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CAÇA E CAÇADOR

CAÇA E CAÇADOR

RACHEL WEINZ

5.0
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1.5K
Leituras
15
Capítulo

Um simples banquete e a vida de Karen Reinmann nunca mais será a mesma. O caminho dela acabou de cruzar a linha de Connor Schaeffer e esse homem arrogante tem suas próprias ideias e está caçando uma esposa! O que ele não sabe é que escolheu a pior presa de todas e ela com certeza não vai desistir de colocá-lo de joelhos! Uma história instigante e bem humorada que vai manter seus olhos presos até o final.

Capítulo 1 A ESCOLHIDA

JOE

Estou aturdido no terceiro banquete esse mês. Meus olhos passeiam pelo salão. Já fazem quatro meses que estou nessa missão. Caso não conhecesse meu chefe há tanto tempo acreditaria firmemente que ele enlouqueceu. Não esqueço o dia em que ele me chamou no escritório e me deu a atribuição de encontrar uma esposa, me dando os requisitos de que a esposa teria que ser bonita, educada e ter algo em seu passado que ele pudesse usar para coagi-la. Não fosse o homem que é, eu teria pensado que ele perdeu inteiramente o juízo.

Meu chefe é um homem absolutamente implacável seja na vida pessoal ou nos negócios. Ninguém discute com ele e de certa forma tenho pena da feliz (ou infeliz?) sortuda que ele venha escolher. Me sinto como um caçador prestes abater a presa. Já fiz isso antes, duas outras vezes eu escolhi e pesquisei a vida pregressa de diversas mulheres para encontrar uma que satisfizesse os requisitos do meu chefe, sem sucesso. Meu método de trabalho é ver as mais bonitas, me informar quais são solteiras e depois vem o árduo trabalho de pesquisa de antecedentes familiares, de saúde e por fim, se eu tenho algo que posso usar contra ela. Na verdade eu não, meu chefe.

Encontrei uma que satisfazia parcialmente os requisitos na minha primeira busca, mas não consegui impressionar meu chefe. Estou perdido em pensamentos, quando meus olhos pousam em uma garota no canto. Ela é bonita, mas não muito impressionante. Está vestida com trajes modestos para este banquete e não parece muito feliz de estar aqui. Vou juntar as informações dela às outras cinco que já coletei. Suspiro, boa sorte à felizarda! Será que é hoje que conseguirei cumprir a minha missão? Tomara porque meu chefe já está irritado.

CONNOR

O Sol brilha das janelas do chão ao teto do grande escritório em Manhattan. atrás da mesa um homem está trabalhando silenciosamente. É outono em Nova Iorque, mas apesar do tempo ainda quente, o clima na sala é frio.

"Entre", digo impaciente ao ouvir a batida. Nem preciso pensar para saber que é Joe.

Minhas costas doem um pouco depois de quatro horas de trabalho ininterruptas.

"Sr. Schaeffer, a lista que pediu", ele me passa alguns arquivos.

"Certo", digo e espero que Joe evapore logo.

Joe não é ruim, tanto que ainda é meu assistente. Já foram tantos, acho que ele foi o mais esperto que pude achar e pelo menos posso suportar.

Joe sai imediatamente da sala. Passo os olhos na papelada. "Droga", penso. Tenho que resolver isso logo. A coisa que mais me irrita são coisas pendentes.

Aos 30 tenho sucesso suficiente e trabalho suficiente e tudo que se pode querer, mas ao que parece isso não é o suficiente. Minha família espera que eu me estabeleça. Até já tentei, mas não tenho paciência ou vontade de fazer isso. Relacionamentos não são para mim. Liberdade é a máxima da minha vida. Faço meu trabalho e quando quero viajo para um lugar qualquer para desestressar, prestar contas não faz parte da minha cartilha.

Minha mãe está se tornando um tormento feroz na minha vida. Sei o que ela quer e espera e até poderia me safar se ainda tivesse meus irmãos. Depois do acidente na montanha com a Mia e o Stephen o único que sobrou fui eu. Então não tem como fugir de satisfazer a obrigação de dar continuidade à família. Então, tenho que cumprir essa agenda.

Primeira garota, isso e aquilo... com certeza uma oportunista.

Segunda... só falta o cérebro.

Terceira, deixa de lado depois vou ver melhor.

Quarta, essa família nem pensar.

Quinta... Wells? Há! Parente de qualquer Wells? Jura.

Sexta...

"Joe", aperto o interfone.

Joe entra ofegante.

"Terceira e sexta", quero vê-las.

Joe arregala os olhos de surpresa. "Quando?"

"Hoje".

Joe me olha descrente e arrependido. "Há! Joe te pago bem, faça seu trabalho", penso. Volto para minha papelada.

São duas horas e Joe me liga. "A senhorita Martin está aqui".

"Nome", pergunto, porque não lembro mesmo.

"Anne Martin", Joe responde.

"Mande entrar".

A porta se abre e vejo uma mulher jovem, pelo relatório em torno de 25. Ela me olha espantada.

"Você é Anne Martin?", pergunto.

"S... sim".

"Sou Connor Schaeffer, gosta do que vê?", pergunto.

"Hã?", a mulher me olha aturdida.

Suspiro. Ela parece me olhar com medo e está atordoada.

