As Noventa e Nove Traições Dele, Minha Liberdade

As Noventa e Nove Traições Dele, Minha Liberdade

Gavin

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Capítulo

Meu noivo, um Comandante do GRUMEC, adiou nosso casamento 99 vezes por causa da minha irmã manipuladora. Na nossa centésima tentativa, eu bati o pé. Seria naquela data, ou não haveria mais data. Ele me ligou duas semanas antes do casamento para cancelar de novo. Mas, dessa vez, ele ameaçou minha carreira para me forçar a aceitar. Então, eu ouvi a verdade. Ele estava planejando se casar com minha irmã - um arranjo "temporário" para colocá-la em um programa de terapia exclusivo. Depois que se divorciasse dela, ele voltaria para mim. Eu era a "certeza" dele. O plano B. Minha própria mãe apoiou a ideia, me dando um tapa na cara quando me recusei a participar. "Você vai ser uma esposa decente", ela sibilou. Eu passei cinco anos como uma reserva, minha vida em pausa para o drama deles. Eu cansei de esperar. Desliguei o telefone, cancelei o casamento permanentemente e me voluntariei para uma missão de três anos, totalmente isolada. Mas primeiro, peguei meu vestido de noiva e uma tesoura.

Capítulo 1

Meu noivo, um Comandante do GRUMEC, adiou nosso casamento 99 vezes por causa da minha irmã manipuladora. Na nossa centésima tentativa, eu bati o pé. Seria naquela data, ou não haveria mais data.

Ele me ligou duas semanas antes do casamento para cancelar de novo. Mas, dessa vez, ele ameaçou minha carreira para me forçar a aceitar.

Então, eu ouvi a verdade. Ele estava planejando se casar com minha irmã - um arranjo "temporário" para colocá-la em um programa de terapia exclusivo.

Depois que se divorciasse dela, ele voltaria para mim. Eu era a "certeza" dele. O plano B.

Minha própria mãe apoiou a ideia, me dando um tapa na cara quando me recusei a participar.

"Você vai ser uma esposa decente", ela sibilou.

Eu passei cinco anos como uma reserva, minha vida em pausa para o drama deles. Eu cansei de esperar.

Desliguei o telefone, cancelei o casamento permanentemente e me voluntariei para uma missão de três anos, totalmente isolada. Mas primeiro, peguei meu vestido de noiva e uma tesoura.

Capítulo 1

O e-mail brilhou na minha tela, o assunto um eco duro e brutal de outros noventa e nove: "ADIAMENTO DE CASAMENTO - URGENTE". Meu olhar se desviou para a data - o dia do nosso casamento, agora a apenas duas semanas de distância. Não era apenas um adiamento; era o golpe final e esmagador em uma vida que eu construí com tempo emprestado e os caprichos de outra pessoa.

Fechei os olhos com força. Não era assim que engenheiros aeroespaciais planejavam um lançamento. Não havia redundâncias, nem sistemas de backup para sonhos. Havia apenas uma tradição, uma regra de "unidade coesa" que se tornou um estrangulamento: toda a equipe do GRUMEC de Bruno tinha que estar no casamento de cada membro da equipe.

Era um ponto de orgulho para eles, um testamento de sua irmandade. Para mim, tornou-se um pesadelo recorrente.

"Helena? Você está bem?" Meu colega, Dr. Artur Torres, se inclinou sobre a parede do meu cubículo, a testa franzida de preocupação. Ele conhecia o roteiro. Todos no ITA conheciam o roteiro. Meu casamento interminável e perpetuamente adiado havia se tornado uma piada interna, uma história de advertência sussurrada.

Forcei um sorriso que pareceu vidro quebrado na minha boca. "Apenas mais uma falha no sistema, Artur. Nada que uma pequena recalibração não conserte."

Ele não pareceu convencido. "Sério, Ribeiro. Isso... já passou dos limites."

Já tinha passado dos limites. Sempre passou. Noventa e nove vezes, o casamento foi adiado. Noventa e nove vezes, o motivo foi Karina. Minha irmã mais velha, Karina, uma mestra da manipulação que usava seu diagnóstico de ansiedade e depressão como uma arma, sempre encontrava uma maneira de roubar meu momento.

Toda vez que Bruno e eu marcávamos uma nova data, toda vez que meu coração ousava ter esperança, Karina conjurava uma crise. Um ataque de pânico que exigia que ela fosse hospitalizada dias antes da cerimônia. Um surto súbito e debilitante de depressão que a tornava "incapaz de lidar" com a minha felicidade. Um término dramático que a fazia surtar, exigindo toda a nossa atenção.

