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Doce Prisão-Novo

Doce Prisão-Novo

Ninive Novo

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Capítulo

Isadora é uma moça encantadora, porém solitária. Ao perder seus pais muito cedo em um acidente de origem duvidosa, ela se afastou de todos os seus amigos e se viu obrigada a mudar toda a sua vida drasticamente. Quando isa completa a maior idade e assume a contabilidade da família, se depara com as contas de sua família zeradas. Movida pela necessidade de sobrevivência se apega ao emprego de recepcionista / vendedora em uma loja de artigos de informática, começa a morar em uma kitnet no subúrbio de Merídian após vender a mansão da família para quitar as dívidas e guarda o pouco que sobrou em uma poupança. A vida é monótona até Isadora ser atacada por um lobisomem...

Capítulo 1 Aflição

Prólogo

- Você nunca me amou. - Isadora esperou a resposta, mas ele não pareceu inclinado a responder. O grande senhor da casa Sonsex estava tenso. Isadora continuou...

- Me responda agora!- Isa estapeou o rosto dele novamente. Mateo a encarou, seus olhos vermelhos cheios de desespero e angustia.

- Eu te amo, Isa.- Mateo tentou alcançar a moça, ela recuou.

- Não ouse me tocar.- Isa grunhiu, Mateo paralisou a dois passos de toca-la.

- Por que você não me contou? Eu merecia saber.- Lágrimas grossas e pesadas caiam pelo rosto dela, lágrimas que eram como laminas finas e afiadas cortando através do vínculo deles.

- Me perdoe.- O grande vampiro caiu de joelhos implorando, lágrimas de sangue escorrendo dos seus olhos.

Isadora jamais imaginou que algum dia isso aconteceria, os trovões fora da mansão estrondavam e a chuva era pesada, mas isso não a impediria de partir. Decidida a deixar tudo para trás abandona o quarto deixando o senhor da casa desfrutando do seu castigo.

Ela conquistaria sua vida de volta.

I - AFLIÇÃO

Fiz um juramento com o sangue da minha mão, não vou quebrá-lo Posso sentir isso, o fim está sobre nós, eu juro

Natural-Imagine Dragons

- Isa, já está tarde. Vá para casa e me avise quando chegar. - Madalena soa cansada, seu tom carregado de tristeza.

- Mad, tudo vai ficar bem. - Aperto o ombro dela com intuito de confortala depois do acontecido.

Mad e eu abrimos uma livraria delicatessen próximo do centro da cidade, com muito sacrifício conseguimos reformar o prédio que ela herdou dos avós e conseguimos todo maquinário da cafeteria e com muito custo conseguimos parcerias com editoras e autores locais.

Então quando tudo finalmente parecia pronto, uma tempestade nos pegou de surpresa. O sistema de esgoto não suportou a quantidade de lixo e entupiu, toda água suja subiu até uns quarenta centímetros de altura e inundou nosso deposito que era abaixo do nível da rua e boa parte das coisas da livraria ficou inutilizável. Perdemos quase todos os livros e grande parte do maquinário da cafeteria não funciona mais.

- Eu preciso de um banho e depois preciso pensar no que vamos fazer. - Mad coça os olhos que já estão vermelhos por causa da crise de choro que teve anteriormente.

- Amiga, me promete que não vai chorar mais? - Dou um abraço nela antes que ela chore de novo.

- Tem certeza que você não quer dormir aqui? Está muito tarde. - Ela me aperta antes de se afastar e me olhar.

- Na sua cama minúscula? Não obrigado, meu apartamento é um ovo, mas a minha cama é confortável.- Ela bate no meu braço e começo a rir da careta dela.

- Ei, nós já saímos mais tarde de muitas festas e estamos vivas. - Brinco novamente tentando anima-la um pouco. Grande parte do dinheiro empregado aqui, foi da minha poupança e com certeza será uma perda e tanto.

Mad mora em cima do que seria nossa livraria, o local tem uma sala e cozinha no estilo americano, um quarto, um banheiro conjugado a área e serviço e varanda, é tão pequeno quanto o meu pequeno apartamento, mas é o melhor que cada uma de nós conseguiu manter até o momento. Somos amigas dois anos, mas a nossa conexão vem de outras vidas.

- Sempre e para sempre? - Ela estende o mindinho para mim. Ela é fã de ¨ Os originais¨ e depois que descobrir seu amor pelo Klaus comecei a encher o saco dela falando frases da série e ela decidiu que ¨Sempre e para sempre¨ seria nossa frase também.

- Sempre e para sempre. - Digo entrelaçando meu mindinho no dela. Me despeço e sigo meu caminho atravessando a rua.

Seria inteligente correr rápido até meu fusca amarelo estacionado a três quadras daqui. Por que fui estacionar tão longe? Escuto passos depois de virar a primeira esquina e respiro aliviados ao ver uma senhorinha vindo na minha direção.

- Boa noite. - Ela me cumprimenta, mas tem algo errado, algo estranho em seus olhos

- Boa noite senhora, posso ajudar? - Tento sorrir e demostrar segurança, mas sou eu que estou com medo.

- Não pode me ajudar criança, mas se apresse. Vá para casa. - Ela sorri, apesar do sorriso terno seu aviso me causa arrepios.

- Desculpe perguntar, mas a senhora viu algo suspeito? -Continuo caminhando ao lado da velhinha.

- Querida, a noite é escura e cheia de terrores. Corra para casa. - A velhinha entra na segunda esquina e fico olhando seu entorno sumir na escuridão. Mais uma esquina e estarei dentro do meu fusca indo para casa.

