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Separadas pelo amor e unidas pelo ódio

Separadas pelo amor e unidas pelo ódio

Fabi Frederighi

5.0
Comentário(s)
917
Leituras
37
Capítulo

Uma história que poderia ser real, pois mistura ficção com realidade, como o holocausto cigano acontecido no séc. XVIII, na Boêmia, hoje República Tcheca. Essa história se passa entre muitos rituais e costumes ciganos, tendo como trama principal o nascimento das gêmeas ciganas - Sara e Rita Romani – Diz a lenda que sempre quando se nasce gêmeos, um dos gêmeos não sobrevive ao ritual para se descobrir qual dos dois é o bem e o mau. E o mau deve morrer. Porém, pelo amor de uma mãe desesperada ao imaginar que possa acontecer a uma de suas filhas, na tentativa de salvá-las, entrega uma delas, sem escolha, ao destino, no mosteiro na cidade de Praga! E o clã dos ciganos segue a vida. Porém o destino é mais forte que tudo e as duas se reencontram aos 16 anos de idade, em um momento único de descobertas - uma se torna uma cigana linda, forte, audaciosa para a mulher do seu tempo, sempre com sua adaga escondida, dançarina cigana, sem perceber que é sexy ao extremo, deixando os homens loucos de paixão. Essa é a Sara Romani. E outra se tornou depois de adotada, a nobre – Ruzena karlovy, delicada, curiosa, obediente, porém, tem algo de animal enjaulado em sua alma, desejando por liberdade. É seu sangue cigano! E ambas trocam de lugar por uma curiosidade e aventura juvenil. Mas, o destino é selado e impiedoso. Não conseguem destrocar. E nesse momento que a história fica emocionante, pois o destino é implacável com quem brinca com ele e sua fúria vem à tona. As novas descobertas e reações dessa troca fazem com que as duas se unem em ódio contra muitos. E essa história cheia de segredos, surpresas, amores, sexo, abuso, magia e feitiçaria, tentativa de incesto, vingança e morte é que torneia toda a trama. Mas, com um final surpreendente! Uma prova de amor profunda, e uma reflexão que tudo deveria estar onde era pra estar desde sempre! - maktub. Numa leitura onde a linha do tempo transita entre passado e presente, em uma trama que faz com o que essa história "Separadas pelo amor e unidas pelo ódio" mostre que, o que move nossas ações, está em uma linha tênue de emoções! Você pode a qualquer momento escolher entre a vida e a morte! E você deve estar preparado para isso e assumir as consequências, nessa vida ou em qualquer outra!

Capítulo 1 Santa Sara Kali

Finalmente chegou o dia 24 de maio, a festa de Santa Sara Kali. Padroeira de Sara, pelo qual foi dado seu nome. O dia hoje amanheceu especial no auge da primavera. A bela ciganinha colocou a cara para fora da tenda e já dava pra ver quantas árvores desabrochava em flores coloridas para todos os lados. Não é à toa que se comemora no mês de maio, o mês do amor em Praga. E Sara pulou de seu colchão de palha no chão gritando em sua tenda, já acordando os menores.

- Optchá optchá, salve Santa Sara Kali. Hoje também é meu dia.....Viva!

Sara se tornou uma moça linda e meio selvagem aos 16 anos, no sentido de ser bela e de temperamento difícil também. Uma linda moça de cabelos pretos e longos, levemente lisos, olhos amendoados e expressivos, queixo fino, corpo esquio, porém, estatura mediana. Adorava adornos e enfeites que realçavam sua beleza cigana. Primeiramente pediu a benção na imagem de Santa Sara Kali, e depois se arrumou mais do que de costume. Passou seu extrato de flores que ela mesma fazia como seu perfume, passava sua pasta feita de base de cevada, chifre de veado, mel e salitre que deixava seus lábios doces e vermelhos. Toda deslumbrante com seu ótimo bom humor naquele dia. Mas, um dia que mudaria sua vida pra sempre! Mal sabia ela.

E depois de se arrumar e jamais sem esquecer sua adaga, que até de sua mãe escondia sob a saia rodada e presa à coxa, saiu emplumada.

Sara tinha fascinação por facas, e o tempo todo era quase que sua brincadeira preferida, mirar e atirar, mirar e atirar. Uma gana de acertar alvos...como se um dia fosse precisar!

