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Minha senhora -livro 4 da série BDSM

Minha senhora -livro 4 da série BDSM

Felícia

5.0
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67
Capítulo

Vinícius Romano, CEO da Romanos Investimentos, está sendo preparado pelo seu pai para se tornar o presidente. Vive num mundo em que se destaca como um príncipe, além de ter tudo que quer, mas é na subserviência sexual que encontra o verdadeiro prazer. Aquele que completa a sua alma. Os caminhos dele acabam se cruzando com a domme Margô, empresária de sucesso na noite, mestre no mundo BDSM. Com uma diferença de idade grande , eles terão que se adaptar às novas possibilidades e desafios. Será que conseguirão resistir a química incontrolável e a vontade estrema de ficarem juntos? Venha conhecer a nossa Domme e o seu novato! Está obra contém gatilhos e é recomendada apenas para maiores de 18 anos.

Capítulo 1 Prólogo

Margô LeBlanc

_ Senhora, a Madame irá atendê-la

_ Obrigada, Márcia.

Levanto-me da poltrona da recepção e a sigo até a sala desta mulher intrigante

Ela sempre me intrigou! No nosso mundo, Madame sempre foi uma incógnita. Ninguém sabe muita coisa sobre ela. O que sabemos é apenas o que se tornou público: uma mulher visionária e que enxergou numa possibilidade uma oportunidade de enriquecer.

Antes dela, só havia clubes especializados em trazer prazer para seus membros. Não havia uma especialista no assunto que treinava pessoas para esse mundo.

Tá certo, os mestres sempre existiram; porém, nunca ninguém se especializou em criar uma didática para isso.

Madame mudou o mundo do BDSM e revolucionou o mercado de entretenimento adulto. Tornou-se uma parte da história sobre o movimento. Meu pai teria um discurso pronto para me dizer agora, se soubesse da minha admiração pela Madame. Sorrio pensando no desagrado dele.

Agora isso! Não temos intimidade uma com outra, mesmo porque atuamos em campos diferentes. Ela treina submissas, e eu sou uma mestra em treinar técnicas para dominadores, na maior parte do meu tempo. Treinar submissos deixo para alguns funcionários que tenho no clube. Bem, ultimamente, nem isso tenho feito; os negócios andam tomando todo meu tempo. O que me faz ser mais uma consultora do que uma mestra. Além disso, meu negócio é realizar fetiches, não juntar casais.

Estou curiosa, bem curiosa! Talvez por isso tenha vindo como um cachorrinho atrás de uma carniça. O que será que quer falar comigo? Quando Blue me disse que ela estava insistindo nesse encontro posso dizer que a minha curiosidade foi despertada.

Vou atrás da Márcia, em direção a uma porta dupla de madeira antiga e cheia de desenhos talhados na madeira. Tudo aqui é do século passado, apesar de estar muito bem conservado. O lugar parece um mausoléu dos anos vinte. Não me admiraria se um desses quadros que vi pelos corredores fosse obras de artes de muito valor. E a escadaria dupla com corrimão dourado? Esse lugar daria um belo clube para recreação.

Saio dos meus pensamentos quando entro num escritório com móveis coloniais antigos, tudo no mesmo estilo que o prédio. Posso dizer que esta mulher possui bom gosto. Ela me olha atrás de uma mesa de madeira maciça escura e sorri sem abrir a boca. Continua a mesma desde quando a vi pela última vez: cabelos platinados na altura dos ombros, constituição física magra, olhos expressivos e que estão acostumados a escrutinar qualquer alma. São olhos de um dominador, um dos poderosos, eu diria. Não poderia ser diferente!

_ Seja bem-vinda ao meu covil, Margô!

_ Agora você é que me deve uma visita no meu.

Ela sai detrás da mesa e aperta a minha mão. Seu aperto é firme.

Esta mulher tem mais de sessenta anos, mas continua com a mesma elegância que deveria ter quando tinha a minha idade. Está vestindo um terninho escuro de saia, com saltos altíssimos. Gostei destes saltos!

Se encaminha para um trio de poltronas que está à frente de nós e me indica uma delas.

_ Márcia, pode trazer um chá para nós duas?

_ Sim, senhora. Tem preferência de sabor, senhora Margô?

_ Não, querida.

Ela se afasta e olho para a Madame mais uma vez.

_ Deve estar curiosa para saber porque a chamei aqui.

_ Se não estivesse, não estaria aqui.

Ela sorri.

_ Entendo, acho que já estava na hora de estreitarmos nossos laços. Afinal, nossa comunidade é pequena e precisamos nos unir para mantê-la funcionando como deve ser.

Eu sorrio.

_ Meu pai acharia graça sobre isso, Madame, já que vocês tiveram uma certa rivalidade no começo.

_ Sempre respeitei seu pai; o que acontecia é que tínhamos opiniões diferentes.

_ Então devo entender que o convite foi para que possamos compartilhar experiências e estreitar laços?

