Um Coração Valente
ses dep
mas precisei inventar algum mal estar, meu estado de espírito não me permitia pensar em nada que não fosse Bernard. Faz quase dois meses que não temos notícias de meu irmão. Vivemos em co
hoque com tudo que presenciou, quase não fala, nem ao menos sai de seus aposentos. Sempre passo pelos arredores de seu quarto e sinto o cheiro forte da tinta que ele usa para suas telas, quando não está bem meu irmão entrega a sua arte.
ar se quebrando na praia talvez me ajude a colocar os pensamentos em ordem. Costumo vir muito aqui quando preciso de um momento sozinha, fica apenas alguns minutos da nossa propriedade, se trata de uma parte deserta, onde há anos atrás meu bisavô recebia os ca
r antes de sair de casa que uma tropa de Molavid havia sido enviada para um resgate há semanas. Ainda há esperanças de que encontrem meu irmão com vida, talvez tudo se ajeite e eu e ele ainda possamos lutar mais uma vez, mesmo que escondido de papai. Sorrio esperançosa ainda entre as lágrimas, fungo e limpo meus olhos enquanto o vento insiste em balançar meu cabelo. Retiro a mexa dos olhos e novamente admiro a paisagem a minha frente desejando ser acalentada pela beleza da natureza, o
última tempestade derrubou alguns troncos. Já ofegante e suada pelo calor inquietante começo a me argumentar se essa
agitada quando percebo que estive enganada esse tempo todo
ue não se trata de nenhuma espécie marítima, mas sim de um homem, certamente soldado, ele está usando uma armadura, parece estar desacordado ou morto porque as ondas batem em seu corpo por repetidas vezes e ele não se move. E me
curiosidade. Por isso, preciso chegar mais perto para ter certeza de que ele realmente est
ntrolá-la. Vejo que o peito do soldado se movimenta em ritmo lento por
oso sei muito bem me defender, então fico atent
ele é diferente de todos os homens que eu já vi. Ele é alto e grande, como todos os soldados, me sinto pequena perto dele, sua pele tem um tom bronze
, acredito que devo ao menos tentar descobrir de quem se trata e se está ferido, parece muito fraco para me atacar, respiro fundo e chego pert
peito está desarmado, e de quem se
meu irmão invad
os se voltam por suas pernas, as calças estão coladas em seus músculos encharcadas pela humildade, fico imaginando se são tão desenhadas quanto o restante, meu rosto queima novamente e certamente fico ruborizada, me sinto perturbada com esta sensação estranha causada por um desconhecido. Entretanto é necessário continuar, preciso me certificar se ele não está armado. Então, passo a mão na parte inferior de suas calças, apalpando lentamente, ignorando o ritmo frenético em que meu coração insiste em bater. Então, sinto que ele tem algo nos bolsos, imed
enche de alegria, como há dias eu não sentia, desde que soube que levaram Bernard. Entretanto, começo a pensar se ele não seria algum inimigo
seu corpo, e ele novamente geme. Dou um passo para t
o um par de olhos castanhos claros, quase verdes invadem os meus. Pisco várias vezes imóvel, engulo seco imaginando alguma forma de me defender caso ele reaja, mas é i
ajude... - ouço sua
s tímpanos causando um leve arrepio por minha pele me estreme
isesse me mostrar algo, depois a ergue me apresentando, fico surpre
vou-te fazer mal... - fala e
ulso me
onhece meu irmão Bernard Lewis? - Uma onda fria toca meu vestido me deixando com as saias bastante molhadas. Mas não me importo. - Voc
rço para colocá-lo em pé, como eu disse, ele é grande muito mais que minha altura. Passo seu braço por meu ombro e sigo lhe arrastando, decido dar a volta pela tr
, ofegante e completamente suada, além do vestido em farrapos que se arrastou pelo chão durante o trajeto, Sra. Benect ficaria louc
do quanto ele é bonito, seus traços são rígidos, maxilar quadrado, nariz bem definido e lábios carnudos. Quando percebo estou parada tempo demais olhando para ele. Quem
ente me causando alívio. Confiro sua temperatura, parece bastante alta. Retiro seu colete de couro que tem um rasgado, se trata de uma espécie de armadura com alguns detalhes em metal, e quando vejo o sangue por baixo de sua roupa, retiro a peça para ver a gravidade. É um ferimento
sultado de algum tipo de reflexo. Quando tento me livrar de seus braços, me inclino afim de passar por debaixo, mas minha bochecha roça em sua barba levemente causando uma sensação boa, paro no mesmo instante e respiro fundo engolindo seco, estou muito próximo de seus lábios que se torna impossível não
e tento fazer fogo. Não é tão difícil, afinal Bernard me ensinou, assim como me ensi
poderá tomar os cuidados necessários e papai poderá chamar alguém para cuidar dele, porém ainda não tenho certeza de que se trata de um soldado de Molavid, se esse homem for algum inimigo, papai e Eduard me tomarão como tola, e mesmo sabendo que corro esse
ido, afinal está praticamente sem roupas, coro ma
olcheia ainda preocupada por ter que deixá-lo, dou a volta e subo em Eros, sigo para casa ensaiando minha melhor expressão para que ninguém descon
bê, parece tão empolgada que nem nota meu estado. Sigo rapidamente para o quarto e no caminho encontro alguns servos entre eles a Sra. Benect que carrega a
ite naquele lugar frio e solitário. Aflita, me sento na cama e enrolo meu cabelo em um coque tentando respirar fundo, me levanto e sigo até a mesa de mogno, pego meu jarro de
o 5 - S