O Sabor Amargo da Traição

O Sabor Amargo da Traição

Gavin

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Capítulo

Acordei no hospital, com o cheiro de desinfetante e uma dor de cabeça latejante. Ao meu lado, Pedro, o meu marido, nem sequer me olhava, absorto no telemóvel. Perguntei o que tinha acontecido e a resposta dele, vazia de carinho, foi um golpe: "Desmaiaste. A tua anemia voltou a atacar. Precisas de descansar." E logo a seguir, a frase que rasgou o pouco que restava: "Tenho de ir. A Sofia precisa de ajuda com um fornecedor." Ele saiu, deixando-me sozinha com a sopa fria e a dura realidade. Depois de anos a sacrificar a minha carreira de chef para construir o restaurante dos seus sonhos, a gerir tudo enquanto ele desfilava com a "sócia" Sofia, era assim que eu era tratada. Não era apenas a minha saúde que estava frágil, era a minha alma. Como podia ele ser tão frio? Como podia eu ter dedicado tudo a alguém que me via como uma ferramenta, dispensável e facilmente substituível? Anos de trabalho árduo, de noites sem dormir, de refeições saltadas – tudo para ser descartada sem um pingo de preocupação. Esta não era a vida que eu queria. Com as mãos a tremer, mas uma nova determinação no coração, peguei no meu telemóvel. Um divórcio. Era hora de lutar por mim. Liguei à minha irmã, Clara, e as minhas palavras foram claras: "Clara, preciso de ajuda."

Introdução

Acordei no hospital, com o cheiro de desinfetante e uma dor de cabeça latejante. Ao meu lado, Pedro, o meu marido, nem sequer me olhava, absorto no telemóvel.

Perguntei o que tinha acontecido e a resposta dele, vazia de carinho, foi um golpe: "Desmaiaste. A tua anemia voltou a atacar. Precisas de descansar." E logo a seguir, a frase que rasgou o pouco que restava: "Tenho de ir. A Sofia precisa de ajuda com um fornecedor."

Ele saiu, deixando-me sozinha com a sopa fria e a dura realidade. Depois de anos a sacrificar a minha carreira de chef para construir o restaurante dos seus sonhos, a gerir tudo enquanto ele desfilava com a "sócia" Sofia, era assim que eu era tratada. Não era apenas a minha saúde que estava frágil, era a minha alma.

Como podia ele ser tão frio? Como podia eu ter dedicado tudo a alguém que me via como uma ferramenta, dispensável e facilmente substituível? Anos de trabalho árduo, de noites sem dormir, de refeições saltadas – tudo para ser descartada sem um pingo de preocupação. Esta não era a vida que eu queria.

Com as mãos a tremer, mas uma nova determinação no coração, peguei no meu telemóvel. Um divórcio. Era hora de lutar por mim. Liguei à minha irmã, Clara, e as minhas palavras foram claras: "Clara, preciso de ajuda."

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No quinto aniversário de casamento. Ou, como Tiago fazia questão de lembrar, o aniversário do acidente que ceifou a sua família. Em vez de celebração, iniciava-se mais um capítulo da minha tortura insaciável. Ele, o homem que um dia amei mais que tudo, transformara-se num carrasco implacável. Fui forçada a beber noventa e nove garrafas de vinho, um símbolo macabro da minha "dívida de sangue". Confinada, isolada, humilhada, vi-o dar afetos a Clara, uma mulher escolhida pela semelhança com a Sofia de outrora. Fui submetida a uma cirurgia perigosa para doar um rim a ela, depois de um "acidente" suspeito. O nosso leal cão, Max, o último elo do nosso amor passado, foi cruelmente morto. E o cúmulo da humilhação: fui forçada a engolir as cinzas do meu querido amigo. Arrastada de joelhos, sob a vigilância fria dele, até ao cemitério para proclamar os pecados dos meus pais. A dor física não era nada comparada à exaustão da minha alma. Eu só ansiava pela paz, a paz que só a morte parecia poder oferecer. Cansada de amar, cansada de sofrer, o meu único desejo era que tudo acabasse. Num ato de desespero, atirei-me da Ponte da Arrábida, buscando o abraço gélido do Douro. Mas abri os olhos novamente. E, para meu horror e espanto, estava de volta. Um dia antes do acidente fatídico, com todas as memórias vívidas da minha tortura. O mais chocante? Tiago também se lembrava. Agora, perante esta segunda chance inesperada: escolheríamos o ódio mais uma vez, ou haveria redenção para um amor que se transformara em veneno?

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