A Dor do Adeus

A Dor do Adeus

Gavin

5.0
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11
Capítulo

O cheiro de desinfetante e a dor lancinante no meu abdômen foram os primeiros sinais. "Perdemos o bebê" , a frase do médico flutuou, inerte, antes de esmagar meu coração. Mas a dor física se tornou insignificante diante do vazio no meu peito. Lucas chegou, impecável, com seu terno e sua indiferença. "É uma pena, Lívia. Mas podemos tentar de novo" , disse ele, antes de atender o celular. Uma mensagem de Sofia acendeu na tela: "Lucas, a saia que você me deu ficou perfeita! Mal posso esperar para te mostrar. 😉" Sofia, a "energia e proatividade" que ele elogiava, e a dor no meu peito se transformou em raiva fria. Eu não era uma esposa, era um obstáculo inconveniente. No dia seguinte, Sofia trouxe um bolo de coco, "seu favorito" , disse ela. Eu odeio coco. O sorriso dela vacilou, mas a humilhação era um gosto amargo na minha boca. Horas depois, o Instagram da empresa de Lucas. Uma foto de "celebração de equipe" . Lá estava ele, sorrindo, com Sofia ao lado, usando a saia preta curta e justa. A legenda: "Um agradecimento especial à Sofia por sua dedicação e energia contagiante" . Não era apenas uma traição privada; era uma declaração pública, me substituindo diante de todos. Eu não chorei, não senti dor; apenas um frio que se espalhou pelas minhas veias. Com uma calma assustadora, enviei meu currículo para a "Doce Sonho", a maior concorrente dele. Naquela noite, não chorei por Lucas, planejei meu futuro. O casamento de sete anos não estava ruindo, ele já tinha acabado. Uma semana depois, ele tentou o truque do café: "Forte, como você" . "Lucas, há sete anos tomo café com leite e dois açúcares" , respondi, colocando o copo intocado no porta-copos. "Você que parou de prestar atenção." Ele tentou me dar cinquenta mil reais para "recomeçar" . Eu, na frente dele, transferi cada centavo de volta. "Eu não preciso do seu dinheiro." Fui à festa de aniversário de Sofia, no trabalho, com minha carta de demissão. "Você vai trabalhar para o nosso maior concorrente?" , ele sibilou. "Eu posso e eu vou." Ele agarrou meu braço, bem onde o cinto de segurança do acidente havia deixado uma marca roxa. Sofia se aproximou, o sorriso triunfante, exibindo uma pulseira idêntica à que ele me deu para "proteger nosso amor". "O Lucas disse que a sua arrebentou e ele jogou fora há meses. Ele me disse que queria que a proteção fosse para nós agora." Lentamente, tirei a pulseira do meu pulso e a deixei cair no chão. "Feliz aniversário" , eu disse a Sofia, "Você pode ficar com as sobras dele." Quebrei meu chip e joguei os pedaços pela janela. Aquele capítulo estava, finalmente, encerrado. Mas Lucas não parou. Ele queria a destruição. Será que Lívia conseguiria se libertar da teia de obsessão e vingança que ele tecia?

Introdução

O cheiro de desinfetante e a dor lancinante no meu abdômen foram os primeiros sinais.

"Perdemos o bebê" , a frase do médico flutuou, inerte, antes de esmagar meu coração.

Mas a dor física se tornou insignificante diante do vazio no meu peito.

Lucas chegou, impecável, com seu terno e sua indiferença.

"É uma pena, Lívia. Mas podemos tentar de novo" , disse ele, antes de atender o celular.

Uma mensagem de Sofia acendeu na tela: "Lucas, a saia que você me deu ficou perfeita! Mal posso esperar para te mostrar. 😉"

Sofia, a "energia e proatividade" que ele elogiava, e a dor no meu peito se transformou em raiva fria.

Eu não era uma esposa, era um obstáculo inconveniente.

No dia seguinte, Sofia trouxe um bolo de coco, "seu favorito" , disse ela. Eu odeio coco.

