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Um Coração Valente

Um Coração Valente

Josy Ribeiro

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49
Capítulo

Nascida em uma pequena cidade da Europa medieval, Helena Lewis, filha do General de Village, foi treinada desde criança para sua autodefesa, após, um ataque trágico no qual sobreviveu. Então passou a se dividir entre espadas e a boa educação que toda jovem na sua idade sendo parte da nobreza deveria ter, preparada para se casar e ser uma boa esposa, entretanto, Helena sempre se sentiu confusa, como se seu destino não fosse este, acreditava que nunca se apaixonaria por um homem, até que ela salva um desconhecido na praia. O Capitão James Winston, arrebata seu coração, mas Helena precisa se empenhar por um propósito muito maior, se vingar da morte de seu irmão, Bernard. Por isso embarcará escondida num navio a fim de ir em busca seu destino e lutar na guerra. Em seu coração valente há uma enorme batalha entre sua missão e seus sentimentos pelo Capitão. Ambos terão que esforçar para não se entregar a esse sentimento, mas será que eles vão conseguir?

Capítulo 1 Prólogo

Oito anos antes …

James Winston

A viagem de volta a Molavid dura cerca de duas luas, é sempre exaustivo, somos tantos homens cansados das longas horas de batalhas, ansiosos em retornar para nossas casas, nos alimentarmos dignamente, repousar em nosso leito e rever nossas famílias.

Entrei para o exército desde que atingi a idade suficiente, mas nunca estive tão ansioso com a volta. Como sub-oficial do exército cumpro todas as ordens do meu capitão Charles Ross, em dispensar a infantaria.

Antes de me retirar, faço continência e observo o homem de cerca de quarenta anos, cabelos e barba longas e expressão endurecida, adentrar a residência oficial, sozinho e solitário. Nosso capitão é um homem de longa experiência militar, começou ainda rapazote, possuidor de grande sabedoria, o maior soldado que já conheci em batalha, dono de habilidades extraordinárias. Ao seu lado aprendi técnicas de domínio militar impecáveis e se existe um soldado mais completo que ele, desconheço.

Já de costas para sair, ainda ansioso para o retorno ao meu lar, ouvimos de repente um som estridente já bem conhecido, se trata de um alarme soando para comunicar a todos que estamos sendo atacados. É inevitável não me preocupar, afinal estamos acabando de retornar de uma árdua batalha, nossos soldados não estão preparados para mais uma. Logo, sons de gritos ecoam por toda parte, o capitão e eu saímos apressadamente e no caminho ele me dá ordens das quais acato imediatamente. Ao lado de fora, ficamos alarmados com o que assistimos, Molavid é incendiada e atacada por milhares de soldados inimigos. Toda nossa guarda-defesa não resiste, há pessoas desesperadas por todos os lados enquanto cavalos saltam carregando homens armados ferindo os nossos. Entro na luta, consigo abater alguns inimigos com bastante dificuldade, mas é nítido que estamos em menor quantidade, uma angústia me invade, temo que o pior aconteça e nossos inimigos alcancem os povoados. Meus olhos e os do capitão se encontram, ele está em uma árdua batalha entre espadas, socos e golpes. Ele reconhece minha aflição.

— Soldado, Winston, vá!

Ainda resisto por um instante, apesar dos meus temores, existe um juramento militar no qual eu fiz um dia, para lutar e proteger meu povo.

— Não posso abandonar a batalha, Capitão!

Ainda ouvimos o tilintar das espadas entre gemidos de corpos sendo atravessados por lanças, flechas e espadas.

— Soldado James, é uma ordem, vá, não pode desobedecer uma ordem de seu superior!

Estou livre por um instante, e ainda consigo lhe auxiliar. Lutamos juntos, entretanto, somos cercados por mais bárbaros, tudo fica ainda mais difícil, o capitão se lança a frente e vejo sobre seus os olhos negros e valentes, antes dele ser tomado por uma lança. Respiro fundo e sinto um golpe em minha retaguarda, me defendo e consigo pular caindo sobre a parte inferior do pátio. Me levanto ainda sentindo dores por toda parte do meu corpo pela queda. Golpeio um dos inimigo a postos de um cavalo bem a frente e tomo seu animal após combatê-lo. Subo e carvalgo na velocidade em que meu coração bate, numa sensação angustiante.

Vejo o centro de Molavid ficar para trás, os corpos dos nossos soldados pela estrada, nosso capitão abatido e muitos moradores inocentes e suas famílias também mortos. Me apresso em galopar até chegar em casa, temendo que o pior possa ter acontecido. Noto que por aqui as coisas não são diferentes, as ruas estão desertas, mas há vestígios de que os inimigos passaram por aqui, tem animais soltos e sem direção por toda parte, restos de alimentos saqueados espalhados pela ruas, fogo e sangue, muito sangue.

Desço rapidamente do cavalo sentindo um aperto no peito como se algo o comprimisse, ainda fraco pelos temores entro em minha residência, a cena com a qual me deparo mexe completamente com minha estrutura. Tudo dentro da casa está fora do lugar, há muito sangue, minhas pernas fraquejam. O primeiro corpo que vejo é o da senhora Miller, ela cuidou de mim como seu filho após a morte de minha mãe. Sinto uma dor forte no peito. O corpo do senhor Miller está ao lado, é nítido que ele tentou proteger a família. Saio apressadamente, entro nos quartos gritando por ela…

— Anne…

Abro a porta de seu quarto e não consigo suportar… ela está alí, seu corpo delicado jogado ao chão frio… uma jovem tão bela e inocente… a pele antes rosada está pálida e gélida, seus traços tão delicados foram feridos de forma covarde e brutal. Havíamos feito um juramento de nos casarmos, nos amávamos, um amor inocente e puro. Sinto que minha vida acabou neste exato momento.

Me abaixo e seguro seu corpo em meus braços enquanto as lágrimas descem como uma enxurrada. Abraço sua pele que ainda está quente.

— Anne , meu amor…

A é dor forte e cruel, uma sensação de impotência, fraqueza que jamais imaginei sentir.

— James! — a voz de de Hector, nosso General me invade. Ele está acompanhado de alguns soldados.

Ele ordena que os soldados façam uma varredura para conferir se tem algum perigo por perto.

— Sinto muito…

Ainda estou num transe doloroso.

— Charles foi abatido.

— Sim, eu estava com ele.

Dois soldados retornaram e cochicharam algo nos ouvidos de Hector.

O vejo engolir seco, seus olhos vem ao encontro do meu em desolação.

— James, eu sinto muito mesmo… mas… seu pai e seus irmãos também estão mortos.

São muitas emoções de uma vez. Desejo gritar, porém minha voz não sai, resta apenas o desespero e uma escuridão em minha alma que talvez me acompanhe para sempre pois foram muitas perdas em um só golpe.

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