APAIXONADA PELO MELHOR AMIGO DO MEU PAI - PARTE 2

APAIXONADA PELO MELHOR AMIGO DO MEU PAI - PARTE 2

Nykka

5.0
Comentário(s)
3.8K
Leituras
72
Capítulo

Ela voltou para consertar o passado. Ele é o passado que ela nunca deveria ter quebrado. Sete anos. Foi o tempo que Mally O'Brien levou para fugir da culpa, da cidade que a condenou e do homem que marcou sua vida. Agora, ela retorna para honrar a memória do pai - e encarar tudo o que deixou para trás. Mas o que a espera não é somente uma casa cheia de lembranças... é Haniel Galleghan, o melhor amigo de seu pai. O homem que ela amou em silêncio desde a adolescência. O homem que devia tê-la afastado, mas que a deixou partir sem lutar. Ele vive preso a uma promessa feita a um homem morto. Ela, a um amor que nunca soube esquecer. O reencontro é uma colisão entre culpa e desejo. Entre o certo e o inevitável. Entre um amor proibido e uma promessa que pode destruí-los outra vez. Mally precisa do perdão dele para se perdoar. Haniel precisa dela para finalmente viver a vida que perdeu. Prepare-se para um romance intenso, arrebatador e impossível de esquecer - uma história sobre o amor que o tempo não apaga, a culpa que corrói e o perdão que liberta.

Capítulo 1 Mally O'Brien - 5 anos após a morte de Abraham.

(AVISO: *PARA LER ESTE LIVRO, PRECISA LER O PRIMEIRO PARA SE ENTENDER A HISTÓRIA.*)

"O amor não se vê com os olhos, mas com o coração." - William Shakespeare

Quando ligo o motor pela primeira vez após a restauração, o ronco baixo e constante do Bel Air ressoa pela garagem da tia Rouse como uma respiração que voltou aos pulmões. Meu peito se enche de algo que não sinto há anos - talvez seja orgulho, talvez seja só alívio de ver que consigo consertar o que está quebrado.

Dou a primeira volta pelo quarteirão com as mãos trêmulas no volante, o motor respondendo a cada toque do acelerador como se nunca tivesse estado parado. O carro conversa comigo através das vibrações familiares, do som particular de cada marcha engrenando. Papai dizia que cada carro tem uma personalidade própria. O Bel Air tem a dele - teimoso quando está frio, mas leal quando aquece.

Este não é meramente um carro que restaurei. É um pedaço do meu pai que consegui trazer de volta à vida. Cada parafuso apertado, cada peça substituída, cada hora passada debaixo do capô foi como costurar de volta uma parte de mim que achei que tinha se perdido para sempre.

❤️🌻❤️

Agora, dirigindo pela primeira vez de volta para casa, sinto o peso de cada quilômetro que me separa do passado nas costas. O Bel Air não é só meu meio de transporte - é minha declaração. Passei anos provando para mim mesma que posso reconstruir coisas. Talvez seja hora de tentar reconstruir outras.

Dirijo pela estrada sinuosa, sozinha na escuridão que engole tudo além do alcance dos faróis. O motor do Bel Air ronca baixinho, uma conversa íntima entre metal e combustão que aprendi a decifrar durante os meses que passei desmontando cada peça dele. Minhas mãos conhecem cada vibração no volante, cada mudança no som do motor - é como dirigir uma extensão de mim mesma. O couro do banco, rachado em alguns pontos, mas ainda macio ao toque. Moldou-se ao formato do meu corpo durante as longas horas de estrada que me trouxeram até aqui.

O ar da noite entra pela janela entreaberta, trazendo o cheiro de terra úmida misturado com sal marinho e algo que não consigo identificar completamente. Talvez sejaunicamente o cheiro de casa, aquele aroma que só reconhecemos quando voltamos depois de muito tempo longe - uma mistura de memórias e nostalgia que se infiltra pelos poros da pele. Meus dedos tamborilam no volante, seguindo não a música country baixinha que toca no rádio, mas um ritmo próprio, nervoso, ansioso. Sete anos. Sete longos anos fugindo deste lugar, de conversas inevitáveis, desta decisão que venho adiando desde que soube da notícia.