E Bruno, meu noivo, o carismático Comandante do GRUMEC com quem eu deveria me casar, sempre caía nessa. Todas as vezes. Ele se via como o salvador dela, seu protetor, um nobre cavaleiro dividido entre seu dever para com sua futura cunhada e seu amor por mim. Ou assim ele dizia.

Desta última vez, eu tentei bater o pé. "Bruno", eu disse, minha voz tremendo com uma determinação que eu não sabia que possuía. "Nós vamos nos casar no dia primeiro do mês que vem. Não importa o que aconteça. Esta é a centésima data. Eu não aguento mais isso."

Ele olhou para mim, seu rosto bonito marcado por aquela preocupação familiar e cansada que sempre sinalizava problemas. "Helena, você sabe como a Karina fica. Ela é frágil."

Frágil. A palavra era uma marca, queimando minha pele. Por anos, eu minimizei minhas próprias necessidades, minhas próprias esperanças, para apaziguar Karina, para apaziguar meus pais, para apaziguar Bruno. Eu sabia que este era meu ponto de ruptura.

"Nosso relacionamento, nosso casamento, não pode mais ser refém da 'fragilidade' da Karina", afirmei, as palavras com gosto de cinzas na minha boca. "É isso. Esta data, ou não tem mais data."

Ele simplesmente zombou, um som suave e desdenhoso que cortou minha determinação. "Não seja dramática, Lena. Claro que vamos nos casar. Você só está... estressada."

Estressada. Ele chamava quase cem adiamentos de "estresse". Eu queria gritar. Queria sacudi-lo até que ele entendesse os anos que eu desperdicei, os sonhos adiados, tudo porque ele priorizava as crises fabricadas de Karina em vez da minha vida real. Mas eu não fiz. Apenas fiquei ali, deixando seu tom paternalista me banhar, sentindo meu espírito se esvair lentamente.

A primeira data foi marcada há cinco anos, um casamento de verão cheio de esperança. Então Karina teve um "colapso nervoso" após um término ruim. Adiado. Na primavera seguinte, ela desenvolveu uma alergia súbita e severa às flores do local. Adiado. No outono seguinte, seu novo namorado, um músico aspirante, mudou-se inesperadamente para Nashville, mergulhando Karina em uma depressão profunda. Adiado de novo. E de novo. E de novo. Cada vez, Bruno estava ao lado dela, um retrato da cavalaria, enquanto eu ficava de lado, fervendo em silêncio.

Agora, a centésima data se aproximava, a duas semanas de distância. Os convites haviam sido enviados há muito tempo, o buffet confirmado, meu vestido pendurado no armário, uma mortalha branca de promessas quebradas. Eu ousei ter esperança desta vez. Esperança de verdade. Tola, eu sei. Mas a esperança, como uma erva daninha teimosa, encontrava uma maneira de brotar nos lugares mais áridos.

Então veio o e-mail.

O motivo para este - o centésimo - adiamento? Karina foi hospitalizada. Não por uma doença física, não por um acidente, mas por "sofrimento emocional". Seu último namorado, um advogado particularmente charmoso, mas com fobia de compromisso, a dispensou. De novo.

Meu celular vibrou. Era Bruno. Eu sabia o que estava por vir.

"Helena", sua voz estava tensa, carregada de uma urgência familiar que sempre precedia más notícias para mim, boas notícias para Karina. "A Karina está no pronto-socorro de novo. Ela está inconsolável. Não podemos de jeito nenhum seguir com o casamento agora. Não seria justo com ela."

Minha respiração falhou. "Justo com ela?", repeti, as palavras mal um sussurro. "E quanto a ser justo comigo, Bruno? E todas as promessas que você fez? Todas as vezes que me disse que desta vez seria diferente?"

Ele suspirou, um som pesado de martírio fabricado. "Helena, você sabe que eu te amo. Mas a Karina precisa de mim. Ela está ameaçando... fazer algo drástico se eu não estiver lá."

"E se você não estiver aqui para o nosso casamento, o que acontece, Bruno?" A pergunta pairou no ar, densa com acusações não ditas.

