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Feitiço do Sono

Capítulo 2 1. Você não pode continuar escondendo-se atrás de velhos contos de fadas e continuar lavando suas mãos em inocência.

Palavras: 7061    |    Lançado em: 18/09/2021

elas se multiplicavam sobre a terra como num passe de mágica, formando um tapete verde e marrom

bios rosados só se moviam, sem sair palavra. Estava muda de medo, a coitada. Pelo menos estremecer de pura repugnância, ela podia. Entre-tanto, vê-los e senti-los, agarrando-se a barra de sua longa camisola branca de seda foi demais para seus belos e inocentes olhos c

se comprimia cada vez mais em cima da enorme pedra negra. Mas foi em vão, ela

ira anunciava meia-noite de uma quin

confortável quarto, cuja casa rústica e moderna, repous

ães e alguns pios de coruja conseguiam quebrar aquela paz. Só que não, pois o seu smartphone branco também. O aparelho tocou em alto e

uma mecha loura de seus olhos castanhos, e por fim atendeu ao celular, quase que inconscientemente

notá-la murmurando. Miss Bailey, ainda meio sono-lenta e com o

eguida, ela conseguiu sorrir aliviada, ao notar que seu baby doll não tinha nem sinal de sapos. Fora mais um de seus cos

com animais ferozes e asquerosos. Por vezes sonhava com elementos da natureza, mas nada de florzinha, mar calmo e campo verdejante como sempre almejava. Muito pelo contrário; Viviana enfre

ra mais um sonho ruim ou um alucinante pesadelo, parec

belo quarto moderno sob a luz fraca do abajur, todo branco e prat

om que ela percebesse que esqueceu totalmente da sua amiga ao celular. Desculpo

ompletamente agitada do ou-tro lado da linha. — Sabe quem me ligou? O Reinaldo! — continu

ana, ainda bocejando e esfregando os grandes

ato ou continuar sonhando som sapos? Deste jeito, tanto

pode? Por outro lado, o papel de crápula dela não ficava atrás, afinal de contas, que amiga seria aquela que, além de cobiçar o homem alheio, canta o bofe na cara da suposta amiga? E para piorar, fazia qu

em! E tem mais, cansei dele, sabe? Pois além de ser pobre e burro o bofe é pegajoso! — desdenhou Viviana, que de orgulhosa e interesseira, nada tinha. Longe del

ausente, seu padrasto tinha muito carinho e respeito por ela e nunca deixava faltar nada a sua enteada. De origem inglesa, o senhor Ross Aron já tinha idade avançada, apesar

ém de que, ela nunca diz coisa com coisa!

ber ao certo se seu incômodo era com os defeitos gritantes da col

as, seria mesmo verdade que ele ligou para ela? Ruminou decepcionada, só de imaginar aquela ce

á! Somente ele

inha ingenuidade foi ela, afinal a amiga de tantos

a dessas suas atitudes, Cibely Augusta! Um

uxúria: “Dona Cibely jogar charme para seus namorados, rolos e afins”. A acusada não se deixava vencer, pois ela se sentia forte e vencedora sobre a fraq

me deixa tentar dormir! Beijo, tchau! — e a amiga desligou o telefone, deixando Viviana no vácuo, nervosa e pensativa por sinal, recordando de toda a traição. Nem se tocara que

— chateada consigo mesma por suportar aquilo, e sem conseguir dar um ponto f

Um bom filme talvez seja uma boa pedida para espantar este clima angustiante! Pensou a jovem, cambaleando pelo largo corredor, acendendo as luminárias

seus pensamentos na escolha do filme da vez: O Diário de Bridget Jones. Entretanto, nem a comédia com a sua atriz prefer

mas nem seus grandes, belos e astutos olhos castanhos claros conseguiam fazê-la visualizar uma mocinha linda e meiga de pele muito clara, coberta por poucas e discretas sardas. E os belos cabelos louros cor de mel? Caíam como cascata sobre seus ombros bem torneados de um corpo quase perfeito: esbelto, alto e muito bem modelado. A franjinha era sua marca registrada, a qual lhe conferia um ar saudável e pueril. Sua boca rosada parecia pintada à mão, tamanha per-feição. Nem mesmo

