A Sombra da Infidelidade

A Sombra da Infidelidade

Gavin

5.0
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60
Leituras
11
Capítulo

A ligação do hospital rompeu o silêncio da minha noite de trabalho. Minha filha, Ana, de dezesseis anos, vítima de uma brutal agressão, estava na UTI. Ao lado da cama, um monitor cardíaco apitava num ritmo assustador, enquanto um policial sussurrava sobre a investigação. De repente, Maria, minha esposa, surgiu no quarto, mas seu choque virou frieza. "Onde você estava, Pedro?" , ela perguntou com uma voz cortante, sugerindo que eu fosse o monstro. Fui arrastado para a delegacia, acusado do impensável. Voltei para casa exausto, mas a casa estava vazia, Maria havia sumido. Decidi ir ao meu estúdio de jogos, buscando um mínimo de normalidade, mas no carro, um áudio do gravador de bordo mudou tudo. A voz de Maria, calma, profissional, discutindo subornos e a manipulação da polícia para me incriminar. E a voz de um homem. João. O antigo amor da faculdade dela. Ele riu e disse que Ana havia atrapalhado os "planos deles" e que teve que dar um jeito nela. Maria completou com frieza: "Assim, poderemos ficar juntos abertamente, e a empresa de jogos dele será nossa." O pior veio em seguida: "Seria melhor para todos se ela simplesmente não acordasse." O ódio me sufocou. No hospital, João e Maria, de mãos dadas, se apresentaram aos jornalistas, encenando uma vítima. Meu autocontrole se desfez. "SEU MONSTRO!" , gritei, avançando sobre João. Maria me acusou de estar descontrolado, enquanto João, teatral, alegou que eu estava delirando. Foi então que "testemunhas" falsas apareceram, afirmando que me viram perto do local do crime. As algemas apertaram meus pulsos, e fui levado, vendo Ana imóvel pela janela de vidro, alheia à traição. Na sala de interrogatório, Maria ofereceu um "acordo": eu confessaria a agressão e pegaria uma pena reduzida. Ela usava Ana como moeda de troca: "Pense na Ana, Pedro. Se você lutar contra isso, será um escândalo. É o melhor para ela." "Eu vou destruir vocês" , eu jurei, sentindo a frieza dela. Fui solto sob fiança, mas logo raptado, amarrado em um armazém. João e Maria apareceram, com luvas de látex, para coletar meu DNA para incriminar-me. João, com um sorriso diabólico, revelou: "Sua filha... ela é teimosa como você. Ouviu o que não devia." "E depois que a polícia encontrar seu DNA... você convenientemente cometer suicídio na prisão... tudo será nosso." Ele riu, e Maria riu com ele. A raiva me impulsionou. Com um rugido, arrebentei minhas amarras e avancei sobre João. Maria me golpeou por trás, mas antes que a escuridão me engolisse, uma lembrança veio à tona: a tatuagem de escorpião no pulso de João e a mentira de Maria sobre um assalto anos atrás. No hospital, ainda acorrentado, descobri que Ana estava estável, mas eu precisava agir rápido. Protegi os fundos para o tratamento dela, enquanto pensava na Maria que eu havia amado. Sua ambição, as mentiras e a forma como Ana se tornou uma peça nesse tabuleiro de sua ganância. Não havia mais amor, só um objetivo: sobreviver, expor a verdade, proteger minha filha. João e Maria vieram me visitar, trazendo os papéis do divórcio. Eles queriam tudo, e eu assinei, entregando minhas posses, mas mantendo minha dignidade. "Nunca foi isso que importou para mim" , eu disse. João e Maria se beijaram na minha frente, me humilhando, mas eu lancei uma semente de dúvida: "Ele sabe que, se chegar a hora, você o trairá tão facilmente quanto me traiu." A semente da desconfiança foi plantada. O detetive Silva, metódico e desconfiado da história de João e Maria, foi a minha única esperança. Então, o telefone tocou. Ana de olhos abertos. Ela olhou ao redor e apontou. Para João. "Foi... ele..." , a voz dela era fraca, mas clara. "Ele... me machucou." João surtou, e Maria gritou que Ana estava delirando. Eu olhei para Silva e revelei a prova: "Ele tem uma tatuagem. No pulso direito. Um escorpião." Maria congelou. E ali estava, o escorpião. A marca do monstro. João foi preso. Maria o encarou, com olhos duros como pedra: "Eu não sou sua advogada. Eu sou a mãe da garota que você tentou matar." Ouvindo Ana chorar, minhas pernas cederam. "Me perdoa, filha" , eu soluçava. Maria tentou se desculpar, mas eu a cortei: "Você perdeu esse direito no momento em que desejou que ela não acordasse!" "Você não vai chegar perto da minha filha nunca mais. Para nós, você está morta." João Martins morreu durante a transferência para a prisão. Meses depois, Ana teve alta. Moramos em um novo apartamento, longe das memórias, construindo uma nova vida. As cicatrizes permanecem, mas nas manhãs de domingo, com panquecas e filmes, o sorriso de Ana nos prova que, apesar de tudo, estamos finalmente juntos.

