Eu fico constrangido, mas olha, a boca dele é tão bonita, e chamativa... Eu sinto no meu cerne o quanto eu quero me aproximar também, mas a imagem de Yejun e Jackson retornando de onde é o banheiro masculino, me faz enfim se afastar um pouco e notar que meus amigos podem estar nos observando.

Observo ambos passarem por trás do Park, mandando um beijinho no ar e uma olhadela para Hyun-Suk, mas sequer param, eles me deixam lá com o loiro.

ㅡ Você me viu te observando, não é? ㅡ ele pergunta, me fazendo olhá-lo. Sinto sua mão me tocar suavemente sobre o pulso e me puxar um pouco para o lado, quando um grupo de pessoas cantando e dançando, se animaram ao lado.

Sorrio, indo ainda mais para o lado e paro outra vez em sua frente.

ㅡ Eu vi. ㅡ falo, sorrindo enquanto desvio meus olhos.

ㅡ Você é um garoto muito bonito, Jaejun. ㅡ e então eu ouço a voz dele, baixa e mais grave. ㅡ qual a sua idade?

ㅡ A minha? ㅡ um pouco desnorteado, eu toco meu próprio peito. Ele sorri, assentindo, e me puxa pela cintura quando outro grupo passa ao lado.

Me sinto perdido com tão pouco e ele até mesmo se desculpa pelo toque sem avisos.

Vamos enfim para o canto da parede, longe de grupos animados e barulhentos.

ㅡ Estou fazendo dezenove hoje. ㅡ comento, enfim lhe dando a resposta.

ㅡ Mesmo? Parabéns. ㅡ ele sorri.

Eu não sei... Ele tem um olhar intimidador. Aparenta ser mais velho que eu, e a camisa social, com dois botões abertos o deixam sexy e gostoso.

Me pego perdido observando aquilo. Sua clavícula marcada está à mostra e até mesmo aquilo é belo em si.

ㅡ E você? ㅡ desvio o olhar para seus olhos, notando o sorriso safado que ele agora carrega.

ㅡ Tenho trinta. ㅡ responde simples.

Presumi realmente que era mais velho, mas ele sinceramente não aparenta.

Sorrio quando volto a fitar seus olhos, pegando-me tão próximo dele que parece não ter mais saída.

Mas eu quero uma saída?

ㅡ Eu sei que sabe que gostei de você. ㅡ diz, simplista. ㅡ e eu vim até você para me apresentar.

ㅡ É, eu... percebi.

ㅡ Você também parece ter gostado de mim, não parava de me olhar.

Meu coração voltou a acelerar, minhas bochechas possivelmente estavam vermelhas. Mas eu não neguei, não era mentira.

Hyun-Suk então se aproximou mais, deixando talvez apenas um palmo de distância em nossos corpos. Sua destra tocou meus cabelos ruivos, jogando uma pequena mecha para o lado. Umedeci meus lábios e ofeguei, quando seus olhos foram diretamente para eles.

ㅡ Eu posso te beijar?

Eu poderia correr, fugir, mas tudo o que fiz foi desviar meus olhos para aqueles lábios tão cheios e que, provavelmente, tinham o gosto do mais forte álcool daquele lugar.

Mas ele ainda é um homem e está pedindo um beijo meu no mesmo dia em que jurei de pé junto que não era gay?

Entretanto, analisando os prós e os contras... Ele é um homem muito bonito, atraente e forte.

Eu não recuo quando ele se aproxima ainda mais de mim, e nem me espanto quando sutilmente, ele passeia os lábios gordinhos aos meus.

Eu ainda pisco, tentando assimilar o que acontece bem ali, e tento não focar que estou dando o meu primeiro beijo "não hétero", em um cara desconhecido e bem no dia do meu aniversário.

Um suspiro meu vem quando ele toca minha cintura fina com sua mão. Não é pesada, mas é firme. Ele desce a mão que antes tocava meus cabelos e toca minha nuca.

Devidamente encaixado em mim, ele me prende com força em seu corpo. Sua língua pede passagem em minha boca, me fazendo ceder e tremer, fechando os olhos para tocá-lo ainda sem jeito sobre os braços.

E minha cabeça ferve, porque o beijo é bom.

Mas eu estou beijando um homem e de língua!

Eu retribuo-o com o desejo de senti-lo mais e ergo minhas mãos, segurando com um pouco mais de força o tecido da camisa que ele veste, o deixando perto de mim.

Nesse momento é que tudo fica ainda mais confuso por três pontos.

1 – Estou beijando um homem.

2 – Estou beijando um homem de língua.

3 – Estou beijando um homem de língua e estou gostando!

E tudo só fica pior ㅡ melhor ㅡ, quando ele intensifica o beijo e me aperta mais contra si. Eu suspiro novamente com o toque forte e tão bom. Ele morde meu lábio e sempre volta chupando-o.

Ao fim, ele diminui a intensidade e gradualmente foi dando fim ao toque.

Estou ofegante quando nossos lábios quebram o toque, mas ele sequer parece diferente. Quando se afasta um pouco mais, seu sorriso retorna, eu me perco outra vez.

Ele é realmente lindo.

ㅡ Você tem um ótimo beijo. ㅡ ele diz ainda tocando meu rosto, desta vez fazendo um carinho sobre minha bochecha.

Eu suspiro, rendido, e louco para voltar a beijar os lábios gordinhos dele outra vez, mas o que ele faz em seguida me frustra, pois, se afasta por completo, levando a mão para o bolso da calça que veste.

