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O Casamento do Meu Patrão Safado

O Casamento do Meu Patrão Safado

Sayaka Cutrim

5.0
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1
Capítulo

Herberto Lourenço usou seu charme para construir um império na Vila do Ouro, chegando a ser um dos três homens mais ricos e influentes da metrópole. No entanto, a vida nem sempre é um mar de rosas. Agora chegou o momento da colheita.

Capítulo 1 Conversa Matinal

— Hoje é realmente um dia maravilhoso, Clarisse! – exclamou meu patrão, Herberth Lourenço, com um brilho de empolgação nos olhos.

— Sonhou com fadas e duendes? Ou com odaliscas? – exclamei, com um tom divertido. Eu sabia que aquele dia seria repleto de piadas e risadas.

— Vou me casar! – berrou.

— Ah, você realmente é perturbado! – rebati, sem nenhuma surpresa.

Parecia que eu tinha sido transportada para um mundo totalmente louco, vendo aquele cara alto, musculoso e tatuado gritando para o teto da cozinha sobre seu plano de pedido de casamento para uma ‘estranha’.

— Temos que aproveitar a vida, não é mesmo? – ele respondeu, com um sorriso bobo no rosto.

— Casar? Você, chefe? Você tem certeza disso? – perguntei, duvidando se aquele sorriso era real. Afinal, ele nem tinha tomado café ainda!

— Por que duvidar? Acha que sou incapaz de amar de novo? – retrucou.

— Ah, meu caro chefe, a resposta a essa pergunta pode te machucar. Então... – falei, segurando o riso.

— Eu já sei que suas respostas sempre me fazem rir. Continua! – respondeu, procurando algo na mesa.

— Então, você acha mesmo que meu chefe durão pode amar alguém de verdade? - disse, com um sorriso irônico.

— Sério que acredita que sou tão insensível assim? – ele perguntou, tentando segurar o riso. — Onde está o bendito açúcar?

— Você acha mesmo que estou sendo infiel nas minhas palavras? – respondi, levantando da cadeira. Fui até a geladeira para pegar o açúcar, pensando por que ele iria adoçar o café se não tem esse hábito. Aliás, o adoçante era novo, comprei cedo na mercearia da esquina.

— Aqui está o tão procurado açúcar, chefinho. – estendi a mão para entregá-lo.

Um alarme começou a tocar na cozinha. Era o timer nos avisando que o bolo de milho estava pronto. Levantei-me novamente para pegá-lo. Era óbvio que Herberth não iria nem provar o bolo de milho quentinho, pelo menos era o que eu pensava.

— Então, Sr. Herberth... vai mesmo se casar? Aquela coitada... quer dizer, aquela sortuda é a garota da semana passada? – perguntei, rindo do meu próprio comentário.

— Sim, é ela mesmo! – ele respondeu, rindo do meu tom brincalhão.

— Mas espere aí, quanto tempo vocês se conhecem? Cinco anos? Seja sincero agora! – provoquei, sabendo do tempo real que eles estavam juntos.

— Apenas dois meses – ele respondeu, recebendo minha risada como resposta. — E por que tanto riso, Clarisse?

— Oh, meu patrão adorado, você sabe que eu sempre tenho uma piada na ponta da língua! E sobre esse casamento seu, é só mais uma estratégia pra espantar as pretendentes ou para arrecadar milhões com a concorrência, hein? – brinquei.

— Ah, como você ousa dizer isso? – ele me respondeu com um tom humorado, sabendo que eu já conhecia suas táticas. — Pode ser que sim, pode ser que não. Mistério é tudo! – respondeu com um sorriso travesso.

— Ah, meu patrão querido, parece que suas táticas de espantar as pretendentes não estão surtindo muito efeito, não é mesmo? A vizinha do lado parecia bem próxima de você ontem à noite, ou estou enganada? - disse, com um ar travesso, tornando a conversa mais descontraída.

— Olha só você, tão atrevida! Ela é apenas minha secretária, acredite! - ele explicou, tentando disfarçar o sarcasmo em sua voz. Parece que ele não estava convencendo muito bem, e sabe disso.

— Ah, tá! Mas, me conta, durou bem mais que uma entrega de documentos, não é mesmo? - disse, com uma risada sapeca.

— Eu só fui lá pra resolver uns assuntos de trabalho, juro! – ele tentou se explicar, fingindo indignação.

