Era suposto eu ser Liam, o melhor amigo, quem quer que ele fosse na sua estranha relação, Nathaniel; fui contratado para tomar conta de Downs durante algum tempo. Passaria algum tempo, dois anos, seis meses e uma semana, foi nessa altura que percebi que só queria olhar para a sua infantilidade, a sua tristeza, o seu capricho, as suas travessuras e o seu .... belo sorriso. Naquele momento, já não o podia negar. O que é que eu devo fazer? Quando ele se despe à minha frente, com os olhos fixos em mim, no meio do quarto.
CAPÍTULO ZERO: Muito antes de sermos nós.
Liam caminhou com relutância atrás do homem de cabelos pretos, resmungando a cada três passos, ele tinha certeza de que ainda não passava das quatro da manhã, de tão frio que estava congelando os ossos de sua magra estrutura. Rangia os dentes enquanto se abraçava a si próprio. Não podia esperar até ao amanhecer?
"Porque é que tenho de tomar conta dele?"
Resmungou baixinho, parando no passeio, teve de subir quatro degraus para ficar em frente à porta de madeira.
"Não vai ser por muito tempo..." Nathan subiu os degraus, remexendo nos bolsos do casaco. "Podes fazê-lo durante algum tempo, então, depois decides se queres ir embora."
"Não seria mais confortável..."
"Tenho de ir para casa da minha mãe." Daschle interrompeu-o, meteu a chave na ranhura e a porta abriu-se. "Vá lá. Fico a dever-te um favor." sorriu, atirando-lhe as chaves, sim, ele sorria assim; até podia recusar, bufou, segurando a mala.
"Parvalhão, vai ser um monte de favores!".
Ele nem sequer conhecia o dormitório, por isso instalar-se ou desfazer as malas seria um incómodo, comida, muita comida, era disso que o seu estômago precisava.
Colocou uma mão no estômago, enquanto começava a andar por um pequeno corredor, perdendo-se no dormitório.
Ao encontrar a cozinha, sorriu de felicidade.
O castanho soluçava a tentar apagar o fogo, não devia ter falado com o ex-namorado enquanto preparava o pequeno-almoço, tentou apagar o fogo com um trapo que também morreu na guerra, a sua comida estava inutilizável, achava que não se devia ter dado a tanto trabalho.
"Que raio estás a fazer?", a voz sonolenta vinda das suas costas fê-lo parar os seus movimentos. "Loirinha?"
"Imbecil, tu até tens boa visão!"
Virou-se com uma carranca para o senhorio, levantou o queixo e cruzou os braços. Era tão óbvio que o seu cabelo era castanho claro; demasiado claro, bem parecia loiro, mas não era.
Ser e parecer não é, nem será a mesma coisa, NUNCA!
"Não quero saber. Desaparece daqui!"
Liam ofegou.
"Claro, daqui a meio ano!", declarou, revirando os olhos.
"Vês? Concordamos em alguma coisa." o jovem à sua frente despenteou o cabelo, curto e sedoso. "Eu sei que estamos em junho. Já estás atrasado".
"Não é sensato!"
Liam atirou a colher que tinha na mão para os pés do rapaz mais novo, sim, parecia que era um rapaz.
"O castanho apertou os lábios, tinha-lhe chamado bonita? Ter o cabelo acima dos ombros fazia-a parecer uma rapariga? "O idiota mandou-te!" o rapaz mais novo bateu-lhe suavemente na testa com a mão, parecia estar a acordar.
"És tu..."
"Tomás... Thomas Downs".
"Uma pessoa muito arrogante!", fez beicinho involuntariamente Liam.
"Porque é que eu tenho de tomar conta dele? Alguém como tu! Que idiota!"
Teve a coragem de sorrir, o homem mais velho cerrou os punhos.
Claro que se ia queixar, ia, de tal forma que seria ouvido até ao topo, mesmo que tenha sido ele a entrar naquela casa, agora é alguém que pertence lá. Então ele não é um criminoso, ele tem as chaves da residência. Não. Liam não se ia sentir mal com nada.