Ela sorri.

_ Eu sou uma mulher muito ocupada. Seria um desperdício de tempo te chamar aqui só para isso.

_ Então, porque estou aqui?

_ Direta como seu pai. _ ela pega uma pasta em cima da mesa de centro e me dá e fico logo curiosa. _ Esse rapaz me procurou há algumas semanas, solicitando um treinamento especializado sobre o nosso mundo. Foi bem insistente e bem persuasivo. Me ofereceu uma fortuna, mas, infelizmente, tive que recusar

Então se trata disso: um dominador querendo um treinamento?

Será que esse dinossauro sabe que ando meio aposentada?

Abro a pasta e, logo o que vejo, é a fotografia do rapaz.

Um gato! Moreno, olhos expressivos.

_ Bom, Madame, como você, não ando tendo tempo para treinar dominadores. Meio que estou aposentada. Claro que posso indicar alguns mestres que me prestam serviço na boate, mas teria que pesquisar se algum deles está interessado em treinar um dominador, a maioria é especialista em submissos, como a Madame.

_ Este rapaz fez exigências para seu treinamento, Margô. Quer fazer parte de uma relação com contrato.

_ Não sei se a senhora sabe, mas vou explicar mesmo assim. Meu clube não é uma agência de namoros como o empreendimento que a senhora tem. Proporciono prazer aos meus clientes, apenas isso .... O que vão fazer da sua vida quando estão lá dentro, é problema deles.

Não trabalho agenciando submissos e nem dominadores. Eu dou os meios para que realizem suas fantasias. O único treinamento que ofereço é para os meus funcionários. Claro que já treinei alguns dominadores na minha vida, mas esse não é o objetivo do meu negócio.

_ Eu sei, querida! Mas achei que você poderia se interessar por este caso; não leu todas as informações.

_ Para que preciso ler se a senhora pode me dar um resumo?

Sorrio. Não lido bem com pessoas que me dão ordens. Apesar de ter que tratá-la com um certo respeito, já que no BDSM a hierarquia é muito importante, ainda assim não admitirei que tente me manipular. Ela sorri e diz meio que contrariada.

_ Não é um treinamento para dominador que procura, e sim um contrato de submissão; ele quer aprender sendo submisso de alguém. Pensei em você porque é a única mestra que confiaria uma pessoa como ele, Margô. Como você deve saber, o sigilo em nosso mundo não tem sido muito cultivado ultimamente.

_ Submissão? _ Olho, mais uma vez para a foto na minha mão. _ Esse rapaz é um submisso?

_ Ainda não! Teve uma experiência com uma dominadora há alguns meses e gostou, se interessou pelas técnicas e pela cultura. Quer mergulhar fundo nisso. Acontece que o rapaz é uma figura pública.

_ Como assim? Por acaso é um ator famoso ou músico?

_ Não visita muito sites de fofoca, não é?

_ São assuntos que não me interessam, Madame.

_ Imaginei... Este rapaz é filho de um dos investidores mais conceituados do Brasil, doutor Alex Romano. Ele é seu único herdeiro e está sendo treinado para assumir o lugar de seu pai daqui a alguns anos nos negócios.

Puta que pariu! Esse Alex Romano tem negócios com o meu pai, e se não me engano, é amigo pessoal dele. Daqueles que joga golfe aos finais de semana. Não tenho muito contato com essa gente, porque fiquei com o negócio obscuro da família. O clube não está na lista de preferências dessas pessoas. A não ser que a pessoa seja uma ovelha negra, como eu. Pelo jeito, esse rapaz é.

Olho para o nome: Vinícius Romano, 25 anos, solteiro, vice-presidente da Investimentos Romano.

Um submisso! Quem diria?

Não que seja raro; Willian Thomson está aí para provar que isso pode acontecer. Homens poderosos que se enveredam para a submissão. Geralmente, precisam de um escape para aguentar a vida cheia de decisões e correria.

Meu pai, quando se enveredou para o lado do BDSM, resolveu investir neste ramo porque enxergou uma oportunidade de tornar a sua vida dupla rentável. Não imaginou que sua única filha fosse se interessar pelos negócios obscuros; achou que seu outros dois filhos se interessariam, uma hipótese que não aconteceu. Nenhum dos dois demonstrou interesse neste mundo. Então, a sorteada para ficar com está parte fui eu, e foi a melhor coisa que fiz.

Definitivamente, sou feliz! É o que me motiva!!! Trabalhar neste ramo não só me proporciona ter uma vida fora dos padrões, mas também me mantém no topo da hierarquia. Estou bem satisfeita com isso. Definitivamente, não nasci para ser uma mulher padrão. Nunca foi meu sonho casar, ter filhos, e me dedicar a família. Meus sonhos sempre foram visionários; nunca me contentei em ser uma coadjuvante. Sempre quis ser a protagonista do meu reino. Liderar a vida de pessoas foi o que nasci para fazer. Então, as escolhas que fiz continuam sendo as melhores até hoje.

