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Capítulo

Victoria, uma jovem como tantas outras em sua cidade, desfruta da rotina de estudos, diversão com amigos, mas foge do estereótipo rebelde. Ela não busca holofotes e leva uma vida comum. No entanto, Victoria enfrenta um dilema: nunca experimentou o sentimento de paixão. Apesar de ter um namorado, a ausência daquele frio na barriga e empolgação característicos do amor verdadeiro a fazem questionar. Determinada a encontrar esse sentimento arrebatador, Victoria decide explorar novas possibilidades. Seu primeiro passo é marcar um encontro às cegas com um misterioso rapaz que conheceu em um site de relacionamentos. Em paralelo, ela decide se aproximar do aluno recém-chegado à escola. Contudo, as coisas se complicam quando sentimentos similares começam a surgir pelos dois pretendentes, transformando a busca pelo amor em um desafio mais complexo do que ela imaginava. Entre encontros incertos e o surgimento de dilemas emocionais, Victoria percebe que a abundância de opções pode se tornar um obstáculo. Agora, ela se vê dividida entre dois caminhos incertos, onde o verdadeiro amor pode ser mais difícil de encontrar do que ela jamais imaginou.

Capítulo 1 O INICIO DE TUDO

Será que a paixão é realmente algo palpável ou apenas uma teoria inventada para dar um toque mais agradável à vida? Às vezes, sinto-me como uma alienígena no meio de um mundo repleto de afeto, questionando se todos ao meu redor estão vivendo um conto de fadas da vida real.

Alguns defendem a ideia de amar uma única pessoa por toda a vida, enquanto outros afirmam que há espaço para vários amores ao longo da jornada. Quanto a mim, nunca fui uma garota romântica. Nunca me vi idealizando o par perfeito enquanto assistia a filmes românticos, pois sempre valorizei minha liberdade e a solidão focada nos estudos.

Contudo, a vida às vezes nos reserva surpresas. Em um grupo de amigas, de repente, todas estão apaixonadas e namorando, e eu me vejo como a exceção, deixada de lado. Não que eu tenha vinte amigas, na verdade, tenho apenas algumas, mas ainda assim, a pressão do ambiente ao meu redor é palpável.

Eu desejava que o amor surgisse de forma natural, sem a necessidade de busca. No entanto, senti-me pressionada por fatores externos, especialmente ao perceber que a maioria das minhas amigas está envolvida em relacionamentos. Sinto-me estranha por não experimentar as famosas borboletas no estômago, o que me levou a tomar uma decisão inusitada: me inscrever em um encontro a cegas por meio de um aplicativo de relacionamentos.

Antes desse episódio, tentei namorar meu melhor amigo, mas não havia faísca. Os beijos pareciam estranhos, e até mesmo o simples ato de beijar me causava desconforto. Talvez minha aversão se deva ao nojinho de pensar na quantidade de bactérias trocadas em uma saliva, o que me fez dar meu primeiro beijo aos quinze anos. Decidi, então, dar uma chance a mim mesma, à possibilidade de me apaixonar.

É irônico, pois poderia ter optado por terapia, mas, em vez disso, escolhi um encontro a cegas com um desconhecido. Esta história absurda está prestes a começar, e já prevejo que as coisas não vão correr como eu gostaria. Lembre-se, quem procura nem sempre encontra da forma que deseja. Estou reclamando de não me apaixonar, mas será que isso não tem um lado bom? Afinal, quem sabe o que o destino reserva?

AARON NARRANDO...

Acordei hoje sentindo-me renovado. Nunca fui um entusiasta de mudanças. Escolher apartamentos, mobiliá-los de acordo com nossos gostos sempre foi uma tarefa árdua, especialmente porque meu irmão, Leon, e eu tínhamos preferências bem distintas. Ele era o organizado, apreciador das coisas em seus devidos lugares, estudioso, sempre antenado nas tendências da moda. Tenho que admitir que ele se vestia muito melhor do que eu. Eu, por outro lado, sempre fui mais relaxado, priorizando o conforto. Meu quarto era uma bagunça, mas uma bagunça que só eu conseguia entender. Era incrível como eu sabia exatamente onde encontrar tudo naquele caos aparente.

Desde que nossos pais se separaram, tudo ficou de cabeça para baixo. Nosso pai, um homem rico, traiu nossa mãe com uma mulher qualquer, deixando-a devastada. Decidimos mudar de estado. Minha mãe, por ser casada oficialmente, teve direito à metade do patrimônio do meu pai. Leon ainda era menor de idade, então ele teria que pagar uma pensão substancial por quase um ano. Eu também recebi uma boa quantia em dinheiro, mas agora era hora de arrumar um emprego. Morávamos em um estado tropical com praias incríveis, e como eu era surfista e sabia fazer pranchas, decidi que o Rio de Janeiro seria o lugar ideal para procurar meu primeiro emprego.

Não sabia se era uma maré de azar que pairava sobre nossa família, mas chifres pareciam estar se multiplicando por todos os lados. Infelizmente, não escapei dessa situação, pois terminei recentemente um relacionamento com a garota que achei que seria minha futura esposa. Ela me traiu com meu melhor amigo.

