Paixão Inexplicável

Meu despertador toca às 7 da manhã, sento-me na cama, e coço o meu olho, vou para o banheiro e me olho no espelho e me sinto horrível, meu rosto está inchado e meus olhos estão fundos e pretos, parecendo que um caminhão me atropelou três vezes. Não tenho dormido muito e nem descansado o suficiente, o trabalho tem me sugado todas as minhas forças. Bruna, minha colega de trabalho, torceu o pé e ficou uma semana de atestado, então tenho que fazer o trabalho pelas duas e chegando em casa estudo para o vestibular.

Eu, Isabel posso me chamar de sonhadora nata, porém tô longe dos meus objetivos, meu sonho é ser uma policial militar, mais o que me impede não e a área financeiramente e sim a parte física, tenho 1,59 de altura e estou pensando atualmente 105 quilos, o que me preocupa é claro, por isso comecei a fazer acompanhamento com a nutricionista para aprender a fazer uma reeducação alimentar e também tenho feito tratamento com o psicólogo para lidar com meus traumas ao qual desenvolvi com um tempo, mais o importante é que estou conseguindo aos poucos alcançar meus objetivos.

Ando tão cansada esses dias que decidir sair no horário certo, todos os dias saia mais cedo para poder chegar trinta minutos antes no serviço, porém se eu sair às oito e vinte consigo chegar dez minutos antes e é isso que irei fazer. Conversando com minha mãe perdi a noção do tempo e aqui estou eu correndo igual uma mongol para conseguir pegar o ônibus a tempo, quando chego na esquina da parada bato de frente com um menino que me olha de um jeito diferente, com um olhar sem expressão, fico sem jeito e abaixo a minha cabeça quando passo por ele. Enquanto espero o ônibus sinto ele me olhando de canto de olho e isso começa a me irritar, meus traumas do passado volta a martelar na minha cabeça e eu começo a ficar ansiosa, porém tento manter calma e respiro fundo, quando o ônibus se aproxima comemoro me aliviando da tensão de que não irei mais vê-lo. Então quando vejo o ônibus se aproximando dou sinal e ele entra juntamente comigo. Com o ônibus cheio ele vai para a parte de trás e eu fico na frente, mas mesmo assim ainda sinto seus olhos penetrantes em mim, e tento fingir não me importar. Logo depois ele desce e só então, pude ficar mais tranquila.

Chego em casa e vou estudar, quando ligo meu notebook escolho uma música e coloco meus fones de ouvido, mas não consigo me concentrar, não consigo parar de pensar em como o olhar daquele menino me penetrava como se estivesse invadindo a minha alma e descobrindo todos os meus pontos fracos, é como se eu estivesse desarmada em uma guerra, totalmente em perigo, nunca havia me sentindo assim, tão desprotegida, e isso me deixa intrigada não estou gostando de como vai o andar da carruagem. No final acabo me estressando e decido ir dormir mais cedo.