ão adiantou muito, pois ao ir novamente para a cama, lembrou-se da sua carência e das atitudes infantis e hipócritas de sua rival.

s seus gastos e ousados arranha-céus. Esses, por sua vez, atirava

antigo e histórico prédio da Universidade Federal da cidade. Desde que começou seu conceituado

tiu logo quando viu a “perua” (Como era chamada) rebolando dentro de uma calça black jeans muito jus

lançou seus longos cabelos negros. Por fim, ela abraçou a sua amiga num gesto rápido e impessoal. Sua blusa vermelha era chamativa, quase deixando seus fartos seios pularem do decote V. E que colar era aquel

e por ela passavam: Calça baixa bailarina reta e uma romântica blusa tomara-que-caia branca cheia de babadinhos. Pulseiras de prata e anel de ouro bra

Baleiro era o cantor da noite. O visual da maioria dos estudantes era simples e cheio de estilo, deixando sempre transparecer a preocupação com o

otecas barulhentas de rock, dance e underground da moda, com aqueles espaços fechados e reduzidos, cuja poluição sonora e olfativa predominava devido ao estrid

ovas? — exclamou a amiga que às vezes se cansava dos barzinhos e boates recheadas de mauricinhos e patricinhas. Viviana revirou os olhos e fez vista grossa para a in

que volto logo! Vou pegar umas bebi-das para a gente. — E assim dizendo, ela

— exclamou Viviana, delicia

Cibely, tentando vencer o som alto da música, enquanto balançava se

outra mulher, tomando um lon

rtado à surfista, o que lhe dava um ar despojado e ao mesmo tempo; sexy. Mas o que mais chamou a atenção nele, além do perfume enlouquecedor, foi o belo par de olhos verdes... Um tanto frios e penetrantes. Seu jeito de andar paralisou as duas meni-nas, ao desfilar elegantemente com seu peitoral estufado e cabeça erguida. Como um deus grego. Ao se deparar com seu charme, as duas quase desmaiaram, porém mantiveram a pose de princesas e partiram para o “ataque”. Sutilmente, lógico! E o festival de olhares começou. Nem precisa dizer para quem aquele monumento correspondeu, não

a? Também é estudante? Curte MPB? Zeca? O que está be

icasse mais à vontade, rindo, bebendo e dançando ao som de Salão de Beleza; baladinha topíssim

yboys adoram fazer isso só para pegar gatinhas desavis

eceu resistência. E como poderia? Só estranhou o cara ter ido embora muito cedo. Mas achou melhor nem comentar. Com

pela cintura, e lá veio outro beijo daqueles de tirar o fôlego. Tomou o último gole de conhaque, limpando os lábio

cara em ir embora logo após beijá-la. Uma atitude não muito gentil de sua parte. Mas ela nem l

do naqueles lindos olhos verdes. Arqueando as sobrancelhas grossas, pegou o batom vermelho sangue e caprichou, passando várias vezes em seus lábios. Estava

lo de seus olhos negros era latente, menos para Viviana, que ainda acreditav

u ela meio contrariada, enquanto retocava seus lábios perfeitos com um batom rosado. Ma

m do mais, você não percebeu como seu celular não parava de tocar? Aposto que nem se tocou! — defende

e do grande espelho retangular do toalet. Na certa tentando inutilmente

ue viesse pela frente. Afinal de contas, nada e nem ninguém estragaria aquelas lembranças de minutos atrás com o bonitão de olhos verdes. Miss Bailey continuou sonhando com aquela beldade, enquanto ignorava o comentário maléfico da jov