Introdução

A ligação do hospital rompeu o silêncio da minha noite de trabalho.

Minha filha, Ana, de dezesseis anos, vítima de uma brutal agressão, estava na UTI.

Ao lado da cama, um monitor cardíaco apitava num ritmo assustador, enquanto um policial sussurrava sobre a investigação.

De repente, Maria, minha esposa, surgiu no quarto, mas seu choque virou frieza.

"Onde você estava, Pedro?" , ela perguntou com uma voz cortante, sugerindo que eu fosse o monstro.

Fui arrastado para a delegacia, acusado do impensável.

Voltei para casa exausto, mas a casa estava vazia, Maria havia sumido.

Decidi ir ao meu estúdio de jogos, buscando um mínimo de normalidade, mas no carro, um áudio do gravador de bordo mudou tudo.

A voz de Maria, calma, profissional, discutindo subornos e a manipulação da polícia para me incriminar.

E a voz de um homem. João. O antigo amor da faculdade dela.

Ele riu e disse que Ana havia atrapalhado os "planos deles" e que teve que dar um jeito nela.

Maria completou com frieza: "Assim, poderemos ficar juntos abertamente, e a empresa de jogos dele será nossa."

O pior veio em seguida: "Seria melhor para todos se ela simplesmente não acordasse."

O ódio me sufocou.

No hospital, João e Maria, de mãos dadas, se apresentaram aos jornalistas, encenando uma vítima.

Meu autocontrole se desfez. "SEU MONSTRO!" , gritei, avançando sobre João.

Maria me acusou de estar descontrolado, enquanto João, teatral, alegou que eu estava delirando.

Foi então que "testemunhas" falsas apareceram, afirmando que me viram perto do local do crime.

As algemas apertaram meus pulsos, e fui levado, vendo Ana imóvel pela janela de vidro, alheia à traição.

Na sala de interrogatório, Maria ofereceu um "acordo": eu confessaria a agressão e pegaria uma pena reduzida.

Ela usava Ana como moeda de troca: "Pense na Ana, Pedro. Se você lutar contra isso, será um escândalo. É o melhor para ela."

"Eu vou destruir vocês" , eu jurei, sentindo a frieza dela.

Fui solto sob fiança, mas logo raptado, amarrado em um armazém.

João e Maria apareceram, com luvas de látex, para coletar meu DNA para incriminar-me.

João, com um sorriso diabólico, revelou: "Sua filha... ela é teimosa como você. Ouviu o que não devia."

"E depois que a polícia encontrar seu DNA... você convenientemente cometer suicídio na prisão... tudo será nosso."

Ele riu, e Maria riu com ele.

A raiva me impulsionou. Com um rugido, arrebentei minhas amarras e avancei sobre João.

Maria me golpeou por trás, mas antes que a escuridão me engolisse, uma lembrança veio à tona: a tatuagem de escorpião no pulso de João e a mentira de Maria sobre um assalto anos atrás.

No hospital, ainda acorrentado, descobri que Ana estava estável, mas eu precisava agir rápido.

Protegi os fundos para o tratamento dela, enquanto pensava na Maria que eu havia amado.

Sua ambição, as mentiras e a forma como Ana se tornou uma peça nesse tabuleiro de sua ganância.

Não havia mais amor, só um objetivo: sobreviver, expor a verdade, proteger minha filha.

João e Maria vieram me visitar, trazendo os papéis do divórcio.

Eles queriam tudo, e eu assinei, entregando minhas posses, mas mantendo minha dignidade.

"Nunca foi isso que importou para mim" , eu disse.

João e Maria se beijaram na minha frente, me humilhando, mas eu lancei uma semente de dúvida: "Ele sabe que, se chegar a hora, você o trairá tão facilmente quanto me traiu."

A semente da desconfiança foi plantada.

O detetive Silva, metódico e desconfiado da história de João e Maria, foi a minha única esperança.

Então, o telefone tocou.

Ana de olhos abertos.

Ela olhou ao redor e apontou.

Para João.

"Foi... ele..." , a voz dela era fraca, mas clara. "Ele... me machucou."

João surtou, e Maria gritou que Ana estava delirando.

Eu olhei para Silva e revelei a prova: "Ele tem uma tatuagem. No pulso direito. Um escorpião."

Maria congelou. E ali estava, o escorpião. A marca do monstro.

João foi preso. Maria o encarou, com olhos duros como pedra: "Eu não sou sua advogada. Eu sou a mãe da garota que você tentou matar."

Ouvindo Ana chorar, minhas pernas cederam.

"Me perdoa, filha" , eu soluçava.

Maria tentou se desculpar, mas eu a cortei: "Você perdeu esse direito no momento em que desejou que ela não acordasse!"

"Você não vai chegar perto da minha filha nunca mais. Para nós, você está morta."

João Martins morreu durante a transferência para a prisão.

Meses depois, Ana teve alta.

Moramos em um novo apartamento, longe das memórias, construindo uma nova vida.

As cicatrizes permanecem, mas nas manhãs de domingo, com panquecas e filmes, o sorriso de Ana nos prova que, apesar de tudo, estamos finalmente juntos.

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