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A prostitua

Capítulo 4 Digressão

Palavras: 2693    |    Lançado em: 18/02/2021

res

de Rotterdam, em seu Elogio, de forma consciente, tenta usurpar o posto magnânimo da loucura. Dos que ainda vivem, temos o pai do jovem e a sua mãe, a prostituta desaparecida, o delegado, o médico, sob o perigo de morte nas mãos de bandidos anônimos, um agente de polícia bajulador, e a mãe do suicida que até este momento não nos foi revelado seu rosto ou identidade. Temos também um advogado eloquente, que até agora pouco falou, figura singular nesta trama, um defensor dos oprimidos, ou aquele que defende os que oprimem os excluídos. Pelo histórico de

umava se reunir, para tratar de novos e grandes empreendimentos imobiliários. Agora o chamavam de o Bom Samaritano, onde quer que se encontrass

tipo de matéria. Sim chefe eu vou tentar marcar uma entrevista com aquele bom homem, como é mesmo que o chamam? O bom samaritano, responde uma colega da redação de cultura. Isso mesmo, obrigado, colega. Mas chefe, não creio que será uma matéria curta, devíamos fazer uma grande chamada para o

incerto. A dita ordem de cima até o presente momento não chegara cá em baixo, no subterrâneo onde vivia agora, onde mal podia respirar s

tigações. Mas o tipo de crime que agora se apresentava era incomum, passados alguns dias e nenhum pedido de resgate se confirmara, a esposa do médico se encontrava debilitada, recusava-se a comer, só chorava inconsoladamente a falta, talvez a morte do marido. Mas esposa é sempre esposa, pelo menos as antigas, n

s alunos, como professora da mesma disciplina. Só estou a me lembrar de como ele reagiria em meu lugar, e o que diria se aqui estivesse, diante desta situação, com certeza diria coisa muito pior, conclui a aluna brilhante. Vamos rezar por ele, Deus sabe o que faz, retruca a médica idosa e devota de Santa Luzia. É, pode até ser que saiba mesmo, mas esses bandidos não sabem, são todos uns loucos descontrolados, drogados que matam só pelo medo de serem descobertos. Pergunto aos colegas, rea

stre no ofício que tinham em comum, e, sobretudo mestre de filosofia. A jovem médica aprendera de maneira muito prática como brincar com fogo sem se queimar. Os pais da jovem médica moravam distante, bancavam os seus estudos, a faculdade de medicina, que não era nada barata, mas não podiam acompanhar de muito perto todos os seus passos. A médica gostava de sair à noite, era séria e competente no seu ofício, mas aproveitava a vida sem grandes pudores morais, fumava e bebia bastante, diriam os moralistas de plantão, mas este modo de viver livre de culpa se intensificara depois que conhec

stintas, mesmo assim a abordagem dos fatos não poderia ser diferente, sem com isso fugir ao tema proposto por este ensaio, que ora se apresenta como romance. Contudo, já foi suficiente para se esclarecer que a loucura, nesse caso dos amantes, sendo de idades tão díspares, foi justificada, apresentar uma jovem bela e inteligente, de espírito livr

amentos ou argumentos sentimentais. Sabendo do caráter do velho amante, podia-se prever também que mesmo se ela quisesse, ele não se separaria da esposa, pois era homem bem-conceituado na sociedade médica, com família tradicional e filhos adultos - pelos caminhos da lógica esse romance não poderia prosperar. Contudo, é importante acrescentar uma informação que fará muitas almas preconceituosas mudarem de opinião sobre o caráter das nossas personagens, digo dos dois, ora envolvidos nesta débil trama emocional. O casamento do médico professor não andava lá muito bem das pernas, sua esposa havia perdido o interesse sexual, e há anos os dois não faziam mais sexo. É comum, em algumas mulheres, ao atingirem certa idade, surgirem alguns tipos de doenças que dificultam ou até mesmo atrapalham levarem uma vida sexualmente normal, satisfatória. Isso pode ser observado em quase todas as mulheres, já nos homens não consta na ciência que o mesmo ocorra. Será mesmo a natureza masculina, uma vez que Deus não o pode ser? Agora está justificada a sua atitude imoral? Outra coisa, ele não era assim muito velho como parece deixar evidente a repetição desse adjetivo impróprio, tinha lá pelos cinquenta anos e chegando aos sessenta, para os padrões atuais, não era de tudo um velho gagá, mas este ensaio não é sobre a moral, e sim sobre a loucura, portanto as condutas não serão aqui mensuradas nem julgadas pelo crivo da boa moral vigente e sim pelo crivo da lucidez. Ainda sobre o preconceito, que será de alguma forma aqui exposto, não seria muito acrescentar um argumento providencial, o de que é a natureza a única culpada das diferenças que existem entre homens e mulheres, entre todos os seres. Portanto, algumas cenas para terem força moral e capacidade de mexer com a imaginação e sentimentos dos leitores, precisam, sobretudo, serem apresentadas de forma muito realística, mesmo porque não há ficção que possa esc

como já constatamos, de maneira um tanto poética neste ensaio, as espécies de sanidades seriam distinta

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