— Claro, claro! Você entrou às 9 da noite e saiu às 2 da manhã! Acredito em você... ou não! – comentei, olhando para ele com um sorriso desconfiado.

— Você deveria estar dormindo a essa hora, Clarisse.

— É verdade, mas quando ouvi um barulho vindo da sala, minha curiosidade não resistiu e fui checar... adivinha o que encontrei? - completei, com um sorriso malicioso.

— Não é necessário continuar – ele respondeu, imaginando o que eu teria visto.

Herberth, meu veterano chefe, está comigo desde que ele tinha seus vinte anos. O conheci, como costumo dizer, ainda um garotão, embora aquela barba bem feita no rosto dele o fizesse parecer na casa dos trinta. Mas nada disso, era apenas um jovem de vinte e poucos anos.

Eu estava procurando emprego na chique Vila do Ouro, um bairro nobre de Porto do Ferro, quando o avistei tristonho, sentado na calçada. Minha intenção inicial não era puxar conversa, eu só queria saber que horas eram naquele momento. Eu logo teria que visitar uma clínica que me ligou para uma entrevista de emprego. Na ocasião, a vaga era para trabalhar em uma cafeteria.

Seus olhos vermelhos do tanto que havia chorado não precisavam dizer muita coisa, seu semblante já denunciava que ele estava em lágrimas desde a noite anterior. Perguntei sobre o horário, e ele simplesmente estendeu os braços na minha direção, como se dissesse "veja por si mesma". O relógio, todo encoberto de outra peça com numeração minúscula em diamantes, dificultou minha visão. Nem consegui enxergar direito. "Não consigo ver", respondi.

Apesar de estar desolado e com o coração pesaroso, ele não apenas me informou o horário, como também deixou transparecer sua vulnerabilidade. A partir dali, nunca mais calou aquela boca bonita que o universo lhe deu. Devo dizer que esses elogios que faço são apenas em respeito, pois tenho um carinho muito especial por ele, como se fosse um filho. E, surpreendentemente, ele me trata como uma mãe, pois nunca teve o amor materno em sua vida.

— Será que esse bolo de milho está uma maravilha comparado a esse café amargo? – ele falou, tentando escapar do assunto evidente que era a cena de flerte entre ele e a secretária no sofá da sala.

— Bolo? Sérioooo? Vai encarar uma fatia quentinha? — questionei, realmente surpresa com a audácia.

— Humm..., estou curioso para saber se devo arriscar uma garfada! — respondeu.

— Não sabia que você era fã de café sem açúcar e de comer bolo quente. Essa mudança de hábitos logo de manhã me pegou de surpresa! Será que meu chefe está sendo substituído por um sósia? Se for o caso, por favor, devolva-o imediatamente! – brinquei, e a conversa se encheu de risos e gargalhadas. Contudo, não deixei que abafasse o assunto espinhoso: a secretária atrevida... ou será que era o contrário?

Enquanto degustava o pedaço de bolo, ele se explicava sem rodeios, sabendo muito bem que eu já estava ciente do que aconteceu na noite anterior. O abajur quebrado no chão era a prova de que as coisas estavam pegando fogo por ali. Confesso que ver seu abajur luxuoso em pedaços não foi uma grande surpresa, mas fiquei pensativa ao caminhar em direção à porta semiaberta, pronta para flagrá-lo todo galanteador junto com aquela moça de cabelos pretos longos.

Será que aquilo era mais uma estratégia ou apenas um impulso momentâneo? Afinal, aquele corpinho esbelto não seria capaz de acumular tanto tesão assim, não é mesmo?

Embora eu estivesse inteirada e consciente de todas as manobras de meu chefe, Herberth, eu tinha minhas próprias especulações sobre como seria a vida dele quando tudo desmoronasse. Cheguei até a questioná-lo sobre isso alguns dias atrás, porém ele me tranquilizou e disse que não havia com o que me preocupar. O famoso charme de Herberth era utilizado estrategicamente para conquistar as filhas dos CEOs, mas não qualquer presidente; apenas as herdeiras das empresas concorrentes.

E para minha surpresa, a tal mulher que ele mencionou ao entrar na cozinha era nada menos que a filha do poderoso presidente da renomada marca " Cherry and Lipstick", o magnata e temido General Leandry – o qual eu conhecia além dos limites do entendimento de meu patrão.

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