O sorriso dela vacilou, mas a humilhação era um gosto amargo na minha boca.

Horas depois, o Instagram da empresa de Lucas. Uma foto de "celebração de equipe" .

Lá estava ele, sorrindo, com Sofia ao lado, usando a saia preta curta e justa.

A legenda: "Um agradecimento especial à Sofia por sua dedicação e energia contagiante" .

Não era apenas uma traição privada; era uma declaração pública, me substituindo diante de todos.

Eu não chorei, não senti dor; apenas um frio que se espalhou pelas minhas veias.

Com uma calma assustadora, enviei meu currículo para a "Doce Sonho", a maior concorrente dele.

Naquela noite, não chorei por Lucas, planejei meu futuro.

O casamento de sete anos não estava ruindo, ele já tinha acabado.

Uma semana depois, ele tentou o truque do café: "Forte, como você" .

"Lucas, há sete anos tomo café com leite e dois açúcares" , respondi, colocando o copo intocado no porta-copos.

"Você que parou de prestar atenção."

Ele tentou me dar cinquenta mil reais para "recomeçar" .

Eu, na frente dele, transferi cada centavo de volta. "Eu não preciso do seu dinheiro."

Fui à festa de aniversário de Sofia, no trabalho, com minha carta de demissão.

"Você vai trabalhar para o nosso maior concorrente?" , ele sibilou.

"Eu posso e eu vou."

Ele agarrou meu braço, bem onde o cinto de segurança do acidente havia deixado uma marca roxa.

Sofia se aproximou, o sorriso triunfante, exibindo uma pulseira idêntica à que ele me deu para "proteger nosso amor".

"O Lucas disse que a sua arrebentou e ele jogou fora há meses. Ele me disse que queria que a proteção fosse para nós agora."

Lentamente, tirei a pulseira do meu pulso e a deixei cair no chão.

"Feliz aniversário" , eu disse a Sofia, "Você pode ficar com as sobras dele."

Quebrei meu chip e joguei os pedaços pela janela. Aquele capítulo estava, finalmente, encerrado.

Mas Lucas não parou. Ele queria a destruição. Será que Lívia conseguiria se libertar da teia de obsessão e vingança que ele tecia?

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Romance

5.0

O anel de diamante em meu dedo parecia pesar toneladas, um fardo de promessas despedaçadas. Meu noivo, Daniel, herdeiro de uma fortuna, deveria estar ao meu lado, mas seus risos vinham de um canto distante, onde Isabela, a mulher que se insinuava entre nós, o envolvia em segredos e toques "acidentais". A gota d'água veio do jeito mais cruel: no nosso aniversário de cinco anos, ele chegou em casa tarde, com o perfume dela impregnado, justificando que a ajudava com um "problema urgente", enquanto a vela do meu jantar especial derretia, levando com ela a última chama da minha esperança. Naquela festa de gala, ver Daniel e Isabela tão à vontade, sem se importar com minha presença, foi uma humilhação insuportável, um golpe final na minha dignidade. Para o mundo, éramos o casal perfeito, mas por trás da fachada, Isabela reinava, e eu era a tola que tentava ignorar trincas que viravam abismos. Com a voz surpreendentemente firme, tirei o anel e o entreguei a ele, declarando o fim do nosso noivado. Seu sorriso zombeteiro e o aviso: "Você vai se arrepender, não é nada sem mim", foram um veneno, mas também uma libertação. Então, um choque: o ataque ao meu ateliê de joias e uma mensagem de Isabela confirmando a destruição, como se zombasse da minha dor. Mas a tristeza deu lugar a uma fúria fria. Eles achavam que me quebrariam, mas eu decidi lutar. Com as mãos trêmulas, mas a mente clara, apaguei a tela do celular – um adeus à minha vida antiga. Eu não precisava do dinheiro dele, apenas da minha liberdade. Aquela noite, nasceu uma nova Sofia, pronta para partir para longe, reconstruir-me e provar que era muito mais do que Daniel jamais poderia imaginar.

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