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Os Segredos de Calíope

Os Segredos de Calíope

Mari | M.Chio 🖤

5.0
Comentário(s)
55
Leituras
3
Capítulo

Se você está procurando uma história com personagens da mitologia grega, segredos escondidos e cenas de tirar o fôlego, veio ao lugar certo! Avisos: Esse é um romance com temática LGBTQIA+, recomendado para leitores acima de 18 anos. Leiam atentamente as informações descritas no começo do livro. Cuide-se em primeiro lugar. Calíope quer ser livre, mas sabe que com as regras e ordens de Zeus, seu pai, tudo parece impossível. Moldada desde o dia do seu nascimento, com regras e objetivos criados até a sua fase adulta, Calíope se vê presa nas garras do pai, implorando aos céus para que tudo não acabe em uma tragédia. Apolo é o Deus do sol, possuí um sorriso bonito, debochado e a vida inteira pela frente, mas em um ato de coragem, se vê na obrigação de proteger a sua melhor amiga, antes que o caos comece. O que eles não estavam esperando, era que o Destino já tinha planos traçados para ambos os corações... Dois jovens. Um casamento falso. Um ato de proteção. Segredos escondidos e amores proibidos. Será que a amizade prevalecerá, ou as Moiras mudarão novamente o destino, trazendo o caos paras as suas vidas?

Capítulo 1 Prólogo

O barulho que provinha das gotas de chuva que caíam ao lado de fora da mansão estava tão alto que senti todos os pelos do meu corpo se arrepiarem. Minha pele estava fria, meu corpo estava trêmulo, e eu não conseguia pensar em nada a não ser "como meu pai descobriu?.

Eu me sentia nauseada só com a possibilidade de algo ter chegado aos ouvidos dos meus pais, mas conhecendo as pessoas que me deram a vida, sei que qualquer coisa que eles tenham escutado foi o pontapé para essa confusão toda.

Me sento mais ereta escutando passos apressados vindo em direção a sala de estar me deixando ainda mais ansiosa. Sinto a presença de meu pai antes mesmo de ver sua cabeleira branca entrando em meu campo de visão, e posso sentir na atmosfera que ele está furioso.

- Calíope... - é a primeira coisa que escuto saindo dos lábios do homem à minha frente.

Fazia tantos meses que não encontrava meu pai que me sentia uma menininha de oito anos novamente. Sua forma imponente, seu rosto indecifrável e seus olhos que não demonstram absolutamente nada. Nem mesmo uma fagulha de raiva.

Fico quieta esperando qualquer sinal que mostre a raiva e o desgosto de meu pai. Os minutos parecem longos demais, e quando penso em me levantar para ir a seu encontro, vejo a figura de minha mãe e minhas irmãs vindo em nossa direção.

Solto um suspiro alto quando vejo que estou mais encrencada do que eu previa. Quando minhas irmãs se juntavam a qualquer conversa familiar, eu sabia que tudo estava perdido.

- Eu espero que você saiba e entenda os motivos que te traz aqui minha filha... - minha mãe começa a falar com aquela sua voz calma, mesmo eu sabendo que ela está furiosa comigo.

- Não a trate como se ela fosse uma criança. Isso é inadmissível. - meu pai dispara com sua voz grossa que faz eu e minhas irmãs nos encolhermos.

Os minutos passam lentamente deixando tudo ainda pior. Não sei se devo me desculpar ou esperar uma bronca, mas essa ansiedade pela espera está me deixando maluca.

- Pai, eu... - antes mesmo das palavras saírem da minha boca, sou interrompida pela voz grossa de meu pai.

- Eu não quero escutar suas desculpas pensadas e calculadas, Calíope. Você me decepcionou, humilhou nossa família e destruiu a honra desta casa...

- Não seja tão extremista, pelo amor de Deus. - disparo já começando a sentir a raiva percorrer meu corpo.

- Extremista? Olha só para você. Uma mulher de nome se envolvendo nesse escândalo. E por causa de quê? Um amor que nem ao menos é verdadeiro.

- E você acha que o meu casamento arranjado era a maior prova de amor que vocês poderiam me dar? - grito olhando furiosa para meu pai - Um casamento com um homem que eu nunca amei. UM CASAMENTO POR DINHEIRO.

Sinto o tapa antes mesmo de processar tudo à minha volta. Eu estava tão distraída gritando com o meu pai que ao menos percebi minha mãe se aproximando e parando em minha frente. A mulher que me deu a vida, me criou até eu completar maior idade, que dizia me amar com todas as suas forças acabara de me dar um tapa em meu rosto.

- Escolha melhor as palavras que irão sair da sua boca. - minha mãe cospe as palavras em minha cara com uma raiva que nunca vi em seus olhos antes.

Minhas irmãs estão espantadas paradas logo atrás dos meus pais. Me sinto envergonhada, pequena e inútil em frente a essas pessoas, nada que eu fale irá mudar o pensamento preconceituoso pregado em suas cabeças.

- Eu não sei o que é pior, saber que eu te criei tão bem, ou saber que essa criação não serviu de nada. Nem para você segurar um marido... Você só me decepciona Calíope. Não só a mim como a seu pai também.

Meus olhos estão embaçados e sinto uma dor no peito maior do que eu. Vejo minhas irmãs com feições tristes e magoadas e isso me parte o coração. Apesar de todas serem maiores de idade, eu as trato como se fossem meus eternos bebezinhos, e saber que minha decisão de ser feliz causou esse estrago todo, me deixa totalmente arrasada.

Viro em direção aos meus pais novamente e posso ver o balançar de cabeça decepcionado do meu pai e a cara de ódio da minha bela mãe. Eu estraguei tudo só por ir atrás da minha felicidade? Destruí essa família só por querer o que era o melhor para mim?

- Volte para sua casa e resolva o que tiver que resolver com o seu marido. Tente ao menos reconquistar a honra daquele homem que lhe deu tudo...

Abaixo minha cabeça em derrota. Apesar de saber que meu "marido" nunca ficaria com raiva de mim, sei que nossa relação é saudável e extremamente amigável. Tenho um amor gigantesco por aquele homem, mas nunca poderia o amar como meu marido. Meu coração e minha alma só têm olhos para uma única pessoa, e essa pessoa tem os cabelos ruivos mais lindos que eu já vi.

Minha respiração está acelerada e minha mente nublada após os últimos acontecimentos. Não consigo achar uma maneira de melhorar a minha situação após tudo o que aconteceu nas últimas horas. Me sinto pequena e a ponto de entrar em um mundo paralelo que me sufocará até me matar em poucos minutos.

Limpo os olhos e entro em meu carro olhando meu reflexo pelo espelho do meu Audi A3 recém lavado. Consigo captar em todos os cantos desse carro o cheiro de produtos de limpeza e desinfetante, me fazendo revirar os olhos pela quantidade de produtos que utilizam só para higienizar um automóvel. Me acomodo da melhor maneira possível e tento pensar com mais clareza, o que nessa altura do campeonato é extremamente impossível.

Passo mais tempo do que gostaria em silêncio no meu próprio mundo, tentando entender e processar o novo desgosto para a lista dos meus pais, quando me lembro de uma coisa importante. Essa é a minha história e vocês se quer sabem quem sou eu. Pois bem, deixe eu me apresentar.

Sou Calíope, filha mais velha de Zeus e Mnemosine. O exemplo da família, a escritora promissora de poesia que tem um império inteiro pela frente, mas que fez a burrada de se apaixonar no momento errado e pela pessoa errada.

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