_ Não tenho submissos por contrato. Gosto de ser livre para me relacionar com quem quiser.

_ Que estranho, me disseram que você tem dois.

_ Sim, moro com dois. São meus funcionários, mas não tenho um contrato de submissão. Não ajo muito por regras, Madame. Porque a senhora não aceitou a tarefa?

_ Me especializei em treinar mulheres, não homens.

_ Mas sei que alguns professores deste lugar foram treinados exclusivamente pela senhora, Madame. Se ele precisa de sigilo, por que eu? Sou dona de um clube de BDSM. Tá certo que meu clube segue regras bem rígidas sobre o sigilo, mas treinar um submisso? Não é minha especialidade, nunca foi...

_ Seria um contrato de três meses. Quer viver uma relação assim para ter certeza se é este o estilo que deseja. Seriam finais de semana, um treinamento com benefícios.

_ Não respondeu minha pergunta. Por que não aceitou a tarefa?

_ Eu me aposentei, Margô. Administrar uma instituição dessa toma todo o meu tempo. Meus tempos de mestre acabaram.

_ Isso é novidade para mim.

Ela sorri.

_ Tem uma hora que temos que nos aposentar. Já estou com quase setenta anos, já não tenho a vitalidade de antes. O BDSM me proporcionou muitas coisas durante esse tempo todo. Está na hora de deixar essas tarefas para os mais novos.

_ Você se arrepende?

_ Como? _ ela demonstra surpresa por ter perguntado isso.

É só uma curiosidade, já que me encaminho para o mesmo lugar em que está hoje. Também dedico a minha vida ao BDSM, não tenho pretensões de ter uma vida padrão. Então, é normal ficar curiosa sobre o caminho que ela já percorreu.

_Você se arrependeu de ter dedicado sua vida ao BDSM?

_ Não! Fiz o que sempre quis fazer. Mas estranho a pergunta, já que também escolheu o mesmo caminho. Não se sente segura sobre isso?

_ Me sinto. É só curiosidade. _ela sorri, me observando. Volto ao assunto anterior, essa conversa já me cansou. _ Por que não indicou um dos seus professores para a tarefa?

_ Como disse, ele quer uma relação, Margô. Com uma mulher com o seu perfil. _Eu gargalho; era só o que me faltava: a Madame querendo me arrumar um submisso. Se meu pai sabe disso, acho que teria um treco. Os dois nunca se deram bem, sempre tiveram divergências de opiniões. Meu pai sempre disse que ela tentou tornar o nosso mundo um prostíbulo profissional. Acho até que um dos motivos do meu pai ter saído do conselho da comunidade foi exatamente esse: a normalização de ter uma instituição que lucrava com a especialização de humanos para a tarefa de servir. _ Posso saber o motivo da gargalhada?

_ A senhora é o motivo. Levou a sério mesmo esse lance de juntar casais. Está querendo me arrumar um submisso? Não preciso do seu internato para isso, Madame.

_ Gostaria que você deixasse de lado essa rivalidade ridícula que seu pai tem comigo e olhasse as coisas por outro lado, Margô. Vinícius precisa de uma dominadora como você. Discreta, que ensine sobre o nosso mundo por 3 meses. Será apenas aos finais de semana. Achei que fosse a pessoa certa porque confio no seu trabalho; não há joguinhos aqui. Mas, se não aceitar, tudo bem. Procuro outra pessoa, ou talvez você posso me indicar alguém, já que conhece todos da nossa comunidade. _ fala dirigindo-se para a sua mesa.

Nesta hora, Márcia entra com o chá e nos serve, e continuo olhando para os papéis que estão na minha mão. Ela tem razão. Meu pai já se afastou de nosso mundo há alguns anos. Está na hora de deixar essas coisas de lado e ir em frente.

E o rapaz é, no mínimo interessante. Estou curiosa sobre ele. Mas, para tomar uma decisão dessa, preciso consultar Pietro e Blue, além de pensar nos prós e nos contras. Há muito tempo que não faço esse tipo de coisa. Estou satisfeita com a minha vida do jeito que está. Pegar um desafio desse, nessa altura, seria no mínimo intrigante.

_ Madame, tenho gostos peculiares para submissos. Pegar um submisso cru, sem noção de suas preferências, não estava nos meus planos neste momento. Seria um trabalho em tempo integral e, por três meses, só nos finais de semana. Preciso de um tempo para pensar.

_ Entendo! Terá o tempo que quiser, desde que tenha uma solução no final. Pelo menos uma indicação de outra pessoa que possa fazer isso na descrição que preciso.

_ Me esforçarei para te ajudar.

Tomo um gole do chá e ela sorri, voltando a se sentar ao meu lado.

_ Obrigada, querida!

Olho, mas uma vez para a foto.

A cada hora que passa, fico mais curiosa sobre o rapaz.

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