A cada quilômetro percorrido, o nó no estômago se aperta mais, como se meu próprio corpo estivesse me alertando sobre o que estou prestes a enfrentar. Porque voltar para casa deveria ser fácil, natural, reconfortante - mas não é. Não quando você saiu da pior forma possível, com palavras que não pode mais retirar. Não quando deixou tanta coisa quebrada para trás, tantos pedaços espalhados que talvez nunca consiga juntar novamente.

A estrada sobe íngreme entre as árvores que se fecham como paredes escuras de cada lado. De repente, após uma curva mais acentuada, a paisagem se abre diante de mim como uma ferida antiga que ainda dói ao mais leve toque. O mar se estende até onde a vista alcança, suas águas escuras refletindo a luz prateada da lua cheia que pende baixa no céu estrelado. As ondas batem nas pedras lá embaixo com um som ritmado e hipnótico que costumava me acalmar quando criança, quando tudo era mais simples. Mas agora esse mesmo som parece estar me chamando de volta para algo que não sei se estou pronta para enfrentar, conversas que venho evitando há tempo demais.

Paro o veículo na beirada da estrada, numa faixa de terra batida que sempre serviu como mirante improvisado. Preciso de um minuto. Só um minuto para respirar, para preparar o coração para o que vem pela frente.

Saio do carro e me apoio no capô ainda quente, sentindo o calor do motor aquecendo minhas coxas através do jeans desbotado. A brisa marinha bagunça meus cabelos - os mesmos cachos castanhos e rebeldes que sempre recusaram qualquer tentativa de domesticação, que papai dizia ter herdado diretamente da vovó Moira, que morreu antes de eu nascer, mas que vive em cada foto pendurada nas paredes da casa.

"Cabelo de fada irlandesa", ele brincava, passando a mão na minha cabeça quando eu era pequena e reclamava que meu cabelo era impossível de pentear. "As fadas irlandesas são teimosas por natureza, Mally. É por isso que são tão especiais."

A lembrança surge sem avisar e me pega completamente desprevenida, como sempre acontece quando penso nele. Meu peito se aperta numa dor familiar que já deveria ter aprendido a carregar, mas que ainda me pega de surpresa em momentos como este. Cinco anos sem ouvir sua voz, cinco anos sem seus abraços que sempre conseguiam fazer tudo parecer menos assustador, menos complicado.

Respiro fundo, enchendo os pulmões com o ar salgado que carrega consigo todas as memórias desta costa que conheço como a palma da minha mão. Esta é a mesma lua que eu observava da janela do meu quarto anos atrás, deitada na cama antiga de ferro que rangia sempre que me mexia, planejando fugas impossíveis e sonhando com um mundo maior do que nossa pequena cidade litorânea. Era quando tudo ainda fazia sentido, quando o futuro parecia uma estrada reta à minha frente. Quando papai ainda estava vivo, ainda estava lá para me guiar quando eu me perdia. Quando eu ainda não havia estragado tudo com minha teimosia e meu orgulho ferido.

Uma estrela cadente risca o céu numa linha brilhante e efêmera. Instintivamente, fecho os olhos e faço um pedido idiota, infantil, como se fosse criança de novo e ainda acreditasse que desejos pudessem consertar o que está irremediavelmente quebrado. Como se o universo me devesse esse favor depois de tudo que aconteceu.

Fico ali por mais alguns minutos, deixando o vento bagunçar meus cabelos e levar embora parte da ansiedade que carrego no peito. A paisagem é exatamente como lembro - selvagem e bonita, indomável como as pessoas que escolheram viver aqui. Rochas pontiagudas se erguem da água como dentes antigos, e a espuma branca das ondas brilha fantasmagórica sob a luz da lua. É um lugar que nunca muda, que permanece igual enquanto nós, meros mortais, envelhecemos e nos transformamos e, às vezes, nos perdemos pelo caminho.

Finalmente volto para o automóvel. O Bel Air liga na primeira tentativa - sempre faz isso, como se soubesse instintivamente que preciso que pelo menos algo na minha vida seja confiável, previsível. O som do motor é como uma canção familiar, um acalanto mecânico que me acompanha há tantos quilômetros.