? — pediu educa

respondeu a mesma,

apressada rebolando e lançando olhares inquisitivos para os lados, mas virand

a, afinal a noite era uma criança. E assim dizendo, a perua finalmente partiu para a gandaia. V

à flor

eijo de novela

tão à

flor na janela

à flor

confunde com a v

o à flo

le tem o fogo

ite, ela dormiu super bem, afinal Reinaldo era mesmo um cavalh

im, com direito até a um tapete vermelho, enquanto estenderia os braços ao longo do

ia alta e bem decorado no bairro vizinho. Viviana, ingênua e meramente adolescente, não recusou, achando que aquele convite seria um prelúdio para um envolvimento mais sério. Ledo en

tima elevada. Entretanto, ela ignorou todos esses sábios conselhos. E ainda fez vista grossa para a despedida ríspida dele, pois ele tampouco ofereceu para levá-la em casa. E

com o álbum de família do moço, a jovem Bailey parecia estar em casa. Será que em sua cabecinha

to ele dava mais um beijo em seu pescoço desnudo. Nem percebia que o cara mal disfarçava os olhares indiscretos de suas pernas, as quais estavam à mostra embaixo de seu vestidinho rosa rodado. Várias fotos da infância do gato foram vistas e admiradas, onde Reinaldo nã

a para que o Evandro, meu melhor amigo, não se sinta um peixe fora d’água. Ou ainda tivesse a s

eu a mocinha sorrindo, toda feliz e na maio

o dia e acendendo a empolgação de Viviana. O convite dela foi a

bely chegou e parecia radiante com seu mais belo sorriso. Após olhar tudo e todos, percebeu que o belo jovem não tirava os olhos de Viviana. Impulsivamente, a moça deu dois passos largos e deci

z sexy bem ensaiada, enquanto seu olhar comia a presa com fervor. Em seguida, a

eria magoá-la com aquele assédio. Mas ela notara sim, entretanto, achou que aquilo não afetaria em nada o olhar de seu protetor. Reinaldo por sua vez, nem ao menos disfarçou, olhou mesmo, e

o de que não deveria ter ignorado tais sinais. Foi então que aconteceu a química: o lado macho do menino se sobrepôs ao lado homem. É o que sempre acontece com homens fracos e instintivos. Eu diria: menos evoluí-dos espiritualmente. E provando ser mil vezes m

o e rápido suspiro, mas quando eles foram para a área da piscina

após o do show da “oncinha,” Reinaldo havia esfriado totalmente com ela. Ele havia transformado de príncipe a sapo num piscar de olhos! Agora, o belo e frio rapaz tentava entreter a todos, inclusive a si mesmo, sorrindo e brincando. Viviana, amante de esportes aquáti

Agora envergonhada e tensa, Viviana tentava disfarçar a situação embaraçosa. Muito abalada, ela continuava curtindo o sol, sozinha e amuada num ca

ras frias proferidas de seus lábios tão perfeitos! Uma facada no coração provavelmente machucaria menos que aquelas frases sem vida. Onde estaria aquele cavalheiro que f

tudo. Nem mesmo o sol das dez horas com seus raios quentes e intensos conseguiram aplacar aquele gelo. O jeito foi entregar-se aos pensamentos de angústia e solidão. Enquanto olhava o brilh

Após uma longa espera, eles avistaram Cibelly aproximando-se. Estava sozinha e caminhava a passos curtos e vagarosos. Seus longos cabelos negros, antes molhados, estavam agora secos e bem penteados. Um batom vermelho-sangue cobria sua boca carnuda. Em seu olhar havia um ar de: ‘Eu sou foda.’ Curiosa, a pobre menina observava seus gestos pouco discretos, na certa, esperando uma resposta. A tra

l olhando em seus olhos. Como se o ocorrido tivesse mesmo alguma explicação. Co

sentada na beirada da piscina, ela parecia uma criança perdida. Para completar seu biquini rosa de babadinho dava-lhe o ar e a graça de uma princesinha indefesa. Seus olhos? Vagavam atrás das lentes escu

