pomba gira cigana

17 anos antes...

Era uma noite quente de verão, lonas armadas que outrora eram tomadas por algazarra, risadas e alegria estão agora em total escuridão e silêncio, apenas a luz da lua e das estrelas iluminam o local.

Os trailers ciganos estão ancorados na parte mais afastada do centro da cidade, os ciganos são mal vistos, servem apenas para distrair as pessoas de bem, de boa índole, fora isso não passam de marginais sempre prontos a dar o golpe, por isso preferem ficar afastados, longe do ódio e preconceito de todos.

Enquanto todos os ciganos dormem em seus trailers um menino destemido e sem medo está deitado no meio da grama do lado de fora olhando a lua, ele ama a noite e seus mistérios.

Este é Handu, um jovem garoto cigano, muito alto e forte para o seu tamanho e idade, quem o vê diz que já tem mais idade.

Seus músculos foram desenvolvidos graças ao dia a dia no circo, sempre usou as forças do corpo.

Mas o que Handu mais ama fazer é lançar facas, ele apaixonado por esses objetos brilhante e afiados.

Mesmo sendo uma criança ele ama brincar com o perigo, sabe que com um lance falso sua faca pode cravar na pele da vítima e ceifar sua vida, isso lher dar um poder surreal, ele ama o poder!

Sua família o criou para ser o líder do clã, para ser o Barô*.

Handu é criado com a promessa que irá governar todos ao seu redor, embora no momento ele tenha que seguir os conselhos e ordens dos mais velhos e isso não o agrada em nada, acata sempre com a raiva o queimando a garganta.

Nessa noite algo que nem ele sabe explicar o incomoda, ele não consegue dormir, então fica deitado olhando as estrelas, até que um barulho o faz ficar em alerta,

Handu é silencioso como um felino a dar bote, se esgueira sem ser visto até vê algo que chama sua atenção,

uma senhora vestindo umas roupas estranhas deixa algo em frente a lona principal do Circo,

Handu espera a mulher ir embora e então se aproxima, ele vê um cesto redondo, e quando fica mais perto ele vê bracinhos inquietos se remexendo, enfim Handu olha para dentro do cesto e seus olhos ardem ao ver um bebê lhe olhando, com olhos tão negros como a noite que juntamente com uma cabeleira negra que fazem um contraste com sua pele tão alva e rosada, uma linda menina, ali dentro de um cesto,

Handu se senti afetado e passa a sentir sentimentos que de alguma forma nesse momento ele não entende.

Com cuidado e desajeitado o menino pega o bebê em seus braços, a menina abre um sorriso sem dentes apreciando o calor dos seus braços.

Então algo se ascende em seu peito, Handu olha e vê um colar em seus pescoço, uma pedra numa cor azul com um brilho fugaz, Handu conhece pedras preciosas, desde pequeno meche com isso.