Sua voz endureceu, um tom perigoso que eu não tinha ouvido antes. "Helena, seja razoável. Eu sou um Comandante. Minha unidade espera que eu mantenha certos valores. Se você vai dificultar as coisas, se vai colocar seus desejos pessoais acima da responsabilidade familiar, temo que terei que considerar uma revisão da sua credencial de segurança. Você sabe o quão importante isso é para o seu trabalho no Projeto Quimera."

Meu sangue gelou. Minha carreira. O trabalho da minha vida. Ele estava ameaçando minha carreira para forçar outro adiamento, para atender à última performance de Karina. O ar saiu dos meus pulmões em uma corrida dolorosa. Isso não era apenas mais um adiamento. Era um ataque direto à minha identidade.

A verdade me atingiu então, um soco nauseante no estômago. Não era sobre a fragilidade de Karina. Não era sobre o dever dele. Era sobre controle. O controle dele sobre mim. Ele acreditava que eu sempre seria sua rede de segurança, sua noiva paciente e compreensiva esperando nos bastidores.

Mas então, uma brasa fria e dura de um boato, algo que eu havia descartado como fofoca maliciosa, começou a brilhar ferozmente em minha mente. Uma conversa abafada que eu ouvi semanas atrás entre Bruno e sua mãe. Eles estavam falando sobre Karina e um psiquiatra exclusivo - um amigo da família Tavares - que só aceitava pacientes casados com alguém de seu círculo de confiança. E então, a voz seca e confiante de Bruno: "Vamos conseguir a ajuda que ela precisa. Um casamento temporário. Então, quando ela estiver estável, nos divorciaremos discretamente. A Helena vai entender. Ela sempre entende. Ela é uma certeza."

Um casamento temporário. Para Karina. Para ter acesso a um terapeuta. E então ele se divorciaria dela e voltaria para mim, sua "certeza".

A percepção foi um golpe físico. Ele não era apenas manipulador. Ele era calculista. Ele não estava apenas adiando nosso casamento; ele estava planejando se casar com minha irmã para resolver os problemas dela, com a intenção total de voltar para mim depois. Eu não era sua noiva; eu era seu plano B, sua opção conveniente e sempre presente.

"Helena?" A voz de Bruno cortou meu choque, tingida de impaciência. "Você ainda está aí? Qual é a sua decisão?"

Minha decisão. A palavra tinha gosto de liberdade, amarga e eletrizante.

"Minha decisão é esta, Bruno", eu disse, minha voz calma, firme, desprovida do tremor que eu esperava. "O noivado está desfeito. Permanentemente. O casamento está cancelado."

Houve um silêncio atordoado do outro lado, seguido por um protesto gaguejante. "Helena, você não pode estar falando sério! Isso é só um mal-entendido. Podemos consertar isso!"

"Não, Bruno", interrompi, minha voz inabalável. "Não há nada para consertar. Acabou."

Desliguei, o clique do telefone final, definitivo. O casamento estava cancelado. Não adiado. Cancelado.

Em uma hora, liguei para meu contato no Projeto Quimera. "Estou me voluntariando para a missão de três anos", afirmei, minha voz ecoando com uma força desconhecida. "Com efeito imediato. Quando posso partir?"

No dia seguinte, enquanto os convites de casamento eram recolhidos e os fornecedores informados, Bruno ligou novamente. Sua voz estava frenética, desesperada. "Helena, por favor. Não faça isso. Minha unidade, eles já estão comentando. Isso pega muito mal para mim. As pessoas vão pensar... as pessoas vão pensar que você é instável."

"Deixe que pensem o que quiserem, Bruno", eu disse, minha voz vazia. Meu coração parecia oco, mas estranhamente leve. "O que você ou sua unidade pensam não me diz mais respeito."

"Mas e a sua carreira, Lena? E a sua credencial de segurança? Você sabe que eu ainda poderia-"

"Você já tentou usar isso, Bruno", cortei-o, minha voz assustadoramente calma. "E não funcionou. Eu vou. O projeto já está aprovado."

Ele fez uma pausa, então seu tom mudou, tornando-se mais suave, mais persuasivo. "Helena, querida, escute. Eu sei que isso é difícil para você. Mas... a Karina realmente precisa de mim. Ela tem perguntado por você também. Diz que se sente abandonada. Você sabe que ela te admira, Lena. Que tipo de irmã você seria se a abandonasse agora?"