Liam tinha vinte e seis anos, os seus ombros não eram muito largos para um homem, ele sabia, a sua constituição magra, os olhos amendoados, os traços faciais algo delicados e a pele ligeiramente bronzeada deixavam-no em desvantagem. No entanto, a pessoa à sua frente tinha cabelo castanho escuro, lábios finos cor de cereja, olhos cor de mel e ombros largos. Ambos pareciam ter aproximadamente a mesma altura.
"Não preciso do teu...
"Está bem! Eu fico, não precisas de implorar!" Liam fez um sinal de paragem com a mão e, enquanto desviava o olhar para o chão, reparou, pelo canto do olho, no riso que ele tentava esconder.
Tomás sorriu.
"Estás a rir-te de mim!" Liam aproximou-se, invadindo o espaço pessoal do outro, eram da mesma altura. "És giro", murmurou.
"Eu não gosto de pessoas.
Tomás cutucou suavemente o corpo do oponente, o homem mais velho segurou-lhe as costas.
Sem conseguir distanciar-se, desviou-se do olhar intenso do moreno.
"Eu não sou um rapaz!", gritou, pensando que não tinha ouvido da primeira vez; estava a rejeitar, não tinha interesse, por isso queria acabar com qualquer esperança de uma vez.
"O quê?", Liam mal conseguiu responder.
"Eu não gosto de ti." ela comentou cada palavra, olhando para ele.
Liam fixou os olhos no rosto da morena, era tão bonito, a pele esbranquiçada e o medo naquele olhar fez com que ele soltasse lentamente o aperto. Ele não era um maldito pervertido.
Se aquela pessoa tinha a mesma idade que o seu amigo, então, ela devia ter vinte e dois anos, era obviamente mais nova que ele.
"És tu?", as memórias caíram-lhe na mente naquele instante, como se um leve chuvisco inundasse tudo, um enorme sorriso formou-se nos seus lábios delicados.
"Ah?"
"Nathaly." Liam confirmou ao ver aquela expressão apavorada no rosto do outro.
"Meu nome é Thomas." ele assegurou, o medo crescendo dentro do pequeno Downs, fazia tanto tempo que ninguém o chamava assim. Não. Desde que ele a tinha chamado assim.
"Nathaly." repetiu o castanho, dando um passo em frente enquanto o outro recuava, já não soando tão arrogante.
"Pára de me chamar esse nome! Detesto quando o fazem!" recuou, afastando-se da porta da cozinha, abraçando-se quase como se se estivesse a proteger. "Eu sou o Tomás! Foda-se! Não é assim tão difícil!"
"A rapariga de quem o Nathan está sempre a falar." Liam aproximou-se de novo, observando os seus olhos; eram tão bonitos, ele também tinha as feições bonitas dela, pareciam tão delicados e bonitos que eu não conseguia tirar os olhos dele. "Eu pensei que fosse alguém fictício", ele acrescentou baixinho.
"O quê?
A proprietária ficou perplexa, levantou o olhar e observou o intruso castanho, estavam tão próximos que ela ouviu todas as palavras que saíram da boca do jovem.
"Peço desculpa. Liam", apresentava-se ele.
Ele estendeu a mão, passando os dedos pelo rosto da rapariga mais nova, um ato de reconhecimento pelo qual tinha a mania, iria comportar-se como o jovem de vinte e poucos anos que era, iria tomar conta dela.
Tinha muito tempo livre.
N/A:
Bem-vindos ao meu mundo em mudança, desfrutem do MEU UNIVERSO: Let Me Dream, (um dos muitos que criei), todas as minhas histórias podem ser lidas como autónomas.
Aproveitem e comentem!
-Sky1892
Capítulo 1 Muito antes de sermos nós.
05/05/2024
Capítulo 2 EM BRANCO
05/05/2024
Capítulo 3 porque não queria andar com aquilo na cabeça.
05/05/2024
Capítulo 4 Eu sei.
05/05/2024
Capítulo 5 O Tomás
05/05/2024