Eu penso se ele apenas quis brincar comigo, ou fazer algum tipo de teste, mas antes que minha cabeça derreta com o tanto de pensamentos que passam por ela, ele ergue a mão e me mostra um cartão.

ㅡ Se quiser mais disso, me procure.

Eu pego o cartão e o leio. No verso, seu nome está escrito com letras grandes e visíveis, e abaixo, seu número.

É um cartão simples.

ㅡ Como assim? ㅡ pergunto sem entender. ㅡ Se quiser mais? Eu vou ter que ir atrás de você?

ㅡ Não me entenda mal, eu posso ficar com o seu número também, mas só vai rolar mais se você quiser. ㅡ volta a tocar meu rosto, mas não volta a se aproximar. ㅡ Você é tímido, eu percebi isso, mas gostei muito de você.

ㅡ Se gostou, porque parece que está fugindo? ㅡ pergunto mordendo meu lábio, com medo de ser rude ou algo assim.

ㅡ Não é isso. ㅡ outro carinho em minha bochecha.

Ainda bem que eu não sou de me apaixonar fácil, senão estava todo fodido já.

ㅡ Mas eu não posso continuar com você hoje. Hoje não ficarei saciado em ter apenas os seus beijos, mas você não pode me dar mais do que isso, estou certo?

Ele está falando de sexo?

Querendo fazer sexo?

Me perguntando sobre sexo?

Universo, é tudo culpa sua!

ㅡ Está... ㅡ respondo, mortinho de vergonha.

ㅡ Presumi. Mas se quiser, me ligue, eu posso te ensinar algumas coisas.

ㅡ Me ensinar? ㅡ abro os olhos outra vez, entendendo do que ele fala.

ㅡ Há muitas coisas que eu posso te ensinar. Caso tenha vontade, me procure.

Dito isso, ele me dá um selinho e mais um sorriso, então se vira e se vai.

Eu permaneço estático no mesmo lugar, com o cartão em mãos, o fitando ir. Park dá dois tapinhas nas costas do Jung, que está na pista com Taeshin, e continua andando.

Eu vejo o homem se despedir de Taeshin com mais um beijo, e como o Park fez comigo, ele entrega um cartão nas mãos de Taeshin.

Vejo Hyun-Suk se juntar ao Kim Hanguk que permanecia no canto, eles e quando o Jung se aproxima, eles apenas saem da boate.

Minah e Rini se aproximam de mim e sorriem, completamente curiosas.

Mostro-as o cartão, ainda meio perdido e ouço a risada escandalosa de Jackson quando ele se aproxima.

ㅡ Minha santa purpurina, ruivinho não gay, que beijo foi aquele, hein? ㅡ pergunta, me fazendo queimar em vergonha.

Eu sabia que todos estariam me observando.

ㅡ Park Hyun-Suk... ㅡ Rini comenta olhando o meu cartão. ㅡ Interessante... mas porque ele te deu isso?

ㅡ Você beijou ele e pediu um emprego? ㅡ Minah pergunta olhando o cartão. ㅡ ah, não é o da empresa.

ㅡ Você acha mesmo que eu pediria um emprego assim? ㅡ enfim rio, mas olho para Taeshin. ㅡ O que tem no seu cartão?

Ele mostra o cartão e franzo o cenho, porque o dele é um cartão empresarial.

Jung Hajun, advogado.

ㅡ Você pediu emprego? ㅡ Minah pergunta rindo, ouvindo Taeshin xingar,

ㅡ O meu só tem o nome dele. ㅡ comento. ㅡ Aish, tão misterioso...

ㅡ Gostoso, isso sim. ㅡ Jackson comenta. O observo e vejo Yejun o abraçar pela cintura.

Eu pego o cartão de volta e guardo em minha calça.

Passava das quatro da manhã quando decidimos voltar todos juntos e irmos para minha casa.

Nos apertamos para dormir no apartamento térreo que se dividia em apenas um quarto, sala e banheiro.

Meus amigos se ajeitam do jeito que dava nos colchonetes espalhados no chão, e eu fui para o meu quarto.

Ainda me assusta a questão de ter beijado um homem e de ter gostado tanto. De ter gostado do jeito que ele me segurou e em como me deixou tão desnorteado.

Deitado, de barriga para cima, e vestindo apenas uma box preta.

Seguro o cartão entre meus dedos e mesmo que minha visão esteja cansada, ainda consigo ler o nome dele ali.

Pergunto-me se devo ligar e matar a curiosidade que agora cresce em mim.

Porque não conseguirei seguir com a minha existência, caso não saiba realmente do que ele estava falando sobre me ensinar.

Seria mesmo sexo? Mas sexo não precisa de professor...

Virei-me, encarando a parede bege e suspirei. Talvez eu precise ligar, precise descobrir quem é o Park e o que quer comigo.

Fecho os olhos, lembrando do beijo.

Eu preciso e eu vou descobrir!

Não vou deixar um homem me beijar daquela forma e deixar por isso mesmo. Se ele quer me ensinar algo, eu posso dar uma chance apenas para saber do que se trata, não é?

Pois é, eu devo e talvez eu até vá. Sou Jeon Jaejun, o ruivo mais bonito do mundo, não posso morrer com essa dúvida.

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Bela Flor - BDSM
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Capítulo 25 Verdades e inverdades

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Capítulo 26 Um simples presente

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27

Capítulo 27 Na forma de três

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28

Capítulo 28 Para sempre

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Capítulo 29 Jantar desagradável

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Capítulo 30 De volta a um hospital

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