Meu estômago se revirou. Ele estava usando as supostas necessidades de Karina novamente, tentando me culpar, me pintar como a vilã. O sofrimento da minha própria irmã, uma performance cuidadosamente orquestrada, ainda era sua principal preocupação. O pensamento era uma dor familiar, mas agora, parecia distante, entorpecido pela pura audácia de sua manipulação.

"E quanto ao meu nome, Bruno?", perguntei, minha voz perigosamente baixa. "Quando você desfilar por aí com a Karina, supostamente 'ajudando' ela, o que as pessoas vão dizer sobre mim? Que eu era muito difícil? Egoísta demais? Que você teve que se casar com a minha irmã para 'salvá-la'?"

Ele hesitou, um momento fugaz de desconforto genuíno. "Helena, ninguém pensaria isso. Eu me certificaria... eu me certificaria de que todos entendessem a situação delicada. Daríamos a entender que você só precisava de espaço, tempo para amadurecer."

Tempo para amadurecer. As palavras eram um novo insulto, implicando que eu era imatura, subdesenvolvida, um projeto precisando de sua orientação. Meu sangue ferveu, um calor abrasador que rapidamente se transformou em gelo. Minhas mãos se fecharam ao meu lado. Eu queria gritar. Queria contar a ele tudo o que eu sabia, tudo o que eu suspeitava. Mas qual era o ponto? Ele não ouviria. Ele distorceria, negaria, faria ser minha culpa.

Senti um cansaço profundo e doloroso se instalar em meus ossos. Era um sentimento familiar, um que eu usei por anos como uma segunda pele. O peso de suas expectativas, as exigências da minha família, as necessidades intermináveis de Karina. Era sufocante. Passei tanto tempo tentando fazê-los felizes, tentando ser a "boa filha", a "noiva compreensiva", a "irmã solidária". Eu estava tão cansada. Tão total e completamente exausta.

Lembrei-me de uma conversa com meu pai anos atrás, quando eu estava lutando pela minha primeira bolsa de pesquisa. Ele havia descartado minhas ambições, dizendo: "Para que se preocupar, Helena? A Karina precisa de mais atenção. Seu trabalho é só um hobby. Foque em ser uma boa esposa." A memória era uma dor surda, um lembrete constante de quão pouco minhas próprias aspirações importaram para eles.

"Então, você quer que eu desapareça silenciosamente, Bruno?", finalmente disse, minha voz desprovida de emoção. "Deixar você bancar o herói para a Karina e, então, quando você achar conveniente, você voltará e me 'salvará' também, dos sussurros e dos boatos?"

"Não te salvar, Lena", ele corrigiu, sua voz tentando um tom tranquilizador. "Te proteger. Você sabe que eu sempre quero te proteger. Apenas... seja paciente. Como você sempre é."

Paciente. A palavra tinha gosto de bile. Era sempre sobre minha paciência, minha compreensão, meu sacrifício. Nunca o dele. Nunca o de Karina. Nunca o dos meus pais. Era sempre eu. Sempre eu esperando, sempre eu cedendo, sempre eu colocando minha própria vida em espera.

Uma risada fria e sarcástica escapou dos meus lábios. "Ah, Bruno. Você realmente é uma figura." Não era uma pergunta, era uma constatação. Eu soube então, com certeza absoluta, que não importava o que acontecesse, eu nunca, jamais seria sua "certeza" novamente.

"O que isso quer dizer?", ele exigiu, sua voz afiada de irritação.

"Significa que eu vou fazer o que tenho que fazer", respondi, minha voz um sussurro de desafio. "Eu vou para o projeto. E você pode fazer o que precisar com a Karina. Apenas... me deixe fora disso."

Seu tom imediatamente se suavizou. "Essa é a minha garota, Lena. Sempre tão sensata. Eu sabia que você entenderia. Isso é para o melhor. Você vai ver. Vamos superar isso, e então, quando for a hora certa, vamos continuar de onde paramos."

Ele soava tão presunçoso, tão confiante em sua manipulação. Tão certo. Meu estômago se revirou. Continuar de onde paramos? Como se eu fosse um livro que ele pudesse simplesmente largar e pegar quando quisesse. O pensamento me deu vontade de vomitar.

"Certo", consegui dizer, a palavra um gosto amargo na minha língua. "Claro que vamos, Bruno." Minha voz estava carregada de um sarcasmo venenoso que ele era egocêntrico demais para detectar. Ele realmente acreditava que tinha vencido. Ele realmente acreditava que eu esperaria.

Ele realmente acreditava que eu ainda seria dele.

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