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Para Além Da Atração

Para Além Da Atração

Priscila M. Vicente

5.0
Comentário(s)
444
Leituras
24
Capítulo

Em um cenário sombrio e implacável, uma jovem órfã é arrastada para o submundo de um bordel, onde a sobrevivência é a única lei que importa. Diante das necessidades cruéis que a vida lhe impôs, ela se vê mergulhada em um turbilhão de desejos e perigos, lutando para manter sua essência intacta em meio à escuridão. Em uma noite de destinos entrelaçados, seu caminho se cruza com o de Bruno Freire, um homem de mistério e magnetismo irresistíveis. O encontro entre ambos desencadeia uma paixão arrebatadora, que transcende as barreiras do proibido e os lança em um jogo perigoso de sedução e redenção. Entre os lençóis de luxúria e os corredores sinistros do bordel, a química explosiva entre a jovem órfã e Bruno Freire os leva a explorar os limites do prazer e da entrega. Em meio a segredos obscuros e desejos incontroláveis, eles descobrem um ao outro de maneiras que jamais imaginaram, desafiando convenções e despertando emoções avassaladoras. Neste labirinto de luxúria e perigo, a jovem órfã e Bruno Freire se veem envolvidos em uma dança perigosa de paixão e redenção, onde o desejo e a necessidade se entrelaçam em uma teia de emoções intensas e proibidas. Em um mundo onde o pecado e a redenção se encontram, suas vidas se transformam em uma jornada de descoberta e autoconhecimento, onde o amor e a luxúria se entrelaçam em um jogo sedutor e emocionante.

Capítulo 1 Prólogo

É profundamente angustiante testemunhar a desumanidade e ignorância daqueles que, mesmo apreciando o sofrimento de uma jovem garota, não demonstram interesse algum. Como pode uma menina de apenas 13 anos estar aqui? Ao longo dos anos, tenho sido seu único consolo, mas a esperança parece ter abandonado meu coração. Enquanto contemplo o teto falso, permito que as lembranças assombrem minha mente, lutando diariamente para tentar esquecê-las.

Há anos atrás, eu tinha fé de que tudo seria diferente, e que, mais cedo ou mais tarde, meus queridos pais estariam diante desta porta, implorando por perdão. A tristeza permeia cada fibra do meu ser, enquanto enfrento a realidade cruel e desoladora que me cerca.

Fecho meus olhos por um momento, buscando refúgio em meus pensamentos, mas sou abruptamente despertada quando a porta é aberta com violência. Resmungo inúmeros insultos em minha mente, mas decido não me arriscar a ficar no castigo novamente.

- Levantem! - ordena Diggle, o braço direito de Brian. - O almoço está pronto e vocês sabem que o chefe não gosta de esperar. - berrou ele, deixando a porta aberta.

Sim. Nós jantamos com o chefe, no entanto, não é considerado um privilégio, pois mal comemos, enquanto mãos invasivas adentram nossa privacidade. Isso geralmente ocorre durante visitas, que, pelos rumores... ocorrerão. Concluo de aplicar meu batom e o coloco sobre a mesa ao lado. Observo meu corpo: manchas, contusões, ferimentos. Esta era a descrição física de mim; aplico um pouco de blush, tornando-o discreto.

- Não fica falando sozinha, sangrinha! - balbucia Grace, no canto inferior da minha orelha. É curioso o apelido "sangrinha", dado por ter sangrado mais do que o esperado quando perdi minha virgindade.

Pego minha máscara e a coloco.

Essa é uma das regras.

"Nunca revelar a sua identidade".

O porquê?

Ninguém sabe.

Desço as escadas com desconforto, pois minha região íntima não está habituada - após tantos anos - e vejo todos à mesa. Acelero meus passos ao notar uma cadeira vazia, que logo é ocupada por Grace. Suspiro irritada e permaneço de pé. Brian entra com seis homens ao seu lado; a maioria vestia trajes semelhantes, exceto um que optou por algo distinto: um terno vermelho, um vermelho sedutor, e como acessório, um simples relógio. Três deles seguiram para a direita, enquanto os outros foram para a esquerda.

- E tu? - começou Brian. - Não sentas?

- Estão todas ocupadas.

- Vai procurar uma cadeira qualquer, puta!

- Senta ao lado. - ordenou o homem de terno vermelho. Caminho com uma expressão neutra e, com sua ajuda, sento-me. Seu aroma envolveu minhas narinas e percorreu por todos os meus órgãos, iluminando-os. Um aroma agradável.

- Tens muitas gostosas por aqui.

- São minhas joias raras. - Brian responde e Grace exterioriza-se.

- E como te chamas, minha menina? - pergunta o homem ao meu lado, que não demorou muito para olhar meus seios.

- É novinha? - pergunta o outro, enquanto o ruivo, permanecia calado.

- Sim. Anita, é o nome dela.

- Prazer Anita. - concordo educadamente, começo a comer. Observo Solange, que aparentava desconforto, sendo a primeira a ser abordada; logo o homem ao seu lado sussurra em seu ouvido e ambos se levantam.

- Está gostando daqui? - direciona Brian para homem de terno ruivo, que insistia em permanecer calado.

- É lindo.

Seco e convincente.

- Pode pegar ela se quiser.

Observo-o, preparando meu corpo e minha mente para o que vier. Dessa vez, não havia um sentimento comum. Pela primeira vez, eu desejava sentir um homem. Eu queria sentir ele.

- Não tenho pressa. - responde frugalmente , fitando os meus olhos.

Por que ele negou?

- Perdão! - peço, e o homem mordeu maliciosamente os lábios.

- Gostou dela, Hudson?

- Muito.

Pelos deuses!

- Pode pegar. - ele diz, e em questão de minutos pega meu braço.

- Qual é a tua posição favorita? - sussura, enquanto subiamos a escada.

- Larga ela. - ordenou o ruivo, quebrando o silêncio e a cena.

- Como assim? Ela é minha, Bruno!

- Eu não me importo, larga-a.

- Hudson, há melhores que ela.

- Como queiras! - resmunga ele, soltando meu braço, e regressamos à mesa.

Olho para Bruno, que volta a comer sem retribuir o olhar. Sinto-me intrigada e questiono em silêncio quem ele realmente é. Esse sentimento de estranheza me invade, pois é raro encontrar alguém disposto a defender uma pessoa em uma situação tão vulnerável como a de uma mulher abusada, insultada ou violentada.

Terminamos o jantar e percebo que ninguém me abordou de forma inadequada. Pela primeira vez desde que cheguei aqui, não me sinto pressionada a me envolver em relações íntimas.

- Muito obrigada. - aproveito a sala vazia, e o agradeço.

- De nada.

- Como posso o recompensar?

- Não precisa...

- Eu insisto, senhor.

- Não me chama de senhor, por favor.

- Perdão...

- Quer mesmo me satisfazer? - assento. - Certeza? - pergunta ele novamente. Respiro fundo e assento mais uma vez.

Caminha discretamente para o segurança, que não demorou para servir o seu mandado, e deu-me um sinal, para o seguir.

- Quando chegares vista tudo que encontrares por cima da cama.

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