O caminho para seu coração
A proposta ousada do CEO
Uma noite inesquecível: o dilema de Camila
Minha assistente, minha esposa misteriosa
A esposa em fuga do CEO
A Segunda Chance com Meu Amor Bilionário
Um casamento arranjado
Noiva por contrato - Bella mia(série: Destinos entrelaçados)
A ex-mulher muda do bilionário
Um vínculo inquebrável de amor
CLARA TOMMASO
Agora sei o que significa o ditado “lobo em pele de cordeiro”. Para ser honesta, descobri da pior forma possível. O amor da minha vida, um crápula nojento, por ganância matou o próprio filho no meu ventre. Sou princesa em uma máfia italiana, e minha primeira missão é matar um agente da MI6, conhecido como Jack Brow, mas como qualquer jovem imatura, apaixonei-me e entreguei-me inteiramente para o maldito policial. Temos regras claras de não ter envolvimento emocional com nenhum verme fardado.
Presa e entregue a escuridão em uma cela nos esgotos de Londres é a minha condição atual, embora, com essa lição, eu tenha aprendido a nunca confiar em alguém. E se eu sair daqui viva, pode ter certeza que serei o pesadelo de quem cruzar o meu caminho. Solitária, desnutrida e sem esperança, seria uma forma até tranquila de me descrever, entretanto, estou aqui há três meses, com comida regrada: um pão seco e, algumas vezes, arroz puro. Por semana, recebo duas garrafas de água com um litro em cada.
Ouço vozes no corredor, e como fazem dias que busco soluções para fugir, coloco meu plano em prática. Deito na cama feita de concreto coberta com apenas uma espuma fina que fede a merda, e finjo morte, até que um dos soldados se pronuncia na minha grade com ignorância:
— Levanta, imunda! Hora de comer.
Pela primeira vez, eles estão me dando comida depois de alguns dias. Durante esse tempo regrei minhas últimas refeições e até experimentei comer baratas por questões de sobrevivência. Estou tentada por um prato de refeição, todavia é um sacrifício que pode me tirar daqui. Resisto, paralisada, e torcendo para que ele entre para conferir se estou viva.
— Não está ouvindo? Mandei se levantar para pegar a porra da sua marmita.
Mantenho minha postura. Nos últimos dias, um deles deixou um grampo de cabelo cair bem próximo a minha cela, o qual peguei e guardei para a ocasião certa. Não sei se deixou cair propositalmente, caso meu pai o tivesse enviado ou não, porém, não perdi a chance de aproveitar a oportunidade de cair fora desse lugar. Em silêncio fiquei, nenhum dos meus músculos mexeram.
— Que merda! — Ele liga o rádio e fala: — A vagabunda italiana morreu, vou verificar.
“ — Porra, quando os superiores souberem, fodeu! Ela era importante.”.
Ouço a porta de aço ser aberta, preparo-me psicologicamente para agir rapidamente, escuto os passos do homem vindo até mim. Meu coração acelerado mostra minha adrenalina preparada para agir e utilizar a chance de cair fora desse inferno, mas, antes de fugir, vou me certificar de matar Jack. O guarda se aproxima e me vira para verificar o meu pescoço, abri os olhos e enfiei o grampo no olho dele, depois golpeei sua mandíbula com o dorso da minha mão direita, tirando dele qualquer defesa. Aproveito a oportunidade para pegar as chaves e a arma na cintura do oficial. Levantei correndo e saí trancando-o na minha ex-cela.
— Obrigada, babaca! — Fui até as celas vizinhas, abri algumas e depois entreguei a chave para que as outras abrissem e libertassem todos, era uma prisão unissex. Não tínhamos liberdade de sair para um banho de sol, só ficávamos nas celas ou éramos levados para ser torturados. Se eu causasse um tumulto, os guardas despreparados não conseguiriam conter nossa rebelião.
Como previsto, meus planos dão certo, vencemos os oficiais no subsolo. Chegamos no topo onde havia aviões, essa era nossa chance de escapar, mas… no meio dos fugitivos há um piloto de avião? De uma coisa é certa, eu saio daqui nem que seja a pé. Observo todos ao meu redor, buscando alguém que tenha experiência com aeronaves.
— Itália, eu sei pilotar — diz uma mulher negra.
O nome “Itália” foi dado pelos guardas, eles sempre nos chamavam pelo nome de nosso país de origem, e essa que fala comigo é a minha vizinha de cela.
— México, leve todas daqui, irei entregar para um oficial um presente de despedidas.
— Vai perder sua chance de sair daqui.
— Cuido da minha vida! Sigam para a pista de decolagem e me esperem por três minutos. Se eu não chegar, sigam sem mim.
Ela balança a cabeça em negação, mas estou decidida, Jack me pagará por matar meu filho. Corro sem saber exatamente para onde estou indo, só quero chegar até ele. Entro em um corredor e me deparo com um guarda, atiro certeiro em seu tornozelo e ele cai no chão, aproveitando a oportunidade para pegar a pistola dele, que ao conferir, só tem três balas.
— Onde está a porra do seu superior? Jack Brow…
— No fim do corredor, na piscina. Por favor, não me mate! — implora ajoelhado, juntando as mãos como se me fizesse uma prece. Dei uma coronhada no idiota e segui pelo fim do corredor.
Corro até essa piscina e o observo conversando com uma mulher, ambos estavam rindo. Ele passa as mãos carinhosamente na barriga dela. Caramba, isso é um chute em meu abdômen. Eu ainda tenho sentimentos pelo Jack, entretanto, agora eles estão sendo substituídos por ódio. Observo em volta e não tem mais ninguém, quando nossa rebelião começou no subsolo, muitos guardas foram enviados para lá, e pelo visto o imbecil não desceu, achando que tudo estava contido. Aproximo-me dos dois, atirando primeiro nele, na perna. Pretendo fazer Jack sofrer. Ele se vira em minha direção e a mulher ao seu lado, com medo, grita.
— Cala a porra da boca! — vocifero.
— Clara! — espantado, Jack me chama.
— Oi, Jack, não estou com tempo para dialogar, minha carona está saindo em minutos, então vamos ao nosso acerto de contas.
— Não, Clara, podemos conversar. — Ele se levanta e eu atiro novamente na outra perna, fazendo-o cair mais uma vez. — Porra!
— É melhor ficar quieto — zombo.
— Querida, corra — o babaca pede para a mulher ao lado dele.
— Se correr, eu atiro! — alerto, mirando agora a pistola na direção dela.
— Você não teria coragem, ela está grávida.
— Tenho uma coragem filha da puta. Se ela correr, morre.
— Sei que não fará isso, por passar o mesmo, perdeu seu filho. — Jack faz questão de me lembrar da pior dor que sofri.
— Por isso mesmo que tenho coragem de sobra. Além disso, eu nunca entrego meus movimentos, eu digo xeque-mate. — Sorri amargamente, aproximo-me de ambos, parando apenas poucos metros de distância.