Mas, naquele dia queria mesmo era ficar linda como aquele nascer do sol brilhante, que de tão ansiosa quase que foi umas das primeiras acordar no acampamento. Mas, nunca antes de sua mãe, que mais parecia a mãe de todos. Já estava de pé arrumando o que comer, logo todos acordariam famintos! O pão de cevada cheirava longe....

Aos poucos todos estavam prontos para irem à feira na orla do Rio Moldava, na ponte Carlos que liga a cidade ao Castelo.

Hoje é dia até da nobreza ir à feira, como se fossem ver algo exótico. Coisas que só poderiam ser vistas na primavera em Praga.

Os homens ciganos já com as carroças amontoadas de pertences para a venda. Eram excelentes comerciantes! E as mulheres com as crianças num alvoroço só. Mas, Sara queria era saber de estar bela pra dançar ao som do violino do cigano Yago.

Todos falavam que ela já estava passando da hora de se casar, e foi destina à Yago. Faziam um casal perfeito de tão belos e exuberantes. Mas, ela até queria ser cortejada por ele, e até de algum modo, do jeito dela, o amava (como se isso fosse importar no casamento cigano). Mas, ele queria era as damas da cidade. Mesmo proibido, mas queria, pois ganhava presentes e fechava negócios com os maridos das mesmas sem saber que era o amante. Parecia que Yago tinha vergonha de ser cigano.

Carroça pronta, comida na panela, pães na sacola, vinho e cerveja, violino, pandeiros, e as cartas.... Jamais poderiam faltar as cartas. O sortilégio era um dos mais procurados as escondidas pelas mulheres. Inclusive pelas damas, que sorrateiramente enviam suas mucamas para pedirem por elas nos jogos. Era só esse o momento que teriam no ano todo para saberem de algo. Depois poderiam até pedir perdão no confessionário. Ou, não, como saber?

Os Romani, esse era o nome que eram conhecidos. Era como se fosse o sobrenome dos ciganos. Na verdade, Romanês era o dialeto que só os ciganos falavam. E assim, os Romani, pegaram a estrada rumo ao centro de Praga.

O lugar de costume nem era ocupado por outros comerciantes. Ninguém se atreveria a puxar briga com os ciganos que tinham fama de violentos e feiticeiros.

Tudo estava lindo, e logo a música começou, pessoas amontoadas em pequenos grupos que brincavam com a ilusão mágica, faziam apostas, brigas e tudo mais.

Mas, a tenda colorida dos ciganos chamava a atenção de longe, com suas panelas de barro, seus adornos, suas peles de animais para aquecer quando o inverno rigoroso chegasse – tudo à venda - e claro as ciganas deslumbrantes, que todos adoravam, mas tinham medo de ver de perto. Quem sempre organizava tudo e a todos mandava era o Cigano Boris. Não era o mais velho que estava tranquilo no acampamento, o Mestre Wladmir. Mas, Boris era como um grande pai do clã. E naquela hora chamou Sara e em oração me lhe deu uma medalha de ouro.

- Sara, eu sei que gosta desse dia. Você deixou de ser pequena e hoje nesse dia especial aproveite para pensar sobre o seu casamento. Eu gostaria que fosse com Yago. E já conversei com seu e pai e sua mãe, decidimos que será no seu aniversário dia 13 de outubro. Quero vocês dois juntos e Yago no comando do Clã quando eu me for. Essa medalha é para você comprar algo na feira já pensando no seu enxoval. Quando esses três dias de festa acabar, vamos organizar o seu casamento.

Argilosa como Sara era, não iria jamais desobedecer a seu chefe, seu mentor, mas, não queria saber de casamento, mesmo gostando de Yago, não se via cheia de filhos, cuidando de tudo e todos. Deu uma olhada por de trás das costas do alto Boris e viu Yago já cortejando algumas mulheres que saiam correndo, pois ciganos eram a atração, mas não podiam e não deveriam chegar tão perto, mesmo com muita vontade de ver de perto aquele corpo esquio, belo e de peitoral forte.

Só as más faladas e as damas de companhia das senhoras eram audaciosas, e chegavam perto.

Bem, e lá estava Yago todo aplumado. Mas, Sara, com um charme só seu respondeu:

- Sim senhor, veremos isso depois. E a minha vida, pertence a minha madrinha, e hoje é o dia dela Santa Sara Kali – Optchá. Então primeiro a festa! Depois o casamento.

A resposta foi uma tentativa de falar que sim, mas deixar um subterfúgio de fuga! Afinal o destino pode de repente mudar tudo. E parecia que esse chamado estava prestes a acontecer...

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