Encontrei este abandonado entre outras carcaças de metal enferrujado. Estava em estado deplorável - coberto de ferrugem alaranjada, com o motor praticamente morto, os bancos de couro rasgados e o para-brisa trincado. Mas era "dele". Reconheci imediatamente, mesmo depois de tanto tempo, mesmo transformado numa sombra do que havia sido. Era o mesmo Bel Air azul-marinho que papai vendeu durante o escândalo, quando precisava desesperadamente de dinheiro para pagar as dívidas e reabrir a loja. O mesmo carro em que ele me ensinou a dirigir nas tardes de domingo, suas mãos enormes cobrindo as minhas pequenas no volante de baquelite...

"Um carro tem alma, Mally", ele dizia, enquanto ajustava minha posição no banco para que eu alcançasse os pedais. "Você trata bem dele, respeita a máquina, e ele te leva onde precisa ir. Mas, o mais importante que isso - ele te traz de volta para casa."

Como ele estava certo. Como sempre, estava certo sobre essas coisas simples e fundamentais da vida.

Passei uns quatro anos e meio restaurando cada peça, cada parafuso, cada centímetro de metal. Tia Rouse me ensinou tudo que sabia sobre mecânica - como desmontar um motor peça por peça, como trabalhar com chapa e solda, como dar vida nova ao que outros considerariam somente lixo sem valor. Ela tem mãos de ouro para consertar qualquer coisa que tem motor, e paciência infinita para uma sobrinha perdida que foi para a sua casa toda desajeitada, que de alguma forma estava procurando um propósito, uma maneira de canalizar toda a dor e culpa que carregava.

Nas noites longas e silenciosas em que trabalhava até tarde na oficina dela, com as mãos sujas de graxa e o corpo dolorido de tanto esforço físico, eu conversava com o Bel Air como se ele pudesse realmente me ouvir e entender. Contava sobre os anos difíceis longe de casa, sobre a culpa que carrego como uma pedra no peito, sobre como sinto falta do papai todos os dias, sobre como ainda ouço sua risada ecoando em minha mente nos momentos mais inesperados. Falava sobre mamãe, sobre como o que ela pensaria de como fui covarde demais para voltar e enfrentar a tempestade.

Continuar lendo

Outros livros de Nykka

Ver Mais
CASADA COM O MEU EX-CUNHADO - PARTE FINAL

CASADA COM O MEU EX-CUNHADO - PARTE FINAL

Bilionários

5.0

Ava Lockwood finalmente tem tudo o que sempre sonhou: um amor inabalável, uma família e um futuro promissor. Mas o passado não esquece... e muito menos perdoa. Após desafios que abalaram a confiança e a segurança, Ava e Ravi agora enfrentam as turbulências do amor, da maternidade e da luta pelo controle de suas vidas. Entre o nascimento dos filhos e a direção de um prestigiado museu, Ava descobre novas forças, enquanto Ravi é forçado a enfrentar fantasmas do passado. Uma ameaça silenciosa se aproxima. Segredos começam a emergir, sombras do passado voltam a assombrá-la e, quando menos espera, seu mundo perfeito começa a ruir. Mas o perigo implacável espreita, consumido pela vingança, deixando um rastro de terror. Enquanto isso, antigos segredos vêm à tona e novas alianças são formadas em uma trama cheia de traições, paixões avassaladoras e reviravoltas inesperadas. E alguém, nas sombras, está somente esperando o momento certo para agir. Um julgamento pode trazer justiça ou desencadear algo ainda pior? Pois o jogo ainda não acabou. Será que o amor será suficiente para superar as ameaças sombrias que cercam o casal? Ou o destino ainda guarda surpresas que podem mudar tudo? •••••♥••••• Nota Importante: Este livro não contém cenas explícitas de hot, pois esta autora não escreve erotismo. Se você decidir embarcar nesta história, seja bem-vindo e aproveite a leitura! Aviso: Este livro aborda temas sensíveis e contém gatilhos. Para acompanhar a história, sugiro que leia a parte 1 e 2 deste mesmo livro.