Essa experiência me deixou com uma aversão profunda à traição. Não aprovava a atitude do meu pai; minha mãe era uma pessoa incrível, e ele não soube ser o homem que ela merecia. O dinheiro subiu à cabeça dele. No entanto, quem está verdadeiramente magoado é Leon. Conhecendo meu irmão, sei que ele não vai perdoá-lo facilmente. O perdão pode ser um caminho difícil para quem está machucado, e Leon certamente está passando por isso.

Eu não estava desesperado nem nada, eu juro. Baixar aquele aplicativo no celular era apenas uma forma de me distrair, uma maneira de passar o tempo. Eu não estava interessado em um relacionamento; minha intenção era apenas flertar e nada mais.

O que mais me intrigou nesse aplicativo foi o fato de que, em vez de selecionarmos fotos pessoais, podíamos criar avatares que nos representassem. As escolhas eram baseadas apenas nas informações iniciais dos perfis e nos avatares, e, se houvesse compatibilidade, os usuários poderiam marcar encontros às cegas.

Enquanto explorava o aplicativo, deslizando os dedos por vários perfis, um chamou minha atenção de imediato. Talvez fosse porque a garota em questão não tinha absolutamente nada em comum comigo; éramos verdadeiramente opostos.

Seu avatar a retratava como uma garota imersa em livros, claramente uma amante da leitura e autointitulada nerd. A curiosidade me levou a verificar suas informações pessoais.

**Nome:** Vitória Santos.

**Idade:** 20 anos.

**Cidade:** Rio de Janeiro.

**O que gosta de fazer no seu tempo livre?** Estudar, me divertir com meus amigos, assistir séries de TV. - Uma vida empolgante, sem dúvida!

**Qual seu gênero musical favorito?** Pop, K-pop, rock (ex. Taylor Swift, Selena Gomez, Justin Bieber, BTS, Blackpink). - Embora eu não suporte pop.

**Qual gênero musical que não gosta?** Jazz, rap, rock, sertanejo, pagode. - Todos os gêneros que eu ouço. Ótimo, Vitória. Devo dizer que seus gostos musicais são únicos. K-pop? O que é isso?

**Cite três jogos de vídeo game que você gosta.** Eu não gosto de vídeo game. - Como assim? Que tipo de universo paralelo essa garota vive?

**Você gosta de frio ou calor?** Frio, eu não suporto o calor. - Está de brincadeira?! Calor é maravilhoso! Deveria morar no Polo Norte então.

**Qual o tipo de garoto você procura?** Bom, eu quero alguém que faça meu coração disparar, que seja atencioso, protetor, focado, um garoto que só tenha olhos para mim, que me dê carinho, que não seja mulherengo e que seja paciente.

Desculpa dizer isso, Vitória, mas esse garoto provavelmente não existe. Quero dizer, existe sim: meu irmão, Leon.

Falando nele.

__ Vou indo nessa, tenho que fazer minha matrícula. - Apareceu vestido com estilo, como sempre. Camisa branca, calça preta, corrente prata no pescoço, cabelos castanhos ondulados molhados penteado para trás, e seus anéis nos dedos.

__ Só você mesmo, tanta coisa para fazer no primeiro dia no Rio, e só consegue pensar em estudar? Deveria fazer como eu. Hoje pretendo encontrar uma gatinha. Aliás, acabo de achar o perfil perfeito para você. Quer que marque um encontro às cegas para vocês dois?

__ Não, muito obrigado. Não estou tão desesperado assim para namorar. - Arqueou as sobrancelhas, colocando as mãos nos bolsos.

__ E quem disse namorar, Leon? Somente ficar, mas tudo bem. Você é muito careta para essas coisas. Aposto que espera que a garota por quem vai se apaixonar surja do nada, como em um conto de fadas. Mas, sabe maninho? A única coisa que nasce do nada são chifres, meu amigo.

__ Você fala isso por experiência própria, não é Aaron? - Contorci o rosto. - Esqueceu de como você conheceu sua ex? Foi em uma aposta com seus amigos e as amigas dela, de quem se apaixonaria primeiro porque os dois não prestavam. Não me admira ela ter te chifrado. Você só quer garotas do seu tipo, que gostam de seduzir e jogar charme para todo mundo, que gostam de joguinhos de ciúmes. Eu disse que ela dava em cima de geral, andava quase nua na nossa casa se insinuando, mas o que você fez? Não acreditou.

__ Está me dizendo que devo ir atrás de alguém totalmente diferente da minha personalidade incrível? Alguém tímido e recatado? Por favor, Leon! Essas meninas são cheias de frescuras, não tenho paciência.

___ Então continue tendo paciência para levar chifres. Passar bem, mano. - Bateu continência e se retirou.

Olhei para o perfil da garota que era totalmente o oposto de mim, mas se encaixava nas características que o Leon disse. Dei de ombros; não custa nada arriscar. Apertei o botão, aceitando um encontro às cegas. Não vou negar que o fato de sermos opostos me deixou interessado. Não dizem por aí que os opostos se atraem? Vamos ver então na prática!

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