"Saia", eu digo entre dentes. "Droga", eu penso.

A mulher sai quase correndo.

"Joe", assovio pelo interfone.

"A outra?", pergunto assim que Joe abre a porta.

"Bom...", ele fala baixinho, olhando para baixo.

"Bom o quê? Onde está?", já estou indignado.

"Ela não quer vir ver o senhor, chefe", diz Joe sem me olhar nos olhos.

"Como é?", sinto a raiva fazer a minha têmpora latejar.

"Isso está sendo mais irritante do que pensei que seria", penso.

"Arraste aqui, não importa como", nem olho para Joe e volto para meus papéis. "Gente é muito chato", penso.

Olho de novo e Joe está congelado na porta.

"Algo mais?", pergunto já no fim da minha paciência.

"Só confirmando... 'todos os meios mesmo', chefe?", Joe me olha com olhos arregalados.

"Use todos os meios necessários. Só não mate ou aleije", eu digo palavra por palavra.

Joe me olha e fica paralisado por um instante. Seus olhos encontram os meus e sai imediatamente da sala.

JOE

Meu coração está aos pulos. Cada encontro com o Senhor Schaeffer é uma aventura. Aventura perigosa. Mas "pegar" essa garota, simplesmente é novidade. Simplesmente "arrastar aqui" é meio extremo até para o meu chefe. Sei o jeito que ele lida com os negócios e o quão implacável ele pode ser, mas o que ele me mandou fazer acho que o nome é sequestro se não me engano!

"Essa garota...que droga!", digo baixinho.

Estou paralisado. Se ela fosse racional ou soubesse o que é bom para ela teria aceitado vir aqui quando a encontrei mais cedo, mas depois de me ouvir, ela riu e disse que não tinha interesse. Claro que tentei por todas as formas convencê-la, mas ela disse não.

"O que tem de errado com a Anne? Tão bonitinha e boazinha! O que o Sr. Schaeffer não gostou nela?", meu estômago está revirando.

Situações extremas, pedem medidas extremas.

"Certo, vamos lá", sento na minha mesa e traço um plano.

Logo dois guarda-costas do grupo especial de elite chegam.

"Temos uma missão diferente hoje. Antes que digam qualquer coisa, já antecipo que o Sr. Schaeffer quer que seja feito. Trabalho limpo. O alvo é Karen Reinmann. Não a machuquem. Tenham em mente que ela pode vir a ser a Sra. Schaeffer, então usem o cérebro. Vocês têm que trazer ela aqui para o Sr. Schaeffer o mais rápido possível. Esqueçam o convencimento, porque já tentei por todos os modos. Então limpo e rápido, o mais indolor possível. Aqui está o arquivo dela", passo para os dois os papéis.

"Boa sorte e sinto muito por vocês", eu penso com pena dos dois.

KAREN

Estou atolada até os cabelos em tudo isso!

"Droga!", digo entre dentes ao ler o relatório na minha frente.

"Se aquele infeliz não estivesse na cadeia, eu o mataria com minhas mãos, juro que mataria!", a raiva está fervendo no meu sangue.

Há dois anos estou na subsidiária. Dois anos no exterior. Tudo pelo que meu pai por anos trabalhou até a exaustão terminou na mão do Antony Myer, o vice-presidente, quando meu pai teve um infarto fulminante.

Eu? Era jovem demais, tola demais.

"Esse crápula desviou dinheiro, sonegou impostos, encheu a empresa de ratos!", suspiro.

Depois que o escândalo estourou, voltei às pressas e estou no olho do furacão. O caos está instalado de cima a baixo não só na matriz, mas nas filiais e coligadas.

"Inferno", suspiro tentando me acalmar.

Então está explicado porque eu tinha que ser transferida para o exterior e porque eu era "tão necessária lá fora". Sim, porque aqui 'dentro', eu iria logo ver que a casa estava roída por dentro.

Levanto e vou à copa do andar. Preciso andar! Se eu não andar um pouco, vou explodir!

Café! Isso!

"Um capuccino vai bem", eu penso.

Enquanto a máquina funciona, lembro do sujeito que me abordou cedo. "Joe", disse ele. "Quem será Connor Schaeffer?", me pergunto.

Estou aqui há dois meses e estou por fora de assuntos domésticos. Não tenho tempo nem para coçar a cabeça e vou me dar ao trabalho de ver um sujeito que nem sei quem é? Porque eu faria isso? "Há... as pessoas se acham bem demais!", eu zombo.

Tomo meu capuccino com um sorriso. Sorrir faz bem para a saúde e relaxa. Fecho os olhos sorrindo e respiro fundo. Sei o valor de nossas crenças e por isso tenho como certo que tudo vai dar certo e ir bem, mesmo que seja no final, bem no finalzinho. Sorrio mais, de olhos fechados. Agora me sinto bem.

"Vim, vi e venci", como dizem os romanos, suspiro com um sorriso, voltando para minha sala.

O telefone toca.

"Sim", respondo, esperando que não sejam mais problemas.

"Tem um oficial aqui com uma intimação pessoal para a senhora", diz a recepcionista.

"Mentira!", zombo de mim mesma. "Ainda bem que tomei um capuccino", penso e saio para o elevador recolhendo o sorriso que mantive pela minha sanidade.

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