A Esposa Abandonada: Um Diagnóstico, Uma Revolução

A Esposa Abandonada: Um Diagnóstico, Uma Revolução

Gavin

5.0
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Capítulo

Recebi alta do hospital no dia do meu aniversário de casamento. Mas o médico, com o rosto sério, entregou-me um envelope: cancro do estômago em fase avançada. O meu marido, Pedro, ao meu lado, não olhou para mim. Em vez disso, ele franziu o sobrolho para o relógio, murmurando sobre a Ana à espera. Quando o médico tentou fazê-lo entender a gravidade da minha doença, Pedro virou-se para mim, os olhos cheios de irritação. «Cancro? Não sejas dramática, Sofia. Quantas vezes vais usar a doença para chamar a atenção?» Ele arrancou o relatório da minha mão, olhou por um segundo e atirou-o para o lixo, como se fosse um papel sem valor. «Não tentes usar estes truques para me prender. A Ana precisa de mim.» Deixou-me ali, imóvel, olhando para o meu diagnóstico de morte amarrotado no caixote. Em casa, o bolo de aniversário solitário e o presente intocado eram um testemunho da sua ausência. Quando ele finalmente chegou, cheirava a álcool e ao perfume barato dela. «Eu não fiz nenhum espetáculo. Eu estou doente,» disse eu, a minha voz quase inaudível. Ele riu, um som frio. «Achaste mesmo que ia celebrar contigo depois do teu espetáculo no hospital?» «Estou farto das tuas mentiras!» ele gritou, antes de ir dormir no quarto de hóspedes. Naquela escuridão, com o meu coração oco e os últimos dez anos da minha vida desfeitos, uma verdade cristalina surgiu. Se ele não ia lutar por mim, eu lutaria por mim mesma. Peguei no meu telemóvel e marquei o número do Miguel: «Podes ajudar-me a encontrar um advogado? Quero o divórcio.»

Introdução

Recebi alta do hospital no dia do meu aniversário de casamento.

Mas o médico, com o rosto sério, entregou-me um envelope: cancro do estômago em fase avançada.

O meu marido, Pedro, ao meu lado, não olhou para mim.

Em vez disso, ele franziu o sobrolho para o relógio, murmurando sobre a Ana à espera.

Quando o médico tentou fazê-lo entender a gravidade da minha doença, Pedro virou-se para mim, os olhos cheios de irritação.

«Cancro? Não sejas dramática, Sofia. Quantas vezes vais usar a doença para chamar a atenção?»

Ele arrancou o relatório da minha mão, olhou por um segundo e atirou-o para o lixo, como se fosse um papel sem valor.

«Não tentes usar estes truques para me prender. A Ana precisa de mim.»

Deixou-me ali, imóvel, olhando para o meu diagnóstico de morte amarrotado no caixote.

Em casa, o bolo de aniversário solitário e o presente intocado eram um testemunho da sua ausência.

Quando ele finalmente chegou, cheirava a álcool e ao perfume barato dela.

«Eu não fiz nenhum espetáculo. Eu estou doente,» disse eu, a minha voz quase inaudível.

Ele riu, um som frio. «Achaste mesmo que ia celebrar contigo depois do teu espetáculo no hospital?»

«Estou farto das tuas mentiras!» ele gritou, antes de ir dormir no quarto de hóspedes.

Naquela escuridão, com o meu coração oco e os últimos dez anos da minha vida desfeitos, uma verdade cristalina surgiu.

Se ele não ia lutar por mim, eu lutaria por mim mesma.

Peguei no meu telemóvel e marquei o número do Miguel: «Podes ajudar-me a encontrar um advogado? Quero o divórcio.»

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