Meus passos apressados ecoam pelas vielas escuras, mas para onde aquela senhora pode ter ido? Aquela rua tem saída? Está mais frio que o normal, mas dada as chuvas dos últimos dias não é tão estranho. Olho para o meu relógio e está marcando duas horas e cinquenta e nove minutos! Nunca acreditei que as três da manhã o inferno se abriria e a terra seria povoada por demônios, mas dado ao fato de ter encontrando uma velhinha aterrorizante meu medo aflora ainda mais.

Um barulho chama minha atenção, olho para todos os lados e apresso o passo. Um rosnado chama minha atenção, olho novamente ao meu redor e continuo caminhando. Era um cachorro, só um pinscher nervoso, nada mais que isso. Sussurro mentalmente para mim mesmo. O rosnado continua, dessa vez mais próximo. Começo a correr, não tenho coragem de olhar para atrás, estou sendo perseguida, mas pelo barulho é um cachorro enorme. Encontro meu carro. Cadê a chave? Vasculho minha bolsa desesperada.

Uma respiração quente alcança minha nuca. Eu travo completamente e um arrepio percorre meu corpo. Que tipo de cachorro é do tamanho de um cavalo? Antes de virar e vislumbrar o que me apavora, sou atacada. Os dentes cravam em meu ombro, sou balançada de um lado para outro como se não pesasse nada. Sou arremessada contra meu carro e sinto a dor na minha cabeça, minha visão fica turva, mas ainda consigo vislumbrar o meu agressor de forma borrada. Ele é um lobisomem, é difícil de acreditar talvez a pancada na cabeça esteja me fazendo delirar.

Vejo um monstro de pé como um homem, mas ele tem pelos, focinho, dentes enormes e garras afiadas. Socorro. Tento gritar, minha voz não sai. Ele bate de novo, suas garras raspando na minha barriga, rasgando tecido e pele. O sangue quente jorra e tenho certeza que não existe remendo para isso. Estou morta mesmo que ainda consciente, vou morrer hoje. O monstro vem em minha direção novamente, algo se choca contra ele em uma velocidade fora do comum e escuto barulh0s de luta. Estou morrendo, meus olhos querem fechar, estou indo embora e estou lutando para ficar.

Quero viver, mas a escuridão tem uma voz suave e sedutora e ela chama sem parar. Alguém força um liquido viscoso e ferroso pela minha garganta, estou entalada em meu próprio sangue, mas insistem em me sufocar.

¨Beber, só preciso beber. ¨ E isso que a voz sedutora quer.

O liquido adoça como chocolate em meus lábios, rico e brilhante. Minhas veias ardem e minha pele formiga. Meus seios se eriçam e o ventre aquece, estou viva de novo ou estou no céu e a sensação é extasiante. Meus olhos se abrem, um peitoral nu aquece minha bochecha.

- Você é um anjo? - Ainda estou com a visão turva quando balbucio essas palavras.

- Já me chamaram muitas vezes de diabo, mas de anjo é a primeira vez. - A voz do anjo soa sedutora e maliciosa. Minha visão está melhorando gradativamente, tento distinguir se meu salvador é conhecido, mas apesar de seus traços serem agradáveis, seu rosto embaçado não me é familiar.

- Obrigada. - Sussurro me acomodando contra o calor do homem estranho, me agarrando a isso como a ponte de volta.

-Não me agradeça ainda. - Ele parece tenso e desconfortável, mas não me importo continuo lá, meus lábios tão próximos de sua pele quente. E se eu provasse? Se eu rompesse a pele, jorraria mais chocolate? Passo minha língua por sua pele e ele reage com um grunhido.

- Não. - Sua voz desce algumas oitavas, estremeço em seus braços. Qual é meu problema? Acabei de quase morrer e estou me jogando no primeiro estranho que encontro.

- Sinto muito. Acho que estou enlouquecendo. - Tento me afastar, mas ele me aperta. Tento compreender o que ele quer dizer, ele fez uma transfusão de sangue em mim? Ele me medicou? O remédio tinha gosto de chocolate. Meus pensamentos ainda são vagos e estranhos.

-É o efeito do frenesi de sangue, ficará pior antes de melhorar. Isso vale para os dois, então não me tente.

-Ele me coloca em um assento de couro, é um carro, parece um. Ele senta e me puxa para seu colo, suas mãos percorrem minha pele. Ele está verificando as feridas? Me remexo um pouco tentando ajustar meu corpo ao seu. Ele grunhe novamente irritado. Reclamo quando ele verifica minha barriga, a pele sensível dói ao seu toque e ainda sangra.

- Ainda dói, você pode me dá mais do remédio com gosto de chocolate? - Minha voz soa manhosa, carente, nem consigo me reconhecer. -Ela parece faminta para mim. - Outra voz masculina me pega de surpresa. Tento sair do colo do meu salvador e acabo batendo forte minha cabeça no teto. Ele xinga, o outro homem ri e a dor lateja com mais força.

O meu salvador examina minha cabeça, seus dedos procurando um novo edema. Toda euforia e desejo se transformam em medo, vergonha e minha visão torna a ficar embaçada novamente dessa vez por causa das lágrimas.

-Como ela pode está despertando tão rápido? - O outro homem parece surpreso.

-Durma. - A voz sedutora do meu salvador ordena. Meu corpo amolece, meus olhos ficam pesados e o sono me abate.

Em meu sonho estou em um enorme campo de rosas, elas são de todas as cores.

Mas as vermelhas pigam um sumo vermelho e brilhante, caminho devagar até elas e tento toca-las, meus dedos ficam sujos pelo sumo. Estou hipnotizada pelo cheiro, cativada pela cor, excitada pela essência. Levo os dedos até meus lábios e toco o sumo vermelho com a língua experimentando o gosto. Chocolate!

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