SEGUNDA CHANCE PARA O BILIONÁRIO - SÉRIE AMORES DOS BILIONÁRIOS - PARTE FINAL

SEGUNDA CHANCE PARA O BILIONÁRIO - SÉRIE AMORES DOS BILIONÁRIOS - PARTE FINAL

Bilionários

5.0

À medida que o relacionamento de Adam e Lunna se aprofunda, desafios inesperados surgem, testando a confiança e as escolhas do casal. Lunna, agora reconhecida por seu talento na confeitaria, vive um momento de êxito, mas também enfrenta sombras do seu passado que começam a ressurgir. Adam, por sua vez, lida com seus próprios sentimentos de arrependimento e a difícil tarefa de equilibrar o amor e as exigências da vida. Enquanto a vida deles parece seguir um rumo promissor, encontros e revelações inesperadas revelam o quão frágeis podem ser os laços que conectam duas pessoas apaixonadas. A verdade sobre o passado de ambos, o impacto de antigas amizades e as escolhas que fizeram no caminho para o amor ameaçam pôr à prova tudo o que conquistaram até agora. O que parecia ser um amor sem obstáculos agora se revela uma jornada cheia de surpresas, dilemas e reencontros. A verdadeira pergunta é: até onde eles estão dispostos a ir para preservar o que construíram, e qual será o custo dessa paixão inabalável? •••••♥••••• Nota importante: Este livro não contém cenas hot, pois esta autora não escreve erotismo. Se escolher embarcar nesta história, seja bem-vindo e aproveite a leitura! Aviso: Este livro aborda temas sensíveis e contém gatilhos. Este é o desfecho da história iniciada na Parte 1 do livro: Segunda Chance para o bilionário - Série Amores dos Bilionários. Se ainda não leu a primeira parte, recomendo que comece por lá para aproveitar plenamente os acontecimentos e entender o desenvolvimento dos personagens.

Você deve gostar

Capítulo
Ler agora
Baixar livro
APAIXONADA PELO MELHOR AMIGO DO MEU PAI - PARTE 2
1

Capítulo 1 Mally O'Brien - 5 anos após a morte de Abraham.

12/11/2025

2

Capítulo 2 Mally O'Brien.

12/11/2025

3

Capítulo 3 Mally O'Brien.

12/11/2025

4

Capítulo 4 Mally O'Brien.

12/11/2025

5

Capítulo 5 Mally O'Brien.

12/11/2025

6

Capítulo 6 Mally O'Brien.

11/11/2025

7

Capítulo 7 Haniel Galleghan.

11/11/2025

8

Capítulo 8 Haniel Galleghan.

11/11/2025

9

Capítulo 9 Mally O'Brien.

11/11/2025

10

Capítulo 10 Mally O'Brien.

11/11/2025

11

Capítulo 11 Mally O'Brien.

11/11/2025

12

Capítulo 12 Mally O'Brien.

12/11/2025

13

Capítulo 13 Mally O'Brien.

12/11/2025

14

Capítulo 14 Mally O'Brien.

12/11/2025

15

Capítulo 15 Haniel Galleghan.

12/11/2025

16

Capítulo 16 Haniel Galleghan.

12/11/2025

17

Capítulo 17 Mally O'Brien.

12/11/2025

18

Capítulo 18 Mally O'Brien.

12/11/2025

19

Capítulo 19 Haniel Galleghan - alguns minutos antes...

12/11/2025

20

Capítulo 20 Mally O'Brien.

12/11/2025

21

Capítulo 21 Mally O'Brien.

12/11/2025

22

Capítulo 22 Mally O'Brien.

12/11/2025

23

Capítulo 23 Mally O'Brien.

12/11/2025

24

Capítulo 24 Mally O'Brien.

12/11/2025

25

Capítulo 25 Mally O'Brien.

12/11/2025

26

Capítulo 26 Mally O'Brien.

12/11/2025

27

Capítulo 27 Haniel Galleghan - algumas horas antes...

12/11/2025

28

Capítulo 28 Haniel Galleghan.

12/11/2025

29

Capítulo 29 Haniel Galleghan.

12/11/2025

30

Capítulo 30 Haniel Galleghan.

12/11/2025

31

Capítulo 31 Haniel Galleghan.

12/11/2025

32

Capítulo 32 Mally O'Brien.

12/11/2025

33

Capítulo 33 Mally O'Brien.

12/11/2025

34

Capítulo 34 Mally O'Brien.

12/11/2025

35

Capítulo 35 Mally O'Brien.

12/11/2025

36

Capítulo 36 Mally O'Brien.

03/12/2025

37

Capítulo 37 Mally O'Brien.

03/12/2025

38

Capítulo 38 Haniel Galleghan.

03/12/2025

39

Capítulo 39 Haniel Galleghan.

03/12/2025

40

Capítulo 40 Mally O'Brien.

03/12/2025