Abandonada no Fogo: A Volta Por Cima da Clara

Abandonada no Fogo: A Volta Por Cima da Clara

Gavin

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Capítulo

Eu estava grávida de oito meses, as mãos instintivamente na minha barriga enquanto o cheiro a fumo acordava-me. O alarme de incêndio gritava, e a porta irradiava calor. Liguei para o meu marido, Miguel, pedindo ajuda. "Miguel! Fogo! Não consigo sair!" Mas a voz dele, ofegante, não era de pânico, era de irritação: "Estou no quinto andar. A Sofia está em ataque de pânico, e o gato Biscoito escondeu-se." Ele desligou. Fiquei presa, o fumo a invadir os pulmões, enquanto o meu marido, no mesmo prédio, escolhia salvar o gato da irmã em vez da sua mulher grávida. Acordei num hospital, mas já era tarde. O nosso bebé não sobreviveu. Miguel e a irmã, Sofia, apareceram. Ele, com uma preocupação ensaiada; ela, com lágrimas falsas. Não havia remorso, apenas acusações de que eu era "dramática". "Estás viva, não estás?", ele disse. Até a minha própria mãe, sob o olhar do meu sogro, virou-me as costas, dizendo que eu devia "entender" e "manter a paz na família". Miguel esvaziou as nossas contas, cortando-me financeiramente. Fui abandonada, sem filho, sem casa, sem dinheiro e até sem a minha própria mãe. Porquê? Como puderam ser tão cruéis? Como a "paz na família" valia mais que a minha vida? Até que Sofia me visitou, com um sorriso vitorioso. Ela revelou tudo: o nosso casamento, um "erro" para ele se aproveitar da herança, o meu bebé um "acidente". E que ela e Miguel sempre se amaram. A raiva gelou o meu sangue. Isto não era sobre um divórcio, era sobre justiça. Eles pensaram que me tinham tirado tudo. Não me conheciam o suficiente. O jogo tinha mudado.

Introdução

Eu estava grávida de oito meses, as mãos instintivamente na minha barriga enquanto o cheiro a fumo acordava-me.

O alarme de incêndio gritava, e a porta irradiava calor.

Liguei para o meu marido, Miguel, pedindo ajuda. "Miguel! Fogo! Não consigo sair!"

Mas a voz dele, ofegante, não era de pânico, era de irritação: "Estou no quinto andar. A Sofia está em ataque de pânico, e o gato Biscoito escondeu-se." Ele desligou.

Fiquei presa, o fumo a invadir os pulmões, enquanto o meu marido, no mesmo prédio, escolhia salvar o gato da irmã em vez da sua mulher grávida.

Acordei num hospital, mas já era tarde. O nosso bebé não sobreviveu.

Miguel e a irmã, Sofia, apareceram. Ele, com uma preocupação ensaiada; ela, com lágrimas falsas. Não havia remorso, apenas acusações de que eu era "dramática".

"Estás viva, não estás?", ele disse. Até a minha própria mãe, sob o olhar do meu sogro, virou-me as costas, dizendo que eu devia "entender" e "manter a paz na família".

Miguel esvaziou as nossas contas, cortando-me financeiramente. Fui abandonada, sem filho, sem casa, sem dinheiro e até sem a minha própria mãe.

Porquê? Como puderam ser tão cruéis? Como a "paz na família" valia mais que a minha vida?

Até que Sofia me visitou, com um sorriso vitorioso.

Ela revelou tudo: o nosso casamento, um "erro" para ele se aproveitar da herança, o meu bebé um "acidente". E que ela e Miguel sempre se amaram.

A raiva gelou o meu sangue. Isto não era sobre um divórcio, era sobre justiça.

Eles pensaram que me tinham tirado tudo. Não me conheciam o suficiente.

O jogo tinha mudado.

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No quinto aniversário de casamento. Ou, como Tiago fazia questão de lembrar, o aniversário do acidente que ceifou a sua família. Em vez de celebração, iniciava-se mais um capítulo da minha tortura insaciável. Ele, o homem que um dia amei mais que tudo, transformara-se num carrasco implacável. Fui forçada a beber noventa e nove garrafas de vinho, um símbolo macabro da minha "dívida de sangue". Confinada, isolada, humilhada, vi-o dar afetos a Clara, uma mulher escolhida pela semelhança com a Sofia de outrora. Fui submetida a uma cirurgia perigosa para doar um rim a ela, depois de um "acidente" suspeito. O nosso leal cão, Max, o último elo do nosso amor passado, foi cruelmente morto. E o cúmulo da humilhação: fui forçada a engolir as cinzas do meu querido amigo. Arrastada de joelhos, sob a vigilância fria dele, até ao cemitério para proclamar os pecados dos meus pais. A dor física não era nada comparada à exaustão da minha alma. Eu só ansiava pela paz, a paz que só a morte parecia poder oferecer. Cansada de amar, cansada de sofrer, o meu único desejo era que tudo acabasse. Num ato de desespero, atirei-me da Ponte da Arrábida, buscando o abraço gélido do Douro. Mas abri os olhos novamente. E, para meu horror e espanto, estava de volta. Um dia antes do acidente fatídico, com todas as memórias vívidas da minha tortura. O mais chocante? Tiago também se lembrava. Agora, perante esta segunda chance inesperada: escolheríamos o ódio mais uma vez, ou haveria redenção para um amor que se transformara em veneno?

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