Após um trágico acidente, Asa entra em um coma profundo que a mantém afastada do mundo. Ao despertar, ela se depara com uma realidade transformada: relacionamentos desfeitos, novos laços formados e mudanças inesperadas em sua vida e na sociedade ao seu redor. Ela luta para se reintegrar e entender seu lugar neste novo cenário, enquanto relembra os momentos que a definiram antes do acidente. Como Asa reagirá às surpresas e desafios que a aguardam, e que tipo de pessoa ela se tornará após essa jornada de redescoberta e adaptação?
Na vasta extensão do horizonte, onde os prédios de vidro e aço se elevam como titãs a desafiar as nuvens, está a cidade de Lumivale. Uma metrópole pulsante e vibrante, Lumivale é um lugar de incessantes transformações. Suas ruas estão sempre em movimento, repletas de pessoas que vão e vêm, cada uma delas com suas próprias histórias a serem contadas. Os sons de martelos e serras ecoam em cada esquina, enquanto novas construções brotam do chão como flores resistentes, adaptando-se ao sempre mutante cenário urbano.
A arquitetura de Lumivale reflete a fusão do passado e do futuro. Edifícios históricos, com suas fachadas ornamentadas, coexistem com estruturas ultramodernas que desafiam a gravidade. O contraste é evidente nas praças e parques, onde o verde se entrelaça com cada vez mais concreto, buscando um pouco de respiro em meio à agitação. Com cada nova transformação, a cidade revela facetas diferentes, como um camaleão que se adapta ao ambiente, mantendo-se sempre atraente e enigmática para seus habitantes.
No coração de Lumivale, existe uma garota chamada Asa. Uma garota tímida e peculiar. Com cabelos despenteados e óculos grandes que acentuam seu olhar curioso, Asa muitas vezes parece se perder na multidão que a rodeia. Para ela, Lumivale é um paradoxo, um lugar onde os sonhos se entrelaçam com a realidade. Enquanto as luzes da cidade brilham intensamente, Asa encontra conforto nas sombras, onde sua imaginação pode vagar livremente, longe do frenesi que a cerca.
Certa noite, ao voltar da casa de seu namorado, Asa recebeu a ligação de sua irmã gêmea, mais nova por alguns minutos apenas, Alma, era o nome dela.
- Fala. - diz Asa colocando o celular no viva voz enquanto se concentrava na estrada, que por muitas vezes se encontrava movimentada, mas, naquela noite, por incrível que pareça, tinha pouco movimento.
- Nossa, que grossa. Você poderia ser mais carinhosa. - diz Alma.
- Oh, o que a minha queria irmãzinha Alminha quer com esse pobre ser que tenta dirigir concentrada em meio a uma névoa que toma a estrada? Posso acabar batendo o carro se continuar falando ao celular enquanto dirijo.
- Que amor. Você já vem da casa do seu namorado nerd? - diz Alma com ironia.
- Ao falar dele assim, você está falando de mim. Eu e Max temos o mesmo estilo, e só pra deixar claro, não somos nerds, somos apenas pessoas que encontram beleza na curiosidade e se dedicam a entender o mundo ao nosso redor.
- Oh, defendendo o namorado. Estou com ciúmes. - diz Alma. - Ah! Noite do filme hoje, vou fazer pipoca para quando você chegar, já irmos diretamente maratonar crepúsculo.
- De novo? Você não se cansa de assistir aqueles vampiros que brilham? - diz Asa, ela sabia que do outro lado da linha, sua irmã estava revirando os olhos.
- Você pode até achar estranho que os vampiros brilhem como diamantes, já eu, vejo isso como uma bela metáfora para a maneira como a vida pode ser extraordinária, mesmo nas sombras.
- Bla, bla, bla. - diz Asa enquanto ouve sua irmã bufar de raiva do outro lado da linha. - Ok, você desligar. Já estou perto de casa e vamos assistir os seus vampiros extraordinários.
- Você é demais, não demora. - diz Alma rapidamente desligando.
Asa sorri enquanto desliga a tela do celular, desviando seu olhar da estrada por apenas alguns segundos. Mas, ao olhar novamente para a frente, ela se viu envolta por uma densa névoa.
- Mas que porra é essa? - diz Asa, tentando enxergar a estrada a sua frente.
Foi então que, em meio à penumbra, uma sombra emergiu abruptamente em sua linha de visão. O rugido de um motor ressoou como um grito, e, numa fração de segundo, Asa percebeu o perigo. O carro varreu a pista, deslizava, como uma ave presa em uma tempestade, não havia tempo para pensar. O impacto foi abrupto e ensurdecedor, uma colisão entre o efêmero e a fatalidade. Num instante, a bruma a cercava, e no seguinte, seu mundo se tornou uma confusão de luzes piscantes e sombras dançantes.
Asa havia batido de frente com outro carro. O acidente foi feio, e ela estava completamente ensanguentada e atordoada. Com uma força que ela não sabe de onde tirou, ela tentou abrir a porta, mas a mesma estava travada, foi quando ela olhou para o outro carro que também estava completamente destruído, e que, naquele momento, começava a pegar fogo.
O cheiro forte de fumaça e gasolina deixava ela ainda mais fora de si, ela estava perdendo os sentidos pouco a pouco. Asa sabia que não podia dormir, e ela se manteve forte. Porém, não foi forte o suficiente, e tudo de repente virou escuridão.
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