muito séria. Seu semblante era impenetrável, indecifrável e angustiante. Estaria a amiga da onça

ivi

e sufocando a dor, olhou na direção do chamado. Mais um suspiro. Olhos nos olhos, os dois saíram da área da piscina para conversar. Cybely nem se moveu. Pelo contrário; a bonita continuou ali, sentada com o corp

ente ignorado, Evandro estava mudo

tavam próximos, porque seus corações e mentes encontravam-se cada vez mais distantes. Ainda sem poder acreditar no que ouvia, a pobre mocinha abandonada e traída sentiu-se desprezada e sem graça. Desta vez ela não segurou a onda, deixou-se levar pela tristeza. Ele pode pre

— retrucou entre choro e soluços. — Além de ser imaturo! E você me faz um papel desses? — gritou ela na medida do possível, levantando-se abruptamente do

Ah, eu já sei! — continuou enérgica, enquanto observava a te

mais controlada. Estava em pé, mal dando conta de tanta energia que tomo

ro compulsivo. Ele não suportou a barra e chorou. Decerto de vergonha ou humilhação! Vai saber. Pelo menos ela consegui

virou, descendo as escadas da grande m

ia observar a cena do telhado vizinh

a e mandou sua amiga ir embora e sair logo dali. Ele por sua vez, correu atrás dela. Chegou bem na hora que ela terminava de juntar toda a sua roupa e coisas. Ela nem t

ecer e mudar o ar pesado daquela hora. Notando aquele terrível silêncio, Viviana

a! E eu que sempre quis participar de uma cena de “Barrados no baile”,

ou, soltando uma nervosa gargalhada, d

nuou curtindo com as caras de culpados dos demais. Notando

ilão e vigarista de um seriado tão famoso mundialmente! — encenou, enquanto apontava respectivamente para o babaca e a cobra. Mas ninguém disse pal

ônibus. Ele então disse que chamaria um táxi para ela, mas a fim de evitar piedade por parte do motorista, ela preferiu andar e pegar um

velha e sábia tia: É com mel que se pega abelhas, minha querida. Se bem que naq

reverência, ajeitando o vestidinho

ponto sem nó! Evandro despediu-se dela todo sem graça e continuou calado, sem conseguir dizer nada. Para Cibely era como se nada an

te todo o traje-to da casa ao ponto de ônibus. Às vezes, o coração da moça apertava, mas agora mais controlada e aliviada, conseguia disfarçar e segurar o chor

— eu preciso te contar algo! — gritou

alha! Um pobre macho sem coração! — desabafou ela, quase ignorando

exclamou, mexendo em seus cabelos molhados, apressando o passo na rua asfaltada. Seus olhos ainda estavam vermelhos de

e apressou o passo, alcançando Viviana, a qual caminhava na fre

ho-claros, todo nervoso, enquanto piscava sem parar seus olhos verdes. Pelo jeito até mesmo ele sabia que Cybely não poderia ser considerada uma amiga, com toda força que a

. Abaixou a cabeça por alguns instantes, enquanto fitava o chão. Eles continuaram andando calados pelas ruas do bairro. Após a

, eu ainda não te

u do seu abraço e, ant

uem sabe você ainda encontra a Viviana boba e ingênua de hoje? Coisa q

va do dia. Sentindo a água morna, molhando generosamente seu rosto, ela fechou os olhos, enquanto curtia aquele momento de purificaç

de Audrey Niffenegger conseguiu fazer com que entrasse no mundo literário e esquecesse por algum tempo a sua cruel realidade. Passou o resto do Sábado assim: lendo, chorando, tomando chazinhos e beliscando algo

para a cama e, antes de adormecer, m

ue tantas decepções amorosas? Como fui acreditar nas declarações de um menino? Se

sensação de que tudo em sua vida mudaria para sempre. Aman

a, pois você pode conseguir. E a jovem mulher

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